Nota de abertura: Isso que é felicidade: chegando rapidinho o último capítulo do livro III!
Havia uma Lua perolada que se agarrava contra o céu azul-violeta que lembrava uma noite de Solstício de Verão. O vento soprava lentamente ao longo da superfície do rio e entre as folhas das árvores da floresta. O Mundo das Fadas não era nem quente nem frio, apenas silencioso.
Quando Lydia olhou para Lua se perguntou o que seu pai fazia agora. Ela se perguntou também se Edgar foi informado de que não poderia mais trabalhar para a família do Conde. Uma vez que o Reino das Fadas e o reino humano corriam em diferentes velocidades, para Lydia, pode parecer que a noite já passou, mas, provavelmente até mais tempo do que fosse do outro lado.
Sentindo fome e com estômago vazio, Lydia olhou para as frutas que estavam no seu colo. As frutas do Mundo das Fadas eram muito mais maduras e liberavam um arome doce. Se provasse uma mordida em uma delas, com certeza, seria algo tão delicioso como nunca comera antes. Porém, se você colocasse algum alimento do Reino das Fadas em sua boca, nunca mais seria capaz de retorna ao reino humano.
Primeiramente, desde que ela decidiu vir morar com Kelpie, precisava cortar seus laços com o Mundo humano, mesmo assim, isso foi tão repentino que ela não estava mentalmente preparada.
Ao fechar os olhos, Lydia jogou as frutas que Kelpie tinha escolhido para longe. Só, então, ela o viu voltando a partir do rio. Ele colocou a pilha de grama que carregava de costas no chão. Ele carregou Lydia na grama macia com seu cheiro agradável, que estava espalhada como um cobertor, e sorriu satisfeito.
― Descanse nisso, por hoje. Quando voltarmos para a Escócia, prepararei tudo para que seja confortável até para um humano.
― Tudo bem, obrigada.
Surpreendentemente, ele foi gentil e cuidou dela.
― Ei, Lydia, você não poderia retirar a promessa da Lua?
A promessa que ela fez com ele, no passado, para que desse a “Lua”, e assim ela se casaria com ele. Ela fez uma promessa com Kelpie, que ficaria ao seu lado quando aceitou o seu sangue para curar veneno. Isso não se corresponde à promessa de casamento, mas desde que ela ficaria com ele não havia nenhum ponto em recusar o casamento, é por isso que ele se posicionou para que ela retirasse a promessa da “Lua”.
― Vamos conversar sobre isso quando voltarmos à Escócia. Estou cansada agora.
― Ok. Bem, para você pode ser que não tenha sido fácil ajustar seus sentimentos para se isolar do mundo humano.
Não eram palavras ditas encobrindo coisas. O Kelpie não tinha esse lado baixo e nem a capacidade de jogar truques baratos. Essa era apenas sua natural personalidade nascida com ele, logo, se Lydia fosse capaz de adotar uma mente clara para passar sua vida com ele, com isso, provavelmente, seria hábil para viver pacificamente.
Quando ergueu a cabeça, viu que Kelpie mantinha os olhos fixos nela. Mesmo que ele não tivesse um mau caráter, ainda era da Corte Unseelie. Era uma fada que comia humanos. Não era o tipo erótico de quando Edgar olhava para ela, mesmo assim, a fez se sentir cercada por um sentimento que seria mordida. Então, de repente, ele agarrou o seu ombro e Lydia foi pressionada para o alto da grama.
― Ei, es-espere! O que você está fazendo...?
― Acasalar.
― Ãhn?
Certo, ele tinha instintos de um animal, por isso tinha uma mentalidade tão prática. Lydia silenciosamente ficou furiosa e repentinamente estapeou o nariz de Kelpie.
― Oh! Ouvi que humanas não lutavam tão loucamente como as kelpies femininas.
― Nós não somos casados ainda!
Ele suspirou enquanto murmurava “droga”, apesar disso, não se afastou de Lydia. Só então houve um som nada natural na superfície do rio. Kelpie parecia incomodado quando se levantou. Pelo menos, por hora, a área perto da costa e do rio era o território de Kelpie. Cavalos aquáticos odiavam intrusos, especialmente, debaixo d’água.
