sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Até as últimas consequências–Capítulo XII

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening(Abertura):

 

As rodas da carruagem pareciam que seguiam o mesmo ritmo do coração de Lydia. Ela sabia que agora era a cartada final e, talvez, a mais difícil. “Não posso fraquejar”, pensou e passou a analisar passo a passo o que falaria para o senhor Chronos. Para ela seria complicado encará-lo de frente, mas não iria arredar o pé até que aceitasse seu pedido. “Estou preparada para falar com a entidade mais implacável de todas? Afinal, ele é o Senhor do Tempo!”. O tempo escorria entre os seus dedos, assim como aconteceu com a vida de Edgar.

Sugestão de trilha: Misconduct (Code Geass R2 – OST)

Olhou para Raven e agradeceu aos céus por ter vindo com ela. Ele que estava apoiado com a mão no queixo observando a paisagem, percebeu que ela o olhava. Muito gentil, virou-se e sorriu. Um sorriso tímido talvez, mas como a agradecesse que estava fazendo por Edgar. “Sim, Raven era definitivamente mais bonito quando sorria. Algo que acontecia raramente”, refletiu.

E para o espanto de Lydia, o cocheiro estacionou em frente ao Big Ben, o mais famoso relógio do mundo, o mais preciso de todos. A fairy doctor colocou a cabeça de fora da janela assombrada e perguntando-se como foram parar lá.

- Senhora! Aqui termina meu trabalho. – disse o cocheiro, abrindo a porta para que eles descessem.

- Tem certeza que Chronos está aqui?

- Absoluta, senhora!

Ela desceu da carruagem, assim como Raven segurando o embrulho de veludo que continha a trama da vida de Edgar. E o cocheiro retirou-se.

Por um minuto parou em frente ao majestoso monumento. O vento tentava brincar com seus cabelos sem sucesso. O olhar fixo no relógio. “Não temos muito tempo”. Foi aí que ela ouviu:

- Milady, o que a senhora pretende fazer quando conseguirmos voltar no tempo?

Lydia olhando ainda para relógio, respirou fundo, mordeu os lábios e voltou-se para o mordomo:

- Assassinar Ulysses!

Raven arregalou os olhos, suspendeu por alguns segundos a respiração e depois, afirmou:

- Milady, pode contar comigo!

- Com certeza, Raven! Só assim protegeremos Edgar, Aurthur, até você e eu. Sem contar o condado e, inclusive, a Inglaterra.

- A senhora sabe que…

- Sim, Raven! Sei muito bem que posso sofrer consequências pelo meu ato. – respondeu convicta. – Mas, concorda comigo que está na profecia? Exterminar toda a linhagem do Príncipe da Calamidade…

- Sim, senhora! Eu entendo!

- Bem, não temos muito tempo, Raven. Quem sabe Chronos nos devolva esse tempo e acabamos logo com isso?

Ajeitou os cabelos, arrumou a saia do vestido e endireitou a manta. Não estava no seu modo mais apresentável, principalmente pela sua posição. Mas… que diferença faz isso se a vida do seu grande amor ainda estava em jogo? E começaram a andar em direção à torre.

Conforme Raven e Lydia caminhavam, estranhamente, foi criado um túnel que terminava em uma porta entreaberta. Na altura do campeonato, eles não mais admiravam quando algo desse tipo acontecia. Raven a abriu e notou que havia uma longa escada em espiral.

Sugestão de trilha: And more... (Code Geass R2 – OST)

Um olhou para o outro, acenaram com a cabeça e começaram a subi-la. E subiram tantos e tantos degraus, que em determinado momento, Lydia precisou parar para descansar um pouco.

- Quer ficar mais um tempo, milady?

- Não, Raven! Vamos que o tempo está correndo… – respondeu ela.

No alto da torre depararam-se com uma sala com relógios de vários tipos: cucos, solares, clepsidras, ampulhetas, entre outros. Mais adiante, eles avistaram um senhor sentado em uma mesa com aquelas lupas típicas para relojoeiro. Ele analisava um dos mecanismos que estava aberto.

- Licença… – solicitou Raven.

O senhor levantou a cabeça e tirou a lupa. Parecia um idoso como outro qualquer, mas trajava de uma forma despojada. Era alto, magro e sua compleição física era ossuda. Seus longos cabelos brancos estavam presos por um laço. As mangas da camisa estavam dobradas até a altura dos cotovelos e o colete azul-cobalto davam-lhe um aspecto jovial. Mas o seu olhar desconfiado deixou Lydia insegura. Ele continuou olhando para eles, sem dizer nada.

- Estamos atrapalhando algo? – indagou Raven.

- Até agora não! O que querem? – sua voz soou ríspida.

“Sabia que não seria fácil, mas como essa gentileza será um pouquinho pior…”, Lydia pensou de forma irônica. Ela então tomou coragem e adiantou-se:

- Senhor, viemos pedir um enorme favor!

- E a quem devo conceder? – indagou ainda com tom seco.

- Pois sim, sou Lydia Carlton Ashenbert, condessa Cavaleiro Azul e fairy doctor do Condado de Ibrazel. Este é meu leal mordomo, Raven. - E este último fez uma reverência.

- Bem… – continuou, agora apertando as pontas dos dedos de uma mão contra a outra: – gostaríamos de voltar no tempo… digamos, há exatamente dois dias e algumas horas…

- E por que eu concederia esse favor? – perguntou com uma ponta de curiosidade.

Lydia, ainda que de forma respeitosa, aproximou-se ainda mais.

- Há mais ou menos 70 horas, meu marido foi morto…

- E? – indagou Chronos entre curioso e desconfiado.

- Gostaríamos de voltar no tempo para evitar esse evento!

Sugestão de trilha: Super Natural (Code Geass R2 – OST)

- Só isso? – perguntou ele.

- Sim… – respondeu ela.

“Foi mais fácil do que eu imaginava”, pensou ela. Mas, mal teve tempo de comemorar, quando escutou:

- Não!!!!

- Mas por que não??

- Pessoas morrem todos os dias!!

- Mesmo que a pessoa morreu abruptamente, sem direito à defesa e ainda não era tempo dela morrer?

- Escute aqui, mocinha…

- Não sou mais uma mocinha! – protestou ela – Meu nome é Lydia, senhor Chronos!

Ele respirou fundo e a analisou.

- Quem foi assassinado mesmo?

- Como já disse, é meu marido, o conde Cavaleiro Azul, Edgar Ashenbert!

- E eu com isso? Fale com Hades… com a Perséfone…

- Já falei! – replicou rápida como um gatilho.

- Então, fale com a Hell…

- Já falei com ela também! – Lydia retrucou novamente.

- A senhori… A senhora deve estar de brincadeira!

- E por que estaria? Que eu saiba sei que o senhor é ocupadíssimo! Não viria aqui apenas para fazer uma piada! – retribuiu ela.

- Já falou… – ele mal conseguiu completar e Lydia:

- Com as Moiras? Já! Inclusive a senhora Hécate e até com um demônio! Satisfeito?

- Saiba que a senhora é muito petulante!

“Hum, devia ter segurado minha língua. Ela tem estado mais afiada do que a de Edgar…”, refletiu.

- Senhor! – aproximou-se ainda mais – Não é uma questão de petulância! É de urgência!

- E por quê? – provocou ele.

- Vamos lá! Deixe-me explicar… Meu marido é responsável pelo Condado de Ibrazel, a Nação das Fadas, assim com a Terra dos Leprechauns e zela pela vida dos Sereianos. Sem contar que nosso Condado é um dos mais bem administrados e prósperos! Vale também ressaltar que ele é pai de um garotinho de seis anos, Aurthur. O meu marido sofreu horrores entre a pré-adolescência e anos que antecedem a idade adulta. E foi morto sem poder ao menos se defender! Fui clara?

- Hum… e por isso…

- Não! Tem mais!! Nós somos responsáveis pelo Condado para que não caia nas mãos de tirânicos com sede de poder e que podem assolar toda região, inclusive a Inglaterra! Com a morte do meu marido, tudo isso vai para água abaixo! Eu estaria vulnerável, assim como a vida do meu filho!

Chronos continuava impassível e ainda não estava convencido.

- Não é suficiente? – bradou ela.

Enquanto ele desviou o olhar para o lado, Raven aproximou-se dela com o embrulho de veludo, como quem dissesse: “Mostre a ele! Mostre!”. Ela acenou para ele como quem dissesse para esperar mais um pouco.

- Bem, quem a indicou para que a senhorita…

- Senhora! – repreendeu ela.

- Senhora – corrigiu ele – viesse aqui?

Sugestão de trilha: Showdown (Code Geass R2 – OST)

- As Moiras!

