terça-feira, 26 de agosto de 2008

O dia que vi a Maurren de perto

Pensei em nem tocar no assunto das Olimpíadas. Também com a massificação do evento, não tinha muito mais coisa para falar, mas nas circunstâncias que passei hoje, decidi: Por que não?
Estava lá eu, no centro da cidade, na espera (pacientemente) por um ônibus na Avenida Brigadeiro Luís Antônio que me levasse para metrô, por volta das 16 horas na altura do Teatro Abril. O sol de engana bobo, o vento friozinho e o pé doendo ajudavam a piorar o meu mal humor. Principalmente, depois de comparecer em entrevista que foi um inferno (o cara teve a pachorra de perguntar se tinha competência para revisar livros jurídicos por não ser formada em letras ou direito. Ué? Será que ele não leu o meu currículo?)
Foi aí que venho uma bateria de motocicletas, daquelas que você só vê quando alguém importante passa pela cidade. Pensei: “Se for a Marta Suplicy, juro que jogo o meu sapato na cabeça dela!”. Melhor, não, né? Aliás, a minha Melissa dourada vale mais que alguns botox daquela senhora infame!
Mas aí a vi. No alto de um carro de bombeiro, simpática, doce, com carinha de cansada (pensa que viajar de Pequim para cá é brincadeira?), mas mesmo assim acenando a todos: Maurren Maggi. Ah, sim, nessas horas você agradece a tecnologia e aproveita a maquina fotográfica embutida no celular. Foi o que fiz. E aí está.
Nascida como Maurren Higa Maggi em 25 de junho de 1976, ela ganhou medalha de ouro na prova de salto em distância com a assustadora marca de 7,04m nas Olímpiadas de Pequim.
Essa garota nos levou ao pódio depois de 24 anos sem títulos no atletismo (o último foi em 1984 com João Cruz, o João do Pulo) e a primeira mulher a vencer em provas individuais. Oh, que chique!!
Mas ela comeu areia e quanta areia para chegar até ao “Olímpio”. Aquele fatídico 2003, poucos dias antes do início do Pan em Santo Domingos, a reservou uma amarga surpresa: Maurren foi suspensa por não passar no exame antidoping. A atleta alegou que não sabia da presença de clostebol, encontrado em seu organismo, na composição do creme cicatrizante que utilizou após ter feito uma sessão de depilação definitiva. A droga é a primeira citada e proibida pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF).
Mas em 2006, ela retornou aos treinamentos e conquistou novamente a medalha de ouro durante o Pan no Rio no salto em distância com marca de 6, 84m. Essa é a Maurren!! E impossível não gostar dela. Quem assistiu as transmissões do Pan no Rio, provavelmente a lembrará correndo (como ela fez nas Olimpíadas em Pequim) com a bandeira brasileira enquanto dava pequenos pulinhos e fazia coraçãozinhos no ar com os dedos e falava: “Eu (aí ela desenhava o coração no ar) amo vocês!!”. E depois jogava beijinhos. Quer atleta mais meiga? Hahahahaha.
Já no pódio em Pequim, mais precisamente no dia 22 de agosto de 2008, durante a execução do hino nacional, bastou algumas estrofes para que ela chorasse de emoção. Com a medalha de ouro no peito, Maurren dedicou a vitória à filha, Sophia, que contrariada falou: “Preferia a de prata, mamãe”.
Ah, Sophia, só que 179.999.999 de brasileiros queriam mesmo é a de ouro. Beijos, Maurren e seja Bem-Vinda!!

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