― Vou dar uma olhada.
Depois que ele se foi e desapareceu na água, Lydia soltou um suspiro profundo. Ela ficou preocupada se conseguiria acompanhá-lo.
― Lydia.
Ela pensou ter ouvido a voz de Edgar, mas devia estar cansada. Depois de descansar e passar a noite, talvez ela teria seu humor renovado.
― Lydia, depressa! Vamos fugir enquanto pudermos!
“Ãhn?” Quando Lydia finalmente levantou a cabeça ao som do farfalhar da grama perto dela, viu que Edgar sorria feliz para ela.
― O que você está fazendo aqui?
― Estou aqui para levá-la para casa.
― Mas...
― Isso é horrível, sair assim como você deseja.
― Ei, apresse-se já! Ele vai voltar!
Nico acenava para eles com a mão sobre as sombras da grama. Edgar puxou o braço de Lydia, enquanto ela não sabia o que fazer e os dois começaram a correr.
― Espere! Não posso fugir assim. Eu prometi a Kelpie...
― Mas, você lutou corajosamente quando sua castidade estava em perigo.
― Você viu?
― Eu quase saí correndo. Nisso, Nico jogou um sapo no rio e assim conseguimos desviar a atenção de Kelpie.
Era como eles tentassem fugir do território de Kelpie, ao mesmo tempo em que Edgar a apressava pela floresta em um ritmo acelerado. A razão pela qual ele não soltou o braço de Lydia porque poderia estar com medo de que ela pudesse dizer que queria voltar ao lado de Kelpie.
― Lydia, você realmente queria casar com aquela fada que não conhece nem um pouco do delicado funcionamento da mente de uma mulher?
Esse não era o problema no momento. A promessa deles já havia sido formada, logo, o que Edgar estava tentando fazer era algo imprudente e sem sentido.
― Este é o mundo das fadas. Este não é um mundo onde você pode usar suas mentiras e blefes. Você não pode quebrar a promessa que fez.
― Você acredita que pensei em dizer isso depois que te salvei? Nesse caso, foi o seu maior erro de cálculo. - disse em um tom um tanto irritado.
― E, além do mais, você disse que tentaria se apaixonar por mim, portanto, isso por si só a faz quebrar a promessa.
― Não disse isso, apenas falei que pensaria sobre isso.
― Então, eu não sei. Não quero que você simplesmente desapareça sem pensar nessa possibilidade.
Mesmo que ela pensasse, já havia feito a promessa com Kelpie. Mais do que isso, ela olhou para o lado imaginando como ele teve a capacidade de entrar no Reino das Fadas. Nico não tinha habilidade para fazer isso. Ele não veio só para este lado, mas não deve ter compreendido a ideia de que seu conhecimento e experiência não eram páreo para este mundo enquanto continuava correndo com a sua expressão confiante habitual.
― Ei, são aquelas duas. Escondam-se! - Nico de repente gritou.
Edgar puxou Lydia em seus braços como se estivesse embalando-a e se esconderam atrás de uma árvore. Havia duas luzes flutuantes que voavam pela floresta. Elas chamavam o nome de Edgar.
― Oh, meu Deus, você foi trazido aqui por essas duas fadas?
De modo silencioso, Edgar sussurrou enquanto colocava o dedo entre os lábios.
― ...O que significa, que você talvez aceite a proposta de casamento.
― Bem, essas garotas podem ter entendido mal.
― Is-isto não é mal-entendido! Não há nenhuma promessa que possa ser feita sob um mal-entendido! Você não aceitou a pedra da Lua de Paul?
― Sim, aqui.
Ele tirou o anel do bolso do casaco o que fez Lydia se sentir tonta. Mesmo que ele aceitou o anel e foi guiado para o Mundo das Fadas, escapou dos olhos dessas duas fadas do sexo feminino e usou Nico para procurar por Lydia. Era algo inacreditável que estava tentando fazer. Nessa situação não resolveria todos os problemas acalmar Kelpie, mas também mandar Edgar de volta ao reino humano.