Ele apenas levantou a sombrancelha do olho esquerdo.

- Pois bem! Veja isto! – e retirou do embrulho de veludo, que estava nos braços de Raven, a trama de Edgar.

-Veja! A trama em nenhum momento ficou negra! E não há sinal de que ela seria cortada! Isso significa que ele não deveria morrer! – disse num misto de indignação e raiva. E finalizou: – É justo?

Ele que estava até o presente momento tomando uma atitude indiferente, tornou-se reflexivo. Levantou-se e foi em direção a ela, que ainda mantinha a trama de Edgar estendida entre as suas mãos. Chronos analisou de perto a teia e mirou-se profundamente nos olhos verdes da condessa.

- E o que faria se voltasse no tempo?

Ela, sem um pudor e nem temor, respondeu:

- Assassinar Ulysses, o responsável pela morte do meu marido e pela futura catástrofe!

- E a senhora se acha no direito de tirar a vida de outrem? – indagou de modo provocativo.

- Sim! – respondeu decidida – Está na profecia! Desde os tempos primordiais, a esposa do primeiro Cavaleiro Azul, Lady Gladys visualizou que um homem nasceria sob a marca da maldade e que iria dominar todos os seres mágicos. A família Ashenbert foi escolhida para exterminá-lo, assim como todos os ramos ligados a ele, incluindo o fairy doctor Ulysses. Meu ato não é só pela profecia, mas principalmente porque a vida de Edgar é prioridade para mim. Um homem que tem seus sonhos roubados ainda criança torna-se duro e cruel. E não foi o caso de Edgar! Debaixo daquele cinismo que ele demonstrava quando o conheci, estava um menino perdido pedindo ajuda! E logo agora que ele conseguiu reerguer-se, obteve a felicidade e ainda a quis repartir com quem quer que fosse, teve sua vida tirada por um simples capricho de poder? É justo?

O olhar quase gélido de Chronos transformou-se complacente, próximo de benevolente.

- Está bem! Você realmente me convenceu, Lady Ashenbert!

Lydia caiu de joelhos e só pode dizer entre lágrimas:

- Obrigada! Muito obrigada!!

Ending (Fechamento):

Nota da autora: Uhuuuuuuuuuuu! A Lydia conseguiu!!! Aí está o fim do primeiro arco da fanfic! E que tenso, hein? Confesso que quando escrevi esse capítulo meu coração ficou aos pulos. Quando se escreve uma história, aos poucos, os personagens ganham realmente vida e em muitas vezes quando você decide algo para ele, o mesmo escolhe outro caminho ou toma outra decisão. E por incrível que parece não consegui descobrir se o Chronos iria topar ou não até ao final do capítulo! Aliás, aqui conhecemos Chronos, o Senhor do Tempo. Para quem conhece mitologia, ele não é tão fofo como foi mostrado na fanfic. But… Acho também que ele é injustiçado por muitas fontes. Também, o que seria de nós se não tivemos horas, minutos, datas e outros itens ligados ao tempo? Para saber um pouco mais sobre ele, aqui está o link: Chronos. Ao meu ver, o Senhor do Tempo parece um simples idoso, mas veste-se de maneira jovial, mesmo sendo um rabugento ^^

Na próxima semana… Sim! O Edgar estará de volta!!! Podem parar de chorar, garotas! E será um capítulo daqueles! Ah, teremos opening e ending novos e muito mais! Bem, espero vocês então! Até lá e beijos!

Até as últimas consequências–Capítulo XII

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening(Abertura):

 

As rodas da carruagem pareciam que seguiam o mesmo ritmo do coração de Lydia. Ela sabia que agora era a cartada final e, talvez, a mais difícil. “Não posso fraquejar”, pensou e passou a analisar passo a passo o que falaria para o senhor Chronos. Para ela seria complicado encará-lo de frente, mas não iria arredar o pé até que aceitasse seu pedido. “Estou preparada para falar com a entidade mais implacável de todas? Afinal, ele é o Senhor do Tempo!”. O tempo escorria entre os seus dedos, assim como aconteceu com a vida de Edgar.

Sugestão de trilha: Misconduct (Code Geass R2 – OST)

Olhou para Raven e agradeceu aos céus por ter vindo com ela. Ele que estava apoiado com a mão no queixo observando a paisagem, percebeu que ela o olhava. Muito gentil, virou-se e sorriu. Um sorriso tímido talvez, mas como a agradecesse que estava fazendo por Edgar. “Sim, Raven era definitivamente mais bonito quando sorria. Algo que acontecia raramente”, refletiu.

E para o espanto de Lydia, o cocheiro estacionou em frente ao Big Ben, o mais famoso relógio do mundo, o mais preciso de todos. A fairy doctor colocou a cabeça de fora da janela assombrada e perguntando-se como foram parar lá.

- Senhora! Aqui termina meu trabalho. – disse o cocheiro, abrindo a porta para que eles descessem.

- Tem certeza que Chronos está aqui?

- Absoluta, senhora!

Ela desceu da carruagem, assim como Raven segurando o embrulho de veludo que continha a trama da vida de Edgar. E o cocheiro retirou-se.

Por um minuto parou em frente ao majestoso monumento. O vento tentava brincar com seus cabelos sem sucesso. O olhar fixo no relógio. “Não temos muito tempo”. Foi aí que ela ouviu:

- Milady, o que a senhora pretende fazer quando conseguirmos voltar no tempo?

Lydia olhando ainda para relógio, respirou fundo, mordeu os lábios e voltou-se para o mordomo:

- Assassinar Ulysses!

Raven arregalou os olhos, suspendeu por alguns segundos a respiração e depois, afirmou:

- Milady, pode contar comigo!

- Com certeza, Raven! Só assim protegeremos Edgar, Aurthur, até você e eu. Sem contar o condado e, inclusive, a Inglaterra.

- A senhora sabe que…

- Sim, Raven! Sei muito bem que posso sofrer consequências pelo meu ato. – respondeu convicta. – Mas, concorda comigo que está na profecia? Exterminar toda a linhagem do Príncipe da Calamidade…

- Sim, senhora! Eu entendo!

- Bem, não temos muito tempo, Raven. Quem sabe Chronos nos devolva esse tempo e acabamos logo com isso?

Ajeitou os cabelos, arrumou a saia do vestido e endireitou a manta. Não estava no seu modo mais apresentável, principalmente pela sua posição. Mas… que diferença faz isso se a vida do seu grande amor ainda estava em jogo? E começaram a andar em direção à torre.

Conforme Raven e Lydia caminhavam, estranhamente, foi criado um túnel que terminava em uma porta entreaberta. Na altura do campeonato, eles não mais admiravam quando algo desse tipo acontecia. Raven a abriu e notou que havia uma longa escada em espiral.

Sugestão de trilha: And more... (Code Geass R2 – OST)

Um olhou para o outro, acenaram com a cabeça e começaram a subi-la. E subiram tantos e tantos degraus, que em determinado momento, Lydia precisou parar para descansar um pouco.

- Quer ficar mais um tempo, milady?

- Não, Raven! Vamos que o tempo está correndo… – respondeu ela.

No alto da torre depararam-se com uma sala com relógios de vários tipos: cucos, solares, clepsidras, ampulhetas, entre outros. Mais adiante, eles avistaram um senhor sentado em uma mesa com aquelas lupas típicas para relojoeiro. Ele analisava um dos mecanismos que estava aberto.

- Licença… – solicitou Raven.

O senhor levantou a cabeça e tirou a lupa. Parecia um idoso como outro qualquer, mas trajava de uma forma despojada. Era alto, magro e sua compleição física era ossuda. Seus longos cabelos brancos estavam presos por um laço. As mangas da camisa estavam dobradas até a altura dos cotovelos e o colete azul-cobalto davam-lhe um aspecto jovial. Mas o seu olhar desconfiado deixou Lydia insegura. Ele continuou olhando para eles, sem dizer nada.

- Estamos atrapalhando algo? – indagou Raven.

- Até agora não! O que querem? – sua voz soou ríspida.

“Sabia que não seria fácil, mas como essa gentileza será um pouquinho pior…”, Lydia pensou de forma irônica. Ela então tomou coragem e adiantou-se:

- Senhor, viemos pedir um enorme favor!

- E a quem devo conceder? – indagou ainda com tom seco.

- Pois sim, sou Lydia Carlton Ashenbert, condessa Cavaleiro Azul e fairy doctor do Condado de Ibrazel. Este é meu leal mordomo, Raven. - E este último fez uma reverência.

- Bem… – continuou, agora apertando as pontas dos dedos de uma mão contra a outra: – gostaríamos de voltar no tempo… digamos, há exatamente dois dias e algumas horas…

- E por que eu concederia esse favor? – perguntou com uma ponta de curiosidade.

