sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Até as últimas consequências–Capítulo XIII

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening (Abertura)

 

Cuidando da Centelha de Vida

Sugestão de trilha: Dark Activity (Code Geass R2 – OST)

Chronos os levou para uma sala posterior e colocou Raven e Lydia sentados, mas de costas um para o outro.

- Pois bem, Lydia, vou enviá-los na hora exata em que você acordou com o sonho. – informou o Senhor do Tempo. Ele ainda avisou:

- Raven, assim como Lydia, você levará todas as lembranças que aconteceram até aqui. Ajudem um ao outro e… Boa Sorte! – finalizou com um sorriso.

E assim, Chronos começou andando em volta deles no sentido anti-horário e vou aumentando a velocidade aos poucos. Ouvia-se sinos e relógios tocando simultaneamente. A trama de Edgar estava no colo de Lydia e Raven com as mãos postas sobre as pernas. A cabeça de ambos girava, lembrando muito aquela tontura típica de uma criança que fica rodopiando por muito tempo.

E de repente…

- Ahhhhhhhhhhhhh!

Lydia acordou sobressaltada, lembrando o sonho por completo, assim como a localização de Ulysses e as memórias das últimas 72 horas. E aí ela ouviu…

Edgar acordando tão assustado quanto ela, soltando um grito como conseguisse salvar-se de uma afogamento. Ela conseguiu! Ambos voltaram no tempo! Ambos acordaram ao mesmo tempo, ofegantes, perplexos e molhados de suor, mas desta vez não era de prazer, e sim de medo e aquela sensação aterrorizante depois de sair de um pesadelo.

Os dois entreolharam-se, mas não disseram nada um para outro. Era como algo os impedia de falar o que os incomodava. Um ao lado do outro, deitados olhando para o teto. “Será melhor assim. Não preciso assustá-lo. E vou até o fim.”, refletiu Lydia. Agora o próximo passo é combinar com Raven como capturar e matar Ulysses. Fechou os olhos, buscando na escuridão algum rastro do fairy doctor, mas ele não estava pelas redondezas… ainda… Ela só ouviu a respiração arquejante de Edgar. Ele ainda com os olhos presos no teto, procurou pela mão da esposa. Ela retribuiu o gesto, mesmo ficando em silêncio.

Sugestão de trilha: Invisible Sound (Code Geass R2 – OST)

Ao amanhecer, um continuava estranho com o outro. Aquele jogo de palavras entrecortadas, um querendo contar  um segredo para o outro. O problema é que Edgar nem sabia o que era. Só sentia que era algo que o incomodaria se não descobrisse.

Lydia aprontou-se primeiro. Tomou banho e recebeu auxílio de Lucíola para a troca de roupa. Quando voltou ao quarto, Edgar já não estava mais lá. Ficou aflita e aí ouviu as costumeiras três  batidas que Raven dava antes de entrar. Ela disse:

- Pode entrar, Raven.

O mordomo, ainda pálido, falou:

- Bom-dia, milady!

- Raven, precisamos conversar…

Lucíola percebeu que o teor da conversa era particular e pediu permissão para sair.

- O conde ainda está aqui.

- Onde? – indagou ansiosa – Ele ainda não saiu?

- Ele está fazendo sua toalete. Como tive que vir buscar suas roupas, aproveitei para avisá-la que tudo está dentro do previsto.

- Espere ele partir e procure-me! Vamos montar um cerco para aquele…

- Fairy doctor? – perguntou Raven.

- Eu diria um abutre! – respondeu Lydia. – Pois bem, Raven, vamos abater um abutre!

No aposento ao lado, Edgar estava na banheira, com os cabelos molhados e olhar fixo para parede, ainda tentando entender que sensação era aquela como esteve dormindo por muito tempo. O corpo estava dolorido, até um pouco rígido e difícil de se movimentar. Naturalmente, não era por causa da noite de amor que teve com Lydia. Até porque sempre que elas aconteciam (inclusive as escapadas furtivas do casal durante o final de semana, enquanto Aurthur tirava seu cochilo vespertino), ele levantava bem disposto e sorrindo até para os inimigos.

E foi aí que reparou a pequena ferida localizada no meio do peito. Tocou-a com dedo indicador e sentiu uma dor incômoda que refletiu por todo o seu corpo. “Parece que levei um tiro”, pensou duvidando de si mesmo. E tentava vasculhar na memória que sentimento estranho que tomou conta do seu corpo, sua mente e sua alma. Mas, não ousava contar para Lydia, mesmo não sabendo o porquê.

Sugestão: And more... (Code Geass R2 – OST)

Pouco tempo depois, Raven apareceu com a sua roupa: o fraque cinza-chumbo, a camisa branca, o colete caramelo, a gravata vermelha, suas abotoaduras douradas, assim como meias, ceroulas e o par de botas. O mordomo ajudou a vesti-lo em silêncio. Foi quando Edgar desabafou:

- Raven, já sentiu a sensação que seu corpo estar dormente? Como você tivesse… – meio sem coragem, completou a frase: - levado um tiro?

