sexta-feira, 27 de julho de 2018

Um Noivo para a Rainha das Fadas - Capítulo 1 - Volume III - Hakushaku to Yousei Light Novel


Volume III - Seja Gentil Quando Propor

Nota de abertura: Olá! Depois de um longo e tenebroso inverno, estamos de volta! Desta vez, com o 3º livro do light novel, “Seja Gentil Quando Propor”. Este livro é retratado nos episódios 5 a 7 do anime. E é a primeira vez que o cavalo-marinho mágico dá as caras, Kelpie.

Vale lembrar, que as traduções são sem fins lucrativos e feitas do inglês para o português. O light novel não teve sua tradução oficial nos países de língua inglesa, apenas nos países como China e Coreia do Sul. Quem nos presenteia com as traduções são uma garotada,  como eu, fã do anime, light novel e mangá de Mizue Tani. Créditos da tradução são da Nayla do Dearest Fairy (http://earlandfairy.weebly.com/).
Sem mais delongas, vamos à história.


― Pela hora da madrugada, ainda é um longo caminho para Londres.

Ele estava cansado de toda caminhada, abaixou-se para deitar em cima da grama perto da margem do rio e suspirou. Fazia três dias desde que deixou a Escócia. Londres ainda estava longe, mesmo que fosse com rapidez e velocidade, qualidades que eram seu orgulho.

― Lydia, o que você estava pensando quando foi embora sem ao menos se despedir?

Ele ouviu que ela foi contratada como fairy doctor em Londres e levaria algum tempo até que voltasse. No entanto, só achava que ela só podia estar brincando. Disseram a ele que aquele que estava segurando Lydia era o Conde Cavaleiro Azul, um humano e tinha propriedades na Terra das Fadas. Até ele ouviu falar desse homem.

Mesmo assim, se fosse o conde que tinha o poder de render as fadas, não teria a necessidade de contratar uma fairy doctor. De qualquer forma, estava determinado a recuperar Lydia e assim galopou para longe da Escócia. É por isso que ele veio até a Inglaterra, lugar onde ninguém de seu clã pisou.

― Definitivamente a encontrarei.

Só então ouviu uma voz cantando no alto do céu.

― Uma Lua branca, a Lua branca da Rainha, uma Lua para seu querido noivo.

Lua?”. Curioso, ele levantou seu corpo e se transformou em um jovem profundamente bonito. Ele chamou a pequena fada que voou, tremulando de galho em galho.

― Ei, jovem garota, você está com certeza de bom humor.

― Boa noite, senhor de cabelos negros.

― Estou tentando ir para Londres. Você sabe se este é o caminho certo?

― Sim, você está quase lá. Também estou indo para Londres para saudar o noivo de Nossa Majestade.

― Estou feliz por todos vocês. Então, de que tipo de “Lua” você estava cantando?

― É a “Lua” Real.

― Não brinque. Não há como você conseguir a verdadeira “Lua”.

― Nós conseguimos, até aumenta e diminui.

― Uau, quão raro! Deixe-me ver.

― Apenas uma olhada!

Como a fada minúscula estava de bom humor, não deu muita atenção e tirou um anel em que tinha uma “Lua” brilhante e branca e entregou a ele.

― Isso realmente aumenta e diminui?

― Claro.

― Entendo. Você me deixou ver uma coisa tão maravilhosa. Obrigado.

Ele deu um sorriso quando devolveu o anel.

― Não há de quê. Agora preciso me apressar.

Uh-huh, tome cuidado.

Depois que viu a fada esvoaçante desaparecer, além do topo das árvores, se pôs a falar:

― Que fada sem juízo.

Ele abriu a palma da mão e lá estava o anel descansando na sua mão.

*****

O lugar em que Paul Forman, vestindo uma das melhores roupas que conseguira alugar, pisava pela primeira vez era um salão aberto aos círculos sociais da moda.

Havia muitos indivíduos notáveis que participavam desta exposição realizada neste clube de alta classe, um lugar certeiro para os membros nobres participarem. As inúmeras pinturas penduradas em exposição no salão espaçoso eram de estilos atualmente populares e selecionados, uma após a outra, pela Royal Academy. Todos compartilhavam de um tema central baseado em uma história romântica, e o design do período inicial Renascentista era delicado e gracioso, com beleza frágil e aclamada como condizente no reinado da Vossa Majestade.

 No entanto, havia também quadros de jovens pintores que eram desconhecidos. Se uma de suas obras pudesse chamar a atenção de qualquer uma das ladies ou lords, eles poderiam ter a chance de entrar no mundo da arte. Por conta disso, Paul e seus trabalhos, que estavam começando a serem expostos, foram colocados em um brilhante quadro, preparado pelo negociante de arte e o restante pendurado no grande lustre. No entanto, até o momento, nenhum cavalheiro parou em frente à sua pintura.

Foi-lhe dito que era um pouco simples e indefinido. Ele estava bem ciente do gosto da alta classe, mas não foi capaz de mudar seu estilo tão facilmente. É por isso que ele não esperava tanto dessa exposição. Mais do que isso, a atenção de Paul estava ligada a outra coisa dentro do salão. Havia um jovem de cabelos louros que se destacava no meio da multidão que estava meio a uma conversa animada. Ele possuía uma beleza pitoresca que poderia sobrepor aos mais belos homens e mais lindas mulheres nas pinturas. Quando ele se moveu, parecia que o seu redor também se movimentou. Era como a luz estivesse seguindo ele por passava, e assim como a sua sombra.

Mas, não foi isso que capturou a atenção de Paul. Ele lembrava alguém. Era como se fosse a imagem adulta de um garoto de suas memórias. Um garoto que supostamente morreu.

― Paul, com que você está sonhando? Esta é sua chance.

 O jovem pintor voltou à realidade e finalmente percebeu que o jovem que seus olhos seguiam estava em frente à sua própria pintura.  O negociante de arte rapidamente o puxou. E quando os dois se aproximaram do jovem, o negociante agiu de um modo completamente diferente, algo que um comerciante de arte faria.

― Que tal, my lord? Não acha que é uma pintura maravilhosa?