Lydia, ainda que de forma respeitosa, aproximou-se ainda mais.

- Há mais ou menos 70 horas, meu marido foi morto…

- E? – indagou Chronos entre curioso e desconfiado.

- Gostaríamos de voltar no tempo para evitar esse evento!

Sugestão de trilha: Super Natural (Code Geass R2 – OST)

- Só isso? – perguntou ele.

- Sim… – respondeu ela.

“Foi mais fácil do que eu imaginava”, pensou ela. Mas, mal teve tempo de comemorar, quando escutou:

- Não!!!!

- Mas por que não??

- Pessoas morrem todos os dias!!

- Mesmo que a pessoa morreu abruptamente, sem direito à defesa e ainda não era tempo dela morrer?

- Escute aqui, mocinha…

- Não sou mais uma mocinha! – protestou ela – Meu nome é Lydia, senhor Chronos!

Ele respirou fundo e a analisou.

- Quem foi assassinado mesmo?

- Como já disse, é meu marido, o conde Cavaleiro Azul, Edgar Ashenbert!

- E eu com isso? Fale com Hades… com a Perséfone…

- Já falei! – replicou rápida como um gatilho.

- Então, fale com a Hell…

- Já falei com ela também! – Lydia retrucou novamente.

- A senhori… A senhora deve estar de brincadeira!

- E por que estaria? Que eu saiba sei que o senhor é ocupadíssimo! Não viria aqui apenas para fazer uma piada! – retribuiu ela.

- Já falou… – ele mal conseguiu completar e Lydia:

- Com as Moiras? Já! Inclusive a senhora Hécate e até com um demônio! Satisfeito?

- Saiba que a senhora é muito petulante!

“Hum, devia ter segurado minha língua. Ela tem estado mais afiada do que a de Edgar…”, refletiu.

- Senhor! – aproximou-se ainda mais – Não é uma questão de petulância! É de urgência!

- E por quê? – provocou ele.

- Vamos lá! Deixe-me explicar… Meu marido é responsável pelo Condado de Ibrazel, a Nação das Fadas, assim com a Terra dos Leprechauns e zela pela vida dos Sereianos. Sem contar que nosso Condado é um dos mais bem administrados e prósperos! Vale também ressaltar que ele é pai de um garotinho de seis anos, Aurthur. O meu marido sofreu horrores entre a pré-adolescência e anos que antecedem a idade adulta. E foi morto sem poder ao menos se defender! Fui clara?

- Hum… e por isso…

- Não! Tem mais!! Nós somos responsáveis pelo Condado para que não caia nas mãos de tirânicos com sede de poder e que podem assolar toda região, inclusive a Inglaterra! Com a morte do meu marido, tudo isso vai para água abaixo! Eu estaria vulnerável, assim como a vida do meu filho!

Chronos continuava impassível e ainda não estava convencido.

- Não é suficiente? – bradou ela.

Enquanto ele desviou o olhar para o lado, Raven aproximou-se dela com o embrulho de veludo, como quem dissesse: “Mostre a ele! Mostre!”. Ela acenou para ele como quem dissesse para esperar mais um pouco.

- Bem, quem a indicou para que a senhorita…

- Senhora! – repreendeu ela.

- Senhora – corrigiu ele – viesse aqui?

Sugestão de trilha: Showdown (Code Geass R2 – OST)

- As Moiras!

Ele apenas levantou a sombrancelha do olho esquerdo.

- Pois bem! Veja isto! – e retirou do embrulho de veludo, que estava nos braços de Raven, a trama de Edgar.

-Veja! A trama em nenhum momento ficou negra! E não há sinal de que ela seria cortada! Isso significa que ele não deveria morrer! – disse num misto de indignação e raiva. E finalizou: – É justo?

Ele que estava até o presente momento tomando uma atitude indiferente, tornou-se reflexivo. Levantou-se e foi em direção a ela, que ainda mantinha a trama de Edgar estendida entre as suas mãos. Chronos analisou de perto a teia e mirou-se profundamente nos olhos verdes da condessa.

- E o que faria se voltasse no tempo?

Ela, sem um pudor e nem temor, respondeu:

- Assassinar Ulysses, o responsável pela morte do meu marido e pela futura catástrofe!

- E a senhora se acha no direito de tirar a vida de outrem? – indagou de modo provocativo.

- Sim! – respondeu decidida – Está na profecia! Desde os tempos primordiais, a esposa do primeiro Cavaleiro Azul, Lady Gladys visualizou que um homem nasceria sob a marca da maldade e que iria dominar todos os seres mágicos. A família Ashenbert foi escolhida para exterminá-lo, assim como todos os ramos ligados a ele, incluindo o fairy doctor Ulysses. Meu ato não é só pela profecia, mas principalmente porque a vida de Edgar é prioridade para mim. Um homem que tem seus sonhos roubados ainda criança torna-se duro e cruel. E não foi o caso de Edgar! Debaixo daquele cinismo que ele demonstrava quando o conheci, estava um menino perdido pedindo ajuda! E logo agora que ele conseguiu reerguer-se, obteve a felicidade e ainda a quis repartir com quem quer que fosse, teve sua vida tirada por um simples capricho de poder? É justo?

O olhar quase gélido de Chronos transformou-se complacente, próximo de benevolente.

- Está bem! Você realmente me convenceu, Lady Ashenbert!

Lydia caiu de joelhos e só pode dizer entre lágrimas:

- Obrigada! Muito obrigada!!

Ending (Fechamento):

Nota da autora: Uhuuuuuuuuuuu! A Lydia conseguiu!!! Aí está o fim do primeiro arco da fanfic! E que tenso, hein? Confesso que quando escrevi esse capítulo meu coração ficou aos pulos. Quando se escreve uma história, aos poucos, os personagens ganham realmente vida e em muitas vezes quando você decide algo para ele, o mesmo escolhe outro caminho ou toma outra decisão. E por incrível que parece não consegui descobrir se o Chronos iria topar ou não até ao final do capítulo! Aliás, aqui conhecemos Chronos, o Senhor do Tempo. Para quem conhece mitologia, ele não é tão fofo como foi mostrado na fanfic. But… Acho também que ele é injustiçado por muitas fontes. Também, o que seria de nós se não tivemos horas, minutos, datas e outros itens ligados ao tempo? Para saber um pouco mais sobre ele, aqui está o link: Chronos. Ao meu ver, o Senhor do Tempo parece um simples idoso, mas veste-se de maneira jovial, mesmo sendo um rabugento ^^

Na próxima semana… Sim! O Edgar estará de volta!!! Podem parar de chorar, garotas! E será um capítulo daqueles! Ah, teremos opening e ending novos e muito mais! Bem, espero vocês então! Até lá e beijos!

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Até as últimas consequências–Capítulo XI

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening (Abertura):

Qual é a cor da trama de Edgar?

Sugestão de trilha: Atatakana Kokoro (Rozen Maiden – OST)

- Ficarão parados aí? – indagou uma mulher de cabelos negros presos por um coque majestoso. Aparentava ser jovem, apesar do traje sóbrio que a deixava mais austera do que era. Manipulava uma roca e dela sai vários fios, ora coloridos, ora brancos, ora negros. Ao seu lado, estava uma outra mulher, agora um pouco mais velha, com mesmo cabelo negro mas com alguns fios prateados salpicados ali e aqui. Na sua frente havia um enorme tear que ela conduzia com delicadeza e apuro. E ao lado desta, uma senhora de longos fios prateados, vestida exatamente como as anteriores, e no seu colo repousava uma tesoura de ouro cravejada por diamantes.

Lydia e Raven aproximaram-se delas e curvaram em sinal de respeito. A do meio os saudou:

- Bem-vindos! Estávamos à espera de vocês, Sir Raven e Lady Lydia.

Os dois entreolharam-se espantados. A mais jovem, que parecia adivinhar o que pensavam, disse:

- Talvez estejam se perguntando como sabemos os nomes de vocês e os digo: eu vi vocês nascerem.

A segunda continou:

- E eu sou responsável pelas atribuições, missões e dificuldades na vida de cada um de vocês.

E a terceira finalizou o pensamento com os seguintes dizeres:

- E sou eu quem determinará a hora da partida de cada um de vocês.

- Meu nome é Cloto, disse a primeira.

- O meu é Láquesis, falou a segunda.

- E o meu é Átiopos, revelou a terceira.

Cloto então os convidou:

- Por favor, acomodem-se naquelas cadeiras.

- Devem estar com fome, não é? Vou solicitar que preparem uma refeição para vocês – falou a segunda. E tocou um sininho chamando pela criada.

