terça-feira, 9 de julho de 2019

O Sangue do Conde Cavaleiro Azul - Capítulo 6 - Volume III - Hakushaku to Yousei Light Novel

Nota de abertura: Eu sei! Foram dois meses de espera, mas... chegou!!! Aeeeeeeee 6capítulo, agora! 


Lydia deixou a casa do conde sozinha e correu em disparada pela rua. Quando finalmente chegou ao Hyde Park, dirigiu-se ao lago que ficava no centro do local. Era uma estação que o Sol descia lentamente, por isso não estava completamente escuro, com o céu ligeiramente iluminado, ela foi capaz de identificar casais que desfrutavam de uma caminhada no parque.  

Tentando evitar os olhares das pessoas, Lydia aproximou-se de um arbusto e gritou sobre o lago. 

― Kelpie, eu sei que você está aí. Há algo que quero pedir a você. 

A superfície da água permaneceu imóvel.  “Oh, não, o que vou fazer? 

 Kelpie, você não está realmente aí? Voltou para Escócia? 

Era responsabilidade dela gritar com ele por Edgar.  

 Vim por todo esse caminho por causa de você. Não vou voltar tão facilmente. 

Quando ela se virou, ele apareceu de uma árvore em sua forma humana.  

 Você não iria falar comigo de novo? 

Não havia tempo para isso, era uma coisa egoísta que ela iria dizer, mas Lydia não tinha mais nada que pudesse fazer. Um Kelpie na água era uma criatura perigosa. Ela o deixara ficar ao seu lado quando em terra, pois um cavalo de água não tinha pouca magia em terra, no entanto, Lydia estava tomando um cuidado especial em não chegar perto da água onde estava Kelpie 

Mesmo assim, agora, ela aproveitou a oportunidade de serem próximos. Ela chegou perto o suficiente para que ele dificilmente precisasse usar qualquer força para puxá-la para a água se mudasse de ideia e olhasse para seus lindos olhos mágicos.  

 Quero que você salve Edgar. Por favor! 

 Então, significa que ele não foi para o inferno ainda.  

 ... 

 Você sabe, para mim, acredito que seria ótimo se ele saísse do caminho. Você não tinha acabado de perder a paciência com relação a isso antes? E ainda não consigo entender o porquê vir e pedir algo assim.  

 Sou a única que conhece um cavalo aquático.  

Provavelmente, pelo fato que seus olhos marejavam como estivesse prestes a chorar, Kelpie soltou um suspiro pesado e abriu a boca como tivesse desistido.  

 Você está dizendo que um cavalo-d'água poderia salvá-lo? 

― Veneneram-noKelpie, você tem o poder de purificar a água. Você sabe de uma maneira de se livrar do veneno que está no seu corpo, não sabe? 

― Não há nada de bom em contar isso a um humano. Porque há algum tempo atrás, existiram humanos que caçavam cavalos aquáticos para colocar as mãos no antídoto perfeito.  

Como ela pensou, havia algo que poderia ser feito. Lydia aproximou-se de Kelpie ainda mais.  

 Por favor, diga-me, não vou contar a ninguém.  

 Você é uma fairy doctor. Essa parte eu posso confiar. Só não vou contar de graça.  

Claro, ela sabia disso. E podia prever que tipo de condição que Kelpie determinaria. Lydia assentiu silenciosamente.  

 Você disse que cortaria seus laços comigo... Você não esqueceu por ter instigado o pintor, não é? E, no entanto, você está dizendo que é capaz de fazer o que digo? 

Mesmo que ele não negociasse com ela, tinha o poder levá-la embora, e ainda assim ele iria pensar em seus sentimentos. Que Kelpie estranho.  

 Seria desagradável se eu deixasse de falar com você. Então, você não faria algo que me assustasse ou me fizesse sofrer, faria? 

 Não tenho tal intenção. Só quero ver como é se casar com você.  

Para ver como é se casar”, a visão de Kelpie tinha uma vaga expectativa de que o casamento era uma coisa boa, parecia algo fofo aos olhos dela. Originalmente, ela era alguém que passou mais tempo com fadas do que com humanos. No reino humano, não havia muitas coisas que ela poderia fazer como uma fairy doctor, e se optasse por se retirar para o mundo das fadas, logo, isso significaria que iria fazer mais rápido do que esperava. 

 Casamento... ainda era uma promessa que fizemos quando disse que faria no momento em que você me desse a “Lua”. Portanto, poderei viver com você no reino das fadas... Isso poderia ser o suficiente? 

 Nada mal.  

Entretanto, Kelpie ainda olhou para ela como se não tivesse satisfeito ainda.  

― Você não será capaz vê-lo depois que o salvou.  

Ele era um cavalo aquático e, ainda assim, compreensivo 

― Quero me reconciliar com ele. Tudo bem, desde que esteja a salvo e eu possa dizer a ele que não estou mais com raiva... Não sei o que Edgar pensa, mesmo assim, para alguém como eu que só tinha as fadas como amigas, raramente, ele seria uma pessoa que poderia fazer amizade.  

Finalmente, Kelpie disse: 

 Tudo bem.  

Bem na frente de Lydia, ele afundou os dentes no próprio dedo, fazendo com que seu sangue vermelho escorresse pela ferida aberta. Lydia olhou enquanto se surpreendia ao saber que o sangue de Kelpie também era vermelho, mas talvez essa fosse a única cor que ela pudesse associar a sangue. 

Com a outra mão, ele gentilmente segurou o queixo de Lydia. Ela fechou a boca como estivesse esperando por um beijo. O que tocou seus lábios foi a ponta do dedo de Kelpie. Seu sangue estava frio, e enquanto escorria pela sua garganta, tinha gosto de água fresca que saía das rochas de um gelo recém-derretido. Era uma água pura e imaculada que acabara de acordar de seu sono. 

 Agora, apresse-se e vá embora.  

Kelpie afastou sua mão e Lydia olhou para ele.  

 O que devo fazer com este sangue?   Dê para ele beber. 

― ...O que você está dizendo? Que devo dar boca a boca? Eu não poderia nunca fazer uma coisa dessas... Aahh! Deus, deveria ter feito de você diretamente para Edgar. 

 Não quero colocar o dedo na boca daquele bastardo.  

― Então, não importa o que aconteça comigo? Mesmo se a mulher que está tomando como sua noiva beijar outro homem...?  

Em relação a esse aspecto, os Kelpies devem ter um senso de percepção diferente dos seres humanos. 

 Bem, então, acho que está tudo bem, não é? Mas certifique-se de lamber perto do fluxo do sangue dele. O sangue de uma kelpie perde seu poder se entrar em contato com o ar. Não há outro jeito senão você ser a portadora e transferi-lo para ele.  

Ela não sabia o que fazer quando lhe disseram que estava bem, mas não era o momento para pensar nisso por muito tempo. Lydia assentiu e saiu correndo do parque.  

***** 

No silencioso hall de entrada da casa do conde, Nico ficou de pé, esperando por ela. Parecia que ele sabia por onde Lydia iria, logo, ele estava se contorcendo seus bigodes de modo irritante e furioso.  

 Você cheira a Kelpie. - resmungou enquanto estava na frente de Lydia.  

 Não faça isso, Lydia. É estúpido negociar com um kelpie. 