― ...E depois de sua vida ser salva... Você não é uma pessoa que poderia encontrar a felicidade no Mundo das Fadas, não é? Você não sente satisfação em testar seus poderes no mundo humano? Para as pessoas que têm esse tipo de alma, esse lado é como um submundo para eles!
― Ei, Lydia, você nos fará sermos descobertos!
Nico estava ficando frenético e puxava os cabelos, mas Lydia não era capaz de parar.
― Que idiotice sua se você aceitou isso! Você só tem uma opção, a de casar com a Rainha. Não há nada que possa fazer.
As duas fadas devem ter notado a voz de Lydia enquanto flutuavam e brilhavam no ar.
― Tem alguém aí? - perguntou uma delas.
― Finalmente, Lydia percebeu que eles estariam em apuros se fossem encontrados. Ela baixou a voz em um sussurro.
― Oh, não... Ei, Nico, não há outro jeito?
― Como já disse ao conde, não há nada que possa fazer.
― Oh, não, Lydia, há algo que você pode fazer para me salvar. - disse Edgar de uma maneira especialmente confiante.
― Por favor, case-se comigo.
― O quê?
― Como estive pairando entre a vida e a morte, vi o sonho de procurar por você. No futuro, quando fosse novamente visitado pela morte, tenho certeza de que procurarei por você. É por isso quero você esteja ao meu lado para sempre.
Ele segurou as mãos de Lydia e disse em um tom sério, mas não havia a possibilidade de que esse ato dele fosse realmente sério. Porém, poderia haver uma prop3abilidade em cem que ele podia estar falando sério, isso a confundiu.
Se fosse a abordagem cortês de Kelpie, logo ela seria capaz de afastá-lo com um soco, mas por algum motivo estranho, não foi capaz de evitar quando era Edgar.
― Nossas classes são diferentes.
O que saiu de sua boca era algo que sem relevância em uma situação como esta.
― Comparado a casar com uma fada, não acredito que seja uma grande coisa.
― De qualquer forma, não diga algo tão estúpido.
― Então, isso é estúpido. Tão estúpido que você concordaria em se casar se pudesse ter a “Lua”?
― Sim, se a “Lua” é real.
― Nico, você a ouviu.
― Ah, sim...
― Lydia, essa é a “Lua”. A real.
Ele estendeu a pedra da Lua que era a causa de seus problemas.
― Espere um momento, esta é não é a “Lua”. - respondeu Lydia.
― É a “Lua”. Contanto que você aceite que ela é.
― ...O que você quer dizer?
― O antigo Conde Cavaleiro Azul não disse “se você me desse a Lua”, mas disse a promessa seria cumprida com a troca de juramento com a “Lua”. É por isso que você não apenas aceita, porém precisa colocá-la e considerá-la como o símbolo de seu juramento. Mas, acontece, Lydia, não usei este anel no meu dedo nem uma vez.
Em outras palavras, o noivado entre Edgar e a Rainha não seria cumprido a partir desse momento. Se Lydia aceitasse a proposta de Edgar e usasse a pedra da Lua em seu dedo, logo isso significaria que em vez de aceitar a “Lua” do conde, teria engajado um juramento de casamento? Se a noiva oficial que trocou a “Lua” com “juramento” fosse Lydia.
Ao mesmo tempo, era o mesmo que Lydia não seria capaz de se casar com Kelpie, com que tinha a promessa da “Lua”. A Rainha do Campo e Kelpie propuseram a Edgar e Lydia com a presunção de que essa pedra lunar era “Lua”. Esse poder que os selaria.
― My lord, oh, então, lá está você! - gritou uma das fadas do sexo feminino.
Parece que eles foram encontrados. As fadas do campo vieram flutuando até a eles.
― Lydia, por favor, aceite.