Cloto tornou a falar, agora, com foco em Lydia:

- Vamos lá! Seu nome de solteira é Lydia Carlton. Nasceu na Escócia e herdou os poderes de sua mãe, Aurora, os de ver, ouvir e falar com as fadas. Mas, ela faleceu muito cedo e você ficou aos cuidados do seu pai, o senhor Carlton.

- Cresceu sem muitos amigos humanos – desta vez era Láquesis quem falava -  mas, em compensação, foi querida e amada pelas fadas e os seres mágicos. Além de ter a companhia inseparável de Nico, o gato-fada, que também foi o fiel escudeiro de sua mãe.

A fairy doctor teve uma saudade repentina de Nico. Mesmo com poucos modos e o um certo mau-humor, ele era gentil para ajudar os outros. Agora, provavelmente, zelava pelo sono de Aurthur.

- Mas aí, um belo dia, tudo isso mudou… – continuou Láquesis – Você estava a caminho de Londres para encontar seu pai e um homem alto pediu a sua ajuda desesperadamente. Vocês fugiram daquele navio, porque tratava-se de uma emboscada. E quando se deu conta, estava apaixonada por ele, mesmo negando veemente por muito tempo.

- Talvez, tempos demais… – completou Átiopos.

Quando elas terminaram de falar, a criada disponibilizou alguns sanduíches, tortas e sucos para Raven e Lydia.

- Pois bem, como vocês passaram por determinados testes e tiveram autorização, verão a trama de Edgar. – anunciou Cloto.

Sugestão de trilha: Kodoku na Kokoro (Rozen Maiden – OST)

Ela então girou a roca rapidamente e aos poucos, eles puderam ver imagens da vida pregressa de Edgar. Primeiro, ouviram o choro potente de um nenezinho muito alvo e bem cabeludo. “Definitivamente era ele”, pensou Lydia, “que outra pessoa iria anunciar aos plenos pulmões que tinha chegado ao mundo?”. A fairy doctor sorriu involutariamente quando viu a cena.

Agora em conjunto com o trabalho de Cloto, Láquesis começou a manipular o tear de forma mais ágil. Desta vez, surgiu um Edgar criança, provavelmente, estava no jardim de sua casa. Tinha as barras da calça viradas até a altura do joelho e estava descalço. A camisa branquinha engomada parecia suja, algo comum para meninos daquela idade. Os mesmos olhos cor de malva acinzentados curiosos, os cabelos vastos, mas de fios tão finos, que o vento brincava de deixá-los despenteados. O menininho estava aproximando o dedinho indicador para tocar uma lesma. Quando a tocou, ele fez uma cara de espanto e nojo. E ouviu-se a reprimenda da babá que o alertou que ele poderia piorar da asma.

Outras cenas passaram, inclusive quando Edgar disse a Paul que ele era melhor pintor do que um poeta. E aí, as imagens foram ficando mais aterrizadoras. Principalmente, a noite em que os pais, assim como todos os criados, foram assassinados a mando do Príncipe. Os gritos desesperados do garoto tentando salvar seus pais ensanguentados e já sem vida, foram demais para Lydia. Depois, ele teve a cabeça envolta por um capuz negro que tampava totalmente a visão e seus pés e mãos foram amarrados. Ele agitava-se de modo febril e aí surgiu um senhor de meia-idade, de feições muito parecidas com Ulysses. Lydia arregalou os olhos e lembrou-se do que Edgar tinha dito:

- Querida, provavelmente, Ulysses possui 2 a 3 corpos. Não me pergunte como, mas ele mesmo se gabava disso. E não era uma invenção de qualquer anormal. Ele é um anormal!

Ulysses foi o braço direito do Príncipe durante muito tempo, tinha por volta de 200 anos e sempre mudou de corpo. Ele conseguia fazer essa façanha por dois motivos. Um, assim como Lydia, ele é um fairy doctor. Porém, seu poder é de manipular os elementais e subjugá-los ao seu bel--prazer. E outro, Ulysses é o filho ilegítimo do último Conde Cavaleiro Azul, Julius Ashenbert. E fosse como fosse, ele não tinha engolido até o momento que Edgar conseguira o título.

Sugestão de trilha: Kowareta Sekai (Rozen Maiden – OST)

Para ele, Edgar era um grande obstáculo, o homem que roubou dois cargos que ele sempre sonhou: como já foi dito, o posto de Conde Cavaleiro Azul e ser o substituto do Príncipe. Algo que Edgar não tinha o mínimo de orgulho e lutou contra todas as forças para desatar as amarras daquele que matou seus pais por puro poder.

Outras cenas foram entrecortadas, por conta da gravidade em que Edgar foi tratado como escravo branco e cobaia de experiências assustadoras. Depois vieram a fuga dos domínios do Príncipe, a volta para a Inglaterra, quando ele e Lydia se conheceram, a busca pela Espada Merrow, o cotidiano entre os dois, o namoro, o casamento, o nascimento de Aurthur, assim como o seu rapto. E finalmente… a sua morte…

Lydia percebeu que deveria ficar atenta à cena, e mais do que nas outras. Mas também a sua tensão cresceu, isso porque era o momento decisivo que o fio da vida de Edgar seria cortado ou não por Átiopos. A condessa então desejou: “Oh, Deuses, permitam que isso não aconteça”. Naquele momento, ela era uma mera espectadora. E não importaria quantas vezes revisse a cena, ela era sempre extremamente dolorosa. Porém, ali diante dos seus olhos, pode constatar o autor do disparo…

- Ulysses!!! – gritou Lydia – Só podia ser ele!!

- Acalma-se, milady – pediu Raven.

A trama de Edgar foi ficando cada vez mais vermelha. E conforme ela estava terminando, Lydia ficava fixa na cor da trama e nos movimentos que Átiopos poderia fazer. Mordeu os lábios levemente, suas costas ficaram tensas e a respiração difícil de ser controlada. A trama estava no fim… Átiopos pegou a tesoura… Enquanto isso, a roca de Clotos e o tear de Láquesis pararam de trabalhar. A trama ficou inacabada. E Átiopos abaixou a tesoura e a colocou em uma caixinha tão espertacularmente trabalhada como o próprio utensílio.

Sim! Não estava nos planos das Moiras, a morte de Edgar. Lydia começou a chorar emocionada e aliviada, assim como Raven, algo incomum para uma pessoa como ele. “E agora, o que faço?”, indagou-se a fairy doctor.

- Lydia, o que você deve fazer agora é voltar no tempo. Exatamente no momento em que você sonhou com o ocorrido. – afirmou Láquesis.

- Mas, para isso, você deverá convencer aquele que é o responsável pelos ciclos da vida, senhor do presente, passado e futuro. – explicou Cloto.

- Aquele que atende pelo nome de Chronos, o Senhor do Tempo. – finalizou Átiopos.

Sugestão: Bara no Jubai (Rozen Maiden – OST)

- Tudo bem!Tudo bem! Mas o que devo dizer exatamente? – Lydia perguntou de forma ansiosa.

- A verdade, Lydia! – declarou Átiopos.

- Em último caso, leve-a com você. –  Láquesis dobrou a trama de Edgar, envolveu-a em um veludo verde-folha e entregou à condessa.

- Mostre para ele, Lydia! Mas primeiro,  convence-o, mas se não tiver outro jeito, mostre-a e diga que ainda não estava nos nossos planos cortar o fio da vida de Edgar. Pelo que sabemos, a vida dele é longa. – dessa vez era Clotos que norteava a fairy doctor.

- Como fazemos para chegarmos até o Chronos? – indagou a fairy doctor.

- Estaremos disponibilizando um cocheiro que sabe o caminho e os levará o mais rápido possível. – revelou Láquesis.

- E vocês devem partir nesse minuto! – alertou Átiopos.

- E Lydia… – Clotos mordeu os lábios em forma de apreensão, mas continuou: – vá agora, pois logo mais uma alma querida irá criar laços com vocês…

A condessa ficou perplexa e pensou: “Será que estou grávida?”.

Nesse momento o cocheiro já estava na porta  esperando por eles.

“Espere por mim, meu amor! Logo estaremos juntos novamente! E ninguém terá o poder de nos separar, só se for a vontade dos Deuses”. Lydia pensou como fosse uma oração e que essa chegasse até a alma do seu amado, seja lá onde estivesse.

Ending(Fechamento):

Nota da autora: Bem, estamos indo para o final do primeiro arco. Já disse que teriam dois arcos a história, lembra-se? Pois bem, aqui estão as Moiras. Não sei se você reparou, mas esse capítulo foi escrito como fosse um jogral. E sim, foi proposital. Isso porque foi uma pequena homenagem ao teatro grego, que da mesma origem das Senhoras dos Destinos. Quando estava escrevendo não tinha percebido, mas depois de pronto, notei a imponência dessas Deusas. Para quem quer saber mais sobre elas, aí vai um link: As Moiras. Vale a pena conferir e realizar mais pesquisas. Elas são realmente interessantes.