O nome do jovem conde, tema da vez das fofocas da cidade, era Edgar Ashenbert. Dizem que ele voltou do exterior apenas nesta Primavera.

― De fato. Esta é a Tytânia?

― Sim. O motivo é a Rainha das Fadas de “Sonhos de Uma Noite de Verão”.

Das sombras de uma prímula, a Fada da Lua estava adormecida. Os olhos do conde, que estavam colados à pintura, pareciam ter se apaixonados por ela. Não foi o poder da pintura. Paul ficou surpreso ao saber que apenas tendo o olhar do conde fez a obra se irradiar em uma luz incandescente.

É como as suas luvas de couro de cabra, ou nó da gravata do conde, até mesmo o brilho de seu belo casaco de noite pareciam ser uma obra de arte. Inclusive a ilusão de que havia um leve aroma de uma flor que saía da pintura. Aquele aroma era de uma nobre que se aproximava deles, mas demoraram para que qualquer um percebesse disso. 

― Este tema não é uma combinação perfeita para o senhor? – indagou a nobre que usava um vestido azul.

O negociante não perdeu a oportunidade de vender.

― Justamente! Afinal, o lord conde saberia mais sobre as fadas do que qualquer outro dentro da alta sociedade. Até mesmo eu escolhi o melhor trabalho das numerosas pinturas de fadas.

E assim, o negociante se virou para olhar Paul. Ele correu para apresentá-lo como aquele que criou a pintura. O conde que era conhecido por dirigir uma propriedade no mundo das fadas olhou para Paul e deu-lhe um agradável sorriso. Disseram-lhe que o jovem conde tinha pouco mais de vinte anos. Ele era mais jovem que Paul e, no entanto, aqueles olhos que se concentravam no jovem pintor pareciam o de um patrono generoso. Ele se perguntou se não seria uma oportunidade tola tentar ganhar o favor do conde. Embora sentindo um pouco de desconfiança, Paul foi cutucado pelo cotovelo pelo comerciante de arte e assim, ele conseguiu dar as suas saudações o melhor que pôde.

― É um prazer conhecê-lo, lord Ashenbert.

― Frequentemente você faz quadros de fadas?

― Ah sim. Gosto de verdade da literatura imaginativa sobre as fadas como Drayton e Spencer.

― Você viu uma?

?

Ele foi perguntando se já havia testemunhado a presença de uma fada. No entanto, Paul foi pego de surpresa e ficou confuso se a pergunta era séria ou uma mera piada. Seu nome, Conde de Ibrazel (Mundo das Fadas) era de fato romântico, o que despertou o interesse das pessoas, mas Paul achou que era apenas um nome. Havia outros pares que tinham títulos de propriedades que não existiam.

My lord, não é de bom tom brincar com um artista inocente. – disse a nobre.

― Por que, my lady? Você não acredita na existência das fadas?

― Se você pôde vê-las, então, vou dizer que sim, acredito.

― Sim, testemunhei uma. Uma fada que possui uma beleza etérea que nenhuma mulher nesta planície terrena pode se igualar ou poderia enfeitiçar para cativar qualquer um. Eu me pergunto se estou tendo um sonho enquanto falo com você.

― Que lisonjeiro.

Se a conversa entre os dois seguisse o curso, iriam se esquecer de Paul e o negociador de arte que estavam parados bem ao lado deles. O negociante o atormentou para se apressar e recorrer mais à sua arte, porém, Paul nasceu como um homem inarticulado.

Ele se sentiu incapaz de encontrar uma brecha para fazer um comentário, e sentiu perdido, porém o conde voltou à sua atenção para ele como se de repente se lembrasse de algo.

― Gostaria de ver alguns de seus outros trabalhos, misterForeman.

― Eh...

― Você gostou? – deixando de lado Paul, que ficara congelado com a inesperada reviravolta dos acontecimentos, o negociante de arte avançou.

― Sim... Esta Tytânia me lembra uma mulher que estou apaixonado.

― Oh, boy! Isso é com certeza algo irreparável. Ela é sua namorada?

― Não. Os sentimentos só são da minha parte.

― Impossível. Não posso acreditar.

― Parece que não consigo entender os sentimentos de uma mulher. E assim, rapidamente a irrito.

― Não há como você não conseguir entender os sentimentos de uma mulher?

― É verdade, my lady. Tanto que ficaria grato se você me ensinasse.

― Se você está bem comigo, então ficaria mais do que feliz.

Paul não podia adivinhar se ele realmente gostava de sua arte ou estava apenas usando de pretexto para conquistar a nobre, mesmo assim, ele permaneceu parado quando os dois se afastaram. Paulo pensou que ele lembrava aquele menino. Mas, uma vez que falou com ele, sua impressão foi completamente diferente. É claro que não havia como ele ser aquele garoto.

*****

Se você dormir debaixo de uma macieira enxertada, ou uma figueira, as fadas irão te capturar e te levar. Caso era um jovem ou uma bela mulher tinha que ser particularmente cuidadoso quando passava debaixo da árvore. A magia das fadas podia fazer você cair no sono. Se de repente se sentisse sonolento e sentasse junto ao tronco da árvore para tirar um cochilo, então, provavelmente, não seria capaz de acordar nunca mais. E assim, aqueles que desaparecessem eram ditos como noivo ou noiva de uma fada.

― Há muito tempo, houve um ancestral do Conde Cavaleiro Azul que, sem prensar, tirou uma soneca debaixo de uma macieira. – disse Tompkins.

Esse era o mordomo da família do conde que se encontrava sentado atrás de uma mesa em um dos quartos da residência do conde enquanto selava um convite após o outro que se encontrava em uma pilha em cima da mesa.

Quando ele disse Conde Cavaleiro Azul quis dizer o dono desta casa, o que as fadas o chamavam de Conde Ashenbert. O nome veio depois de uma figura que se chamava Conde Cavaleiro Azul. Para os britânicos atuais, esse nome era apenas um personagem de um romance de fantasia que foi escrito no século XVI, mas havia aqueles que sabiam que essa figura era modelada segundo um ancestral da família do Conde.

― E o que aconteceu depois disso?

