quarta-feira, 30 de julho de 2008

Que tipo de música é essa? Parte 3

É estranho, mas reparou que as músicas atuais são repetidas e sem grandes supresas? Uso de samplers que era uma novidade, virou “carne de vaca”, refrões de duplo sentido e uma multidão de mulheres que fazem sucesso sem nunca ter cantado realmente e curiosamente são denominadas por nomes como Moranguinho, Bananinha, Melancia... sempre como referência à alguma parte do corpo da dita, cantora. Parece mais um feira livre!!
Pois é...por isso sinto tanto apreço pela Era Disco. Escute uma música... e não se surpreenda se aparecer do nada um solo de violino ou mesmo um toque de harpa. E por que não, uma orquestra? Aliás, taí um estilo musical atrevido, cheio de glitter, maneirismos e com toque de putaria.

Mas afinal, o que é Disco Music? Ele é a fusão Soul, Jazz e Funk e a sua influência vem lá atrás, mas precisamente no início da década de 60, quando gravadoras como a Motown , a Atlantic and Atco e a Stax tiveram a coragem de levar até as vitrolas das famílias americanas brancas de classe média a música negra surgida dos guetos. Sim, elas que difundiram o que a gente conheceria como Black Music.

Diferentemente como muita gente acredita, a Disco Music não nasceu de um produtor maluco e sedento por dinheiro. O seu surgimento venho meio que naturalmente. Muitos acreditam que começou qdo as portas da Studio 54, a famosa boate que tinha pachorra de escolher que poderia adentrar a sua festa regada à sexo, drogas e muita, muita Disco Music.
Outros dizem que foi qdo o até então desconhecido, John Travolta colocou seu terno branco, com camisa preta e ‘ferveu’ nas pistas nos “Embalos do Sábado à Noite”, isso no ano de 1977. Ele é Toni Manero, um simples vendedor de uma loja de tintas que se transforma no rei das pistas aos fins de semana, fugindo da sua triste realidade.

Na parte histórica, os Estados Unidos não vivia o seu período mais glorioso. A população perplexa acompanhou o seu presidente Richard Nixon se envolver num mar de lama que seria conhecido como “Caso Watergate”, que foi magistralmente levado às telas no filme “Todos os Homens do Presidente”, com Dustin Hoffman e Robert Redford. O Japão começava a despontar como uma potência e Portugal derrubava a ditadura com a Revolução dos Cravos em 1975.

Voltando ao filme, “Embalos de Sábado à Noite” seria o percursor de outras fitas como “Dirty Dancing”, “Footlose” e mais uma centena de filmes ...

A Disco Music foi responsável por surgimento de grupos e cantores como KC & Sunshine Band (que vão se apresentar dia 05 de setembro desse ano aqui em São Paulo!! Acredita?), Kool and the Gang, Pointer Sisters, Donna Summer (maravilhosa!!!!), Village People, Abba, Chic, Gloria Gaynor, Sylvester (não, não é o Frajola... tanto que Sylvester pode considerada a primeira cantora Drag Queen), Sister Sledge, The Trammps, Tavares e Bee Gees. Aliás, esse é o grupo responsável pela trilha de “Embalos de Sábado à Noite”.

Repare como há várias expressões como Boogie Oogie, Uhu, Uhu, Disco Dance... Boogie Shoes, Boogie Man nos refrões. E sempre tem uns : Uh!... Ah!!... Algo bem sinuoso, afinal a época apontava para uma liberdade sexual que chegava à promiscuidade... A lei era o prazer. Não me lembro bem, mas há uma música Diana Ross que parece que ela simula um orgasmo. Hahahaha, é... pensa o que? Que só o Barry White pode fazer: Oh, Baby?

Bem, enfim, quem tb tem medo de se encorajar na pista qdo toca Disco e pensa que aquela cruzada de braços e as mãos se enrolando uma nas outras e os dedinhos apontados para cima, como Toni Manero fazia nas pistas, são muito complicados, a dica é simples: faça três vezes o mesmo passo, depois, faça outro um totalmente diferente mais três vezes e por aí vai. Viu? Não é difícil. Ah, sim... vc quer levantar os dedinhos? Fique à vontade. Afinal, Disco está aí pra todo mundo virar dançarino, nem que seja por 15 minutos num Sábado à Noite.

Vou deixar uma das minhas músicas preferidas...Disco Inferno do grupo The Trammps. Repare nas vestimentas vermelhas e brilhantes. Afinal, nos anos 70 tudo era muito exagerado.
“Burn, baby, burn
Disco inferno
Burn, baby, burn”

Um comentário:

Unknown disse...

Juliana cada vez aprendo mais de músicas com vc!! E principalmente o momento histórico daquilo.. Sempre tive horror a Embalos e músicas dos anos 70.. Pela sua visão fica mais divertido e leve!!!