Edgar tentou apressá-la. “Então, é isso que se trata”. Lydia finalmente conseguiu entender o motivo pelo qual Edgar, de repente, mencionou esse casamento. Para ele, esse casamento era um método que lhe permitiria reconquistar sua fairy doctor, e ajudá-lo a superar essa situação. Logo, ela não podia aceitar ainda mais.
Se fosse para manter a garota que era útil ao seu lado, ele devia pensar que se casar com ela não seria grande coisa. Ainda mais se tratando de Edgar. Porém, ela nunca seria capaz de aceitar tal casamento.
― ... Não é você. Você não está apaixonado por mim.
― O que digo é inacreditável para você?
Ela se perguntou o porquê estar rígida. Achava que estava preparada para se casar com um cavalo aquático que se dizia ser diabolicamente encantador, sem contar, Edgar, que era humano, estivesse ou não apaixonado, era a melhor escolha como parceiro conjugal para Lydia se raciocinasse sobre isso, normalmente. E, mesmo assim, como estava chocada, não conseguiu acenar com a cabeça em resposta.
Até mesmo Kelpie não tinha sentimentos de adoração e se apaixonava como um humano. Porém, se fosse ele, logo, ela poderia imaginar que iria tratá-la com sentimentos que nunca mudaram. Por outro lado, não tinha ideia o que ia no coração de Edgar. Poderia haver tantas outras mulheres que fossem qualificadas para ele, além disso era um bom de papo e um mentiroso.
― Não posso confiar em você.
Ele ficou em silêncio como estivesse tentando pensar em algo. Como ele não mostrava nenhum sinal de dor pela rejeição de Lydia, essa era, na verdade, apenas uma estratégia para ele.
― Tudo bem. Se você diz que não está inclinada a se casar comigo neste momento, então, você poderia pensar nisso como um caminho para sair desta situação.
― Uma saída para sair desta situação? Então, essa é sua verdadeira intenção?
― Não. Estou dizendo de que estou sem tempo para convencê-la neste momento. E isso é tudo.
― My lord, por favor, nos apressemos para nosso caminho. Para Nossa Majestade, a Alteza.
As duas fadas estavam circulando em torno de Edgar, no entanto, ele não soltou Lydia.
― Ei, vocês dois, qual é o significado disso?!
Com essa voz, as duas fadas de sexo feminino rapidamente voaram para longe de Edgar como quisessem escapar.
― Ahhhhh, é o kelpie bárbaro!
Eles foram finalmente encontrados por Kelpie também. Quando Lydia lentamente se virou, ele estava corajosamente em pé em sua forma de cavalo e apontou seus encantadores olhos mágicos fixos em Edgar.
― My lord, rápido por esse caminho.
Como as duas fadas continuaram a fazer uma comoção, elas não foram capazes de chegar perto de Edgar por causa de Kelpie. Quando Edgar olhou de volta para Kelpie, ele puxou Lydia ainda mais para seus braços.
― Conde Cavaleiro Azul, você é um homem tão persistente. Ela é minha noiva.
― Você está errado. Lydia irá se casar comigo.
― Você me dá nos nervos. No final, você quer ser comido.
Enquanto Edgar recuava com Lydia, em seus braços, ele sussurrou:
― Lydia, por favor, peço a você, vamos para casa. Promessas entre humanos podem ser facilmente esquecidas, como nunca existissem.
Ela estava em dúvida sobre isso. No entanto, mesmo que fosse uma mentira, desde que ela fingisse aceitar o casamento com Edgar, Lydia poderia retornar ao mundo dos humanos. E ela seria capaz de impedi-lo de ser levado para a Terra da Rainha das Fadas. Mas, havia outra preocupação que ela deixou para trás no mundo humano.
― Não sabe o quão deprimido o professor Carlton ficou depois que você se foi.
Edgar finalmente tirou a sua cartada vencedora que Lydia tentava não pensar. Certeza que isso fazia parte do seu plano. Mais uma vez ela se lembrou de seu pai, e isso balançou o coração de Lydia dramaticamente.
