sábado, 27 de maio de 2023

Os meus verdadeiros sentimentos? - Capítulo 4 - Volume VI - Hakushaku to Yousei Light Novel

Nota de apresentação 


Olá! Tudo bem por aí? 

Gostaria de entregar mais rápido a tradução, mas como o número de trabalhos apertou (e muito) além das contas, demorou um pouco, mas saiu. Enjoy! 

 

 

Com as negociações ainda rompidas, o prefeito e os moradores foram embora. Edgar permaneceu na propriedade do senhor da mansão e reuniu Raven, Ermine e Lydia em uma sala para falar com eles.  


― Então, agora, o que iremos fazer? 


― Edgar, você disparou tal blefe sem pensar em nada? 


Lydia havia imaginado que ele poderia ter algum tipo de carta na manga que revelaria como os aldeões estavam desviando as fluoritas.  


― Você não seria capaz de fazer um blefe, se continuasse tentando pensar em alguma coisa. Nós só temos quatro pessoas do nosso lado e se eles reunissem todos os homens da aldeia, teriam algumas dezenas, então, não seria páreo para nós.  


― Eles devem estar escondendo as fluoritas reais, portanto, nossa única opção é descobri-las. - disse Ermine 


― Mas, não é como se pudéssemos vasculhar todas as casas e, acima de tudo, não é um problema que todas as pessoas da aldeia estejam se sentindo hostis em relação a nós? - indagou Lydia.  


― Isso é verdade. Eu não acho que eles planejam nos matar para encobrir isso nas sombras, entretanto, se usarmos a força para tentar descobrir os segredos sobre o falso lord, nossa segurança pode estar em perigo.  


Mas, de jeito nenhum Edgar pretendia recuar neste ponto. Por alguma razão, ele parecia ter o traço de não ser capaz de tolerar que algo que lhe pertencia fosse lhe tirado.  


Se era um objeto, ou direitos, ou uma pessoa, e mesmo que ele não soubesse da existência até depois que foi roubado dele, não teria misericórdia daqueles que pisassem em suas terras. Desde então, ele disse algo como se fosse vingar dos rapazes que implicaram com Lydia na festa há um tempo atrás.  


No momento em que ela pensou nisso, Lydia começou a achar que ele a considerava uma espécie de companhia dele. Só, então, houve o som de uma batida.  


Todos os aldeões deixaram a propriedade do senhor e ela deveria estar completamente vazia. Portanto, se não havia empregados na casa, era muito inconveniente para os nobres residirem neste lugar.  


O prefeito deveria estar pensando que, ao fazer isso, Edgar e seu grupo sairiam rapidamente da cidade, mas se fosse assim, logo, todos os quatro na sala se perguntaram quem poderia ser.  


― Hum, eu trouxe um pouco de chá.  


Foi Martha quem entrou empurrando um carrinho. Como se nada tivesse acontecido, ela começou a colocar doces assados, scones e sanduíches em cima da mesa.  


― Sinto muito, o cozinheiro não poderá vir esta noite. Não podemos fornecer nenhum jantar para vocês, então, eu fiz um suprimento de lanches para acompanhar com o chá.  


― Isso não seria um problema para nós.  


Edgar fez um olhar meio desconfiado enquanto observava as suas mãos servindo o chá para eles. Raven, rapidamente, se aproximou de Martha e a fez pousar o bule.  


― Por favor, leve tudo de volta.  


― Por quê? 


― Não aceitaremos nada do que é oferecido aqui.  


Quando Raven disse isso fortemente, Lydia finalmente descobriu de que Edgar e os dois estavam sendo cautelosos.  


Ele só tinha seus dois servos em quem podia confiar e, no entanto, a razão pela qual Edgar entregou todos os membros da aldeia aos seus inimigos não foi algo aleatório onde ele fez um blefe porque perdeu a paciência. Os três lutaram juntos esse tempo todo e estão lutando até agora.  


Eles estavam colocando o máximo de cautela nos movimentos de seus oponentes e pensando em uma maneira de não perder.  


― Se você precisa provar o veneno, então, eu não me importaria de ser o único a fazê-lo. Isso aqui tudo é seguro. O prefeito e o resto da vila, por enquanto, só querem que vocês saiam daqui e não desejam que isso se transforme em algo mais sério.  


― Bom, Edgar, acredito que não há problema em confiar nela. Ela é Martha Tyler, a mulher que escreveu para você a carta sobre o changeling 


Com ar de surpresa, Edgar olhou para Lydia e depois para a mulher.  


― Isso é verdade? 


Com uma expressão grave, ela assentiu.  


― Sinto muito pelo que está acontecendo, lord conde. Eu não sabia que havia um conde real diferente. É por isso que escrevi algo tão crítico.  


― Você acredita que sou o verdadeiro? 


― Se não fosse, por que diabos você viria a uma aldeia tão remota como esta para investigar? Tive a oportunidade de visitar a cidade vizinha e ouvi do senhorio de lá sobre como ele conheceu o conde Ashenbert na sociedade londrina, e teve a gentileza de lhe dizer seu endereço em Londres. Se fosse alguém cujo nome é conhecido em toda Londres, por mais que se pense, eu acreditei que você é o verdadeiro conde Ashenbert 


― No entanto, está tudo bem para você ir contra o prefeito e cuidar de nós assim? 


― Mesmo que eu obedecesse ao prefeito, não haveria nada de bom em meu benefício.  


Lydia pegou uma das xícaras.  


― Isso é definitivamente verdade. Eu vou tomar um chá, pois estou com tanta fome.  


E ela pegou um dos doces e colocou na boca.  


― Ah, esse biscoito é uma delícia. 


― Eu os assei.  


Assim como a tensão deixou seus ombros, era evidente que Martha deixou suas bochechas relaxarem. A impressão grosseira que ela estava dando todo esse tempo deve ter sido porque estava cheia de nervosismo por estar em uma cidade onde não havia ninguém que ficasse do seu lado.  