Lydia  também ajudava a selar os envelopes enquanto conversava sobre fadas com Tompkins.

― Foi dito que ele foi levado até a bela Rainha das Fadas.

A linhagem do Conde Cavaleiro Azul, conhecida por possuir poderes mágicos como o Senhor das Terra das Fadas, há muito tempo, havia perecido. No entanto, na família de Tompkins, que serviu o Conde Cavaleiro Azul geração após geração, conhecia episódios do Conde relacionados a fadas que foram passados para frente.

― O Conde se casou com a Rainha das Fadas?

― Parece que por pouco ele fez os votos. Mas, o Conde sabia de uma magia. Usando-a, ele conseguiu ser libertado e retornou em segurança ao reino humano.

― Eu conheço essa magia.

― Oh, é verdade? Exatamente o que se pode esperar de uma fairy doctor.

Lydia era uma jovem que foi contratada como fairy doctor para essa família. Uma fairy doctor é uma especialista em fadas, capaz de ver e conversar com elas. Até conheciam a maneira tradicional e apropriada de socializar e lidar com as fadas que estavam quase esquecidas no atual século XIX. Desde os primórdios, o trabalho de um fairy doctor era emprestar seu conhecimento para que humanos e fadas pudessem coexistir apropriadamente e a tarefa de negociar com as fadas.

Assumindo o cargo de sua falecida mãe, Lydia acabara de começar a trabalhar e ainda era novata e inexperiente, mas acreditava que tinha motivação e orgulho de uma especialista.

― Então, miss Carlton, que tipo de feitiço é esse?

Mister Tompkins, você não sabe?

― Essa parte não foi colocada na história. E a partir daí, fiquei curioso para saber como era.

― Também estou curioso. Diga-me também, Lydia.

A voz que sobressaiu foi de Edgar, o atual Conde Cavaleiro Azul. Ele entrou na sala e colocou um pedaço de papel sobre a mesa.

― Tompkins, esta é a lista de convidados, certo?

― Virão  todos?

― Provavelmente. Os preparativos das comidas serão feitas a tempo?

― Cuidarei disso.

Tompkins aceitou o desafio irracional que Edgar o lançou como estivesse pegando uma luva. Bem, ele se comprometeu realmente. Parecia que ele dizer “não posso fazer” seria como acenar um bandeira branca como mordomo.

A Temporada tinha começado e assim todos os dias em Londres havia uma festa com banquete ou baile realizada em algum lugar. Era natural que Edgar viesse dizendo que ele daria uma festa, mas a data que escolheu foi muito cedo. No entanto, a preparação de Tompkins foi ainda mais rápida, por isso, Lydia ficou admiradamente surpresa.

― Ah, sim! Lydia, você é uma das minhas convidadas. Um convite chegará em breve para seu pai. Então, tenha certeza de não esquecer.

― O quê? – ofegou Lydia enquanto dava uma pausa em sua tarefa de selar os convites.

― Não, um baile é algo impossível para mim!

― Não se preocupe, apenas os colegas estarão presentes.

Mesmo ele dizendo isso, se um membro da classe média estivesse participando de um baile, então, certamente seria de uma família rica.

― Além disso, não há necessidade de agir formalmente. Isto não é um baile real. Oh, sim, Duquesa Masefield, você se lembra na ópera, certo? A Duquesa disse que gostaria de falar com você sobre fadas novamente. Agora que penso nisso, você sabia que o marido dela, o Duque, era primo do professor do seu pai?

Ela não sabia disso. Mas quando notou que uma parede foi construída em torno dela, não encontrou uma saída para escapar. Ainda que seu pai fosse um renomado acadêmico e aceito por suas peculiaridades, sua filha não deveria agir de forma inadequada na frente de um membro que estivesse ligado a ele. Foi o estratagema habitual de Edgar.

― Mas, não sei dançar.

― Tompkins, quando o professor de dança chegará?

Hãn?

― Hoje à tarde.

― E, então, Lydia, não haverá nenhum problema.

Este é o grande problema!” era isso que ela queria gritar, mas com Edgar na sua frente sorrindo, Lydia ficou boca aberta e perdeu a vontade de falar.

― De qualquer forma, tudo ficará bem, assim que você começar. Porque você dançará com uma única pessoa que sou eu. Ah, sim, você não deve dançar com ninguém além de mim, entendido?

― Por quê?

― Porque ficarei com ciúmes.

Ele disse como fosse uma questão indiscutível, olhando diretamente nos seus olhos, mas Lydia só podia sentir como se ele estivesse brincando com ela. Edgar sempre foi assim, não importava o horário. Obviamente, Edgar não tinha nenhum conhecimento em relação às fadas, apesar de ter obtido o título de Conde da Terra das Fadas e havia um mínimo de histórico sobre o assunto.

Foi por essa razão que Lydia foi forçada a ser contratada como fairy doctor particular da família do Conde. A garota de dezessete anos morava nos arredores da Escócia não podia recusar, pois recebeu o selo oficial de aprovação de Sua Majestade, a Rainha. E assim, ela finalmente se acostumou a ter um escritório na mansão de um nobre e viver numa grande cidade como Londres nos últimos três meses.

No entanto, ela não conseguia compreender o que esse conde pensava. Ele dizia palavras doces, derretendo o coração de cada mulher que conheceu. Era um homem que usava a sua aparência privilegiada e com sua mente calculista brincava para ver até onde quanto era atraente. 

Lydia estava bem ciente de que não podia aceitar seriamente suas palavras. Ela também sabia que aquelas palavras de Edgar, que soavam tão fascinantes aos ouvidos, eram apenas meios para conseguir o que ele queria de alguém. Mas, o que ela não conseguia entender era onde estava a diversão em forçar uma garota comum como Lydia para uma grande festa. Se o seu desejo era simplesmente circular por aí e mostrar uma menina rara que era uma fairy doctor, então seria bom que ele cansasse disso.

― Eu gostaria que o feitiço da Lua também funcionasse em você. – murmurou Lydia sob um suspiro.

― Feitiço da Lua?

― Isso mesmo, é um feitiço que afasta as fadas persistentes.