 Aquele kelpie é confiável. Ele disse que não faria nada para me prejudicar.  

 Esse não é o problema. Primeiro de tudo, mesmo que o humano Edgar morresse, isso não nos causaria nenhum problema. Vamos para a Escócia e vivemos a vida que sempre tivemos.  

― Se há uma maneira de salvá-lo e não o fiz, vou viver uma vida de arrependimento 

― Ele é o suprassumo de um humano imundo. A razão pelo qual ele demonstra uma face bonita na sua frente é porque acredita que você tem alguma serventia que pode aproveitar. Vai desistir do seu sonho em ser uma fairy doctor por causa de um homem assim? Você é muito mole. 

 Ele pode ter um lado imundo como parte dele, mas também conheço o outro lado que não é assim. É por isso... Nico, você acha que eu seria capaz de me tornar uma fairy doctor útil para as pessoas se não fizesse nada agora? 

 Lydia se ajoelhou diante de Nico e estendeu a mão. Ele era um nobre cavalheiro, portanto, não permitiu que Lydia o pegasse ou o acariciasse tão facilmente. Ele era um amigo que estava ao seu lado desde a infância.  

 Nico, obrigada por tudo. Por estar ao meu lado.  

Ela pegou a mão de Nico enquanto ele permanecia rabugento e silencioso. Sua mão era fofa e macia, como a pata de um gato. Ela apertou a mão que era capaz de segurar uma xícara de chá muito mais graciosamente do que um humano e incrivelmente engenhosa o suficiente para usar uma faca e um garfo e deixá-la partir.  

 O que você irá fazer com o professor? 

 Irei escrever uma carta para ele mais tarde. Nico, depois que partir, se você puder, por favor, tente compartilhar algumas bebidas com ele por um tempo.  

Nico ainda mostrou um rosto mal-humorado e não respondeu a ela. Lydia se levantou e caminhou rapidamente para o quarto de Edgar. Marygold e Sweetpea estavam sentadas em cima de um vaso que ficava no suporte decorativo no corredor e olharam para ela com olhos nervosos e assustados. Lydia não poupou tempo para falar com elas e passou pela frente delas.  

Ela disse a Raven, que abriu a porta do seu quarto, para deixá-la ter algum tempo com ele sozinho mais uma vez enquanto corria pelo cômodo. Ele apenas acenou para ela e deixou que ela fizesse o que queria. Lydia imediatamente se aproximou e se ajoelhou ao lado da cama. Ela inspirou e expirou, tentando se acalmar. “Oh, agora o que faço? 

Disseram-lhe que em qualquer lugar estava tudo bem, mas tocar um homem com os lábios por vontade própria não era o que Lydia imaginava que faria em sua vida. Só isso a deixou nervosa. Pelo menos, o lado bom era que ele estava inconsciente.  

Em algum lugar perto do fluxo de sangue? O coração? Isso era impossível. Ela teria que despi-lo. Era embaraçoso que ela tivesse pensando nisso, o que Lydia querer sair correndo do cômodo. Ela podia ouvir a batida do seu coração quando se lembrou do pensamento tranquilizador de que o sangue corre por todo o corpo de uma pessoa. “Já sei! Sua mão”. 

Lydia, nervosamente, pegou a mão dele na dela e pressionou os lábios contra o pulso dele, onde sentiu o bater do coração dele. Ela esperou por algum tempo mesmo que não tivesse certeza de que o sangue de Kelpie resultasse algum efeito no corpo de Edgar.  



Apenas quando ela estava começando a ficar preocupada se a quantidade de sangue não era suficiente ou se ela não deveria ter se segurado e o feito beber boca a boca, seu corpo se contraiu. Lentamente, seus olhos se abriram. Seus olhos malva-acinzentados olharam ao redor para finalmente se fixarem em Lydia. 

 Edgar... 

Ela ficou tão aliviada que esqueceu que estava segurando a mão dele com força.  

 Lydia, por que você está aqui? 

Ele deve ter tido nenhuma ideia do que estava acontecendo e não foi capaz de entender a situação enquanto franzia as sobrancelhas como se estivesse tentando chegar a uma resposta.  

 Está tudo bem agora. Você está melhor.  

 Estava sonhando com você.  

Lydia entrou em pânico ao pensar que ele poderia estar a observando, embora, deveria estar dormindo.  

― Eu era um velho em meu leito de morte. Havia pessoas reunidas em volta de mim, e estava procurando por você. Mas, não conseguia encontrá-la e fiquei em choque. Por quê? Naquela época, estava pensando que não havia como você não estar lá e convencido de que tinha passado muitas décadas com você.  

Enquanto ouvia sua história, Lydia, finalmente, percebeu que estava segurando a mão dele. Seria estranho se ela de repente deixasse passar. E, além disso, tinha certeza de que ele não tinha notado isso. Ela decidiu, suavemente, mantê-la durante o tempo que ele não percebesse e aos poucos relaxou o aperto.   

No entanto, a mão de Lydia foi subitamente agarrada pela a de Edgar. Diante de suas palavras fracas e lentas, seu aperto foi tão forte que não a deixou tirar a mão.  

― E, então, tentei desesperadamente lembrar onde e quando tinha perdido você. Finalmente, me lembrei. Forcei meus avanços em relação a você e isso fez com que me odiasse. 
― Eu não odeio você. Você faz essas piadas comigo, por isso fingi que estava com raiva de você. Só queria dizer que não estou mais com raiva de você.  

Depois que ela desistiu de tentar afastar a mão, ele deve ter se sentido aliviado e relaxado. “Oh, bem”, pensou Lydia e permitiu que sua mão permanecesse ali.  

 Pergunto-me se foi isso que você me disse no meu sonho. Apenas quando estava desanimado por não poder vê-la de novo, você apareceu na minha frente. Assim como você é agora. E você tinha dito algo para mim, mas não pude ouvir... 

Na mão dele suavemente cerrada, o calor começava a voltar. Devagar o sangue de Kelpie parecia purificar o veneno em seu corpo.  

 No entanto, fiquei simplesmente aliviado. Apenas tê-la ao meu lado, me coloca em um sentimento de paz e feliz. Naquela época também, quando estava prestes a encontrar a minha morte como um humano de baixa qualidade, você segurou a minha mão e a beijou como se estivesse me perdoando.  

Ela estava feliz por ter escolhido o pulso.  

 É só um sonho. 

Edgar estreitou os olhos e sorriu. Era a primeira vez que Lydia via um sorriso tão inocentemente puro, com nada escondido atrás dele ou encobrindo o que ele pensava, e, naturalmente, remetia ao garotinho feliz do seu passado pacífico sobre o qual Paul havia falado.  

 Lydia, eu não ficaria perturbado.  

Ãhn?” 

 Mesmo que você me leva-se a sério e ficasse completamente absorta em mim e me seguisse como uma sombra, eu não ficaria incomodado... Você disse que não queria confundir a distância entre nós, mas mesmo se você se enganasse totalmente e chegar tão perto a ponto que pudesse alcançá-la, tão perto que praticamente caísse em meus braços... Não fique incomodada.  