Soltando um suspiro como se estivesse atônito, Edgar sentou-se ao lado de Lydia.  


― Eu não posso deixar minha preciosa noiva ser a única a prová-lo como veneno. Senhora Tyler, um pouco de chá para mim também.  


Ele foi rápido em pegar o sanduíche que Lydia estava estendendo a mão para pegar e colocou-o na boca.  


― A propósito, não há uma relação de como os aldeões estão desviando as joias e de que forma deixando os changelings acontecerem?  


No lugar de Martha, que inclinou a cabeça como se não soubesse, Lydia respondeu. 

 

― Existe uma relação. Mas, neste momento, não há nada que possamos fazer. 


Ela não podia revelar à Martha que o Wyrm, que criou as freyas, gostava de comer crianças humanas, por isso, ela só foi capaz de dar uma explicação vaga. 


― A fada-mãe que teve que trocar seu próprio filho com o bebê da Martha também estava preocupada. Mas, eu vou cuidar disso.  


Eu me pergunto se posso fazer alguma coisa”. 


A dobby havia dito que apenas o Conde Cavaleiro Azul era aquele que poderia derrotar o Wyrm, mas se Edgar não fosse capaz de fazer isso, Lydia tinha fazer algo a respeito.    


Mesmo que ela não pudesse derrotar o Wyrm, deveria haver uma maneira de trazer de volta os changelings. Não era a cura para a raiz do problema, mas, por enquanto, era a única coisa.  


Mesmo assim, o conde impostor, que queria despertar o Wyrm, não era apenas um ordinário ladrão de joias, não importa o que alguém pensasse assim. Mas, quando ela pensou se havia uma pessoa que tivesse esse tipo de poder, logo, Lydia só conseguia pensar em uma pessoa. Ulisses.  


Edgar também pode estar tendo um pequeno pressentimento de que Ulisses e o Príncipe podiam estar envolvidos nisso.  


Parecia que eles originalmente mantinham um olhar hostil para o Conde de Cavaleiro Azul muito antes, quando a ocorrência inesperada de Edgar herdou o nome do Conde do Cavaleiro Azul para eles. Se assim fosse, Edgar devia querer saber o real objetivo de Ulisses que fingia ser o senhorio.  


Quando o Sol se pôs, o vento começou a soprar mais forte. A propriedade do senhorio que espreitava sobre o oceano deveria ter sido atingida diretamente pelos ventos fortes. No entanto, parecia ter uma estrutura forte e assim, as janelas de vidro balançavam levemente e nenhuma das luzes das velas oscilou.  


Mesmo assim, quando as janelas conectadas a uma varanda fizeram sons nada naturais e não eram produzidos pelo vento, Raven reagiu. Enquanto ela o observava se aproximar, ele rapidamente abriu a janela.  


― Ei! Espere aí só um momento! 


Aquele que soltou um grito estridente pouco antes de Raven estar prestes a pular nele para atacar era um grande homem pirata.  


Era Pino, suposto irmão mais novo de Lota. No momento seguinte, a hostilidade de Raven se foi.  


― Veja, Lota, é por isso que eu era contra entrar por aqui.  


― Bem, não há como evitar, pois não importa quantas vezes toquemos a campainha, ninguém vem atender. E a única sala com luz era esta 


Junto com sua voz, Lota saltou sobre o parapeito da sacada.  


― Olá, Lota e Pino, vocês dois não poderiam ter vindo em um momento mais perfeito. 


Edgar sorriu ao dar as boas-vindas aos dois. Lydia tornou-se cautelosa como a sua feição instigava que bolava algum plano. Isso porque ela achava que vários dos esquemas de Edgar eram tudo menos uma ideia brilhante.  


― Não vi nem um dos aldeões, é realmente uma cidade estranha.  


― Para dizer a verdade, Lota, já foi revelado por eles que eu sou o Conde Ashenbert e que vim a esta cidade para investigá-la.  


― Hum? Então, o que você vai fazer? Descobriu algo sobre Betty? 


― Nada ainda. Então, tenho uma ideia que quero propor a você. Por favor, me empreste seu cozinheiro.  


― Cozinheiro? Espere, Edgar, este não é o momento para algo assim! 


― Lydia, as refeições são muito importantes para fazer qualquer coisa.  


Ele se virou para Martha.  


― Senhora Tyler, quanto de comida e álcool tem aqui? 


― Acredito que haja bastante na despesa, mas vou procurar.  


― Por favor. - ao dizer isso, ele olhou para Lota e deu-lhe um sorriso.  


― Esta noite teremos um banquete. Traga toda a sua tripulação do seu navio.  


― ... Bem, é ótimo que você vai nos presentear com bebidas, mas o que você quer de nós? 


Obviamente, Lota conhecia Edgar o suficiente, por isso, ela manteve uma postura bastante cuidadosa.  


― Vamos jogar um jogo de guerra.  


― Ei? O que você está dizendo? 


A única que soltou uma exclamação foi Lydia, enquanto as outras pessoas não interpretaram isso como uma piada e continuaram olhando Edgar solenemente. 


― Para resumir, esta vila foi tomada pelo falso Conde Cavaleiro Azul que roubou meus direitos. Vamos atacar e recuperá-la. O prefeito aqui está conectado com aquele que se autodenomina o Conde Cavaleiro Azul. Ele deveria saber o que aconteceu com Betty. Faremos com que ele revele tudo o que sabe.   


Desde o momento em que revelou seu nome, não havia dúvida de que Edgar planejava usar o poder de luta da tripulação de Lota. E Lota, que veio resgatar Betty, não hesitou.  


― Sim, eu farei isso.  


― Então, está decidido. Vamos bolar um plano.  

 

***** 

 

As barricas de vinho e cerveja da despesa foram todas transportadas para o salão e houve uma animada festa. O som alegre da ocarina que Lota tocava tinha uma pouco de tristeza misturada à alegria, e Lydia ouvia maravilhada a música estrangeira. Essa melodia alcançou a pequena sala silenciosa que estava localizada bem longe do grande salão e se misturou ao som do vento e das ondas sem parecer nada deslocada.  