Miss Carlton, o feitiço mágico que foi usado pelo Conde Cavaleiro Azul?

― Sim. Para recusar a proposta de uma fada, você tem que dizer: “Só se você me der a Lua que muda de fases”. Já que é absolutamente impossível, as fadas desistem e vão embora.

― Entendo, já que as fadas são conhecidas por serem fiéis às promessas que fazem. Por isso, nosso senhor também foi libertado do cativeiro graças a isso.

Observando Tompkins acenar com a cabeça de modo profundamente comovido, ela viu Edgar caminhar até o seu lado e encostar-se à mesa. Ele olhou para ela e deu-lhe um sorriso malicioso e significativo.

― Sou persistente, então, não desisto assim tão facilmente. Farei de tudo o que for preciso para lhe dar a Lua.

Parecia que ele estava um pouco aborrecido com Lydia, chamando-o de “persistente”.

― Eu quis dizer que você deveria dizer isso apenas para o seu principal interesse amoroso.

― Mas, é você.

Você quer dizer a mulher está além de você”.

― É por isso que estou um pouco curioso, isso significa que você já usou o feitiço da Lua com alguém antes, correto?

― Eh...

Nesta hora, o coração dela disparou.

― Você disse que gostaria que isso funcionasse comigo também. Quem você afastou?

― Uma fada.

― Então, você teve um pedido por uma fada.

― Não era real.

― Sinto que fui ferido. Então, houve outro homem além de mim que se apaixonou tanto por você.

― Você está errado! Não era assim, apenas era uma fada um pouco estranha. Percebe? Não era porque se apaixonou por ser uma fada, mas mais como se quisesse colocar as mãos em um humano.



― Então, houve outros?

Huh?

― Homens que se apaixonaram por você.

― Claro que não houve! Eram todos assustados comigo porque sempre andei rodeada entre as fadas. Recebi algo perto de uma carta de amor de um menino apenas uma vez. E foi apenas uma aposta no meio do seu grupo de amigos!

Depois que ela percebeu ter escapado ficou terrivelmente envergonhada por deixar sair algo profundamente honesto. E não havia a necessidade de dizer o que realmente aconteceu com ela.

― Garotos são incapazes de mostrar seus próprios sentimentos. A única forma de se aproximar de uma garota que eles gostam é lhe aplicando uma brincadeira.

Claro que poderia haver casos assim, mas não acreditava que era o mesmo caso dela. Só que Lydia ficou surpresa por Edgar não rir da sua história. Ela nunca tinha desabafado sobre isso antes, pois achava que era um acontecimento que as pessoas poderiam achar engraçado. Para aqueles garotos era apenas uma brincadeira boba. Mas, ela ficou confusa consigo mesma por estar aliviada em não ser ridicularizada.

Os olhos malva-acinzentados de Edgar olhavam gentilmente e de modo firme para ela, mas ao mesmo tempo tinha um quê de lascivo. Quando os olhos se encontraram, não sabia o que fazer e ficou perturbada. E, no entanto, na parte calma de sua mente, se lembrou que ele usaria esse mesmo truque para enganar.

O mais provável é que Lydia tinha conseguido manter a calma porque sabia que ele era originalmente um ex-ladrão. imaginou que seriamente ele soubesse que não seria atraída por ele, por mais suave pudesse falar. É por isso que ela sentiu que havia momentos em que uma amizade preenchia um espaço entre eles. Ou era apenas a imaginação de Lydia?

Notou que o mordomo havia saído misteriosamente da sala antes que percebesse, e ele colocou a mão para segura a dela em cima da mesa tão naturalmente que não poderia reagir a tempo de evitá-lo.

― Mas, você sabe, realmente agradeço ao fato de que havia apenas meninos desajeitados ao seu redor.

Ela tentou afastar a mão, no entanto, estava firmemente agarrada. Mas, não tão apertada a ponto que fosse forte, o suficientemente gentil para envolvê-la. Talvez fosse por isso pelo qual Lydia não poderia realmente obter força para lutar contra.

Lord Edgar, chegou um pacote de mister Slade.

A voz que interrompeu a situação foi a de Raven. Esse jovem de pele castanha trabalhava como servo da família do conde e era o criado em que Edgar mais confiava. A partir do momento em que ambos estavam na vida clandestina na América, ele era leal a ponto de fazer qualquer coisa para proteger seu mestre.

Sem alternativa, Edgar soltou as mãos de Lydia e se virou para Raven.

― Raven, qual foi primeira coisa que te ensinei? Não foi pegar dica e jogar de forma inteligente? Isso é realmente algo que deve ser a primeira coisa a ensinar?

― Sim. No entanto, outro dia, você também disse para ajudar missCarlton sempre que se encontrar em perigo.

― Entendi. – disse Edgar franzindo as sobrancelhas.

Por outro lado, Raven não estava contando uma piada. Antes de conhecer Edgar, ele foi treinado para não ter nenhuma emoção e tratado como uma ferramenta, por isso, deve ser difícil para ele pegar uma dica.

― Qual devo priorizar?

― Isso depende do tempo e da situação. Você deve se adaptar às circunstâncias... Não, está tudo bem, desde que você seja capaz de decidir que Lydia esteja com problemas agora.

Raven, normalmente, não tinha expressão facial, mas o pequeno piscar de olhos fez com que parecesse que ele estava aliviado por não ser reprovado por Edgar.

― Então, você disse Slade... Ah, aquele negociante de arte. Abra. Em tempo, estava querendo mostrá-la para Lydia.

O objeto que Raven colocou sobre a mesa foi uma fada levemente colorida retratada em pé de aproximadamente dez centímetros. Apesar de tudo, Lydia se inclinou para olhar mais de perto.

― Meu Deus, que lindo!

― Foi feito por um jovem pintor, no entanto, tomei gosto.

― O pintor era uma mulher?

― Não quis dizer o artista, mas a pintura. A Fada Rainha me lembrou de você, por isso quis comprá-la a qualquer custo.

Ele se virou para olhar Lydia intensamente de novo.

― Não há nada nela que se pareça comigo.