Pois bem, o próximo capítulo é decisivo para Lydia e Raven trazerem o Edgar de volta! Será que agora vai? A resposta estará na próxima semana. Então, até lá, beijos e obrigada por ler a fic.

Até as últimas consequências–Capítulo XI

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening (Abertura):

Qual é a cor da trama de Edgar?

Sugestão de trilha: Atatakana Kokoro (Rozen Maiden – OST)

- Ficarão parados aí? – indagou uma mulher de cabelos negros presos por um coque majestoso. Aparentava ser jovem, apesar do traje sóbrio que a deixava mais austera do que era. Manipulava uma roca e dela sai vários fios, ora coloridos, ora brancos, ora negros. Ao seu lado, estava uma outra mulher, agora um pouco mais velha, com mesmo cabelo negro mas com alguns fios prateados salpicados ali e aqui. Na sua frente havia um enorme tear que ela conduzia com delicadeza e apuro. E ao lado desta, uma senhora de longos fios prateados, vestida exatamente como as anteriores, e no seu colo repousava uma tesoura de ouro cravejada por diamantes.

Lydia e Raven aproximaram-se delas e curvaram em sinal de respeito. A do meio os saudou:

- Bem-vindos! Estávamos à espera de vocês, Sir Raven e Lady Lydia.

Os dois entreolharam-se espantados. A mais jovem, que parecia adivinhar o que pensavam, disse:

- Talvez estejam se perguntando como sabemos os nomes de vocês e os digo: eu vi vocês nascerem.

A segunda continou:

- E eu sou responsável pelas atribuições, missões e dificuldades na vida de cada um de vocês.

E a terceira finalizou o pensamento com os seguintes dizeres:

- E sou eu quem determinará a hora da partida de cada um de vocês.

- Meu nome é Cloto, disse a primeira.

- O meu é Láquesis, falou a segunda.

- E o meu é Átiopos, revelou a terceira.

Cloto então os convidou:

- Por favor, acomodem-se naquelas cadeiras.

- Devem estar com fome, não é? Vou solicitar que preparem uma refeição para vocês – falou a segunda. E tocou um sininho chamando pela criada.

Cloto tornou a falar, agora, com foco em Lydia:

- Vamos lá! Seu nome de solteira é Lydia Carlton. Nasceu na Escócia e herdou os poderes de sua mãe, Aurora, os de ver, ouvir e falar com as fadas. Mas, ela faleceu muito cedo e você ficou aos cuidados do seu pai, o senhor Carlton.

- Cresceu sem muitos amigos humanos – desta vez era Láquesis quem falava -  mas, em compensação, foi querida e amada pelas fadas e os seres mágicos. Além de ter a companhia inseparável de Nico, o gato-fada, que também foi o fiel escudeiro de sua mãe.

A fairy doctor teve uma saudade repentina de Nico. Mesmo com poucos modos e o um certo mau-humor, ele era gentil para ajudar os outros. Agora, provavelmente, zelava pelo sono de Aurthur.

- Mas aí, um belo dia, tudo isso mudou… – continuou Láquesis – Você estava a caminho de Londres para encontar seu pai e um homem alto pediu a sua ajuda desesperadamente. Vocês fugiram daquele navio, porque tratava-se de uma emboscada. E quando se deu conta, estava apaixonada por ele, mesmo negando veemente por muito tempo.

- Talvez, tempos demais… – completou Átiopos.

Quando elas terminaram de falar, a criada disponibilizou alguns sanduíches, tortas e sucos para Raven e Lydia.

- Pois bem, como vocês passaram por determinados testes e tiveram autorização, verão a trama de Edgar. – anunciou Cloto.

Sugestão de trilha: Kodoku na Kokoro (Rozen Maiden – OST)

Ela então girou a roca rapidamente e aos poucos, eles puderam ver imagens da vida pregressa de Edgar. Primeiro, ouviram o choro potente de um nenezinho muito alvo e bem cabeludo. “Definitivamente era ele”, pensou Lydia, “que outra pessoa iria anunciar aos plenos pulmões que tinha chegado ao mundo?”. A fairy doctor sorriu involutariamente quando viu a cena.

Agora em conjunto com o trabalho de Cloto, Láquesis começou a manipular o tear de forma mais ágil. Desta vez, surgiu um Edgar criança, provavelmente, estava no jardim de sua casa. Tinha as barras da calça viradas até a altura do joelho e estava descalço. A camisa branquinha engomada parecia suja, algo comum para meninos daquela idade. Os mesmos olhos cor de malva acinzentados curiosos, os cabelos vastos, mas de fios tão finos, que o vento brincava de deixá-los despenteados. O menininho estava aproximando o dedinho indicador para tocar uma lesma. Quando a tocou, ele fez uma cara de espanto e nojo. E ouviu-se a reprimenda da babá que o alertou que ele poderia piorar da asma.

Outras cenas passaram, inclusive quando Edgar disse a Paul que ele era melhor pintor do que um poeta. E aí, as imagens foram ficando mais aterrizadoras. Principalmente, a noite em que os pais, assim como todos os criados, foram assassinados a mando do Príncipe. Os gritos desesperados do garoto tentando salvar seus pais ensanguentados e já sem vida, foram demais para Lydia. Depois, ele teve a cabeça envolta por um capuz negro que tampava totalmente a visão e seus pés e mãos foram amarrados. Ele agitava-se de modo febril e aí surgiu um senhor de meia-idade, de feições muito parecidas com Ulysses. Lydia arregalou os olhos e lembrou-se do que Edgar tinha dito:

- Querida, provavelmente, Ulysses possui 2 a 3 corpos. Não me pergunte como, mas ele mesmo se gabava disso. E não era uma invenção de qualquer anormal. Ele é um anormal!

Ulysses foi o braço direito do Príncipe durante muito tempo, tinha por volta de 200 anos e sempre mudou de corpo. Ele conseguia fazer essa façanha por dois motivos. Um, assim como Lydia, ele é um fairy doctor. Porém, seu poder é de manipular os elementais e subjugá-los ao seu bel--prazer. E outro, Ulysses é o filho ilegítimo do último Conde Cavaleiro Azul, Julius Ashenbert. E fosse como fosse, ele não tinha engolido até o momento que Edgar conseguira o título.

Sugestão de trilha: Kowareta Sekai (Rozen Maiden – OST)

Para ele, Edgar era um grande obstáculo, o homem que roubou dois cargos que ele sempre sonhou: como já foi dito, o posto de Conde Cavaleiro Azul e ser o substituto do Príncipe. Algo que Edgar não tinha o mínimo de orgulho e lutou contra todas as forças para desatar as amarras daquele que matou seus pais por puro poder.

Outras cenas foram entrecortadas, por conta da gravidade em que Edgar foi tratado como escravo branco e cobaia de experiências assustadoras. Depois vieram a fuga dos domínios do Príncipe, a volta para a Inglaterra, quando ele e Lydia se conheceram, a busca pela Espada Merrow, o cotidiano entre os dois, o namoro, o casamento, o nascimento de Aurthur, assim como o seu rapto. E finalmente… a sua morte…

Lydia percebeu que deveria ficar atenta à cena, e mais do que nas outras. Mas também a sua tensão cresceu, isso porque era o momento decisivo que o fio da vida de Edgar seria cortado ou não por Átiopos. A condessa então desejou: “Oh, Deuses, permitam que isso não aconteça”. Naquele momento, ela era uma mera espectadora. E não importaria quantas vezes revisse a cena, ela era sempre extremamente dolorosa. Porém, ali diante dos seus olhos, pode constatar o autor do disparo…

- Ulysses!!! – gritou Lydia – Só podia ser ele!!

- Acalma-se, milady – pediu Raven.

A trama de Edgar foi ficando cada vez mais vermelha. E conforme ela estava terminando, Lydia ficava fixa na cor da trama e nos movimentos que Átiopos poderia fazer. Mordeu os lábios levemente, suas costas ficaram tensas e a respiração difícil de ser controlada. A trama estava no fim… Átiopos pegou a tesoura… Enquanto isso, a roca de Clotos e o tear de Láquesis pararam de trabalhar. A trama ficou inacabada. E Átiopos abaixou a tesoura e a colocou em uma caixinha tão espertacularmente trabalhada como o próprio utensílio.

Sim! Não estava nos planos das Moiras, a morte de Edgar. Lydia começou a chorar emocionada e aliviada, assim como Raven, algo incomum para uma pessoa como ele. “E agora, o que faço?”, indagou-se a fairy doctor.