Para uma garota excêntrica como Lydia se apaixonar por alguém, qualquer um ficaria perturbado. Isso foi o que ela pensou a vida inteira. Edgar só estava gostando de fazer uma aposta com Lydia, e por isso que ainda o recusava, por isso acreditava que ele ficaria confuso se ela o encarasse seriamente. E, no entanto, ele se diz que não ficaria incomodado.  

 E, assim, você tentaria se apaixonar por mim.  

Lydia sentiu como o núcleo profundo de seu coração estivesse sendo acariciado suavemente, o que a surpreendeu e a deixou confusa. Ainda assim, ela segurou suas emoções trêmulas de alguma forma.  

Meu Deus, assim que começa a melhorar, volta a ser ele mesmo”.  Era como fosse seu instinto nato flertar com as mulheres. Seria estúpido levá-lo a sério o que ele dizia todas as vezes. Mas, talvez a razão pela qual ela repetisse isso para si mesma fosse porque os seus sentimentos poderiam se tornar sérios, e ela sabia que que seria inútil.  

 Vou pensar sobre isso.  

 É a primeira vez que você diz “sim”, É incomum uma resposta positiva.  

 Você acabou de se recuperar de um estado perigoso. 

 Você está mais aberta por que estou me recuperando? 

 Durma um pouco... Nós vemos amanhã.  

Ele assentiu para ela de forma sincera e fechou os olhos como se estivesse aliviado.  Seu coração se encheu um pouco de dor com o pensamento de que talvez estivesse enganando Edgar. No entanto, Lydia não se achava que fosse tão importante para Edgar. Se fosse, então, depois que Lydia fosse, ele seria capaz de voltar a ter sentimentos e entrar na linha. Ele era uma pessoa que podia atravessar situações mais perigosas.  

 Boa-noite.  

Depois que ela sussurrou isso, Lydia se levantou.  

***** 

Sentindo o Sol matutino, Edgar acordou sentindo-se como se fosse uma manhã qualquer. A menos que não percebesse a ferida em sua cintura, ele tinha uma vaga consciência de ontem, e se era real ou não.  

Colocou o seu roupão, deixou o seu quarto de dormir e entrou em seu camarim para se sentar no sofá e viu seus sapatos brilhando depois de serem escovados e colocados onde sempre estavam. Pelo fato dele estar passando uma cena de manhã tão comum, ele começava a duvidar se estava vivo ou não. “Como consegui sobreviver a isso? 

Ele esperava que fosse enfrentar apenas Paul. Por ele, acreditava que Paul era alguém em que poderia chegar a um entendimento sem se enfrentarem entre si, e aceitou a aposta. Paul mudou sua postura, se abriu e confessou. Isso corresponde no momento em que ele revelou que havia veneno no chá, bateu a mão na xícara que estava com Edgar. Ele deve ter escolhido acreditar em Edgar do que foi dito pelos membros da organização. 
Para Edgar, ele foi alvejado no momento em que baixou a guarda depois do longo momento de tensão. Parecia que Paul não sabia que a governanta era um membro da organização “Scarlet Moon”. Logo depois, ele foi esfaqueado, alfinetes e agulhas pareciam passar por cima de sua pele. Ele notou que estava envenenado e tentou puxar a faca, porém, seu corpo não respondeu à sua vontade.  

Ele tinha pressenciado a tantas mortes de outras pessoas e através de sua intuição, entendeu que o que aconteceu iria levá-lo à morte. E, no entanto, agora, era como se todo o veneno tivesse sido drenado de seu corpo.  

 My lord, se sente melhor a tal ponto de andar? 

Seu mordomo apareceu. 

 Ahhh, bom dia, Tompkins. 

 Prefere que o médico examine mesmo que seja por segurança? 

 Não, me sinto formidável. Não há nada de errado. Você poderia me servir um pouco de chá quente? 

 Imediatamente.  

Seu comportamento calmo era como soubesse que Edgar iria se recuperar. 

 Tompkins, qual é o nome do médico que me salvou? Não é aquele careca? 

 Foi a fairy doctor 

Ele estava certo, não era um sonho. Gentilmente tocou seu pulso e lembrou o que aconteceu com Lydia. Era uma fada acostumada a poderes místicos e lhe que trazia boa sorte. Era definitivo e insubstituível.  

 Bom dia, lord Edgar.  

Alguns minutos que o mordomo saiu, Raven entrou com o chá. Como se nada tivesse acontecido, ele cumprimentou-o com a sua saudação habitual matinal, o que foi uma reação um pouco decepcionante e fez Edgar sorrir amargamente.  

 Raven, acho que posso ter lhe causado alguma preocupação. 

 Não - ele sussurrou suavemente e de modo silencioso colocou a xícara na mesa.  

 Fiquei quieto com você porque eu mesmo ainda estava ansioso. 

 Eu sei, my lord. Se eu estivesse naquela cena, teria matado mister Foreman. Mesmo que ele, que o carregou até aqui, não tivesse nenhuma intenção maliciosa, eu o teria matado junto com a mulher que apontou a faca para você.  

Edgar ainda tinha consciência quando Paul o puxou e o colocou na carruagem puxada por cavalos. No entanto, não sabia o que havia acontecido depois. Ele não dissera uma palavra sobre o que aconteceu na pensão de Paul para Raven 

 Mulher, você disse? Como sabe? 

Raven desvendou algo embrulhado em um pano e colocou-o na mesa. O que estava embrulhado era a faca que atormentava Edgar. Sangue e manchas com algum tóxico químico que mudava de cor. Era uma faca fina e dobrável, do tipo que as criadas carregavam com elas enquanto trabalhavam.  

 O senhor Foreman também colocou isso em sua roupa. Ele deve ter pensado que poderíamos usá-la para determinar quais toxinas foram usadas. 

 Você detectou? 

 Não. Sabia que seria inútil à primeira vista. 

Por um segundo, Raven fez uma careta dolorosa, o que poderia sinalizar o quanto de desespero ele deve ter passado naquele momento.  

Por ele não ter feito nenhum comentário sincero, havia uma parte de Edgar que estava sendo muito dependente e aproveitava de sua lealdade. Quando agarrou o seu braço, ele olhou com uma leve surpresa. 

 Sinto muito. Queria cuidar dos meus problemas com Paul sozinho. Mas pelo fato de você estar preocupado, isso me levou a atrasar a minha decisão.  

Raven, em um gesto surpreendentemente agitado, se ajoelhou de uma maneira um tanto desajeitada.  

 Lord Edgar, por favor, não se desculpe para mim, que é seu inferior. Estou sempre preparado para aceitar qualquer decisão que você escolher. Você nem sempre pensa em sua própria segurança como primeira prioridade, e por isso mesmo, você não é o Príncipe, mas, meu mestre. 
O mestre a quem o espírito sedento de sangue que reside em Raven obedece. O Príncipe colocou as mãos em Raven para se tornar isso, no entanto, o espírito não o aceitou como seu mestre, e apenas liberou seu massacre, a natureza sangrenta e o coração de Raven foi trancado assim como suas emoções, era como uma boneca sem vida, não ria e nem chorava.  

Em seu país de origem, os filhos do espírito eram combatentes dos reis, em outras palavras, crianças como Raven nasciam periodicamente. Sua engenhosa crença religiosa e a cultura tradicional limitavam o sangue, que possuía força para lutar em guerras. Não se tinha certeza se a existência desses espíritos deu a origem a essas lendas ou se as lendas criaram esses espíritos. No entanto, talvez, deva existir algo que supera o conhecimento humano.  