― Sim, ela se parece. É adorável, mística e se ela abrisse os olhos, acredito que ela tenha os mesmos olhos verde-dourados do que seus. A bela Tytânia, ela é a imagem que tenho de você.

Lá vai ele novamente. Lydia olhou para Raven como pedisse ajuda. No entanto, parecia que ele decidiu “pegar a dica” desta vez, e evitou olhá-la.

― Já sei! Vamos pedir ao pintor que faça um quadro de você como modelo. Seria o mais adequado para ornar esta casa.

― Isso impossível! Não iriei posar.

― A única coisa que deve fazer é sentar-se em uma posição relaxante. É uma ótima ideia. E se fosse você em uma pintura, então, você não ficaria zangada se te beijasse, certo?
Edgar encostou os lábios contra Tytânia adormecida. Mesmo que não achasse que elas não fossem parecidas, Lydia ainda estava inquieta.

― Pa-pare com isso!!

Ela não conseguiu realizar seu pedido.

― Por quê?

― Pare de dizer coisas como se parecessem que nós a praticamos ou algo do tipo. Isso me faz ter ideias estranhas. E não gosto da ideia de ter você fazendo o que quiser de uma pintura de mim!

― Não a usaria por alguma razão obscena.

Huh... Não disse isso!

― Você está imaginando algo mais do que um beijo?

Ele tinha certeza de que o flerte foi certeiro por ver de forma divertida o rosto de Lydia ficar num vermelho brilhante.

― Não sou seu brinquedo!  Fazendo-me a aprender a dançar e me ordenar para ser um modelo, se você não pode me dar a Lua, então, tudo isso é impossível!

Se o feitiço da Lua realmente funcionasse, ela desejava que isso selasse esse homem que não parava de verberar coisas sem sentido. E que vida feliz ela poderia levar. No entanto, nunca iria afetar Edgar, já que estava olhando para ela de forma divertida, algo tão natural dele.

― Bom, por enquanto, vamos nos concentrar em dançar. Raven, você servirá de parceiro para ela praticar.

― O quê? Eu vou praticar com ele?

― Como foi algo repentino, o professor não foi capaz de conseguir um assistente. É por isso que, Raven, você não deve ficar com raiva por apenas um pisão no pé.

― Sim.

Lydia olhou timidamente para Raven, que respondeu humildemente. “Você deve estar brincando!”. Raven era profundamente leal a Edgar, mas impiedoso contra os inimigos.

Estava cheia de um medo insondável de praticar dança com Raven, já que foi informada de que ele foi treinado como um assassino implacável. Não era como se ele a odiasse como pessoa, mas qualquer um gostaria de estar longe de alguma possibilidade de um assassino sedento de sangue e que era difícil de controlar.

― Lydia, você logo entenderá que, com os pretendentes humanos, ficaria mais feliz se desistir e, depois, tentar afastar qualquer homem persistente.

Parecia que o feitiço da Lua tinha o efeito contrário em Edgar.

― Ele está um pouco mais maledicente do que normal. – murmurou Lydia enquanto suspirava.

*****

Quadrilha, valsa e galope. Lydia estava completamente confusa e lutando com os primeiros passos das danças que aprendia. Raven era como um brinquedo de corda com seus passos precisos, o que tornava ainda mais problemático quando ela cometia um pequeno erro. Às vezes se desequilibrava, quase os fazendo cair, sem contar que o chutou infinitas vezes sem querer.

― Eu-eu sinto muito!

― Está tudo bem.

Ele nunca proferiu uma palavra de dor e não demonstrou isso em sua expressão, no entanto, naquele instante em que ele deu suspiro, Lydia tinha certeza de que estava irritado. Ainda assim, ela se perguntou quando e com quem Raven aprendeu a dançar. E pelo fato de estar pensando em algo não relacionado com ato em si, cometeu outro erro.

― Oh, jovem lady, isso não está certo. O pé direito vai primeiro e depois se vira.

O professor de dança, que os guiava enquanto tocava com um violino, era magro. Ele falou com uma voz excessivamente aguda.

― Por que não fazemos uma pausa? Não podemos deixá-la toda machucada por ficar empolgada em seu primeiro dia.

Aquele que ficou mais aliviado com a sugestão do professor provavelmente foi Raven e mais do que Lydia.  Levando o professor para a sala ao lado onde as bebidas estavam preparadas, Raven e ele saíram da sala, deixando Lydia sozinha. Ela se sentou em uma cadeira ao lado da janela. Um gato de pelos grisalhos apareceu em sua frente.

― Ei, Lydia, o que você está fazendo?

Ele era um gato-fada e parceiro de Lydia. Ele agia como um cavalheiro usando gravata e estava de pé sobre as suas patas traseiras com as mãos na cintura.

― Você não consegue adivinhar? Estava dançando.

Hmmm, pensei que você tinha dado vários tropeções no mister Raven.

Em vez de ficar irritada com o comentário irônico de Nico, ela ficou deprimida em pensar que ele estava certo.

― Nico, eu estava tão horrível?

― Parecia mais uma arma letal do que uma dançarina.

― ... Você acha que Raven está bravo?

― Não se incomode. Caso foi uma tarefa ordenada por lord Edgar, ele tomaria mesmo que fosse uma tortura.

― Não acha que é duro demais chamar de tortura? – Lydia apertou os lábios de mau humor.

― Uh, me desculpe.

Ela pensou que ouviu uma pequena voz que soava fraca como um sino. Olhou em volta para procurá-la, mas não havia ninguém.

― Ah, eu esqueci. Lydia, o conde está aqui?

― Acho que ele está. Por quê?

― Esta jovem lady disse que tem negócios com o conde.

Nico ergueu sua cauda macia para revelar uma pequena fada. A fada, que usava um vestido amarelo-Sol feito de pétalas de flores, afastou os pelos grisalhos de Nico para se aproximar e fez uma pequena reverência à Lydia.

― É um prazer conhecê-la, fairy doctor.

― Você é uma fada de flores de campo?

― Sim. Por favor, me chame de Marygold.

Entendi, então, ela é um espírito da calêndula”.

― Que tipo de negócio você tem com conde?