Lydia estava sozinha e ficou em silêncio perto da janela, olhando para a Lua. O som de vozes conversando vinha de baixo da janela do lado de fora. Quando olhou para baixo, viu Edgar e Ermine. Ermine e alguns membros da tripulação pirata deveriam ter saído para espionar as casas do prefeito e os aldeões e vigiar seus movimentos.  


Parecia que o prefeito e os aldeões correram para esconder as evidências de que eles desviaram as fluoritas, mas, ao dar-lhes tempo e deixá-los agir livremente, parecia que Edgar estava tendo a ideia de onde estavam todos os itens importantes.  


Depois de recuperar todas as informações, ele iria lançar o ataque e planejou ter certeza de que assumiria o controle da aldeia. Edgar parecia estar ouvindo algum tipo de relatório de Ermine. Ela podia ouvir certos fragmentos de sua conversa, mas uma vez que a conversa terminou, ele murmurou algo.  


― Eu não era o mesmo de antes.

  

― Já tinha me esquecido disso.  


Ouvindo dela que ela havia esquecido completamente, Edgar fez cara de insatisfeito.  


― Ter Lota e Pino aparecendo me fez sentir como se o tempo voltasse para quando estávamos na América.  


― E preferia não me lembrar desse passado.  


― Mas, no meio de todas essas dificuldades, fizemos muitas festas e brincadeiras como esta noite.  


― Enquanto isso acontecia, conseguimos esquecer tudo.  


Era um Edgar e uma Ermine que Lydia não conhecia. Não era o mestre e a serva, mas dois companheiros em pé de igualdade. Ou talvez alguém ainda mais próximo do que isso.  Edgar estava olhando diretamente nos olhos dela, mas não ousou colocar a mão sobre ela como faria com Lydia. Aquela distância entre eles transparecia esconder um sentimento nobre e elevado, e isso fez Lydia sentir o coração bater mais forte.  


― Eu não queria fazer você morrer.  


Lord Edgar, tudo foi culpa minha.  


― Eu acreditava que era o melhor método para nós dois.  


― Isso é exatamente certo. E, no entanto, eu fiz errado.  


Como Lydia sentiu seu estado incomum, ela prendeu a respiração e ficou imóvel.  


A partir daí, a conversa chegou ao fim e os dois seguiram caminhos diferentes, mas Lydia permaneceu de pé no mesmo lugar, pois sentia como se tivesse entrado em uma cena especial de eventos.  


Era uma conversa cujo o significado ela não conseguia entender. Foi apenas uma simples conversa sobre o passado deles. E, mesmo assim, havia algo enfadonho que trouxe uma dor pungente ao coração de Lydia, mais incisiva do que a cena do beijo dos dois.  


Ela nunca tinha conhecido um Edgar que parecesse com tanta dor e nostalgia desse modo. Ela mesma não conseguia compreender e continuou a respirar fundo.  


― Senhorita Carlton, você tem uma luz com você? 


Lydia foi chamada de repente e ficou estranhamente surpresa. Ela se virou rapidamente. Era Raven quem estava na porta, esperando a sua resposta em uma atitude completamente indiferente à sua perturbação.  


Parecia que ele tinha acabado de passar e notou que Lydia estava em uma sala iluminada pela luz da lareira e decidiu perguntar a ela.  


― Es-está tudo bem. Eu posso ver a Lua muito mais claramente na escuridão. Veja, a luz está refletindo nas ondas e isso ajuda a tornar o exterior mais brilhante.  




  

Raven se aproximou dela e olhou pela janela, e com seu habitual tom sem emoção, disse: 


― Sim, você está certa.  


Porém, ainda assim, ele não tirou os olhos do cenário exterior, logo, deve ter sentido alguma coisa.  


― Hum, você não parece que quer sair e se divertir. Você não gosta de álcool? 


Ao conversar com Raven, Lydia tentou expulsar os seus sentimentos que não era capaz de entender.  


― Não importa o quanto eu beba, não consigo ficar bêbado. É por isso que particularmente não sinto vontade de beber.  


― Entendo. Oh, sim, se eu pensar sobre isso, realmente, não há ninguém que queira beber tanto chá a ponto de se afogar.  


Quando Lydia sorriu, ele a encarou como se estivesse sempre olhando para algo incomum. A princípio, ela não tinha nenhum negócio em particular, e apenas sorria para ele, que por sua vez retornava esse tipo de olhar.  


Como ele era alguém que cresceu tratado como uma ferramenta para matar pessoas, deve ter parecido estranho e peculiar para Lydia sorrir para ele ou falar com ele como se fosse uma pessoa normal.  


Antes, ela não sabia o que ele estava pensando, o que deixava tensa e nervosa só de estar perto de Raven, mas, ultimamente, Lydia ficava à vontade com sua personalidade séria. Ao contrário de Edgar, que era um mentiroso e difícil de entender quais eram suas verdadeiras intenções, mesmo que ela não pudesse ler suas expressões, era porque era honesto, na verdade, honesto demais.  


― Agora que me lembro, Raven, você também deve conhecer Betty, certo? Que tipo de garota, ela é? 


Raven desviou os olhos dela como se ele tentasse esconder sua reação e apenas disse: 


― Eu não sei. - e tentou sair da sala.  


A sua postura ficou ainda mais rígida. Se fosse antes, ele teria respondido, pois não havia dúvida de que Edgar o ensinou estritamente a não revelar nada sobre suas mulheres.  


Lydia agarrou seu casaco para impedi-lo.  


― Espere, escute, não é nada disso. Para que que pergunte sobre ela para as fadas, não conheço nenhuma das suas características.  


― Eu acho que ele realmente não sabe. A única característica feminina que ele poderia se lembrar era que ela usava uma saia. ... Foi o que eu ouvia de Edgar anteriormente.  