Edgar começava a achar que as fadas que Lydia podia ver também deviam a ver algo com isso. Nesses momentos é que vinha ter um pensamento. Qual era o objetivo daquela organização secreta e diabólica do Príncipe que fazia experimentos com magia? 

Não parecia realista em tudo, no entanto, o Príncipe desejava seriamente algum tipo de poder mágico que fosse capaz de transformar o impossível em possível. O que significa que a “Scarlet Moon”, que lutava contra o Príncipe, atendia pelo nome da fada guardiã da lenda do Conde Cavaleiro Azul, e a partir daí estava atrás de algum tipo de poder mágico que pudesse usar para se fortificar. Eles desejavam o verdadeiro Conde Cavaleiro Azul? Se assim fosse, qual método ele usaria? 

― Raven você se empenhará sua força de novo? 

 Sim, seu desejo é meu comando.  

Quando Edgar tentava pensar em alguma coisa, o mordomo entrou no cômodo de supetão. Ele avisou que o professor Carlton pedia para vê-lo. Em um aspecto comum, se ele pensasse sobre isso, era uma visita sem pretensões e ele veio em horário tão sem sentido do dia, mesmo assim, Edgar não se importou, pois surpreendentemente sentiu que tinha um relacionamento particularmente próximo com o pai de Lydia.  

Pediu a Raven que fizesse seus preparativos e colocou nos lábios o chá engrossado com leite. Naquele momento ainda, ele não pensou muito claramente sobre o motivo que Carlton lhe queria fazer uma visita pela manhã tão cedo. 

***** 

 Desistiu? Lydia está desistindo? 

 Sim. Sinto por lhe solicitar esse pedido de forma tão repentina, mas Lydia não virá mais aqui. Vim lhe perguntar se você a dispensaria de sua posição.  

Carlton falou de uma maneira profissional, mas era óbvio que estava mal-humorado.  

 Por qual razão? Isso tudo é muito repentino. 

 Também não estou ciente da razão. A única pista que ficou clara é que Lydia escolheu o outro lado.  

 Outro lado?  

Edgar inclinou a cabeça confuso ao passo que Carlton curvou os lábios tristemente.  

 My lord, outro dia, falei com você sobre como aceitaria o dia em que Lydia tomasse essa decisão de forma natural. Parece que esse tempo foi inesperadamente ontem.  

 Eu não entendo.  

Ele ofereceu ao homem um lugar para sentar-se, mas Carlton não se deu a esse trabalho, de modo que Edgar se aproximou dele.  

― Lydia e sua mãe tiveram dificuldade em se adaptar ao mundo humano, é por isso que elas não estão ligadas à vida delas aqui. O mundo das fadas e o mundo dos humanos, para aqueles que podem transitar entre ambos, de certa forma, são capazes de fazer isso porque não possuem raízes para ligá-los aqui. Porém, se não têm apego ao reino humano ou possuem algum tipo de desejo, então fica difícil uma vida deste lado. Você já deve saber, mas há vencedores e perdedores deste lado. Para uma garota despreocupada como Lydia que não sabe suspeitar dos outros, a vida do outro lado, não sei o quanto é uma vida chata e imutável pode ser para ela... 

 Você está dizendo que ela escolheu viver no mundo das fadas? Por que ela ficou desgostosa e cansada deste lado? 

Edgar ficou à beira da morte. Ele se perguntou se ela ficou ferida quando descobriu a trama que Paul carregava e com que travava uma amizade que crescia. Ela desistiu da esperança no mundo humano que estava cheia de brigas e guerras? 

 Mas, professor Carlton, você não conseguiu segurar sua esposa neste lado? Logo, você não deveria ter sido capaz de manter. 

 Aquele que pode fazer isso não sou eu. E, my lord, não foi você. Não foram os humanos, mas as fadas que estimularam a decisão de Lydia.  

A fada que se deu a esse trabalho, e queria Lydia, não foi aquele cavalo negro? 

 Trazê-la de volta... Nós podemos nem mesmo vê-la ou conversar com ela? 

 Não há nada que possamos fazer. Apenas aceite. - disse Carlton, sem rodeios, e saiu rapidamente.  

Ele, provavelmente, era incapaz de aceitar e, por seus sentimentos se enervarem, temeu que pudesse colocar as suas emoções diante de outras pessoas e decidiu sair antes que isso acontecesse. Edgar desabou em uma cadeira e afundou os dedos em seus cabelos louros. Enfim, até o amor pela família não foi capaz de prender Lydia ao mundo humano. Assim, como a sua mãe, a menos que ela encontrasse alguém no mundo humano que compartilhasse um vínculo mais forte que o sangue o poderia impedi-la.  

As palavras “não foi por você” ditas por Carlton perfuraram o coração de Edgar. Mas, ele não deixou transparecer. Se Lydia tivesse se desesperado com o mundo humano, então por que iria resgatar Edgar? E ainda ela teve o trabalho de reconciliar o relacionamento entre eles que tinha colocado em segundo plano. Ela disse a ele que queria dizer que não estava mais zangada.  

Enquanto pensava em silêncio, ele ergueu os olhos para seguir alguma coisa. Porque ele achava que viu uma longa cauda cinzenta de Nico passando pelo peitoril da janela.  

 Nico! 

Ele correu para abrir a janela. O gato, que aparentemente saltava de uma balaustrada de sacada para outra, virou-se para encará-lo.  

 Diga-me, Nico. Você sabe da verdadeira razão pela qual Lydia foi embora, não sabe? 

 Não tenho mais nenhum negócio aqui, mas gostaria de tomar um último gole de chá de mister Tompkins 

― Vou pedir para que ele prepare imediatamente. Venha aqui, tem chocolate. 

 É bombom? 

 Sim, aqueles com bebida alcoólica.  

Com passos melancólicos, ele entrou na sala. Em suas patas traseiras, ele foi até a cadeira perto da mesa e sentou-se. Edgar não tinha mais dúvida que Nico era uma existência de outro lado.  

Com a ajuda de chá com leite quente e chocolate, ele conseguiu retirar a história de Nico. O que surpreendeu Edgar e o encheu de uma dor insuportável e esmagadora.  

 Então, Lydia concordou casar-se com Kelpie a fim de me salvar? 

 Acredito que não era exatamente estar te salvando, seria mais como fosse sua responsabilidade como uma fairy doctor e da personalidade de Lydia fazer isso.  

 Não posso acreditar que ela se entregou àquela fada bárbara enquanto pensava em mim.  

 Não disse exatamente isso.  

 Mesmo assim, normalmente, alguém não iria tão longe com um homem que não gosta. Não há sentimentos por quê? 

 Lydia não é do tipo normal. E, surpreendentemente, acredito que ela gosta daquele Kelpie. Pode não ter sido a vontade dela? 

Você deve estar brincando”, pensou Edgar. Assim como Nico disse, Lydia tinha mais coração mole do que a média das pessoas. A razão pela qual ela se foi e negociou com Kelpie para salvar Edgar só podia ser porque era da sua personalidade. Se ela pensasse que poderia viver mais pacificamente do lado de Kelpie do que Edgar, logo, poderia ter sido apenas um ato de ajudar alguém mais do que fazer por si mesma. “Mas, você deve estar brincando”. 