― Eu recebi um presente da minha mestra para o Conde Cavaleiro Azul. Poderia, por favor, falar com o Conde?

Pela sua atitude educada lhe deu alívio em saber que ela era uma espécie inofensiva de fada. Lydia assentiu sem pensar muito profundamente.

― Pode ser melhor perguntar ao mordomo que está no saguão de entrada. Porém, acredito que Edgar não possa vê-la. Você seria capaz de se transformar em forma humana?

― Eu não sou muito boa nisso.

Mesmo que ela tenha dito isso, o corpo de Marygold desapareceu num piscar de olhos. Em outro momento, havia uma jovem e pequena criança que usava um vestido de pétalas de flores.

― Infelizmente, não sou capaz de me transformar em uma adulta.

Com uma aparência de cinco anos, parecia muito estranho que ela falasse de uma maneira tão cortês, mas não podia se ajudar, já que era uma fada.

― Acho que assim está bom. Ah, eu ainda tenho treino de dança. Então, Nico, por favor, a acompanhe.

O professor e Raven voltaram para o salão. A fada transformou-se em sua pequena forma e agarrou-se à cauda de Nico.

― Agora, jovem lady, vamos voltar a praticar.

Pressionada pelo professor, Lydia mais uma vez ficou na frente de Raven.

― Vamos! Primeiro iniciaremos  com os passos de valsa.

O professor começou a bater palmas. Envolta pelo ritmo, a voz da pequena fada chegou aos ouvidos quando estava prestes a sair com Nico.

― Ah, finalmente, podemos receber o Conde Cavaleiro Azul como nossa Majestade, o noivo da Rainha.

― O quê?

Há muito tempo houve uma Rainha das Fadas que tentou se casar com o Conde Cavaleiro Azul. Poderia essa fada ser a mensageira da Rainha? Não havia como, mas se elas realmente conseguissem trazer a Lua como foi prometido? Se assim fosse, Edgar teria de aceitar e, então, isso significa que ele teria que se casar com uma fada. Chegando a essa conclusão, Lydia entrou em pânico e seus pés se emaranharam.

Miss Carlton, cuidado.

Raven agarrou seu braço para tentar firmá-la, mas a mente de Lydia estava preocupada em pensar, e por isso instintivamente foi pega de surpresa. Ela tentou afastá-lo, mas pisou na bainha de sua saia e caiu para frente.

― Ahhhhh!

Ela bateu em Raven e os dois tombaram de modo que ela o esmagou completamente. Por outro lado, uma vez que ele era de ascendência asiática, era muito menor e mais magro do que um homem inglês médio. Os dois caíram magistralmente juntos.

― Ah... Sinto muito, Raven. Desajeitamente...

Ela tentou afastá-lo, mas usar uma saia de crinolina e tentar se levantar era mais complicado do que parece.

― Vocês estão bem?

O professor finalmente chegou até eles, mas aparentemente não era forte e não se ofereceu para ajudá-la.

Só então, o rosto sem emoção de Raven, que estava bem na frente de Lydia, enquanto ela se atrapalhava, mudou na área da testa. Ela sentiu uma picada aguda de malícia e em instante sentiu arrepios. “Uh, ele finalmente perdeu a paciência?”. Mas, justamente quando ela pensou isso, o ombro de Lydia se encontrava preso. Ela viu Raven retirando algo brilhante do bolso, era uma adaga. Naquele momento, ela ouviu a voz trêmula do professor. 

― Comece as suas orações, cão do Príncipe!

O quê? Por que o professor de dança sabe sobre o Príncipe?”.

No entanto, sem dar brecha para reagir, Raven empurrou Lydia para o lado. Ele pulou em direção ao professor e deu um golpe rápido com a faca.

― Nããoooo!

O que ela ouviu foi o grito do professor. Logo após, veio um barulho tempestuoso, Lydia deixou escapar um grito depois de ver o que havia caído em sua frente. De repente, Edgar entrou correndo com o mordomo, mas neste instante, o professor tinha embora. Ao que parecia o professor escapou pela janela deixando o dedo para trás, que foi cortado por Raven.

― Eu não aguento mais. – murmurou Lydia.

Desde que Edgar entrava em cena, sempre temia pela própria segurança. Se fosse um perigo relacionado às fadas, seu estado de espírito poderia estar preparado, no entanto, ela não queria se envolver com incidentes sangrentos.

Para começar, Edgar estava em uma posição de escapar de uma organização misteriosa, cuja seu líder era chamado de Príncipe, e parecia que ele estava planejando iniciar uma guerra com eles.

Desde que foi contratada pela família do Conde, ela se perguntou se algo assim aconteceria uma vez ou outra. O pensamento de que, talvez, deveria renunciar cruzou a sua mente, no entanto, este era um trabalho decente como fairy doctor.

Mesmo que Edgar não fosse um verdadeiro membro da família Ashenbert, digamos de sangue, existiam terras herdadas desta família que ainda coexistia com as fadas, de modo sua ocupação tinha utilidade como fairy doctornovata como Lydia. Se ela voltasse para a Escócia, seria chamada de louca como sempre e esperaria ofertas de trabalho que podiam vir ou não.

― Raven, então o professor estava mirando em você.

― Sim, ele me chamou de o cachorro do Príncipe.

Enquanto pensava em alguma coisa, Edgar cruzou na frente de Lydia de novo e de novo.

― Qual é o significado disso?

― Provavelmente um grupo que se opõe ao Príncipe. Eles sabiam que Raven estava com o Príncipe no passado e pensaram que era parte de seu plano que Raven viesse para a Inglaterra.

― Então, por que você não os conta que vocês estão contra o Príncipe?

― Poderia haver uma chance de explicar algo para pessoas que de repente nos atacariam? Mas, bem, já que eles são um tipo de grupo que está intocado pelo Príncipe, então, não devem ser uma grande ameaça.

― Mas, se eles soubessem sobre mim, então, não saberiam sobre lord Edgar também?

Ele parou e analisou as coisas em sua mente.

― Sim, isso poderia ser. Por via das dúvidas, vamos nos prevenir.