Para Lydia, que achava o casamento algo distante e para o futuro, era por sinceros sentimentos que queria permanecer como filha do seu pai por mais algum tempo. Entretanto, sabendo que Lydia não seria capaz de soltar sua mão, que estava conectada ao pai, Edgar deu um sorriso destemido e vencedor.
― Tudo bem, Edgar. Por favor, me dê a “Lua”...
― Obrigado. Vou ficar agradecido pelo resto da vida.
Uma promessa apenas para esta situação. Mesmo que ela soubesse disso, Edgar disse em tom tão sério, que fez com que seu coração batesse mais rápido inesperadamente. Ele rapidamente segurou a mão esquerda de Lydia. Ela observou o anel de pedra de Lua correr em seu dedo anular, o que a fez ter uma sensação surpreendentemente tonta.
― Ei, Lydia.
Virou-se para Kelpie, que tinha gritado para ela depois que percebeu sobre o anel da “Lua”.
― Sinto muito, Kelpie. Ainda tenho um apego ao mundo humano.
Mais que raiva, ele franziu a testa com uma expressão triste. Pelo menos, não parecia que iria atacar Edgar ou usar sua força para fazer algo sobre essa situação. As duas fadas femininas também pareciam confusas, mas ficaram de longe.
― Sinto muito, pequenas fadas. Por favor, aceitem minha decisão e desistam de mim.
― My lord, por favor, faça um herdeiro assim que puder.
― Você ouviu, Lydia?
― Não se deixe levar.
― Vou abrir o caminho de casa. - gritou Nico e pulou no ombro de Lydia.
Parecia que a paisagem estava distorcida ao seu redor, mas foi apenas por um instante quando passaram a pequena abertura entre o Mundo das Fadas e o mundo humano. Naquela passagem, Lydia ouviu a voz de Kelpie:
― Vou esperar por você até não ter ninguém para atrapalhar. Isso, com certeza, será em breve.
Isso é verdade. Pelo ponto das fadas, vinte ou trinta anos se passam num piscar de olhos.
*****
Então, a pacífica vida diária na casa Ashenbert voltou. Ou deveria retornar.
― Com licença, Edgar, mas qual é o significado disso?
Lydia correu até o cômodo do lord da casa e caminhou até Edgar, que estava incomumente cumprindo o seu dever de cuidar de suas propriedades.
― Oh, Lydia. Olá, senti tanto a sua falta.
― Ouvi dizer que você está planejando entrar no grupo de roubos para caridade que foi atentar contra a sua vida. Nico me contou. Só porque desejam o gosto do poder misterioso do Conde Cavaleiro Azul, você usou a magia de Marygold e Sweetpea para que eles te aceitassem, não é?
― Parece que tenho algum tempo sobrando hoje à noite. Estava pensando em convidá-la para jantar.
― Não mude de assunto. Por que isso? Você está unindo forças para se vingar do Príncipe? Você vai sujar as suas mãos em crimes novamente?
Ele deu de ombros, pousou a caneta e olhou diretamente nos olhos de Lydia enquanto o questionava seriamente.
― Não tenho intenção de me juntar à organização.
― Oh, bem, então.
― Eu me tornei o líder.
― O quê? Líder? Da gangue do Robin Hood?
― Porque eles, originalmente, queriam um líder como o Conde Cavaleiro Azul. Além disso, eles e eu estamos em uma posição que precisamos nos proteger do Príncipe. Logo, essa é a razão que decidimos ajudar uns aos outros.
“Proteger a eles mesmos?” Se Edgar pretendia dirigir a organização como o seu líder, logo, não se acomodaria silenciosamente apenas se protegendo. Entretanto, Edgar sorriu suavemente para Lydia.
― Graças a você, não perdi Paul. Ele me encarou com os mesmos olhos de antes, embora eu tenha mudado muito... A menos que você não me tenha dito que Paul se lembrou e considerou nossa promessa especial, logo não sei se consegui apostar na opção de conversar com ele.
― Isso porque você foi capaz de descobrir seu talento para a arte. Significa que havia um forte vínculo entre vocês dois desde então. Não é graças a mim.
