sábado, 27 de julho de 2013

O Rapto do Filho do Conde–Capítulo VI

(fanfic para o anime/mangá Hakushaku to Yousei)

À noite, Lydia pediu seu chá, mas não quis biscoitos para acompanhar. Sentada na varanda, com coração apertado, sua aflição era por Edgar, por Aurthur, por Raven e pelos rumos que o Condado poderia tomar. Queria ajudá-los, mas como? O nó na garganta a sufocava e sua mente estava enevoada. Foi então que ela escutou:

- Lydia, não adianta nada sentir-se derrotista – Tytânia tentou animá-la. Por mais que a Rainha cuidasse de todos do mesmo modo, por Lydia seu carinho era especial. Tytânia sabia que ela era o esteio do Condado.

- Mas… as lágrimas caiam contra a sua vontade, que ela tentava enxugá-las sem sucesso com a manga do seu vestido. Então, Tytânia pediu a Tompinks mais duas xícaras de chá. – E de hortelã, por favor, completou.

- Não precisa! Peça só para a senhora. - disse a condessa, ainda com a voz embargada

- Esses são especiais! – falou Tytânia sorrindo.

O mordomo sereiano trouxe as duas xícaras com as folhinhas em fusão dançando de forma atrevida. Então, Lydia observou Tytânia tirar do seu casaco um pequeno frasco violeta, que lembrava a cor dos olhos de Edgar. E dele a Rainha colocou três gotinhas de uma essência aromática e deu-lhe para beber.

- Beba e vá descansar, Lydia. Você só precisa repor suas energias. Todas as respostas já estão prontas dentro de você.

Ela sorriu tristemente e sorveu o chá num gole só. Lydia pediu para retirar-se, mas antes beijou a face da Rainha e disse: – Muito obrigada!

No quarto escuro, Edgar ainda estava adormecido. Ela ajeitou os travesseiros e deitou-se ao seu lado. Vencida pelo cansaço, adormeceu e nem percebeu quando ele ajeitou-se junto a ela como pedisse colo. E assim seguiu a noite.

Mal tinha saído os primeiros raio de Sol, Edgar já estava de pé. Lydia dormia tão profundamente, que ele não teve coragem de acordá-la. Deu um beijo em seu rosto de forma carinhosa e saiu. Tomou um banho demorado e foi tomar café. Muito abatido, procurava encontrar forças na xícara de chá preto, quando escutou:

- Não fique assim rapaz!, era Lugh procurando dar ânimo ao conde.

- Como posso voltar a sorrir se nem ao menos soube … , não conseguiu terminar a frase. Parecia que tinha perdido a fé em si mesmo, sua autoestima. Tinha lutado tanto para ser digno da Espada Merrow, tinha se dedicado tanto à sua família, cumprido os juramentos que fez com cada povo elemental. “Agora isso, por quê?”.

- Edgar, você está pronto?

O jovem virou lentamente e pode ver Tytânia, Sereia e Kelpie (mesmo contra a sua vontade). Eles ajudariam o conde encarar à sua sombra e de uma vez por todas, curar  a sua adolescência dolorosa e reencontrar seu verdadeiro elemento, o fogo. Fogo da coragem, da transmutação, da transformação, da força em proteger àqueles que tanto amava.

Ele respirou fundo e disse: – Sim, estou.

Foram escolhidos a dedo, os representantes de cada povo, para preparar o ambiente para o encontro de Edgar com sua sombra. O local escolhido foi o salão de baile e quem precederia seria a Rainha dos Sereianos, Sereia. Um círculo foi feito com vários itens: conchas, pedras, galhos, penas que cairam dos corpos dos animais e pequeníssimas velas e ao centro um local para que Edgar deitasse. O ambiente perfumado o deixou zonzo. E seguindo as instruções, ele foi ao centro do círculo.

- Edgar, volte bem e salvo!, ordenou Sereia – se precisar de algo, estaremos aqui!

- Está bem!, mas sua voz soou incerta.

Era apenas o início da verdadeira batalha que o conde deveria enfrentar…

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