O mordomo só levantou a sombrancelha do olho esquerdo, mas ficou calado.

- Sem contar, que há algo muito estranho no ar hoje…

-Impressão sua, milord!! – respondeu rapidamente.

O conde o encarou:

- Tem certeza, Raven?

E Raven respondeu de forma ligeira:

- Absoluta!!

Edgar continuou cismado. Há alguma coisa no ar, mas ele não sabia o que era…

Sugestão de trilha: Lydia no theme 2 (Hakushaku to Yousei – OST)

Mais tarde, Edgar desceu as escadas e dirigiu-se à varanda para tomar o seu café da manhã com sua esposa e seu filhinho. Quando aproximava-se do local, Aurthur correu em direção a ele e perguntou:

- Você podia ficar com a gente hoje, né, papai?

Para piorar a situação, Edgar reparou Lydia olhando-os de longe, pálida, com olheiras e apreensiva. A condessa estava enigmática, irritada e evitando-o.

- Hum! Hoje não, meu pequeno terrível! – disse o pai pegando o garoto no colo. E continuou: – Não tem nem como inventar uma mentirinha…

O menininho riu. E quando Lydia reparou que Edgar falava com o filho olhando-a de soslaio, ela virou-se para frente e disfarçou naturalidade. Ele chegou mais perto, colocou o filho na cadeira e esticou-se para beijá-la. Lydia retribuiu com um beijo frio e impessoal. E a desconfiança de Edgar cresceu ainda mais.

- Lydia aconteceu alguma coisa que não saiba?

- Não! Nada!! – a resposta veio ríspida, rápida e seca.

- Estranho… Você e Raven estão muito diferentes do habitual… Aconteceu algo que não estou sabendo? – insistiu ele.

- Edgar!! O que você está pensando??

Ele reparou o quanto ela tinha expressão carrancuda, pronta para um combate.

- Tem algo te afligindo… Posso te ajudar? – disse de uma forma meiga enquanto colocava sua mão sob a dela.

Ela arrastou a cadeira para trás e levantou-se num supetão e respondeu irritadíssima:

- Já disse que não é nada!!!! - virou as costas e foi embora. Por um momento ele ficou imóvel como um estátua.

- Definitivamente há algo estranho acontecendo…- disse baixinho.

- O que foi, papai? – indagou o garotinho. – Por que a mamãe ‘tá’ brava?

- Não sei, meu terrível… Não sei – e acariciou os cabelos do menino.

Algum tempo depois, ele já estava saindo com os assessores, quando Lydia o chamou:

- Não vai me dar nem um beijo?

Ele balançou a cabeça, fez uma careta e revidou:

- Ly, não estou te entendendo! Primeiro você briga comigo do nada! Depois me dá uma resposta bruta, sai da mesa, assim, sem mais, sem menos… – E aí, esquentado do jeito que era e não se importando com as pessoas em volta, ele perguntou num tom de voz acima da média:

- Agora, te pergunto: O que fiz para você? Te magoei com algo? Inclusive na cama?

Ela estreitou os olhinhos, quase crispando de raiva, contraindo o maxilar e contando até dez para não gritar: “Não, seu idiota!!! Só não quero que você morra, entendeu?? Agora faz o favor de ir embora, que preciso armar uma estratégia para salvar a sua vida!!!”. Mas, o que Lydia disse foi simplesmente:

- Vá, Edgar!! Vá!!! Você está me deixando cada vez mais irritada!!! Saia agora!!!

Aborrecido, ele respirou fundo e pensou: “Ótimo!! Estamos voltando no mesmo patamar que estávamos quando ainda nem namorávamos.”. Edgar começou a seguir em direção à porta, e no meio do caminho, balançou a cabeça e voltou, apenas, para dar um beijo na testa da esposa. E partiu.

Lydia respirou fundo entre aliviada e chateada por ter agido assim com ele. Mas a tensão que ela vivia era tanta, que acabou descontando em Edgar. Chegou na poltrona mais próxima e quase desabou o corpo com pesar. Ela ainda olhava a porta que tinha acabado de ser fechada e falou baixinho com uma lágrima rolando pelo rosto:

- Mil desculpas, Edy! Mil desculpas!

Ending (Fechamento):

Nota da autora: Começamos um novo arco! E todo início pede coisas novas! Como você pôde ver a opening ficou por conta de uma das bandas visual kei mais bacanas: The Gazette (adoro!) e a ending ficou a cargo do Nightmare!The Gazette já emprestou sua música para opening de Kuroshitsuji II e Nightmare para as openings Death Note e Claymore.

E sim, ele voltou!!!Aeeeeeeeeeeeee! O Edgar voltou! Pensou que eu seria desumana e não o traria de volta? Pois é! Não sou tão má, não! E como diria o pessoal: “Agora a porra ficou séria!!!”. Próximo capítulo? Vai ser tenso e emocionante! E ah, antes de terminar, desejo a você um ótimo 2014! E que seja mil vezes melhor do que 2013 (porque a gente merece!). Bem, espero você! Beijos e obrigada por ler a fic!