― Não é grande coisa descobrir um talento ou algo assim.
― Entretanto, não foi você quem recomendou a Paul se tornasse um pintor?
― Bem, sim. Na época, ele aparentemente queria se tornar um poeta, mas quando ele me mostrou seu trabalho, foi horrível. Suas pinturas eram horrorosas, mas se alguém fosse comprá-las e pendurá-las em sua casa, ainda teria a diversão em entreter os convidados, certo? Com os poemas, não ganharia nenhum dinheiro, a menos que a sociedade os aceitasse e elogiasse.
― ...
― Honestamente, fiquei surpreso com o crescimento.
― Sobre esse homem, talvez tenha mudado a sua personalidade do passado?
Mesmo que ele não fosse bom, ao menos, ele pensou em comprar as pinturas do rapaz, logo, isso era o mesmo que tivesse alguma compaixão por ele. “Realmente, não consigo entender Edgar”. No final, no entanto Lydia pensou sobre isso, era definitivo para ele se tornar líder da organização secreta e vingar-se do Príncipe.
Se isso ocorresse, Edgar não seria capaz de descansar em paz até que saísse tudo à sua maneira. Essa era única parte sobre ele que ela tinha certeza absoluta.
― Então, é certo que você irá aceitar meu convite para jantar, não?
― Desculpe, mas meu pai está voltando para casa mais cedo esta noite.
― Podemos ter o professor também.
Não haveria como seu pai vir, só pelo simples fato ter sido convidado, desde que Lydia estivesse preocupado com ele. Edgar estava bem ciente disso, mesmo assim, ele disse isso porque sabia que, qualquer coisa que Lydia dissesse, poderia fazê-la sentar com ele e jantar. Pelo fato que ela testemunhou quando ele estava fraco de cama, tinha esquecido o tipo de pessoa era.
“Eu me pergunto se está tudo bem assim”. Ela se preocupou consigo mesma.
― Você não vai usar o anel? - perguntou enquanto sua atenção se voltou às pontas dos dedos de Lydia, como se recordasse.
― ...Não é o tamanho certo.
Sem contar, que seria estranho ela sempre usá-lo.
― Então, pode ser reformado.
― Está tudo bem, de qualquer forma, contanto que tenha, vai impedir que as fadas se intrometam conosco.
Edgar apoiou a bochecha na palma da mão enquanto olhava para Lydia com uma expressão um tanto insatisfeita. De repente, sentiu uma sensação estranha de desconforto. Lydia veio para lá, furiosa por ele se tornar um membro de uma organização secreta, porém, não havia sentido em questioná-lo. Na altura do campeonato, não sabia o porquê estava lá.
― Eu vou embora agora.
Quando ela tentou ir, foi chamada de volta.
― No próximo final de semana, estava pensando em visitar sua residência. Você acha que o professor estaria lá?
― ... Por quê?
― É um modo educado para pedir formalmente sua permissão para casar.
― Ãhn? Do que você está falando? Não foi só superar a situação?
Edgar inclinou a cabeça de maneira proposital.
― Mas, você definitivamente aceitou minha proposta de casamento, assim como o anel de noivado.
― Porém, isso foi porque você disse que era apenas uma promessa entre você e eu! Você falou que promessas entre pessoas podem ser esquecidas a qualquer momento.
― Não me lembro de dizer algo assim.
― Você planeja esquecer essa parte!
Lydia ficou tão furiosa que começou a ficar tonta.
― Então, no final de semana...- ele continuou com a conversa com altivez.
― Nã-não! Você não pode! Não se atreva a vir à minha casa.
“Agora não posso deixar que isso aconteça”.
― Por favor, não conte ao meu pai.
Lydia entrou em pânico. Se o pai dela soubesse sobre o casamento de Edgar, certamente, adoeceria de cama. Ele ficou tão feliz que sua filha, que supostamente teria ido para o Reino das Fadas, que tenha voltado, pois quase perdeu o controle de si mesmo.