Era Lota.  


Enquanto Raven se curvava silenciosamente para a capitã dos piratas, parecia que ele não estava satisfeito com essa avaliação e, então, abriu a boca para corrigi-la.  


― Não, quando se trata das amantes de lord Edgar, não é que não consiga me lembrar delas, é só que as mulheres mudam tão rápido que quase não tenho tempo para lembrar de cada uma delas.  


Lota riu. Raven não entendeu por que isso a fez rir e, enquanto ela batia em seu ombro, ele parecia duvidoso.  


― Você não mudou. Mais importante, seu mestre estava chamando por você lá embaixo.  


Ao ouvir isso, enquanto Raven correu para sair, Lota caminhou até o parapeito da janela onde Lydia estava.  


― Desculpe pelos homens fazendo tanto barulho.  


― Oh, não, não importo que estejam tão animados 


― Sabe, estava pensando que você não sabia nada sobre Edgar quando estava com ele. Mas, percebo que estou errada. Você sabe o que aconteceu com ele no passado. Não é de admirar que você não tenha ficada tão surpresa quando se deparou com piratas.  


Fiquei surpresa”, pensou Lydia.  


Mas, quando ela estava ao lado de Edgar, aprendeu que as coisas que alguém pensaria que não poderiam acontecer de fato ocorreram.  


― Em relação a Edgar, não é como se eu soubesse muito sobre ele.  


― Mas, você está noiva dele.  


― Não é um noivado de verdade. Acontece que existem algumas circunstâncias e, além disso, não tenho nenhuma intenção de me casar com ele.  


Hummmm. - respondeu Lota, com cara de quem já tinha notado isso há muito tempo. 


― Estava tendo uma sensação de que vocês dois não tinham o ar de noivado. Apesar de tudo com ele, você parecia estar mantendo mais distância.  


― Ele é assim com qualquer tipo de mulher.  


Com uma risada curta, Lota olhou para Lydia.  


― Observei como Betty se apaixonou por ele e ficou magoada, então, sei que não é da minha conta, mas estava um pouco preocupada com você. 


Lydia se perguntou se ela queria dizer que, se Lydia se apaixonasse por Edgar, ela acabaria se machucando.  


― Betty se machucou? 


― Ela nunca foi o tipo de garota que se magoava por um ou dois amores desfeitos. Mas, com ele, parecia que ela se machucava de várias maneiras. Pouco tempo depois, ela disse que deixaria a América e iria para onde estava o Grão-duque. Nós três crescemos juntos e não importava qual era a nossa origem, porém, quando conversávamos, prometemos que não iriamos nos separar um do outro.  


― ...Por que eles se separaram? Edgar não parece ser da espécie que não cumpre sua parte, então foi a trapaça o motivo de término? 


― Afinal, então, você está sendo enganada? 


― Não, não é bem assim... 


Ela agiu para acenar com as mãos, enquanto que Lota ficou em silêncio para pensar em algo por um tempo, entretanto, ela decidiu abrir a boca.  


― Você sabe, Edgar não ficaria com a garota que ele realmente ama nem uma vez. ... Você não acha? 


Ela deveria estar se referindo à Ermine 


Lydia lembrou-se de como os dois estavam apenas alguns minutos atrás e estranhamente convencida de que era assim. Edgar sentiu que não aceitar os sentimentos de Ermine seria a melhor opção para os dois. Ele estava dizendo algo assim.  


Ermine havia dito que ela era a escrava do Príncipe. É por isso que ele estava se mantendo distante de Ermine, pois estava preocupado em fazer Ermine se lembrar do Príncipe.  


Mesmo para Edgar, manter um relacionamento profundo com Ermine deve ter feito com que ele sentisse medo de não conseguir se livrar do Príncipe.  


Mas, então, isso significa que ele não tem certeza se foi a decisão certa que tomou agora? Porque, ao obrigar-se a recusar Ermine, isso a fez perder a vida como humana.  


― ... Se ele realmente a ama, então, ele deveria ter apenas expressado seus sentimentos a ela agora mesmo.  


― Isso seria impossível. Não sei exatamente o porquê, mas quando você vê aqueles dois, tem a sensação de que não há outro jeito.  


Lydia se perguntou se a influência do Príncipe entre os dois era muito maior do que ela imaginava.  


― E, então, Betty decidiu se separar de Edgar? 


― Não, ela ficou ainda mais determinada a roubá-lo e tentou fazer Ermine beber um vinho envenenado.  


Ãhn? 


Lydia teve a sensação de ter ouvido algo inacreditável, enquanto estava com a boca aberta olhando para Lota.  


― Bem, ela disse que era uma quantidade que não mataria ninguém se bebesse. Mas, acontece que Edgar percebeu e disse à Betty que ela deveria beber. Para fazer sua amante beber veneno, que escória de homem! Ela aparentemente disso isso e terminou seu relacionamento com ele. Bom, acredito que os dois estão errados, para dizer a verdade, porém, pelo menos ele estava tratando Betty como sua namorada naquela época. Mesmo assim, não é o método que você usaria para lidar com o ciúme de sua amante, certo? No final, isso não significa que Betty finalmente descobriu o verdadeiro caráter dele, não é? 

Parecia que Betty era uma garota do tipo inimaginável para Lydia. Qual era o tipo de mulher de Edgar, não, seu amor por mulheres não conhecia fronteiras, foi o que ela acabou pensando.  


Entretanto, se ela não era aquela por quem ele sentia mais amor, então, isso poderia significar que não importa por quem cultivasse sentimentos, todas  acabavam sendo iguais para ele.  


Se fosse uma garota que pudesse ficar ao seu lado por algum motivo ou outro e o distraísse de sua solidão, então, qualquer uma ficaria bem... “Sim, era isso. É por essa razão que não devo acreditar nas mentiras dele”.  