Até as últimas consequências–Capítulo XIII

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening (Abertura)

 

Cuidando da Centelha de Vida

Sugestão de trilha: Dark Activity (Code Geass R2 – OST)

Chronos os levou para uma sala posterior e colocou Raven e Lydia sentados, mas de costas um para o outro.

- Pois bem, Lydia, vou enviá-los na hora exata em que você acordou com o sonho. – informou o Senhor do Tempo. Ele ainda avisou:

- Raven, assim como Lydia, você levará todas as lembranças que aconteceram até aqui. Ajudem um ao outro e… Boa Sorte! – finalizou com um sorriso.

E assim, Chronos começou andando em volta deles no sentido anti-horário e vou aumentando a velocidade aos poucos. Ouvia-se sinos e relógios tocando simultaneamente. A trama de Edgar estava no colo de Lydia e Raven com as mãos postas sobre as pernas. A cabeça de ambos girava, lembrando muito aquela tontura típica de uma criança que fica rodopiando por muito tempo.

E de repente…

- Ahhhhhhhhhhhhh!

Lydia acordou sobressaltada, lembrando o sonho por completo, assim como a localização de Ulysses e as memórias das últimas 72 horas. E aí ela ouviu…

Edgar acordando tão assustado quanto ela, soltando um grito como conseguisse salvar-se de uma afogamento. Ela conseguiu! Ambos voltaram no tempo! Ambos acordaram ao mesmo tempo, ofegantes, perplexos e molhados de suor, mas desta vez não era de prazer, e sim de medo e aquela sensação aterrorizante depois de sair de um pesadelo.

Os dois entreolharam-se, mas não disseram nada um para outro. Era como algo os impedia de falar o que os incomodava. Um ao lado do outro, deitados olhando para o teto. “Será melhor assim. Não preciso assustá-lo. E vou até o fim.”, refletiu Lydia. Agora o próximo passo é combinar com Raven como capturar e matar Ulysses. Fechou os olhos, buscando na escuridão algum rastro do fairy doctor, mas ele não estava pelas redondezas… ainda… Ela só ouviu a respiração arquejante de Edgar. Ele ainda com os olhos presos no teto, procurou pela mão da esposa. Ela retribuiu o gesto, mesmo ficando em silêncio.

Sugestão de trilha: Invisible Sound (Code Geass R2 – OST)

Ao amanhecer, um continuava estranho com o outro. Aquele jogo de palavras entrecortadas, um querendo contar  um segredo para o outro. O problema é que Edgar nem sabia o que era. Só sentia que era algo que o incomodaria se não descobrisse.

Lydia aprontou-se primeiro. Tomou banho e recebeu auxílio de Lucíola para a troca de roupa. Quando voltou ao quarto, Edgar já não estava mais lá. Ficou aflita e aí ouviu as costumeiras três  batidas que Raven dava antes de entrar. Ela disse:

- Pode entrar, Raven.

O mordomo, ainda pálido, falou:

- Bom-dia, milady!

- Raven, precisamos conversar…

Lucíola percebeu que o teor da conversa era particular e pediu permissão para sair.

- O conde ainda está aqui.

- Onde? – indagou ansiosa – Ele ainda não saiu?

- Ele está fazendo sua toalete. Como tive que vir buscar suas roupas, aproveitei para avisá-la que tudo está dentro do previsto.

- Espere ele partir e procure-me! Vamos montar um cerco para aquele…

- Fairy doctor? – perguntou Raven.

- Eu diria um abutre! – respondeu Lydia. – Pois bem, Raven, vamos abater um abutre!

No aposento ao lado, Edgar estava na banheira, com os cabelos molhados e olhar fixo para parede, ainda tentando entender que sensação era aquela como esteve dormindo por muito tempo. O corpo estava dolorido, até um pouco rígido e difícil de se movimentar. Naturalmente, não era por causa da noite de amor que teve com Lydia. Até porque sempre que elas aconteciam (inclusive as escapadas furtivas do casal durante o final de semana, enquanto Aurthur tirava seu cochilo vespertino), ele levantava bem disposto e sorrindo até para os inimigos.

E foi aí que reparou a pequena ferida localizada no meio do peito. Tocou-a com dedo indicador e sentiu uma dor incômoda que refletiu por todo o seu corpo. “Parece que levei um tiro”, pensou duvidando de si mesmo. E tentava vasculhar na memória que sentimento estranho que tomou conta do seu corpo, sua mente e sua alma. Mas, não ousava contar para Lydia, mesmo não sabendo o porquê.

Sugestão: And more... (Code Geass R2 – OST)

Pouco tempo depois, Raven apareceu com a sua roupa: o fraque cinza-chumbo, a camisa branca, o colete caramelo, a gravata vermelha, suas abotoaduras douradas, assim como meias, ceroulas e o par de botas. O mordomo ajudou a vesti-lo em silêncio. Foi quando Edgar desabafou:

- Raven, já sentiu a sensação que seu corpo estar dormente? Como você tivesse… – meio sem coragem, completou a frase: - levado um tiro?

O mordomo só levantou a sombrancelha do olho esquerdo, mas ficou calado.