- Lydia, o que você deve fazer agora é voltar no tempo. Exatamente no momento em que você sonhou com o ocorrido. – afirmou Láquesis.

- Mas, para isso, você deverá convencer aquele que é o responsável pelos ciclos da vida, senhor do presente, passado e futuro. – explicou Cloto.

- Aquele que atende pelo nome de Chronos, o Senhor do Tempo. – finalizou Átiopos.

Sugestão: Bara no Jubai (Rozen Maiden – OST)

- Tudo bem!Tudo bem! Mas o que devo dizer exatamente? – Lydia perguntou de forma ansiosa.

- A verdade, Lydia! – declarou Átiopos.

- Em último caso, leve-a com você. –  Láquesis dobrou a trama de Edgar, envolveu-a em um veludo verde-folha e entregou à condessa.

- Mostre para ele, Lydia! Mas primeiro,  convence-o, mas se não tiver outro jeito, mostre-a e diga que ainda não estava nos nossos planos cortar o fio da vida de Edgar. Pelo que sabemos, a vida dele é longa. – dessa vez era Clotos que norteava a fairy doctor.

- Como fazemos para chegarmos até o Chronos? – indagou a fairy doctor.

- Estaremos disponibilizando um cocheiro que sabe o caminho e os levará o mais rápido possível. – revelou Láquesis.

- E vocês devem partir nesse minuto! – alertou Átiopos.

- E Lydia… – Clotos mordeu os lábios em forma de apreensão, mas continuou: – vá agora, pois logo mais uma alma querida irá criar laços com vocês…

A condessa ficou perplexa e pensou: “Será que estou grávida?”.

Nesse momento o cocheiro já estava na porta  esperando por eles.

“Espere por mim, meu amor! Logo estaremos juntos novamente! E ninguém terá o poder de nos separar, só se for a vontade dos Deuses”. Lydia pensou como fosse uma oração e que essa chegasse até a alma do seu amado, seja lá onde estivesse.

Ending(Fechamento):

Nota da autora: Bem, estamos indo para o final do primeiro arco. Já disse que teriam dois arcos a história, lembra-se? Pois bem, aqui estão as Moiras. Não sei se você reparou, mas esse capítulo foi escrito como fosse um jogral. E sim, foi proposital. Isso porque foi uma pequena homenagem ao teatro grego, que da mesma origem das Senhoras dos Destinos. Quando estava escrevendo não tinha percebido, mas depois de pronto, notei a imponência dessas Deusas. Para quem quer saber mais sobre elas, aí vai um link: As Moiras. Vale a pena conferir e realizar mais pesquisas. Elas são realmente interessantes.

Pois bem, o próximo capítulo é decisivo para Lydia e Raven trazerem o Edgar de volta! Será que agora vai? A resposta estará na próxima semana. Então, até lá, beijos e obrigada por ler a fic.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Até as últimas consequências–Capítulo X

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening (Abertura)





Sugestão de trilha: Reminiscence (Rozen Maiden – OST)
Lydia ficou atônita com a notícia. “Então, ele pode realmente voltar para mim? Eu posso ajudá-lo a voltar, mesmo não estando aqui?”. As perguntas brotavam uma a uma em sua mente.

- Sim, você pode trazê-lo de volta! – afirmou Hell.

- Uma pergunta: se ele não está aqui e nem no castelo do Hades e Perséfone, onde posso encontrá-lo?

- Que tal você fazer o seguinte? Vá conversar com as Moiras, que são as Senhoras de Nosso Destino e veja como está a trama de Edgar. O que envolve realmente o dia do assassinato. – sugeriu Hell.

- Trama? – perguntou Lydia.

- Isso! As Moiras tecem uma trama desde o nascimento até a morte de uma pessoa. Cada pessoa tem uma trama, suas atribuições e feitos durante a vida. Assim como você, Raven e Edgar. Cada um tem a sua própria trama. Só que tem um porém…

A condessa nem ousou perguntar o que seria, mas Senhora dos Mortos explicou:

- Conforme for chegando no momento do incidente, você terá que observar se… a trama torna-se de vermelha para negra e a última Moira cortar o fio da vida de Edgar, estava no destino dele morrer desse jeito…

- E se não for assim? – Lydia perguntou em um tom incerto.

- Bem, se  a trama ficar apenas vermelha e a última Moira não cortar o fio que envolve a vida dele, isso significa que foi outra pessoa que interferiu no destino dele.

“Se acontecer a primeira hipótese, tudo que fiz até aqui foi em vão”, lamentou a fairy doctor. Mas Hell percebeu a apreensão da jovem e propôs:

- Se fosse você, apostaria na segunda hipótese…- e piscou para Lydia.

A condessa em sinal de respeito, abaixou a cabeça e agradeceu a Senhora dos Mortos.

- Muito obrigada por tudo, senhora! Devo partir?

- Já sem tempo, Lydia. Tomte irá acompanhá-los até uma parte do caminho e o resto é com vocês.

Lydia ajoelhou-se e beijou sua mão respeitosamente.

- Lydia, Lydia, isso não é uma relíquia religiosa!

E as duas riram.

E antes de sair, Hell disse:

- Volte quando quiser, principalmente para jogar xadrez! Você precisa praticar! – e deu um sorriso.

Sugestão de trilha: Awai Omoide (Rozen Maiden – OST)

E eles seguiram a viagem, agora sob os cuidados de Tomte. Não voltaram pelo mesmo caminho, mas por um atalho que facilitava a saída do reino de Hell de forma mais rápida. Afinal, o tempo corria contra eles. Tomaram a barca de Ascálafo novamente.

Enquanto o barqueiro, Tomte e até Raven travavam uma animada conversa, Lydia ficou repassando tudo o que tinha conversado com Hell. A embarcação estacionou em uma praia, que remetia ao País das Fadas, tanto que se dava a sensação que a qualquer momento, Tytânia iria aparecer para saudá-los. “Mas não é o caso… Até porque ela está em minha casa cuidando de Aurthur e zelando por Edgar”, lembrou-se. Desta vez, não era o filho que estava em perigo, agora era o pai, o seu melhor amigo, seu amante, seu amor verdadeiro, era Edgar que precisa dela mais do que nunca.

Eles agradeceram o barqueiro e Tomte os levou floresta adentro. A fairy doctor continuava divagando em seus pensamentos que nem se deu conta do caminho que estava tomando até que…

- Aqui está! Esta é a morada das Moiras – anunciou Tomte.

E eles deram de cara com uma casa pequena e simples, que mais parecia com uma cabana, bem próxima das casas dos camponeses do interior da Inglaterra. E então, a condessa pôde ver a fumaça que saia pela chaminé. Estava com frio, fome e com os pés doloridos.

- Bem, deixou-os aqui! Vou voltar para minha morada e Boa Sorte! – sorriu o homenzinho.

Lydia, com a gentileza de sempre, junto com Raven, fez uma mensura para agradecer ao pequenino.

- Muito obrigada por tudo!

- Não há de quê! Agora vá! E boa sorte, bondosa senhora! – disse Tomte e partiu tão rápido que eles nem puderam ver que caminho tinha tomado.

- Vamos, milady! Agora falta pouco! – convidou Raven.

- Assim espero. – respondeu Lydia.

Ambos pararam ao pé da porta e Raven bateu três vezes. Passou-se um tempo e pode-se ouvir a voz de uma mulher dizendo:

- Está aberta! Pode entrar!


Raven abriu lentamente a porta, com Lydia atrás dele. E aí, o lugar revelou-se algo completamente diferente do que aparentava de fora. Era ampla, ensolarada e bonita. A lareira estava acessa e isso deu um certo conforto para Lydia que tinha passado tanto frio. Ambos limparam os pés no tapetinho que encontrava-se na soleira. E pouco mais adiante, um imenso tear era manipulado por três mulheres. Eram as Moiras, a próxima parada para reencontar Edgar.

Ending (Fechamento):






Nota da autora: E aí, gostaram? Disse que esse capítulo seria mais ameno, mas não menos interessante. Aqui é um capítulo, que poderíamos chamá-lo de intermediário. Ele é como passagem de tempo, preparando para o próximo passo da história. Agora, estamos saindo dos submundos, ou infernos, como queiram. Tem uma brincadeira que faço com as minhas amigas neopagãs, que é assim: quando o tropeço é grande, respire fundo e boa aterrisagem. Chegou ao fundo do poço? Agora é só subir. E é isso que a Lydia, juntamente com Raven, tem feito. Ela está indo rumo à saída. E o “próximo passo” são as Moiras.
Bem, no próximo capítulo, vocês conhecerão as Deusas Gregas Senhoras de Nossos Destinos. Então segurem-se nas cadeiras e boa viagem! Então, até lá!