No final, Edgar por pouco não foi morto por Paul. Mesmo que Kelpie encorajasse Paul e incitasse um humano a envenenar o outro, não havia nada em que Lydia deveria se sentir responsável. E ele se perguntou se poderia suportar ter Lydia ser levada por um cavalo.  

 Nico, nem você quer que Lydia vá embora, não é? E aquele cavalo de água não é um cavalheiro como nós.  

Chamado de cavalheiro, Nico penteou os bigodes como se não estivesse negado o que ele disse. Edgar estava pensando em arrastar Nico para o seu lado. Por outro lado, Kelpie é uma fada. Ele precisaria do auxílio de uma fada do seu lado também.  

 Por favor, me diga, não há uma maneira de trazer Lydia de volta? 

 Ei, conde, Lydia tomou a decisão por conta própria e se foi. Que direito você tem ou eu tenho em dizer que quer trazê-la de volta? 

 Acredito que ela estava relutante em ter feito isso. Se isso fosse feitio do coração mole de Lydia, logo, vou continuar com o personagem. 

 Sua característica de paquerador? 

 Isso mesmo. Não suporto desistir quando não a conquistei.  

 Como eu poderia saber. - mencionou Nico encolhendo os ombros.  

Edgar não perdeu tempo e se aproximou.  

 Você não é capaz de ir e voltar do reino das fadas? Se você não quer fazer nada, tudo bem. Apenas, me mostre o caminho.  

 Não posso levar nenhum outro humano além de Lydia para o mundo das fadas. Fadas têm seus limites e regras que devemos respeitar.  

 Que tal uma cartola e botas? 

 Mmmm. - pensou Nico ao cruzar os braços. No entanto, como estivesse afastando a tentação, ele balançou a cabeça.  

 Não posso fazer isso. Se fosse de outra maneira, talvez, bem, eu poderia dar uma mão se não envolver algo que force Lydia. 
Edgar tentou pensar em algo.  

 E, além disso, mesmo que você encontre Lydia no mundo das fadas, está dizendo que há uma maneira de quebrar a promessa que ela fez com Kelpie. 

Esse era outro problema. No entanto, se ele encontrasse Lydia, algo não funcionaria? Ele pensava nisso muito positivamente. Esse tipo de coisa dependia de vigor. Se alguém pensasse muito sobre isso, logo, isso faria parecer que não havia uma saída.  Só então, ele estudou algo e se levantou. 

 Aquelas duas, Marygold e Sweetpea, ainda estão aqui? 

Nico virou a cabeça para a janela.  

 Ei, o conde está chamando por vocês.  

Ele se virou e observou a janela, pensando que elas iriam aparecer de lá, mas, de repente, ouviu uma voz que falou vindo de seus pés.  

 Que negócios tem conosco? 

Na forma de uma jovem, as duas fadas de campo estavam ajoelhadas diante dele.
  
 Gostaria que vocês me levassem para a sua rainha. 

 O quê? Ei, você, o que está dizendo? Está planejando aceitar o casamento com uma fada? 
Antes de qualquer coisa, não havia nada que ele pudesse fazer a menos que entrasse no mundo das fadas. Para fazer isso, ele usava a ideia absurda de fingir aceitar o casamento com a rainha só para isso, o que fez Nico pular em seu ombro com um olhar irritado. E, assim, ele sussurrou no ouvido de Edgar.  

 Por melhor que você seja um trapaceiro, o método que usaria com humanos não funciona com fadas. Em vez de trazer de volta Lydia, acabará sendo capturado pela Rainha das Fadas.  

 Com licença, mister Nico, por favor, não interfira em nossos negócios. My lord, finalmente, acabou de aceitar de se casar com Nossa Alteza.  

Marygold agarrou a cauda de Nico e tentou puxá-lo para baixo. 

 Ei, este humano não tem intenção de... 

Edgar agarrou Nico, que tentou revelar a verdade e cobriu a sua boca.  

 Então, ladies, poderemos partir imediatamente? 

 Ah, mas, my lord, precisaremos do anel da Lua. O Conde Cavaleiro Azul anterior havia dito que a promessa do compromisso só poderia ser cumprida quando trocamos a “Lua”. É por isso, é necessário que você use a “Lua” que Sua Alteza deu a você como prova da promessa.  

Ainda segurando Nico, Edgar refletia profundamente. Troque a “Lua” pela promessa. Isso significaria que as imagens entre o Conde Cavaleiro Azul e sua Dama, Gwendolen? O casamento do senhor da casa do conde poderia ter algum tipo de tradição como prova da promessa com a pedra da Lua.  

De qualquer forma, Paul ainda tinha o anel problemático. Ele deve estar sob a vigilância de “Scarlet Moon”. “Que momento perfeito! Então, vou dar o primeiro passo”, pensou Edgar, enquanto levantava a borda dos lábios.  

 Tudo bem. Vamos recuperar esse anel. Ladies, Nico, suponho que darão uma mão.  

 Claro, my lord 

 Mais do que isso, o que você planeja fazer? 

 Trazer Lydia de volta. - sussurrou no ouvido de Nico e chamou Raven. 

 Prepare-se para sair. E ah, traga-me a minha espada. 

***** 

O clube, que finalmente conseguiu dispensar o seu último cliente, se mantinha durante à noite, tinha as suas portas fechadas até a agitação da noite chegar. Junto com Raven, Edgar se encontrava em frente às suas portas.  

 Lord Edgar, esta é a sede da “Scarlet Moon”? 

 Altamente provável. Mesmo assim, não acredito que esteja enganado.  

Foi o clube que realizou aquela exposição em que Edgar e Paul se conheceram. O dono do clube, um homem chamado Slade, vendia quadros. Os principais membros deste lugar são ricos interessados em pinturas e os pintores que querem vender seu talento para eles.  

Como o pai de Paul, O’Neill, e seu outro pai, o Foreman, eram ambos pintores que aceitavam ofertas de empregos de nobres, havia uma grande possibilidade serem membros daqui. E para começar, foi o dono deste lugar que apresentou Paul e Edgar e o fez florescer para que o jovem pintor ganhasse seu interesse.  

Mesmo a partir dessa conexão, ele pensou que a “Scarlett Moon” estaria escondida nos bastidores do clube.  

 Agora, hora do xeque-mate.  

Segurando sua longa espada, escondida em sua bengala, Edgar bateu na porta do clube. Depois de um momento, o único que apareceu foi um homem que devia ser um servo. 

 Ainda não abrimos. Por favor, volte ao anoitecer, senhor.  

 Tenho negócios com mister Slade 

 Uh, sim, que tipo de negócios? 

 Quase fui morto por sua mulher. Diga a ele que não importo de falar com ele antes de torná-lo público.  

O criado encarou Edgar com um olhar perplexo. Ele devia ter pensado que era algum tipo de palavras de passagem secreta.  

 Perdoe-me, quem é você? 

 Conde Ashenbert 

Assim que ele disse o nome, o homem arregalou os olhos. Não escondeu o tremor e escapou por trás da porta. “É como ele tinha testemunhado um fantasma”, pensou Edgar, que se sentiu ofendido e tomou a liberdade de entrar.  