- Sem contar, que há algo muito estranho no ar hoje…

-Impressão sua, milord!! – respondeu rapidamente.

O conde o encarou:

- Tem certeza, Raven?

E Raven respondeu de forma ligeira:

- Absoluta!!

Edgar continuou cismado. Há alguma coisa no ar, mas ele não sabia o que era…

Sugestão de trilha: Lydia no theme 2 (Hakushaku to Yousei – OST)

Mais tarde, Edgar desceu as escadas e dirigiu-se à varanda para tomar o seu café da manhã com sua esposa e seu filhinho. Quando aproximava-se do local, Aurthur correu em direção a ele e perguntou:

- Você podia ficar com a gente hoje, né, papai?

Para piorar a situação, Edgar reparou Lydia olhando-os de longe, pálida, com olheiras e apreensiva. A condessa estava enigmática, irritada e evitando-o.

- Hum! Hoje não, meu pequeno terrível! – disse o pai pegando o garoto no colo. E continuou: – Não tem nem como inventar uma mentirinha…

O menininho riu. E quando Lydia reparou que Edgar falava com o filho olhando-a de soslaio, ela virou-se para frente e disfarçou naturalidade. Ele chegou mais perto, colocou o filho na cadeira e esticou-se para beijá-la. Lydia retribuiu com um beijo frio e impessoal. E a desconfiança de Edgar cresceu ainda mais.

- Lydia aconteceu alguma coisa que não saiba?

- Não! Nada!! – a resposta veio ríspida, rápida e seca.

- Estranho… Você e Raven estão muito diferentes do habitual… Aconteceu algo que não estou sabendo? – insistiu ele.

- Edgar!! O que você está pensando??

Ele reparou o quanto ela tinha expressão carrancuda, pronta para um combate.

- Tem algo te afligindo… Posso te ajudar? – disse de uma forma meiga enquanto colocava sua mão sob a dela.

Ela arrastou a cadeira para trás e levantou-se num supetão e respondeu irritadíssima:

- Já disse que não é nada!!!! - virou as costas e foi embora. Por um momento ele ficou imóvel como um estátua.

- Definitivamente há algo estranho acontecendo…- disse baixinho.

- O que foi, papai? – indagou o garotinho. – Por que a mamãe ‘tá’ brava?

- Não sei, meu terrível… Não sei – e acariciou os cabelos do menino.

Algum tempo depois, ele já estava saindo com os assessores, quando Lydia o chamou:

- Não vai me dar nem um beijo?

Ele balançou a cabeça, fez uma careta e revidou:

- Ly, não estou te entendendo! Primeiro você briga comigo do nada! Depois me dá uma resposta bruta, sai da mesa, assim, sem mais, sem menos… – E aí, esquentado do jeito que era e não se importando com as pessoas em volta, ele perguntou num tom de voz acima da média:

- Agora, te pergunto: O que fiz para você? Te magoei com algo? Inclusive na cama?

Ela estreitou os olhinhos, quase crispando de raiva, contraindo o maxilar e contando até dez para não gritar: “Não, seu idiota!!! Só não quero que você morra, entendeu?? Agora faz o favor de ir embora, que preciso armar uma estratégia para salvar a sua vida!!!”. Mas, o que Lydia disse foi simplesmente:

- Vá, Edgar!! Vá!!! Você está me deixando cada vez mais irritada!!! Saia agora!!!

Aborrecido, ele respirou fundo e pensou: “Ótimo!! Estamos voltando no mesmo patamar que estávamos quando ainda nem namorávamos.”. Edgar começou a seguir em direção à porta, e no meio do caminho, balançou a cabeça e voltou, apenas, para dar um beijo na testa da esposa. E partiu.

Lydia respirou fundo entre aliviada e chateada por ter agido assim com ele. Mas a tensão que ela vivia era tanta, que acabou descontando em Edgar. Chegou na poltrona mais próxima e quase desabou o corpo com pesar. Ela ainda olhava a porta que tinha acabado de ser fechada e falou baixinho com uma lágrima rolando pelo rosto:

- Mil desculpas, Edy! Mil desculpas!

Ending (Fechamento):

Nota da autora: Começamos um novo arco! E todo início pede coisas novas! Como você pôde ver a opening ficou por conta de uma das bandas visual kei mais bacanas: The Gazette (adoro!) e a ending ficou a cargo do Nightmare!The Gazette já emprestou sua música para opening de Kuroshitsuji II e Nightmare para as openings Death Note e Claymore.

E sim, ele voltou!!!Aeeeeeeeeeeeee! O Edgar voltou! Pensou que eu seria desumana e não o traria de volta? Pois é! Não sou tão má, não! E como diria o pessoal: “Agora a porra ficou séria!!!”. Próximo capítulo? Vai ser tenso e emocionante! E ah, antes de terminar, desejo a você um ótimo 2014! E que seja mil vezes melhor do que 2013 (porque a gente merece!). Bem, espero você! Beijos e obrigada por ler a fic!