― Se você estivesse apaixonada por ele, eu não deveria estar falando algo assim para você, mas se esse não for o caso, eu não posso apenas assistir enquanto você cai em sua presa. Caso vocês dois estão namorando enquanto estão apenas olhando para o lado dele, ele iria tratá-la gentilmente e tenho certeza que seria muito divertido. Mas, assim que você deseja ser um número para ele, de repente, a rejeita, francamente falando, ele é o pior inimigo de uma mulher.  


Como era a primeira vez que Lydia ouvia uma mulher falar assim de Edgar, uma vez que ela ainda carregava consigo sentimentos que quase a deixavam deprimida, por sua vez, achou engraçado.  


Sim, pensou exatamente o que ela disse.  


― Mas, com você? Não acha que Edgar é um bom amigo? 


― Quem sabe? Porém, pelo menos, pensei que ele era um homem impressionante ao lado de sua parte sedutora. Ele assumiu o controle sobre podres ratos da parte baixa da cidade e como enfrentou os adultos da sociedade clandestina.  


― Lota, não diga nada que me torne uma impressão desfavorável.  


O próprio Edgar apareceu.  


― Mas, estou te elogiando.  


― Antes disso, você não disse algo como eu sou o pior inimigo de uma mulher? 


― É verdade.  


― Lydia, então, era aqui que você estava. Estava procurando por você.  


Ele deve ter percebido que estava em desvantagem e, assim, empurrou Lota para o lado. Edgar caminhou até Lydia.  


Seu sorriso não era diferente do habitual, mesmo assim, quando Lydia se lembrou de sua expressão oculta que mostrou à Ermine pouco antes, de repente, se sentiu sufocada.  


― ... O que você quer? 


Não sou eu aquela que ele realmente ama”.  


Isso porque assim como ele a chama de noiva, vai beijar outra mulher. Ela deveria saber disso, mas, agora havia captado claramente os sentimentos reprimidos em si mesma que não tinham forma até esse momento.  


― Estava pensando em partir, vim ver seu rosto. Lota, você também precisa ir e dar ordens.  

Era um motivo óbvio para tentar expulsar Lota, mesmo assim, embora ela encolhesse os ombros, saiu da sala.  


Quando ficaram apenas os dois em um quarto em penumbra, antes que Lydia pudesse escapar, Edgar pegou em sua mão.  


― Desde quando você está aqui? 


Ela teve a sensação de que, por um instante, parecia que ele estava preocupado o que ela viu pela janela.  


― Agora há pouco.  


Lydia mentiu. Com sua resposta, não ficou claro se Edgar duvidou dela, isso porque uma das suas sobrancelhas se contraiu. No entanto, imediatamente, ele abaixou o olhar, mirou para a pedra da Lua em seu dedo anelar e estreitou os olhos para o brilho opaco branco-leitoso. 


― Quando você está usando isso, tenho a sensação de que a luz aumenta. Ao mirá-lo, parece que você é a portadora deste anel e se casou comigo desde o início.  


Isso é impossível”. 


Lydia tentou afastar a sua mão dele, mas ele não a soltou.  


― Mais do que isso, está realmente certo atacar o prefeito e os aldeões? 


― Você está preocupada comigo? Tudo bem, eles podem estar em maior número, mas nosso lado é muito mais experiente em lançar ataques.  


“... Ataques não são algo que as pessoas normalmente deveriam estar acostumadas”. 


― O que me preocupa são os aldeões.  


― Vamos pegar leve com eles.  


Ao dizer isso, ele se aproximou de Lydia. Antes que ela percebesse, a mão dele estava descansando em suas costas e eles estavam tão próximos um do outro, era como se fossem amantes a tempos.  


― Hum, Edgar...? 


Isso é ruim”. 


― Edgar, descobri algo... Com você, eu ... eu só quero ser uma amiga.  


Edgar, que deve ter ouvido isso abruptamente, inclinou um pouco a cabeça para o lado.  


― Lota disse alguma coisa para você? 


― Não é bem assim... De qualquer forma, por favor, não saia por aí dizendo que sou sua noiva.  


―Você quer dizer que não há nem um pouco de chance de você se apaixonar por mim? 


― Bem... Sim.  


E ela disse isso porque a maneira como Edgar fez a pergunta era extraordinariamente pessimista e sentiu que ele estava antecipando a resposta de Lydia.  


― Tudo bem.  


― Hum? Tudo bem? 


O que você quer dizer?”, pensou Lydia enquanto franzia as sobrancelhas, ao que ele deu um sorriso triste.  


― Se seus sentimentos não mudarem quando precisarmos voltar para Londres, então, eu desisto.  


― Sé-sério? 


― Você não acredita em mim.  


― Isso porque algumas de suas promessas nunca foram cumpridas.  


― ... Estou falando sério.  


Suas palavras que ele disse enquanto soltava um suspiro pareciam cheias de dor, mas, provavelmente, não era como se estivesse com dor porque iria desistir de Lydia.  


Para Edgar dizer algo como iria renunciá-la e isso não era típico dele, provavelmente, poderia ser porque ele próprio estava começando a sentir que havia uma mentira nas palavras que usou para flertar com Lydia.  


Se ele achasse que Lydia poderia ter ouvido a conversa que ocorreu um pouco antes embaixo da janela, Edgar não poderia deixar de se lembrar de como ele se sentia naquele momento.  


― Mas, por enquanto, pelo menos você desejaria minha vitória como minha noiva? Não é costume para uma namorada despedir-se de seu amante com um beijo antes da batalha? 


Esse era seu mote, uma parte que ela não sabia se estava brincando ou falando sério. Mas, ao ouvir a palavra batalha, Lydia ficou nervosa. Se o outro lado fizesse um contra-ataque sério, havia uma chance de as pessoas se machucassem e, até mesmo, a possibilidade de acontecer algo que não as deixaria apenas com lesões.  


Oh, não! O que faço? Um beijo é bom se for só na bochecha. História com cavaleiros geralmente eram escritas assim”. 