Ele subiu as escadas que conectavam o hall de entrada. Raven estava bem atrás dele. Quando chegou ao topo, olhou pelo corredor, que tinha um tapete caro, e viu um homem que desceu correndo em sua direção. Era Slade. Um homem corpulento com barba preta. Portanto, ele era único, Edgar se lembrava dele enquanto encarava a pedra vermelha da Lua que ele usava na mão direita.  

 My lord, este é um clube só para membros, por isso, não podemos ter você entrando em suas instalações. Você poderia aguardar na sala de espera? 

"Logo, seria problemático me verem andando por aí”. 

 Então, eu me tornarei um membro. Eu deveria atender aos requisitos.  

 Sim, mas, ah... 

Ele olhou com curiosidade para Edgar, que se escondia sob a sombra da aba do chapéu, para verificar se ele era o verdadeiro.  

 Você está dizendo que um homem morto não se qualifica? 

Ele tirou o chapéu e sorriu para ele. O homem recuou alguns passos em choque, mas tentou se manter firme e parou.  

 Vo-você não me parece morto para os meus olhos. 

 Isso mesmo, sua organização falhou. 

― ...O que você está falando? 

 Onde está Paul? 

 Por favor, vá até a residência dele.  

 Ele não estava na pensão. O proprietário disse que estava com outro problema, a governanta também desapareceu de repente.  

 Isso está fora do meu conhecimento... 

 Ravenmister Slade parece que está com falta de circulação por ter ficado a noite inteira acordado. Por favor, ajude-o a acordá-lo, sim? 

Raven se aproximou de Slade, pegou o colarinho da camisa e apontou uma faca para a testa. Ele viu de relance que a adaga estava com aquele veneno que a empregada usou e um suor frio escorria de sua testa. Edgar olhou cruelmente para ele, que estava incapaz de se mover.  

 Você está acordado agora? 

 ... 

 Não consigo ouvir sua resposta. Acredito que não foi o suficiente.  

 Não, eu-eu estou acordado. 

 Ótimo. 

Os criados do clube se reuniram em torno deles de longe. Pela aparente falta de organização, parecia que não eram membros da “Scarlett Moon”. Não havia muitos membros da gangue de Robin Hoodd que eles pudessem identificar. O homem ordenou seus criados a retornarem aos seus postos de trabalho.  

 M-my lord, se pudéssemos, por favor, falar em particular. - disse Slade em voz alta, como que desse para entender que não queria que Edgar falasse nada desnecessário naquele ponto.  
Ele baixou a voz e sussurrou no ouvido do homem. 

― Não estou interessado em falar com você. Preferiria aniquilar cada um dos seus membros da Scarlett Moon, mas contanto que você tenha Paul, então, há um espaço para você negociar. Não imagino que você tenha qualquer intenção de tê-lo cometendo o crime de matar um conde e jogá-lo no rio Tâmisa.  

 ... Não matamos simplesmente nossos homens só porque arrumaram um trabalho.  

Como, finalmente, admitisse, ele respondeu de volta sarcasticamente, comparando com a organização do Príncipe. Edgar não poderia ter desejado menos. Se dissesse que eles fossem diferentes do Príncipe, melhor ainda.  

Slade lentamente se afastou de Raven, que o soltou. Ele guiou Edgar e seu criado para os fundos enquanto seguiam pelos corredores sinuosos. O local deveria ser o lugar onde funcionários comuns não pudessem entrar. Antes que percebessem, não havia mais ninguém ao redor deles.  

Só então, no canto da sua visão, ele pensou ter visto a figura de alguém se mexer. Antes que Edgar pudesse reagir, Raven o encobriu pelo ombro. No momento seguinte, o som de tiroteio se sobrepôs ao ruído estridente de uma lâmpada próxima.  

Slade fugiu. 

 Pegue-os! 

Em seu grito, os homens da “Scarlett Moon”, que estavam escondidos saltaram por de trás das portas, um por um. 

 Raven, por aqui! 

Os dois se colocaram para correr. Paul devia ter sido capturado para que ele não fosse visto e escondido em algum lugar no fundo deste edifício. O que significava que ele deveria estar por ali, por isso, ele checou os cômodos aqui e ali enquanto corriam. Mesmo assim, não havia nenhum vestígio seu nos cômodos.  

Por fim, chegaram ao final do corredor, onde uma havia uma grande porta dupla, abriram, entraram e trancaram as portas. Raven agarrou a lança decorativa que estava descansava na parede para apoiá-la contra a porta, de modo, que isso desse tempo a eles. A sala terminava em um salão de reunião para a organização secreta, pois era um grande salão aberto. Do alto teto, havia um lustre gótico pendurado acima deles. Logo abaixo, estava um mosaico de uma Lua vermelha crescente pintada no chão.  

Olhando mais de perto, o mosaico se formava em pedras vermelhas lunares e em cada uma delas havia alfabetos coloridos vermelho-sangue inscritas nelas. Ele se perguntou se usavam este lugar para cerimônias de novatos, a fim de fortalecer a comunhão entre os membros.  

Muito provavelmente, eram pedras lunares que tinham o primeiro alfabeto dos nomes dos membros inscritos, e como estivesse olhando para eles havia um trono mais evidente que ficava no topo de um altar de frente para eles. Havia uma pintura pendurada na parede atrás do trono. Andando até lá, Edgar olhou para cima e a mirou mais de perto. 

 O Conde Cavaleiro Azul? 

Era o retrato de um homem de cabelos castanhos e olhos azuis como o céu, e na mão ele carregava a espada com a estrela safira. Pelas suas roupas, ele devia ser Julius Ashenbert, que teria aparecido no palácio de Elizabeth I. 

Não havia retratos na casa de Ashenbert, até onde Edgar sabia. Até mesmo Tompkins, que guardava todas as posses da família do Conde, dissera que não havia nenhum artefato parecido com uma pintura. Chegaram à conclusão de que, como a família tinha um vínculo tão forte entre as fadas, queriam evitar o perigo de ter um retrato que tivesse suas características para serem usadas para fins de maldição.  

Edgar não era um especialista nessa área, mas em algumas áreas de magia, ele foi informado de que existiam feitiços que podiam prejudicar a pessoa se uma maldição fosse colocada em seu retrato. Então, por que esse conde criou seu retrato? E por que estava em um lugar como esse? 

De qualquer forma, essa “Scarlett Moon” adorava o Conde Cavaleiro Azul e escolheu seguir com o nome da fada de guarda Flendolen, exatamente como ele esperava.  

Algo bateu pesadamente contra a porta. A fechadura estava prestes a ser quebrada e a lança de sustentação iria sair em breve. 

 Lord Edgar, vamos sair pela janela do teto? 

 Não, vamos terminar isso daqui.  

Assim que ele disse isso, a porta foi aberta. Os homens o circularam pela câmara e de trás deles, ele podia ver Slade. Ao lado de Edgar, Raven se preparou apontando a pistola. Slade percebeu que a pistola estava apontada para sua testa sem qualquer hesitação, e isso o fez parar de caminhar. Raven intencionalmente errou o alvo e atirou direto na orelha de Slade 

Slade soltou um grito, o que fez com que todos os seus homens congelassem.  

 Sim, é melhor você não se mexer. Porque o primeiro que se mover, será o primeiro a morrer.  
Enquanto ele falava, Edgar aproveitou a oportunidade para dar uma boa olhada em cada um deles.  