Até as últimas consequências–Capítulo X

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening (Abertura)





Sugestão de trilha: Reminiscence (Rozen Maiden – OST)
Lydia ficou atônita com a notícia. “Então, ele pode realmente voltar para mim? Eu posso ajudá-lo a voltar, mesmo não estando aqui?”. As perguntas brotavam uma a uma em sua mente.

- Sim, você pode trazê-lo de volta! – afirmou Hell.

- Uma pergunta: se ele não está aqui e nem no castelo do Hades e Perséfone, onde posso encontrá-lo?

- Que tal você fazer o seguinte? Vá conversar com as Moiras, que são as Senhoras de Nosso Destino e veja como está a trama de Edgar. O que envolve realmente o dia do assassinato. – sugeriu Hell.

- Trama? – perguntou Lydia.

- Isso! As Moiras tecem uma trama desde o nascimento até a morte de uma pessoa. Cada pessoa tem uma trama, suas atribuições e feitos durante a vida. Assim como você, Raven e Edgar. Cada um tem a sua própria trama. Só que tem um porém…

A condessa nem ousou perguntar o que seria, mas Senhora dos Mortos explicou:

- Conforme for chegando no momento do incidente, você terá que observar se… a trama torna-se de vermelha para negra e a última Moira cortar o fio da vida de Edgar, estava no destino dele morrer desse jeito…

- E se não for assim? – Lydia perguntou em um tom incerto.

- Bem, se  a trama ficar apenas vermelha e a última Moira não cortar o fio que envolve a vida dele, isso significa que foi outra pessoa que interferiu no destino dele.

“Se acontecer a primeira hipótese, tudo que fiz até aqui foi em vão”, lamentou a fairy doctor. Mas Hell percebeu a apreensão da jovem e propôs:

- Se fosse você, apostaria na segunda hipótese…- e piscou para Lydia.

A condessa em sinal de respeito, abaixou a cabeça e agradeceu a Senhora dos Mortos.

- Muito obrigada por tudo, senhora! Devo partir?

- Já sem tempo, Lydia. Tomte irá acompanhá-los até uma parte do caminho e o resto é com vocês.

Lydia ajoelhou-se e beijou sua mão respeitosamente.

- Lydia, Lydia, isso não é uma relíquia religiosa!

E as duas riram.

E antes de sair, Hell disse:

- Volte quando quiser, principalmente para jogar xadrez! Você precisa praticar! – e deu um sorriso.

Sugestão de trilha: Awai Omoide (Rozen Maiden – OST)

E eles seguiram a viagem, agora sob os cuidados de Tomte. Não voltaram pelo mesmo caminho, mas por um atalho que facilitava a saída do reino de Hell de forma mais rápida. Afinal, o tempo corria contra eles. Tomaram a barca de Ascálafo novamente.

Enquanto o barqueiro, Tomte e até Raven travavam uma animada conversa, Lydia ficou repassando tudo o que tinha conversado com Hell. A embarcação estacionou em uma praia, que remetia ao País das Fadas, tanto que se dava a sensação que a qualquer momento, Tytânia iria aparecer para saudá-los. “Mas não é o caso… Até porque ela está em minha casa cuidando de Aurthur e zelando por Edgar”, lembrou-se. Desta vez, não era o filho que estava em perigo, agora era o pai, o seu melhor amigo, seu amante, seu amor verdadeiro, era Edgar que precisa dela mais do que nunca.

Eles agradeceram o barqueiro e Tomte os levou floresta adentro. A fairy doctor continuava divagando em seus pensamentos que nem se deu conta do caminho que estava tomando até que…

- Aqui está! Esta é a morada das Moiras – anunciou Tomte.

E eles deram de cara com uma casa pequena e simples, que mais parecia com uma cabana, bem próxima das casas dos camponeses do interior da Inglaterra. E então, a condessa pôde ver a fumaça que saia pela chaminé. Estava com frio, fome e com os pés doloridos.

- Bem, deixou-os aqui! Vou voltar para minha morada e Boa Sorte! – sorriu o homenzinho.

Lydia, com a gentileza de sempre, junto com Raven, fez uma mensura para agradecer ao pequenino.

- Muito obrigada por tudo!

- Não há de quê! Agora vá! E boa sorte, bondosa senhora! – disse Tomte e partiu tão rápido que eles nem puderam ver que caminho tinha tomado.

- Vamos, milady! Agora falta pouco! – convidou Raven.

- Assim espero. – respondeu Lydia.

Ambos pararam ao pé da porta e Raven bateu três vezes. Passou-se um tempo e pode-se ouvir a voz de uma mulher dizendo:

- Está aberta! Pode entrar!


Raven abriu lentamente a porta, com Lydia atrás dele. E aí, o lugar revelou-se algo completamente diferente do que aparentava de fora. Era ampla, ensolarada e bonita. A lareira estava acessa e isso deu um certo conforto para Lydia que tinha passado tanto frio. Ambos limparam os pés no tapetinho que encontrava-se na soleira. E pouco mais adiante, um imenso tear era manipulado por três mulheres. Eram as Moiras, a próxima parada para reencontar Edgar.

Ending (Fechamento):






Nota da autora: E aí, gostaram? Disse que esse capítulo seria mais ameno, mas não menos interessante. Aqui é um capítulo, que poderíamos chamá-lo de intermediário. Ele é como passagem de tempo, preparando para o próximo passo da história. Agora, estamos saindo dos submundos, ou infernos, como queiram. Tem uma brincadeira que faço com as minhas amigas neopagãs, que é assim: quando o tropeço é grande, respire fundo e boa aterrisagem. Chegou ao fundo do poço? Agora é só subir. E é isso que a Lydia, juntamente com Raven, tem feito. Ela está indo rumo à saída. E o “próximo passo” são as Moiras.
Bem, no próximo capítulo, vocês conhecerão as Deusas Gregas Senhoras de Nossos Destinos. Então segurem-se nas cadeiras e boa viagem! Então, até lá!


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Até as últimas consequências – Capítulo IX

fanfic II para Hakushaku to Yousei

Opening (Abertura):

Ali Project - Troubadour



Vida & Morte em um tabuleiro de xadrez 

Sugestão de trilha: Track 8 (Another – OST)

Hell levantou-se lânguida e olhou para os presentes com certo desinteresse. Era uma mulher alta, magra com uma feição ossuda. Mas um detalhe chamou a atenção de Lydia: metade de sua face era de uma belíssima mulher e a outra, de um cadáver em decomposição.

- Boa-noite! O que querem de mim?

Lydia ficou em silêncio, insegura do que iria falar. E assim várias dúvidas a pertubavam. “O que vou dizer? ‘Quero trazer Edgar de volta… Isso se ele estiver com a senhora e se a senhora permitir’?”. Brigando com as lágrimas que estavam prestes a rolarem, a fairy doctor esforçou-se para falar:

- Saudações, senhora! Vim porque… “E agora? Não seria egoísmo da minha parte solicitar a alma de um morto que nem sei se está aqui? Seria um capricho? Ou tenho medo de enfrentar a solidão?”.

- Não, não é capricho de sua parte! E por que seria? – indagou Hell.

Ela aproximou-se mais e ainda desafiou Lydia: – É o homem que você ama, não é? Pois bem, tenho uma pergunta para você. Quem você quer de volta: o Edgar, o conde ou Edgar, o homem?

- Não importa, só o quero de volta!! Senão… – respondeu Lydia quase que gritando e disparou um choro que ela não conseguia mais segurar.

- Então vamos fazer o seguinte? Que tal uma boa partida de xadrez?

Raven engoliu a seco. Afinal, ele sabia que quem era bom nesse tipo de esporte era Edgar. Lydia tinha mais habilidade no jogo de cartas. Por sua vez, ela, cansada e pálida, quase deu uma resposta ríspida, do tipo “O que tem a ver um jogo de xadrez com a alma do Edgar?”.

- Tem e muito! – respondeu Hell, sem transparecer raiva. E continuou: – Você, mocinho! – referindo-se a Raven – Por favor, sente-se no sofá. Agora, minha boa menina, que tal dirigir-se àquela mesa?

Lydia viu uma mesa de vidro, espetacularmente trabalhada. As pernas da mesa foram esculpidas em forma de serpentes. “Tinham a ver com kundalini?”.

- E não é que você é mais do que uma fairy doctor? – brincou a Senhora dos Mortos. – Pois bem, não é qualquer mulher do seu tempo que sabe um dos segredos da vida…

Lydia a encarou e seguiu até a mesa como estivesse indo para a forca.

- Querido Tomte, por favor, traga-nos o tabuleiro e as peças.

- Pois não, minha senhora!

Hell voltou-se para a condessa e tornou a falar: – Lydia, querida, morte e sexo no fim andam juntos, não é?