A sede do Príncipe e sua organização, que roubaram tudo de Edgar e o capturaram para transformá-lo em um escravo, estava na América. Ademais, estava além do grande Atlântico. Demoraria algum tempo até que pudessem determinar a localização de Edgar, sendo que durante esse tempo, obteve o título de Conde e estabeleceu uma posição social estável na Inglaterra e fez com que ninguém conseguisse colocar as mãos nele tão facilmente. ´

Não só isso, ela sentiu a insinuação de que ele estava planejando sua vingança contra aqueles que o tiveram nas mãos e o atormentaram. Mesmo assim, por enquanto, ele estava em uma joie de vivre, usufruindo a nova vida que ganhou.

Lydia esperava que eles continuassem assim, esquecessem o terrível passado e a vingança, mas talvez isso fosse algo que fosse difícil de pedir. Era revoltante ser alvejado pelos inimigos de seu inimigo. Mesmo que ela estivesse envolvida em um confronto sangrento, a razão pela qual Lydia não saiu de lá provavelmente foi porque estava com o tempo em que tinha pela frente.

Ela não tinha certeza do mais poderia fazer para ajudá-los além do seu trabalho como fairy doctor, mas desde que foi incluída em fazer Edgar se tornar conde, esperava que ele contribuísse e alimentasse a linhagem familiar. Isso também seria para o bem das fadas que vivem em suas propriedades, e desse modo, ela poderia auxiliá-lo. Enquanto ela estava imersa em seus pensamentos, Lydia percebeu que Raven estava com a mão enfaixada.

― Raven, você se machucou?

― Apenas foi um raspão.

― Me desculpe. A culpa foi minha por cair em cima de você.

 Raven, normalmente, não se machucaria caso estivesse indo contra apenas um homem. Edgar lhe lançou um olhar.

― Cair em cima? Bem, agora… acredito que eu gostaria de ser seu parceiro de treino a partir de amanhã.

Lydia imaginou como seria derrubar Edgar, porém pareceria algo terrivelmente ridículo se acontecesse e isso a fez se apressar para responder.

― Se fosse você, eu não conseguiria praticar com calma.

― Isso significa que você está consciente de mim?

Huh? Isso é impossível! Odeio como você tem segundas intenções!!

― Mas, você sabe, acredito que até mesmo Raven tenha segundas intenções! Não é verdade?

Raven, a quem foi solicitado uma resposta, pensou por um momento e respondeu de forma séria:

― Provavelmente.

― Então, como ela estava?

― Ahhh, nossa!! O que você está perguntando?! Pare com isso!!

Lydia ficou vermelha e correu para interrompê-los. Edgar riu consigo mesmo e Raven com sua expressão habitual.

― Como é algo embaraçoso para Lydia, conte-me em segredo mais tarde.

― Sim.

― Não diga sim a isto!

Eles acabaram de descobri que viraram alvos e se encontravam em uma situação complicada. “Mas, por que estas pessoas estão tão livres de preocupações e otimistas?”. Sua mente estava cheia de descrença. Lydia ficou novamente confusa como alguém como ela foi contratada por alguém. Naquele momento, o mordomo apareceu com uma mensagem.

My lord, tenho notícias de que o verdadeiro instrutor de dança tenha sido empurrado pelas escadas de sua residência quando estava prestes a sair, torceu a perna e mandou dizer que seria difícil dar as aulas de danças já há algum tempo. O mensageiro chegou com esta mensagem agora mesmo.

Edgar soltou um profundo suspiro.

― Então, foi deliberadamente calculado. Tompkins, escolha um novo instrutor de dança com cuidado e mais rápido que puder.

― Com certeza. Outra coisa, há uma pequena jovem que perguntou se o conde se encontra disponível para recebê-la.

Oh, sim. Me esqueci!

Lydia se lembrou e ergueu o queixo. Quando se lembrou de sua responsabilidade como uma fairy doctor, seus sentimentos por Edgar ser irracional desapareceram completamente de sua mente.

― Marygold! Também me esqueci dela. Edgar, você já a conheceu?

― Ah, então, você já a conhece? Eu ainda não a conheci. Apenas quando Tompkins veio me avisar, ouvimos seu grito.

― Graças a Deus! Foi antes de você conhecê-la. Edgar, ela é uma fada. Parece que vai ser algo problemático, por isso, vou com você para ver o que ela quer. E, mais uma coisa, você não deve aceitar, por tudo que é sagrado, aquela coisa que ela trouxe para você.

Ele deu a ela um olhar questionador, mas, ainda assim, assentiu. Depois que ele se sentou no sofá, disse ao mordomo:

― Traga a jovem aqui.

*****

MissMarygold tinha perdido completamente sua energia, uma vez que veio no mais alto astral, aparentava um semblante bastante deprimido.

― Ela é realmente uma fada? - sussurrou Edgar para Lydia.

― Ela disse que não poderia se transformar em uma forma mais velha do que esta.

― Que triste. A menos que ela tivesse mais uns dez anos, não hesitaria em cortejá-la.

Ela duvidou. Ele parecia o tipo de cara de era bom para uma criança. Enquanto pensava, ele a tratou com seu comportamento fervoroso enquanto ela educadamente o cumprimentava como fosse uma dama. Ele pegou em sua mão e depois se sentou na cadeira.

―  My lord, fui encarregada por my lady para lhe trazer o presente prometido. Era algo que você desejava quando my lady pedira sua mão em casamento no passado.

― ... Casamento?

Edgar não entendeu o que ela queria dizer e por isso Lydia explicou:

― Não significa que seja com você, mas foi a proposta de casamento para um dos ancestrais do Conde Cavaleiro Azul.

― Ah, essa história que você estava falando com Tompkins... Então, era verdade. O que significa, miss Marygold, your lady é a Rainha das Fadas?

― Sim. Sua Majestade é a Rainha dos Campos da Lua.

― Ela é bonita?

― Oh, sim...

O que é esse entusiasmo?

É claro que, se Edgar estivesse realmente ansioso por isso, não haveria motivos para Lydia parasse com a proposta de casamento.

― Mas, a Rainha é tão pequena quanto você? Então, é difícil ficar empolgado.

― Não há nada para se preocupar. Não haverá necessidade disso.