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Até as últimas consequências–Capítulo XII

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening(Abertura):

 

As rodas da carruagem pareciam que seguiam o mesmo ritmo do coração de Lydia. Ela sabia que agora era a cartada final e, talvez, a mais difícil. “Não posso fraquejar”, pensou e passou a analisar passo a passo o que falaria para o senhor Chronos. Para ela seria complicado encará-lo de frente, mas não iria arredar o pé até que aceitasse seu pedido. “Estou preparada para falar com a entidade mais implacável de todas? Afinal, ele é o Senhor do Tempo!”. O tempo escorria entre os seus dedos, assim como aconteceu com a vida de Edgar.

Sugestão de trilha: Misconduct (Code Geass R2 – OST)

Olhou para Raven e agradeceu aos céus por ter vindo com ela. Ele que estava apoiado com a mão no queixo observando a paisagem, percebeu que ela o olhava. Muito gentil, virou-se e sorriu. Um sorriso tímido talvez, mas como a agradecesse que estava fazendo por Edgar. “Sim, Raven era definitivamente mais bonito quando sorria. Algo que acontecia raramente”, refletiu.

E para o espanto de Lydia, o cocheiro estacionou em frente ao Big Ben, o mais famoso relógio do mundo, o mais preciso de todos. A fairy doctor colocou a cabeça de fora da janela assombrada e perguntando-se como foram parar lá.

- Senhora! Aqui termina meu trabalho. – disse o cocheiro, abrindo a porta para que eles descessem.

- Tem certeza que Chronos está aqui?

- Absoluta, senhora!

Ela desceu da carruagem, assim como Raven segurando o embrulho de veludo que continha a trama da vida de Edgar. E o cocheiro retirou-se.

Por um minuto parou em frente ao majestoso monumento. O vento tentava brincar com seus cabelos sem sucesso. O olhar fixo no relógio. “Não temos muito tempo”. Foi aí que ela ouviu:

- Milady, o que a senhora pretende fazer quando conseguirmos voltar no tempo?

Lydia olhando ainda para relógio, respirou fundo, mordeu os lábios e voltou-se para o mordomo:

- Assassinar Ulysses!

Raven arregalou os olhos, suspendeu por alguns segundos a respiração e depois, afirmou:

- Milady, pode contar comigo!

- Com certeza, Raven! Só assim protegeremos Edgar, Aurthur, até você e eu. Sem contar o condado e, inclusive, a Inglaterra.

- A senhora sabe que…

- Sim, Raven! Sei muito bem que posso sofrer consequências pelo meu ato. – respondeu convicta. – Mas, concorda comigo que está na profecia? Exterminar toda a linhagem do Príncipe da Calamidade…

- Sim, senhora! Eu entendo!

- Bem, não temos muito tempo, Raven. Quem sabe Chronos nos devolva esse tempo e acabamos logo com isso?

Ajeitou os cabelos, arrumou a saia do vestido e endireitou a manta. Não estava no seu modo mais apresentável, principalmente pela sua posição. Mas… que diferença faz isso se a vida do seu grande amor ainda estava em jogo? E começaram a andar em direção à torre.

Conforme Raven e Lydia caminhavam, estranhamente, foi criado um túnel que terminava em uma porta entreaberta. Na altura do campeonato, eles não mais admiravam quando algo desse tipo acontecia. Raven a abriu e notou que havia uma longa escada em espiral.

Sugestão de trilha: And more... (Code Geass R2 – OST)

Um olhou para o outro, acenaram com a cabeça e começaram a subi-la. E subiram tantos e tantos degraus, que em determinado momento, Lydia precisou parar para descansar um pouco.

- Quer ficar mais um tempo, milady?

- Não, Raven! Vamos que o tempo está correndo… – respondeu ela.

No alto da torre depararam-se com uma sala com relógios de vários tipos: cucos, solares, clepsidras, ampulhetas, entre outros. Mais adiante, eles avistaram um senhor sentado em uma mesa com aquelas lupas típicas para relojoeiro. Ele analisava um dos mecanismos que estava aberto.

- Licença… – solicitou Raven.

O senhor levantou a cabeça e tirou a lupa. Parecia um idoso como outro qualquer, mas trajava de uma forma despojada. Era alto, magro e sua compleição física era ossuda. Seus longos cabelos brancos estavam presos por um laço. As mangas da camisa estavam dobradas até a altura dos cotovelos e o colete azul-cobalto davam-lhe um aspecto jovial. Mas o seu olhar desconfiado deixou Lydia insegura. Ele continuou olhando para eles, sem dizer nada.

- Estamos atrapalhando algo? – indagou Raven.

- Até agora não! O que querem? – sua voz soou ríspida.

“Sabia que não seria fácil, mas como essa gentileza será um pouquinho pior…”, Lydia pensou de forma irônica. Ela então tomou coragem e adiantou-se:

- Senhor, viemos pedir um enorme favor!

- E a quem devo conceder? – indagou ainda com tom seco.

- Pois sim, sou Lydia Carlton Ashenbert, condessa Cavaleiro Azul e fairy doctor do Condado de Ibrazel. Este é meu leal mordomo, Raven. - E este último fez uma reverência.