Ela estava tentando se lembrar disso, mas ainda não tinha certeza. Ela não gostaria que algo acontecesse com Edgar se ela não fizesse isso, mesmo assim, esse tipo de feitiço era apenas uma superstição 


Mas... 


― Está tudo bem. Não vou cobiçar muito. - disse Edgar, que deve ter sentido pena Lydia, que ficou tensa por estar pensando seriamente no assunto, e sorriu.  


― É melhor você descansar.  


― Você está indo agora, certo? 


― Terá terminado quando você acordar.  


Eu não poderia adormecer com isso”. No entanto, a única coisa que Lydia podia fazer era esperar. Mesmo que ela se metesse no meio de uma briga entre humanos que não fosse relacionada a fadas, só iria atrapalhar.  


A única coisa que ela podia fazer era desejar a sua segurança e esperar por ele.  


― Então, vou indo.  


― ... Tome cuidado.  


Ao assentir com a cabeça, Edgar não soltou a mão de Lydia tão facilmente. Quando ele se afastou depois de muito custo, Lydia sentiu que seu corpo estava tenso, como se não quisesse se separar dele. Mesmo que ela se apaixonasse, só iria se ferir.  


*** 

 

Nas ervas daninhas e moitas onde vivia o clã dos dobies, Nico tomou um gole espesso de álcool de cogumelo enquanto participava do banquete.  


[― Então, senhor Nico, a fairy doctor veio em relação ao changeling.] 


[― Embora, eu ache que é inútil. Mesmo que fosse uma fairy doctor, não há nada que uma fairy doctor pudesse fazer contra um Wyrm, que foi revivido pelo Conde Cavaleiro Azul.] 


― Este Conde Cavaleiro Azul, que tipo de homem ele é? 


Nico lambeu o fio que estava grudado em seu bigode.  


[― Eu não sei.] 


[― Não consegui dar uma olhada rápida, quando trouxe a noiva de Wyrm.] 


― Noiva? 


[― Isso mesmo. O Conde Cavaleiro Azul não apenas despertou o Wyrm, mas também lhe deu uma noiva.] 


― Seria uma uma humana, uma jovem, não é? 


[― Claro. Os dragões dos tempos antigos preferem mulheres jovens e gostam mais se forem princesas nobres.] 


Portanto, a neta do Grão-Duque de Cremona, que supostamente desapareceu, não se tornou a noiva do falso Conde Cavaleiro Azul, mas foi feita para ser noiva do Wyrm 


Bem, isso, com certeza é um azar”, pensou Nico. Mas, se foi uma garota por quem o conde perdeu o interesse, então, existe a possibilidade de que o Wyrm, que não trapaceava de jeito nenhum, deve parecer um homem melhor aos olhos dela... ou possivelmente, não.  


― Então, que espécie de homem era o Conde Cavaleiro Azul? 


[― Ele estava vestindo roupas pretas.] 


― ... Isso é tudo que você sabe.  


[― Como eu disse, só dei uma olhada rápida. Mas, se fosse a noiva do Wyrm, então, ela pode saber.] 


― Mas, a noiva está perto do Wyrm, não é? Como devo perguntar a ela? 


[― Ela sai da caverna, às vezes. Já que ela precisa comer. Ela parece muito miúda, então, às vezes, trazemos comida para ela.] 


― Bom, esse seria o momento em que poderíamos conhecê-la.  


[― Sim. Isso mesmo, levaremos comida para ela ao amanhecer. Já que é o dia da maré alta. É quando o poder do Wyrm enfraquece. E assim, a princesa consegue chegar próximo da entrada da caverna.] 


Ao ouvir isso, Nico correu para se levantar.  


― Amanhecer... Espere! Vou trazer a fairy doctor 

 

*** 

 

Lydia ia ficar acordada e esperar, mas enquanto passava o tempo no sofá, aparentemente tinha adormecido.  


Ainda estava escuro, mas quando a ponta da cauda peluda golpeou a ponta de seu nariz, ela espirrou e esfregou os olhos.  


― ... Nico? Oh, não! Eu estava dormindo? 


― Mais importante, Lydia, descobri a localização da princesa! 


― Princesa...? 


― Betty, acho que era esse o nome dela? A princesa que foi sequestrada pelo Conde Cavaleiro Azul. Parece que ela se tornou a noiva do Wyrm 


Lydia se levantou como uma mola.  


― Isso é verdade? 


― Parece que uma vez por mês, há um dia em que ela sai da caverna do Wyrm. Se não apressarmos, não vamos conseguir.  


― Tudo bem, eu vou imediatamente. Oh, mas, espere um minuto, preciso ir para o quarto e pegar um casaco.  


A manhã lá fora aparentava estar bem gelada. Mesmo que Lydia estivesse em um quarto com lareira, estava muito frio para ela enquanto dormia.  


― Estarei esperando no corredor.  


Ela subiu a escada correndo e foi para o quarto. Quando Lydia abriu o armário, pensou que o vestido que usava seria difícil de se mover. Era um vestido que a deixava elegante durante a viagem de férias, porém, o verdadeiro caráter de Edgar lhe foi revelado e ao pensar muito sobre isso, não havia necessidade de estar bem vestida.  


Um lugar como a caverna do Wyrm, com certeza, faria qualquer vestido ficar sujo em questão de tempo.  


Assim que decidiu tirar o vestido que estava, retirou do baú uma roupa comum e escolheu vestido macio e esvoaçante. Depois que tirou a crinolina, vestiu uma saia por cima da única anágua.  


Quando ela tentou abotoar a parte de cima do vestido, ouviu-se um som na janela.  


― Nico, você esperaria só mais alguns... 


Ela pensou que Nico a estava pedindo para ir mais rápido. No entanto, quando Lydia se virou, viu Kelpie sorrindo para ela.  


― Oi, Lydia. Você desapareceu de repente, então, te procurei.  


― Espere, Kelpie! Não entre sem pedir licença, estou me trocando! 


― Eu te atrapalharia se ficasse aqui enquanto você se troca? 