 Agora, senhores, todos vocês são membros da “Scarlett Moon”? Que saiba vocês todos prometeram um juramento de sangue ao Conde Cavaleiro Azul, portanto, isso faz de vocês todos os meus criados.  

Propositadamente, ele deu uma olhada no retrato da parede. 

 ... Você é um mero impostor.  

Ele ouviu o sussurro de Slade e caminhou até ele.  

 Mas, todos vocês são impostores também. Uma mera imitação de Flendolen 

Agarrando seu braço, Edgar tirou o anel rudemente. 

 Esta é uma pedra da Lua vermelha, porém uma peça comum. Tem um brilho opaco e eu não poderia acreditar que já pertenceu a uma fada.  

Ele descuidadamente jogou-o fora.  

― No entanto, vocês não se chamam pela fada-guardiã do Lord Cavaleiro Azul e fizeram um juramento de lealdade ao Conde neste retrato? Bem, sim, organizações secretas gostam de fazer figuras lendárias como Paracelsus ou Rosenkreutz, como seus fundadores. Eles diferenciam e especializam suas cerimônias e dão uma impressão misteriosa à sociedade e fazem seus membros pensarem que o vínculo que têm como algo nobre e digno, mas, na verdade, é apenas um jogo, não é? 

 Não acreditamos nisso. Como um jogo? É para nos proteger e lutar.  

 Portanto, você pretende seriamente se tornar o braço direito do Conde Cavaleiro Azul? Claro, eu gostaria de ter certeza se todos vocês são de alguma utilidade.  

Em algum canto, alguém se mexeu. Raven disparou, mesmo assim a bala derrubou a arma da mão do homem. Isso interrompeu a tensão que sobrecarregava os nervos de todos, outro homem diferente tentou atacar e agarrar Edgar. Porém, ele rapidamente evitou seu ataque e de modo ágil recuou para fazer alguma distância entre eles, e assim deu ousado passo para pular no altar.  

Ele tirou a espada de sua bengala que segurava em sua mão. Estendeu a espada brilhante de prata, exatamente como foi retratada na pintura que se localizava atrás do altar, em sua frente. 
― Eu sou o Conde Cavaleiro Azul. O mestre desta espada. Se você não está de acordo, então, venha e me pegue. Isto é, se tiver a coragem de enfrentar esta espada.  

Como esperado, todos recuaram. Para ele, não era nada fingir que era corajoso e digno, mesmo estando cercado de inimigos. Desde que Edgar estava bem ciente de sua beleza abençoada e como aparecia diante dos olhos das pessoas, usou como seu agrado.  

 Ei, todos vocês, o que estão fazendo? Tire a espada do impostor! 

Foi Slade quem quebrou o silêncio. Um homem tão persistente. Foi justamente enquanto pensava o que deveria fazer, um jovem familiar veio correndo para a sala.  

 Espere todo mundo! 

Paul que veio correndo até o altar, onde Edgar estava de pé, virou-se para encarar seus camaradas.  

 Vocês todos devem parar. Este homem não é o capanga do Príncipe. Ele é o mesmo que nós, uma vítima.  

― Paul, mesmo que sua história seja verdadeira, não há erro que este homem e este asiático estiveram nas mãos do Príncipe. Há uma chance que passaram por uma lavagem cerebral e seria diferente se estivessem posicionados em algum ponto baixo da organização, porém é impensável que alguém que estivessem posicionados tão perto daquele homem seria capaz de se movimentar livremente. Aqueles que escaparam foram rastreados e mortos.  



Era como exatamente como ele disse. A razão pela qual Edgar não foi morto era porque ele era alguém que precisava ser capturado vivo pelo Príncipe. Não sabia qual era razão por não ter sido morto. O Príncipe matou os seus companheiros a fim de encurralá-lo e usou todos os tipos de métodos até agora, porém por esse mesmo motivo que Edgar conseguiu escapar para tão longe. 

 Mesmo assim o Príncipe iria permitir que um de seus homens ganhasse o nome de Conde Cavaleiro Azul? Mesmo que se o aceitássemos ou não, este homem é oficialmente reconhecido pela Sua Majestade, a Rainha. Alguém assim não seria um obstáculo para o Príncipe? 

Slade inclinou a cabeça em silêncio, como estivesse pensando em encontrar uma objeção.  

 Essa parte eu gostaria de saber também. Há algum tipo de história por trás do Príncipe e do Conde Cavaleiro Azul? 

Paul virou a cabeça ligeiramente com um olhar hesitante, como se estivesse indeciso se poderia contar a Edgar ou não. Slade apenas o encarou e permaneceu quieto.  

― Vamos contar para ele.  

A voz quem disse isso era outra. Da porta, surgiu um senhor idoso. Como os membros abriram caminho para ele, deveria ser um dos principais membros. Ele segurava as costas com a mão, mas aparentemente devia estar cego, já que andava com uma bengala na mão.  

 Foreman... - disse Slade em um tom preocupado.  

Isto quer dizer que esse homem foi quem aceitou Paul como filho. Parece que ele não estava em Dover.  

 Slader, você poderia deixar isso para mim.  

Os dois aparentavam ter um relacionamento muito mais amigável do que apenas um simples traficante de arte e um pintor. 

 Sinto muito por toda a grosseria, my lord. Não, eu deveria te chamar de Sua Graça? 

 Esse nome não é mais meu. 

 Então, my lord, para dizer a verdade, também não sabemos sobre a história entre o Príncipe e o Cavaleiro Azul. O que sabemos que ele usa todo o seu poder para destruir completamente a linhagem, por temer a existência do Conde Cavaleiro Azul.  

 A linhagem? Mas, não houve um herdeiro na família Ashenbert que apareceu nos últimos trezentos anos.  

 Sim, isso mesmo, no entanto, mesmo que não tivesse o direito de suceder o título de Conde, havia um que pudesse fazê-lo.  

E assim ele olhou para o retrato. 

 Acreditamos que este é o único retrato das figuras da família Conde Cavaleiro Azul. Quem o pintou foi sua amante e a mulher que deu à luz a seu filho.  

 Entendo, por causa de sua amante e filho, permitiu que ela pintasse seu retrato. Que história romântica. Logo, o sangue da família do Conde foi sucedido na família daquela pintora.  

 Sim. Essa foi a família de nosso professor que eu e Slade fomos aprendizes.  

Logo, o traficante de arte originalmente tinha como objetivo de se tornar um pintor. Mesmo que não foi capaz de vender seu nome, ele deve ter tido algum tipo de fortuna e chegou à sua posição.  

 Então, o professor de vocês dois foi morto pelo Príncipe.  

Com o rosto dolorido, ele abaixou a cabeça como estivesse em luto pelos mortos. 

 A maioria de nós é parecida com o clã de nosso professor. Não apenas como pintores conhecidos, mas como artistas de idade avançada que tiveram experiências em obras de arte decorativas como pinturas e esculturas. Há muito tempo, nosso pessoal tinha empregos que envolviam conhecer os segredos sobre o Senhor da família e sua mansão. Nos tornamos uma organização a partir da necessidade de proteger a nós mesmos e ao clã de nosso professor e sua rede situada como nossa força central.  

 Então, essa foi a formação da Scarlett Moon? 