- Bem… – continuou, agora apertando as pontas dos dedos de uma mão contra a outra: – gostaríamos de voltar no tempo… digamos, há exatamente dois dias e algumas horas…

- E por que eu concederia esse favor? – perguntou com uma ponta de curiosidade.

Lydia, ainda que de forma respeitosa, aproximou-se ainda mais.

- Há mais ou menos 70 horas, meu marido foi morto…

- E? – indagou Chronos entre curioso e desconfiado.

- Gostaríamos de voltar no tempo para evitar esse evento!

Sugestão de trilha: Super Natural (Code Geass R2 – OST)

- Só isso? – perguntou ele.

- Sim… – respondeu ela.

“Foi mais fácil do que eu imaginava”, pensou ela. Mas, mal teve tempo de comemorar, quando escutou:

- Não!!!!

- Mas por que não??

- Pessoas morrem todos os dias!!

- Mesmo que a pessoa morreu abruptamente, sem direito à defesa e ainda não era tempo dela morrer?

- Escute aqui, mocinha…

- Não sou mais uma mocinha! – protestou ela – Meu nome é Lydia, senhor Chronos!

Ele respirou fundo e a analisou.

- Quem foi assassinado mesmo?

- Como já disse, é meu marido, o conde Cavaleiro Azul, Edgar Ashenbert!

- E eu com isso? Fale com Hades… com a Perséfone…

- Já falei! – replicou rápida como um gatilho.

- Então, fale com a Hell…

- Já falei com ela também! – Lydia retrucou novamente.

- A senhori… A senhora deve estar de brincadeira!

- E por que estaria? Que eu saiba sei que o senhor é ocupadíssimo! Não viria aqui apenas para fazer uma piada! – retribuiu ela.

- Já falou… – ele mal conseguiu completar e Lydia:

- Com as Moiras? Já! Inclusive a senhora Hécate e até com um demônio! Satisfeito?

- Saiba que a senhora é muito petulante!

“Hum, devia ter segurado minha língua. Ela tem estado mais afiada do que a de Edgar…”, refletiu.

- Senhor! – aproximou-se ainda mais – Não é uma questão de petulância! É de urgência!

- E por quê? – provocou ele.

- Vamos lá! Deixe-me explicar… Meu marido é responsável pelo Condado de Ibrazel, a Nação das Fadas, assim com a Terra dos Leprechauns e zela pela vida dos Sereianos. Sem contar que nosso Condado é um dos mais bem administrados e prósperos! Vale também ressaltar que ele é pai de um garotinho de seis anos, Aurthur. O meu marido sofreu horrores entre a pré-adolescência e anos que antecedem a idade adulta. E foi morto sem poder ao menos se defender! Fui clara?

- Hum… e por isso…

- Não! Tem mais!! Nós somos responsáveis pelo Condado para que não caia nas mãos de tirânicos com sede de poder e que podem assolar toda região, inclusive a Inglaterra! Com a morte do meu marido, tudo isso vai para água abaixo! Eu estaria vulnerável, assim como a vida do meu filho!

Chronos continuava impassível e ainda não estava convencido.

- Não é suficiente? – bradou ela.

Enquanto ele desviou o olhar para o lado, Raven aproximou-se dela com o embrulho de veludo, como quem dissesse: “Mostre a ele! Mostre!”. Ela acenou para ele como quem dissesse para esperar mais um pouco.

- Bem, quem a indicou para que a senhorita…

- Senhora! – repreendeu ela.

- Senhora – corrigiu ele – viesse aqui?

Sugestão de trilha: Showdown (Code Geass R2 – OST)

- As Moiras!

Ele apenas levantou a sombrancelha do olho esquerdo.

- Pois bem! Veja isto! – e retirou do embrulho de veludo, que estava nos braços de Raven, a trama de Edgar.

-Veja! A trama em nenhum momento ficou negra! E não há sinal de que ela seria cortada! Isso significa que ele não deveria morrer! – disse num misto de indignação e raiva. E finalizou: – É justo?

Ele que estava até o presente momento tomando uma atitude indiferente, tornou-se reflexivo. Levantou-se e foi em direção a ela, que ainda mantinha a trama de Edgar estendida entre as suas mãos. Chronos analisou de perto a teia e mirou-se profundamente nos olhos verdes da condessa.

- E o que faria se voltasse no tempo?

Ela, sem um pudor e nem temor, respondeu:

- Assassinar Ulysses, o responsável pela morte do meu marido e pela futura catástrofe!

- E a senhora se acha no direito de tirar a vida de outrem? – indagou de modo provocativo.

- Sim! – respondeu decidida – Está na profecia! Desde os tempos primordiais, a esposa do primeiro Cavaleiro Azul, Lady Gladys visualizou que um homem nasceria sob a marca da maldade e que iria dominar todos os seres mágicos. A família Ashenbert foi escolhida para exterminá-lo, assim como todos os ramos ligados a ele, incluindo o fairy doctor Ulysses. Meu ato não é só pela profecia, mas principalmente porque a vida de Edgar é prioridade para mim. Um homem que tem seus sonhos roubados ainda criança torna-se duro e cruel. E não foi o caso de Edgar! Debaixo daquele cinismo que ele demonstrava quando o conheci, estava um menino perdido pedindo ajuda! E logo agora que ele conseguiu reerguer-se, obteve a felicidade e ainda a quis repartir com quem quer que fosse, teve sua vida tirada por um simples capricho de poder? É justo?