― Você não tem bom senso!? 


― Bom senso? 


Ele era um cavalo, ainda por cima uma fada, portanto, não havia como. Em vez de explicar, Lydia decidiu que era melhor se trocar rapidamente. Já que para Kelpie, não havia diferença em roupas e roupas íntimas.  


― Eu posso sentir cheiro de fumaça. Alguma coisa está queimando em algum lugar. - murmurou Kelpie 


Ao ouvir essa fala, Lydia correu para a janela enquanto abotoava o vestido. Porém, estava muito escuro, e não conseguia ver nada. Ao mesmo tempo, ouviu uma explosão de tiros.  


Ah, não! Eu me pergunto se Edgar e todo mundo estão bem”. Mas, não havia tempo para esperar pelo retorno deles. “Preciso avisar a alguém que vou procurar Betty”.  


Lydia tentou sair da sala.  


― Ei, sair enquanto você está se trocando é de bom senso? 


Oh, nossa! Em momentos como este, ser mulher é tão incômodo. Não ter permissão para sair vestida de maneira inadequada”. 


Além disso, as roupas femininas tendiam a vir com um maior número de botões do que se poderia suportar. Como Lydia estava com pressa, ela chamou Kelpie 


― Você poderia me ajudar a abotoar minhas costas? 


― Hum? 


Lydia estava com pressa para abotoar a manga.  


― Rápido, por favor, me dê uma mão.  


De uma maneira reticente, Kelpie se aproximou.  


― O que é isso? O que devo fazer? 


― Coloque nas casas.  


― Isso é muito cansativo... 


― Lydia, você está aí? 


Só então a porta de seu quarto se abriu. Lota foi quem apareceu. Ela deu uma boa olhada no homem desconhecido que estava no quarto de Lydia e a ajudava a se vestir, e fez um som parecido com “Ohhhh!”. 


― Desculpe, venho mais tarde.  


Ela acabou de ter a impressão completamente errada? 


― Espere, Lota! Você está enganada.  


― Eu sei, eu sei. Não vou contar a ninguém.  


― Não é isso. Ele não é humano, mas um cavalo! Eu imploro, por favor, não vá! 


Com um olhar de quem não entendia o que ela estava dizendo, Lota ainda parou.  


― Algo tão tedioso que não posso fazer. Ei, você, por que não a ajuda? 


― Como? 


― Sinto muito, Lota, por favor.  


― Hum... Bom, tudo bem. Humm... Oh, sim, parece que Edgar e seu grupo conseguiram cercar a casa do prefeito. Nossos batedores puderam confirmar que os aldeões estavam se dividindo e fazemos algo para esconder alguma coisa, então, eu e minha equipe fomos na frente e os prendemos, mas parece que o prefeito está lutando. Vou apoiá-los. - disse Lota, enquanto abotoava Lydia.  


― Aquele tiroteio agora... 


Lydia se perguntou se era parte do auge do ataque.  


― Essa coisa pequena não é para se preocupar.  


Agora, ela só tinha que acreditar que sim.  


― Oh, sim, Lota, acho que posso me encontrar com Betty. Se eu perder esta oportunidade, disseram-me que teria de esperar mais um mês, por isso, irei imediatamente.  


―Betty? Você realmente consegue encontrá-la? 


― Mas, parece que ela se tornou a noiva de um dragão Wyrm. É por isso que pode ser difícil tirá-la imediatamente.  


― A noiva de um Wyrm? 


― Ela está trancada na caverna de um dragão no reino das fadas.  


Ouvindo algo que envolvia fadas tão de repente, Lota virou e torceu a cabeça por um tempo. No entanto, ela não reagiu rindo do que Lydia disse e, eventualmente, acenou a cabeça como se entendesse.  


― Então, eu gostaria de ir com você. Tudo bem se as coisas aqui forem deixadas para Pino. Por favor, Lydia, leve-com você.  


― Sim... É melhor. Assim seria mais rápido saber se ela é Betty ou não.  


Lota piscou com olho, como se quisesse dizer que está decidido, colocou a cabeça para fora da janela e chamou Pino. Ela se virou e novamente deu olhada para Kelpie, então, falou com Lydia.  


― Lydia, você realmente escolhe seus homens pela aparência, não é? 


― Não, você está enganada! 

 

*** 

 

Lydia continuou explicando que Kelpie era uma fada, mas não estava claro se ela realmente entendeu a mensagem. Lydia, junto com Lota e Nico fizeram todo o caminho até o penhasco ao longo da costa do oceano. Um grupo de dobies disse para aparentemente ser neste lugar.  


Sob o céu que começava a clarear, embora, não tivesse uma lâmpada, eles conseguiram ter uma visão clara da paisagem ao redor.  


― O quê? A caverna de um Wyrm? Você realmente não deveria, Lydia, ir para um lugar perigoso como esse.  


Até Kelpie os acompanhou.  


― Criaturas como eles respiram fogo, você sabe. Não estou brincando.  


― Você não precisa se obrigar vir junto.  


― Se eu não for com você,será encontrada pelo Wyrm e devorada. Não é apenas uma simples fada, você está enfrentando um enorme dragão.  


Kelpie, mesmo se você estivesse conosco, ninguém poderia ir contra o Wyrm 


― Não se preocupe. Se for sobre velocidade, então, não vou perder. Além disso, ele só tem um corpo grande, fora isso, ele se move devagar e de modo desengonçado 


Então, isso significa que você vai correr”. 


― Ei, Lydia, tem um barco ali.  


Lota apontou para o fundo do penhasco perto da borda das ondas. Num terreno como este que está assentado junto ao oceano numa falésia, a única forma de sair para o mar era descer as escadas de madeira que estavam instaladas na parede da falésia.  


Ao pé da escada que os aldeões construíram, havia um pequeno barco amarrado à margem.  


― Eles disseram que você pode entrar na caverna do Wyrm passando por uma fenda no penhasco perto do mar. Isso não significa que devemos usar aquele barco lá? - perguntou Nico e foi em frente para descer as escadas.  