E Lydia lembrou-se que na noite anterior que Edgar foi morto tinha feito amor com ele de forma apaixonada, quase visceral.

- Acho que… que… sim! – respondeu abaixando a cabeça.

- Ora, ora! Não precisa ficar envergonhada, não é? Isso é tão natural entre casais que se amam. Mas fique tranquila… – deu um sorriso malicioso – isso não mataria um homem como Edgar!

Lydia retribuiu com um sorriso tímido, mas não conseguiu encará-la nos olhos.

Tomte retornou com o tabuleiro que era feito provavelmente de mármore e as peças de ossos de animais ou algo parecido. Hell as disponibilizou e explicou para Lydia:

- Sabia que em uma partida de xadrez podemos conhecer como a pessoa pensa e age na vida?

- Sei que ele é usado para montar estratégias de guerras…

- Ah, bobagens entre homens, não é Lydia? Então vejamos, por que quero jogar xadrez com você? Sabe por quê?

Lydia deixou a respiração quase suspensa. Tinha consciência que não era boa o suficiente no jogo, sabia que Edgar possuía mais destreza para jogá-lo.

- Oras, não se subestime! E não estamos num campeonato! – disse Hell com a intenção de acalmá-la.

Sugestão de trilha: The Story of Yomiyama (Another – OST)

A Senhora dos Mortos tirou uma moeda do seu vestido negro de veludo, todo bordado em ouro, e falou:

- Vamos definir com qual cor cada uma irá ficar. Como você sabe, as brancas começam. Então vejamos, cara é para as peças brancas, coroa para as negras. Vamos lá? O que você escolhe: cara ou coroa?

Lydia respirou fundo e escolheu:

- Coroa!

Hell jogou a moeda para cima e anunciou:

- Hum… caiu cara! Lydia, você começa!

Lydia moveu o primeiro Peão que se encontrava na frente da Rainha em duas casas. Hell fez o mesmo com um gesto rápido. A condessa então escolheu o Cavalo do seu lado direito e fez o movimento de L. Hell fez o mesmo, só com o esquerdo. “Tenho que dominar o centro”, pensou apreensiva, “só assim posso ganhar o jogo”.

- Hum… não é interessante que o Rei é a peça que menos participa no jogo e é o que nos mais dá trabalho? Caso ele seja ameaçado ou encurralado, de nada adiantará o empenho de todas as peças…

“Será que ela estava falando de Edgar?”

- Não, Lydia. Na verdade, Edgar está nesse estado. Isso não significa que ele seja assim.

A fairy doctor mexeu mais um Peão e que foi novamente bloqueado pelo de Hell. Ela pensou e decidiu que escolher a Rainha era um plano audacioso, porém…

- Eu não faria isso… – alertou Hell.

- Mas…

- Hum, má escolha, Lydia… Ora, ora, vai desperdiçar sua peça mais valiosa assim logo de cara? Afinal…

- A Rainha é a peça mais valiosa do jogo, a que vale mais pontos e a que…

- Muito bem! Ela que protege o reino e é o “escudo” do Rei. Não te lembra alguém?

- Eu não sou assim!

- É, Lydia!! Quem está aqui tentando recuperar a alma da pessoa que ama? Você ou o Edgar?

- Mas…

- Sim, você está aqui para recuperá-lo e não teve medo nenhum vir aqui para falar comigo. Só por isso já ganhou pontos comigo! – e terminou a fala com um leve sorriso.

A condessa então escolheu o Bispo, Hell colocou a Torre próxima ao Rei. A Rainha dos Mortos encarava o semblante sério da fairy doctorolhando para as peças.

- Engraçado, aqui estou pensando… No tarô, a carta da Torre representa a queda de um determinado setor da sua vida. Uma catástrofe que geralmente é para você reconstruir sob as ruínas.

“E o que tem a ver isso com a minha situação?”, Lydia pensou irritada, enquanto fazia mais um movimento de peças, desta vez era, justamente, a Torre.

- Muito! Talvez foi bom você ter perdido Edgar…

- Senhora, perdoe-me! Não acredito que a senhora esteja falando iss..

- Lydia, Edgar nunca foi o monstro que você acredita que ele tenha sido antes de ter conhecido você…

A fairy doctor a encarou assustada.

- Ok, ok! – continuou Hell  a esclarecer seu pensamento: -  Ele abusou um pouco do seu charme, seu carisma e a sua bela voz. Mas digamos que você entendeu a real problemática que ele viveu durante um certo tempo da sua vida?

- Sobre os tempos negros que ele foi submetido aos comando do Príncipe? Claro que sim! – defendeu-se indignada.

O jogo começou a ficar tão tenso quanto a conversa.

- E por que você acha que ele virou um playboy, um mulherengo antes de te conhecer?

“Verdade, esse aspecto de Edgar me irrita tanto que até escondi de mim mesma!”

- Lydia, conheço alguém que é muito, mais muito pior que é Edgar nos seus áureos tempos de…desculpe o perdão da palavra, putaria! E olha que ele manda no Olimpo!

- Mas, Edgar era exagerado!

- Haha! Então temos uma esposa que fica brava com o passado do marido! E por isso você pensa que ele está aqui?

“Preste atenção no jogo e ignore essa afirmação!”, obrigava a si mesma.

- Lydia, nem um cão ou um inseto merecia ser tratado como ele foi! Sem contar que …

- Ok, ele perdeu a adolescência dele! Escutou do próprio pai que nunca deveria ter nascido! E viu seus pais serem mortos! – completou irônica.

- E foi torturado de tão forma que pensou que se morresse seria melhor para ele. Mas ele desistiu? – questionou a Senhora dos Mortos.

- Mas ele foi atrás da Espada Merrow justamente para fazer vingança para o Príncipe. Sem contar que ele me sequestrou, forçou-me a ajudá-lo e não me deu nenhuma escolha! Quantas e quantas vezes, ele me usou como isca! E o resto da história a senhora conhece, não é? – disse Lydia dando um soco na mesa e levantou-se bruscamente.

As peças dançaram sobre o tabuleiro e Hell continuou impassível com um sorriso misterioso, encarando Lydia, com uma das mãos apoiando o rosto.

- No entanto, você está aqui, atrás dele. Não sou eu que estou choramingando por todos os lados onde passo. Essa é você!

Os olhos de Lydia tinha um brilho faiscante de raiva.

- Sabe como você pode recuperá-lo? – indagou Hell.

- Como? – indagou Lydia, agora mais provocativa.

- Perdoando, querida condessa. E quer saber mais uma?

- E tem mais?

- Tem, Lydia! Ele te venera loucamente! E isso o salvou, sabe o por quê? Foi você que devolveu a esperança que o menino Edgar perdeu…

A postura da fairy doctor que se encontrava de pé, inclinada e apoiada na mesa, mais parecendo uma leoa olhando para sua presa se desfez. Ela levou a mão para a boca, para reter um soluço doloroso.

- E para terminar, Lydia… Ele não está aqui… E isso é muito bom!

- Por quê? – indagou ainda meio às lágrimas.

- Ele realmente pode voltar para você! – afirmou Hell.  

Ending (Fechamento):

Kalafina - Consolation



Nota da autora: Eu disse que esse capítulo era tenso! Talvez, alguém tenha percebido que peguei como base o filme “Sétimo Selo”. Ok, é chato pacas, mas a ideia é bem bacana. E aí, gostaram da Hell? Ela é uma das mais profundas e assustadoras Deusas da mitologia nórdica. Hell tem muito a ver também com seus medos mais íntimos. Aquela porta entreaberta que te deixa nervoso(a), mas você não sabe o porquê. Quanto ao jogo de xadrez, confesso que tive que rever, pesquisar as regras e o andamento das peças. E a trilha sonora, hein? Não poderia ser outra sem ser de “Another”, que é uma história que tem muito a ver com Hell. Algo invisível que poderá te atacar em qualquer momento, sem você saber ao menos o que é e como se proteger.

E para quem curte mitologia grega pegou quem é no comentário da Hell (Lydia, conheço alguém que é muito, mais muito pior que é Edgar nos seus áureos tempos de…desculpe o perdão da palavra, putaria! E olha que ele manda no Olimpo!)? Se disse Zeus, acertou! Zeus era o senhor absoluto do Olimpo, casado com a Hera. Ele era terrível e para conquistar “as garotas” (leia-se aí desde as ninfas até semideusas e deusas), disfarçava-se em milhares de animais ^^ . Caso queira,  com qualquer pesquisa no Google, você poderá encontrar milhares de referências sobre ele.

Bem, na próxima semana, será um capítulo mais ameno, mas não menos interessante. Então, vejo vocês lá! Até mais e obrigada por ler a fanfic.