O olhar quase gélido de Chronos transformou-se complacente, próximo de benevolente.

- Está bem! Você realmente me convenceu, Lady Ashenbert!

Lydia caiu de joelhos e só pode dizer entre lágrimas:

- Obrigada! Muito obrigada!!

Ending (Fechamento):

Nota da autora: Uhuuuuuuuuuuu! A Lydia conseguiu!!! Aí está o fim do primeiro arco da fanfic! E que tenso, hein? Confesso que quando escrevi esse capítulo meu coração ficou aos pulos. Quando se escreve uma história, aos poucos, os personagens ganham realmente vida e em muitas vezes quando você decide algo para ele, o mesmo escolhe outro caminho ou toma outra decisão. E por incrível que parece não consegui descobrir se o Chronos iria topar ou não até ao final do capítulo! Aliás, aqui conhecemos Chronos, o Senhor do Tempo. Para quem conhece mitologia, ele não é tão fofo como foi mostrado na fanfic. But… Acho também que ele é injustiçado por muitas fontes. Também, o que seria de nós se não tivemos horas, minutos, datas e outros itens ligados ao tempo? Para saber um pouco mais sobre ele, aqui está o link: Chronos. Ao meu ver, o Senhor do Tempo parece um simples idoso, mas veste-se de maneira jovial, mesmo sendo um rabugento ^^

Na próxima semana… Sim! O Edgar estará de volta!!! Podem parar de chorar, garotas! E será um capítulo daqueles! Ah, teremos opening e ending novos e muito mais! Bem, espero vocês então! Até lá e beijos!

Até as últimas consequências–Capítulo XII

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening(Abertura):

 

As rodas da carruagem pareciam que seguiam o mesmo ritmo do coração de Lydia. Ela sabia que agora era a cartada final e, talvez, a mais difícil. “Não posso fraquejar”, pensou e passou a analisar passo a passo o que falaria para o senhor Chronos. Para ela seria complicado encará-lo de frente, mas não iria arredar o pé até que aceitasse seu pedido. “Estou preparada para falar com a entidade mais implacável de todas? Afinal, ele é o Senhor do Tempo!”. O tempo escorria entre os seus dedos, assim como aconteceu com a vida de Edgar.

Sugestão de trilha: Misconduct (Code Geass R2 – OST)

Olhou para Raven e agradeceu aos céus por ter vindo com ela. Ele que estava apoiado com a mão no queixo observando a paisagem, percebeu que ela o olhava. Muito gentil, virou-se e sorriu. Um sorriso tímido talvez, mas como a agradecesse que estava fazendo por Edgar. “Sim, Raven era definitivamente mais bonito quando sorria. Algo que acontecia raramente”, refletiu.

E para o espanto de Lydia, o cocheiro estacionou em frente ao Big Ben, o mais famoso relógio do mundo, o mais preciso de todos. A fairy doctor colocou a cabeça de fora da janela assombrada e perguntando-se como foram parar lá.

- Senhora! Aqui termina meu trabalho. – disse o cocheiro, abrindo a porta para que eles descessem.

- Tem certeza que Chronos está aqui?

- Absoluta, senhora!

Ela desceu da carruagem, assim como Raven segurando o embrulho de veludo que continha a trama da vida de Edgar. E o cocheiro retirou-se.

Por um minuto parou em frente ao majestoso monumento. O vento tentava brincar com seus cabelos sem sucesso. O olhar fixo no relógio. “Não temos muito tempo”. Foi aí que ela ouviu:

- Milady, o que a senhora pretende fazer quando conseguirmos voltar no tempo?

Lydia olhando ainda para relógio, respirou fundo, mordeu os lábios e voltou-se para o mordomo:

- Assassinar Ulysses!

Raven arregalou os olhos, suspendeu por alguns segundos a respiração e depois, afirmou:

- Milady, pode contar comigo!

- Com certeza, Raven! Só assim protegeremos Edgar, Aurthur, até você e eu. Sem contar o condado e, inclusive, a Inglaterra.

- A senhora sabe que…

- Sim, Raven! Sei muito bem que posso sofrer consequências pelo meu ato. – respondeu convicta. – Mas, concorda comigo que está na profecia? Exterminar toda a linhagem do Príncipe da Calamidade…

- Sim, senhora! Eu entendo!

- Bem, não temos muito tempo, Raven. Quem sabe Chronos nos devolva esse tempo e acabamos logo com isso?

Ajeitou os cabelos, arrumou a saia do vestido e endireitou a manta. Não estava no seu modo mais apresentável, principalmente pela sua posição. Mas… que diferença faz isso se a vida do seu grande amor ainda estava em jogo? E começaram a andar em direção à torre.