Lota observou enquanto Nico se levantava sobre as duas patas traseiras e descia habilmente as escadas sob um olhar curioso e o seguia. E quando Lydia também chegou ao fundo, havia um pequeno pedaço de madeira flutuando perto do pequeno barco. Ao apertar os olhos para checar, era uma jangada que um dobie pilotava.  


[― Você é a fairy doctor?] 


― Isso mesmo. Você vai ser o único a nos guiar? 


[― Caso seja neste pequeno barco, apenas dois humanos podemos levar. Gato fada, creio que tudo saíram bem.] 


Disse o dobie após olhar para Lota e Kelpie, que estavam atrás de Lydia.  


― Eu vou nadar.  


Assim que disse isso, Kelpie pulou no mar. Houve um grande respingo de água e, assim que ele se transformou em um cavalo preto, até Lota abriu os olhos surpresa.  


[― Você poderia colocar esta bagagem. Fairy doctor, você é boa em pilotar um barco?] 


― Hein? Uhm..., eu vou ser a única a dirigir? 


― Eu faço. Sou boa nisso. - disse Lota. 


Quando ouviu o que Lota disse, Lydia respirou e relaxou.  


[― Bem, então, por favor, siga-me.] 


Na cesta de capim que o dobie colocou no pequeno barco em que os três estavam havia cogumelos e frutas de árvores. Deve ser a comida que seria entregue à Betty.  


A jangada do dobie continuou se movendo ao longo do penhasco. As ondas rodopiantes que batiam nas rochas faziam o bote das duas balançar violentamente, mas os remos que Lota pilotava faziam a proa do bote seguir o rumo que dobie as conduzia.  


Eventualmente, quando uma longa fenda vertical apareceu no penhasco rochoso, o dobie dirigiu a sua jangada em direção a essa fenda. Era uma abertura estreita pela qual o pequeno barco em que Lydia e os outros estavam mal conseguia deslizar, e Lota conseguiu passar por ela com astúcia.   


As rochas em ambos os lados davam uma sensação de opressão, mesmo assim, quando continuaram por um tempo, a visão de uma ampla caverna de calcário surgiu à vista deles.  


― Uau... 


Junto com Lota, os dois ficaram impressionados. De uma abertura diagonal logo acima, a luz da manhã, que finalmente estava começando a aparecer, e o teto e as paredes brancas pareciam deixar escapar um brilho fraco.  


O calcário que pendia como gelo se assemelhava a lustres, também, os pilares naturalmente brancos faziam o lugar parecer um santuário. 


― Este é o ninho do Wyrm? 


[― O ninho está mais atrás. Ah, e mais uma coisa, se você está nas águas do oceano, ainda é o mundo humano, mas uma vez que você pisa nesta terra, então, você estará no território do Wyrm. Portanto, certifique-se de não sair do barco.] 


Nesse momento, o barco balançou de repente. Lydia agarrou-se ao barco e Nico caiu e bateu a cabeça.  


[― Oh, isso é ruim.] - murmurou o dobie. 


― O que está acontecendo, senhor dobie? 


[― Normalmente, nessa hora, o Wyrm deveria estar dormindo, mas...] 


― Espere aí! Então, isso significa... 


[― Parece que fomos descobertos. É melhor nos apressarmos e fugirmos.] 


Assim que disse isso, ele virou o corpo e começou a remar rapidamente em direção à saída.  

Lota reclamou porque o pequeno barco em que eles estavam não podia ser virado tão facilmente quanto a jangada. E, enquanto isso acontecia, foram atingidos por uma forte vibração feita por algo enorme se movendo, e pedras em ruínas começaram a cair sobre eles de cima.  


― Ei, Lydia, venha aqui! 


Kelpie se levantou para ficar em pé na superfície da água em sua forma de cavalo. Ele esticou a cabeça, cravou os dentes no casaco de Lydia e puxou-a para fora do barco para carregá-la nas costas. Ao mesmo tempo, disparou a galope através das grandes ondas.  


Kelpie! Espere, Nico e Lota... 


No entanto, Kelpie tinha apenas Lydia em sua mente em primeiro lugar. Ainda segurando seu pescoço, Lydia viu que uma grande onda estava prestes a bater no pequeno barco, mas uma vez que Kelpie galopou para dentro do buraco estreito na caverna, ela não conseguiu mais ver o barco e os dois ficaram para trás.  

 

 

Nota da tradutora:  

Esse capítulo é um tanto esclarecedor. Finalmente, conseguimos desvendar um pouco da personalidade de Martha. Realmente, Lydia estava certa o tempo todo, era ela que sofreu com a changeling. E está certíssima não ficar abaixando a guarda para um prefeito um tanto escuso.  

Outro trecho que chama a atenção é o tanto quanto Edgar não presta. Sorry, não há como defendê-lo, Edy. E Lota deve saber de cada de história... O que descobrimos aqui, não é um décimo do que deve ter realmente acontecido.  

O outro trecho que vale lembrar é o que Lota dá de cara com Lydia e Kelpie. Só a Deusa sabe o que ela pensou. Mas, também, quem iria culpá-la, não é mesmo? 


Antes de terminar, quero deixar dois recados: 


  1. 1) Para quem acompanha o blog desde os seus primórdios, pode ter percebido que muitas postagens tiveram suas imagens apagadas. Entrei em contato com o suporte, mas até agora (para variar) não obtive resposta. Portanto, assim que tiver um tempinho, vou editar as antigas postagens e até selecionar as que irão ficar ou entrarão para arquivo. Veremos... 


  1. 2) Estou trabalhando em uma fanfic que envolve: Lydia e Edgar (oh, que dúvida...) + o pessoal do Ouran Host Club + os meus lindos de Kuroshistuji. Assim que tiver mais palpável a data, iria noticiá-los por aqui.  


Então, é isso! Obrigada por prestigiar e até mais!