― O quê? Então, em sua espécie não tem esse tipo de coisa? Bom, não há nada para aproveitar.

― Essa não é a questão aqui!

Se ela permitissem que os dois conversassem, as coisas sairiam para fora dos trilhos. Lydia beliscou o braço dele e interrompeu os dois.

― Marygold, quando a promessa foi feita pela Rainha, o Conde deve ter perguntado sobre a Lua. Você está dizendo que a Lua está com você?

― Sim... Mas fui roubada!

Ela explodiu em lágrimas.

― Roubada, você disse? Certamente, há malfeitores malvados. Jovem, por favor, conte-nos o que aconteceu. Nós podemos ajudar.

― Edgar, fique quieto! – Lydia o repreendeu e se virou para pequena garota.

― Então, é melhor você voltar para a sua Rainha. O presente que foi roubado não poderia ter sido a Lua. Porque a Lua está no céu noturno agora. É por isso que o conde não vai poder se casar com a sua Rainha.

― Oh, não! Nós realmente conseguimos a Lua. Você está certa em dizer que a Lua no céu é a verdadeira? Porque a Lua que Nossa Majestade encontrou verdadeiramente muda as fases.

― Que incrível! Realmente, gostaria de ter visto.

Lydia estava desesperadamente evitar isso e mandá-la de volta e, no entanto, Edgar estava descuidadamente abrindo a boca.

― Sim, eu adoraria apresentá-la. Todos nós acreditávamos que você gostasse instantaneamente e aceitasse a proposta de Nossa Majestade. Mas... antes que percebesse, havia sido trocada por algo assim. Agora mesmo, vou tirá-lo para ter certeza de que estava esperando para encontrar o conde.

O que Marygold mostrou, parecia uma pedra comum de qualquer lado da estrada.

― Tenho certeza de que ela foi roubada. Aquela fada terrível...

― Foi roubada por uma fada? Então, seria impossível para nós, seres humanos, recuperá-la.

Quando seus ombros caíram em desânimo, a pequena fada assentiu. Mesmo que fosse uma fairy doctor, uma especialista em negócios de fadas, não poderia criar oportunidade de intervir em um problema que não fosse relacionado a seres humanos.

― Eu fui parada e conversei enquanto seguia caminho. Ah! Foi a minha culpa mostrar a “Lua” naquele momento.

Era uma pena, mas não havia nada que ela pudesse fazer.

― Oh, Marygold, não há como você voltar a seus?

― Serei punida por Sua Majestade.

― Mesmo assim, não há nada que você possa fazer se foi roubada. Tenho certeza que ela a perdoaria.

― Existe alguma maneira de criar outra “Lua”?

― Criar? Era algo extremamente raro, feito pelo poder miraculoso da Mãe Natureza.

Ela estava perto de desabar, mas se conteve e, rapidamente, sacudiu a cabeça.

― Não, a “Lua” é a “Lua”, existe apenas uma “Lua” na Terra.

Hmmm... Apesar de que, não são duas Rainhas das Fadas conhecidas em todo mundo sob os nomes de Deusa da Lua como Diana e Tytânia? Se for uma fada da Lua, então, acredito que seria mais fácil ela criar uma Lua pequenina. Sua Rainha não é uma fada da Lua, mas próxima a uma fada da Lua brilhante. Um grupo de pequenas fadas como sua espécie são personificações das flores dos campos, assim como insetos e pequenos animais que embelezam a paisagem. As maiores entre essas fadas são geralmente uma Rainha que representa a Lua.

― Ah, entendo. Que maravilhoso! Então você é uma amável Calêndula, o que significa que há trevos e margaridas também? Ou grilos e gafanhotos? - Edgar continuou terrivelmente com bom humor.

― Pode ser difícil você voltar imediatamente. Por isso, por que você não fica por aqui por um tempo? Lydia, não seria maravilhoso ter uma fada convidada? Poderia dar a desculpa de ter tentado de tudo para recuperar a “Lua”.

Marygold ergueu a face lacrimosa como estivesse um pouco aliviada. Ela era uma fada de campo bem-humorada. Lydia entendeu que, se fosse algo assim, não deveria haver problemas. Era preocupante os quãos baixos os padrões de Edgar eram contra os perigos das fadas, mas enquanto ele não aceitasse a “Lua”, ele não deveria ser levado para a Terra das Fadas.



Já que não há a “Lua”, não há nada para se preocupar. Do nada, Nico saltou em uma mesa próxima. Ele contorceu os bigodes e depois esfregou o nariz.

―Sinto algo ruim.

Depois que ele disse isso, olhou para a pequena pedra que foi estava disposta em cima da mesa.

― O que foi? É sobre a fada que enganou Marygold?

― Não tenho certeza, mas tenho um mau pressentimento. Além disso, esta rocha tem mofo.

Mofo, uma pedra que estava na água. Lydia também teve um pressentimento ruim. “Não pode ser”, disse para si mesma.

My lord, o que faremos com os itens esquecidos do instrutor?

Com as palavras do mordomo, seu humor diminuiu ainda mais. O que ele deixou para trás: quatro dedos. A visão daquilo queimou os olhos de Lydia, e as memórias insuportáveis do que aconteceu retornaram.

― Tenho certeza de que ele não voltaria para buscá-los. Por que não damos para alguns cachorros de rua?

Lydia viu o lado sem coração de Edgar naquele instante e, a partir dali, teve a sensação de que tudo iria para o sentido contrário. Balançou a cabeça ferozmente para afastar o pensamento.

Nota da tradutora: Acredito que você já consegue visualizar este capítulo com mais facilidade do que dos livros anteriores. Isso porque, em específico, aqui se remete ao episódio 5 do anime. Perceba que há mais detalhes e somos apresentadas(os) à Scarlet Moon, organização que luta contra o Príncipe.

Destaque aos diálogos entre Marygold, Lydia e Edgar. Definitivamente, nosso conde está com a língua solta neste capítulo^^

O segundo capítulo chega em meados de agosto (assim esperamos!). E então, até lá!
Beijos, muito obrigada! Prestigie, nos divulgue ;)

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