 Fomos nós que decidimos que devíamos usar o nome de Scarlett Moon. O clã de nosso professor veio para suceder o nome de Flendolen, como seu nome do meio foi dado ao filho do Conde Cavaleiro Azul, e assim decidimos. Todos foram mortos e os artistas nas organizações foram todos separados e estes foram os puderam se reunir.  

― No final, você não sabe por que eles foram alvejados? - indagou Edgar.  

 Não conseguimos descobrir. Nosso professor talvez soubesse, mas foi morto antes que a razão fosse revelada. Nós fortalecemos nosso vínculo com nosso ódio contra o Príncipe e esperávamos apenas o retorno do Conde Cavaleiro Azul à Inglaterra. Se o Príncipe odeia o sangue da família, logo, pensamos que apenas pela sua aparência somos capazes de nos equiparar igualmente a ele... 

 E, no entanto, era um impostor, e assim você ficou desapontado? 

Foreman distorceu sua boca de modo irônico.  

 Há vários anos, quando O’Neill foi morto, ficamos desconfiados da família do Duque e começamos a investigar sobre eles. Mas, só conseguimos descobrir que houve um incêndio e nunca pensamos que o jovem filho da família estivesse vivo nas mãos do Príncipe. My lord, se ele, que pintou sua família, foi morto e sua família foi destruída pelo Príncipe, logo, gostaria de descobrir o motivo. O’Neill talvez soubesse algo sobre a família do Duque.  

Qual razão que a família de Edgar era alvo? Isso era algo que ele próprio tentava entender. No entanto, ainda não havia uma resposta exata. Só que, mais do que isso, a família do Duque era o alvo. Edgar tinha a sensação de que eles estavam atrás dele próprio. Por que a família de Edgar estava na mira? Isso era algo que ele próprio tentava entender o porquê.  

― Eu também não sei. Mas, não acredito que o sangue do Conde Cavaleiro Azul esteja relacionado a isso. Minha árvore genealógica foi martelada em minha mente desde que era muito jovem, porém, não havia conexão com a família do Conde que pode ou não aparecer uma vem em cada cem anos.  

Foreman inspirou e soltou um suspiro profundo. Havia tantas coisas que ainda continuavam um mistério. Para a organização do Príncipe, que estava obcecada em experimentar elementos mágicos, podiam ter visto os poderes misteriosos do Conde Cavaleiro Azul como uma ameaça. Havia essa possibilidade. No entanto, Edgar não tinha o poder misterioso que foi sucedido à família Ashenbert 

Porém, agora, Edgar era o Conde Cavaleiro Azul. Contato que ele assumisse o nome, estava ciente de que levava tudo da antiga linhagem familiar. De qualquer maneira, ele foi incapaz de romper o caminho do confronto com o Príncipe. 

 My lord, não há nada mais que possa falar. Prometo a você que não será causado nenhum problema a partir de agora. Você poderia, por favor, não falar de nossa organização e deixá-la onde está? 

 Então, você está me dizendo que não precisa de um conde que não tenha o sangue e nem o poder divino que pode lutar contra o Príncipe? 

Porém, Edgar não tinha a intenção de sair de mãos vazias. Esta “Scarlett Moon” deveria ser útil, e é por essa razão que ele a queria.  

― Muito provavelmente, eu sou o único na organização que o conhece mais do que qualquer outra pessoa. Eu conheço os métodos que ele usa, a maneira que pensa e seus ataques cruéis e desonestos. É por isso que saberia como neutralizar isso. Você não quer uma mente? Eu poderia apostas que suas operações não são tão incríveis que fazem o Príncipe te ignorar. É por essa razão que sua organização foi capaz de sobreviver até aqui, mesmo assim, você está satisfeito com isso? 
Slade fez uma expressão ofendida, provavelmente, porque ele próprio devia estar se sentido impaciente e irritado com isso. Foreman não mudou a expressão e continuou a falar em um tom nivelado.  

 Você está dizendo que devemos juntar a vocês? 

 Você está errado, senhor “Scarlett Moon”. Estou dizendo que vocês deveriam me pertencer.  
Edgar deu um sorriso de coração aberto, andou em passos largos até o topo do altar e sentou-se no trono que era o símbolo da organização preparada para o Conde Cavaleiro Azul.  

Houve um momento de estourar vozes e comoção, mas não teve ninguém que mostrasse em objeção.  

 Para lutar, quero colocar minhas mãos no arco escarlate, Flendolen, e no arco branco, Glendolen.  Um falso laço escarlate para um falso conde. Por Deus, se o seu grupo está apenas usando o nome da arqueira das fadas em liberdade, então tudo bem. Você não acha que podemos ganhar? 

Não houve uma resposta. Mas, ele sentiu que fez efeito. Então, mais um empurrão. Porque  eles eram uma falsa Lua escarlate com apenas um nome e entusiasmo, e por essa razão, desejavam o verdadeiro Conde Cavaleiro Azul. No entanto, não havia sentido para eles fazerem isso. Da posição do verdadeiro Conde Cavaleiro Azul, essa “Scarlett Moon” sempre seria uma farsa. 

Mesmo se eles tentassem brilhar como algo real, não seriam capazes de ser a mesma coisa. Se um falso era capaz de tornar algo real, então, ele tinha brilhar ainda mais que o real.  

Edgar olhou para a direção de Paul. 

 A propósito, Paul, a razão pela qual vim te ver foi porque queria que devolvesse a pedra branca da Lua para mim. 

 Oh! - ofegou Paul em surpresa e rapidamente tirou o anel. Raven aceitou-o e entregou a Edgar, que estava no trono.  

Ele, então, entregou a espada para Raven e se levantou com o anel em sua mão. 

 Raven, vou deixar o resto para você.  

 Sim. 

 Agora, senhores, estou indo procurar o meu arco branco, Glendolen, de modo tentem pensar sobre sua decisão com cuidado.  

Ele deu uma boa encarada em todos que não sabiam o que fazer, e assim Edgar chamou Marygold e Sweetpea. Os membros de “Scarlett Moon” não puderam conter a surpresa com a súbita aparição das duas menininhas que surgiram do nada, porém, se ele não fizesse isso, não haveria sentido em interpretar um ato tão extravagante.  

 Então, my lord, vamos fazer o nosso caminho.  

As duas fadas sob a forma de jovens garotas pegaram a mão de Edgar.  

Nota da tradutora: Não encontro mais nem desculpas pelas demoras. Entretanto, a demora é porque sou a única a traduzir o texto, e isso demanda tempo e muito cuidado. Acredito que o último venha mais rápido porque são poucas páginas (aleluia!!). Vamos às considerações. 
Professor Carlton irritado? \o/ Sim, galera, o pacífico pai da Lydia também tem seus rombantes. Também, pudera, não é todo dia que você perde sua filha para um cavalo-marinho mágico (dammitKelpie!!). Convenhamos, Kelpie é bem chantagista, apesar de que Edgar não fica atrás. Ou alguém aqui acha que Edgar um fofo com a Scarlett Moon? Gosto dessa parte, porque ela é bem mais detalhada e abre vários tópicos sobre o passado do Conde, de Edgar e até da criação da Scarlett Moon. 
Calma, temos mais um capítulo e posso dizer, o meu preferido.