Na época, seu pai estava bastante bêbado, pois teria se embriagado para esquecer suas tristezas. Tinha idade suficiente para o conhecimento, além disso, era professor universitário, e ainda assim, chorava horrores e gritava para que ela nunca se casasse. Lydia tinha acabado de dizer que não iria a lugar nenhum.
― Não é correto cortejá-la em segredo.
― Agora, ouça, Lydia. Um relacionamento próximo será evidente para as pessoas que nos conhecem. Uma diferença de classe atrairá estranhas especulações. Antes que cresçam os rumores feitos pelas pessoas, precisamos tornar público que estamos em um namoro adequado e aceitável, ou então, acreditarão que estou brincando com você.
― Então, simplesmente não precisamos estar em um relacionamento íntimo!
― Não haverá nenhum dano para mim, não importa que tipo de rumores possa existir, no entanto, para você será uma questão de dignidade e reputação.
O contra-argumento de Lydia não estava sendo ouvido. Bem, como ele mesmo disse, que se eles não cortejassem um ao outro, não haveria nada que Lydia pudesse lucrar escondendo-o. Para a filha de uma família adequada, não havia um namoro que não levasse ao casamento.
Porém, se isso torna-se público, logo era o mesmo que ela foi deixada no altar por esse canalha.
― Primeiro de tudo, acho que o início disso tudo foi o problema. Você está bem ciente de que não tenho intenção de me casar com alguém como você...
De repente, ele se levantou e cobriu sua boca com a mão.
― Não seria ruim se você dissesse isso?
Ela seguiu para onde Edgar dirigiu um olhar sugestivo, que estava além da janela, e aí viu um cavalo negro descansando perto da fonte do jardim.
“Por que Kelpie está aqui?”
― Aparentemente, ele vai te esperar por aqui, em Londres, até que você mude de ideia.
É o mesmo que ela não podia falar em voz alta e afirmar que esse noivado é uma farsa que Edgar havia planejado.
― Não há como você considerar seriamente este casamento.
Edgar ergueu o queixo de Lydia com as pontas dos dedos e sorriu para ela.
― Você ainda está dizendo essas coisas? Então, para você entender o quão sério que encaro isso, vou ter que me esforçar cada vez mais.
Ele está jogando todas as cantadas nela? Edgar, que aparentemente tentara colocar as mãos na “Scarlett Moon”, devia querer demonstrar seus laços com as fadas para que pudessem aceitá-lo como o Conde Cavaleiro Azul. E para ele continuar como Conde Cavaleiro Azul que é abençoado pelo vínculo com as fadas, Lydia era uma pessoa indispensável. Assim, como ela deveria saber, ele era um completo vilão. Se fosse para manter Lydia ao seu lado, ele pretendia utilizar todos os meios possíveis.
― Ainda tenho trabalho a fazer...
Lydia só conseguiu escapar daquela situação, mas era claro que naquela noite não haveria como recusar o convite para jantar e acabaria tendo que ouvir as doces palavras que ele diria a ela.
Nota da autora: Demorou, mas terminamos o livro III. Ele foi adaptado nos episódios 5, 6 e 7 do anime. Óbvio que na adaptação muitos detalhes ficaram de fora, inclusive a cena do Edgar enfrentando a Scarlet Moon, e com revelações cruciais para o andar da história. Nesse capítulo, fica mais clara a intenção de Edgar em casar-se com Lydia. Não era simplesmente por amor, mas para não perder o poder do título de Conde Cavaleiro Azul. E como a Lydia só tem cara de avoada, é evidente que ela fica entre a corda bamba.
Uma parte que ri, mesmo que seja um humor negro, é a parte de que Edgar achava que as primeiras telas de Paul eram perfeitas para os nobres entreterem suas visitas. Nunca sei se me dá vontade de bater nele ou soltar uma gargalhada.
No próximo mês, entramos no livro IV – Um Fantasma Como Amante, uma história muito mais densa e pesada. Então, respira fundo que dessa vez, o seu coração vai disparar, e nem sempre com modo agradável.
Espero você! Compartilhe e divulgue 😉
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