Conforme Raven e Lydia caminhavam, estranhamente, foi criado um túnel que terminava em uma porta entreaberta. Na altura do campeonato, eles não mais admiravam quando algo desse tipo acontecia. Raven a abriu e notou que havia uma longa escada em espiral.

Sugestão de trilha: And more... (Code Geass R2 – OST)

Um olhou para o outro, acenaram com a cabeça e começaram a subi-la. E subiram tantos e tantos degraus, que em determinado momento, Lydia precisou parar para descansar um pouco.

- Quer ficar mais um tempo, milady?

- Não, Raven! Vamos que o tempo está correndo… – respondeu ela.

No alto da torre depararam-se com uma sala com relógios de vários tipos: cucos, solares, clepsidras, ampulhetas, entre outros. Mais adiante, eles avistaram um senhor sentado em uma mesa com aquelas lupas típicas para relojoeiro. Ele analisava um dos mecanismos que estava aberto.

- Licença… – solicitou Raven.

O senhor levantou a cabeça e tirou a lupa. Parecia um idoso como outro qualquer, mas trajava de uma forma despojada. Era alto, magro e sua compleição física era ossuda. Seus longos cabelos brancos estavam presos por um laço. As mangas da camisa estavam dobradas até a altura dos cotovelos e o colete azul-cobalto davam-lhe um aspecto jovial. Mas o seu olhar desconfiado deixou Lydia insegura. Ele continuou olhando para eles, sem dizer nada.

- Estamos atrapalhando algo? – indagou Raven.

- Até agora não! O que querem? – sua voz soou ríspida.

“Sabia que não seria fácil, mas como essa gentileza será um pouquinho pior…”, Lydia pensou de forma irônica. Ela então tomou coragem e adiantou-se:

- Senhor, viemos pedir um enorme favor!

- E a quem devo conceder? – indagou ainda com tom seco.

- Pois sim, sou Lydia Carlton Ashenbert, condessa Cavaleiro Azul e fairy doctor do Condado de Ibrazel. Este é meu leal mordomo, Raven. - E este último fez uma reverência.

- Bem… – continuou, agora apertando as pontas dos dedos de uma mão contra a outra: – gostaríamos de voltar no tempo… digamos, há exatamente dois dias e algumas horas…

- E por que eu concederia esse favor? – perguntou com uma ponta de curiosidade.

Lydia, ainda que de forma respeitosa, aproximou-se ainda mais.

- Há mais ou menos 70 horas, meu marido foi morto…

- E? – indagou Chronos entre curioso e desconfiado.

- Gostaríamos de voltar no tempo para evitar esse evento!

Sugestão de trilha: Super Natural (Code Geass R2 – OST)

- Só isso? – perguntou ele.

- Sim… – respondeu ela.

“Foi mais fácil do que eu imaginava”, pensou ela. Mas, mal teve tempo de comemorar, quando escutou:

- Não!!!!

- Mas por que não??

- Pessoas morrem todos os dias!!

- Mesmo que a pessoa morreu abruptamente, sem direito à defesa e ainda não era tempo dela morrer?

- Escute aqui, mocinha…

- Não sou mais uma mocinha! – protestou ela – Meu nome é Lydia, senhor Chronos!

Ele respirou fundo e a analisou.

- Quem foi assassinado mesmo?

- Como já disse, é meu marido, o conde Cavaleiro Azul, Edgar Ashenbert!

- E eu com isso? Fale com Hades… com a Perséfone…

- Já falei! – replicou rápida como um gatilho.

- Então, fale com a Hell…

- Já falei com ela também! – Lydia retrucou novamente.

- A senhori… A senhora deve estar de brincadeira!

- E por que estaria? Que eu saiba sei que o senhor é ocupadíssimo! Não viria aqui apenas para fazer uma piada! – retribuiu ela.

- Já falou… – ele mal conseguiu completar e Lydia:

- Com as Moiras? Já! Inclusive a senhora Hécate e até com um demônio! Satisfeito?

- Saiba que a senhora é muito petulante!

“Hum, devia ter segurado minha língua. Ela tem estado mais afiada do que a de Edgar…”, refletiu.

- Senhor! – aproximou-se ainda mais – Não é uma questão de petulância! É de urgência!

- E por quê? – provocou ele.

- Vamos lá! Deixe-me explicar… Meu marido é responsável pelo Condado de Ibrazel, a Nação das Fadas, assim com a Terra dos Leprechauns e zela pela vida dos Sereianos. Sem contar que nosso Condado é um dos mais bem administrados e prósperos! Vale também ressaltar que ele é pai de um garotinho de seis anos, Aurthur. O meu marido sofreu horrores entre a pré-adolescência e anos que antecedem a idade adulta. E foi morto sem poder ao menos se defender! Fui clara?

- Hum… e por isso…

- Não! Tem mais!! Nós somos responsáveis pelo Condado para que não caia nas mãos de tirânicos com sede de poder e que podem assolar toda região, inclusive a Inglaterra! Com a morte do meu marido, tudo isso vai para água abaixo! Eu estaria vulnerável, assim como a vida do meu filho!

Chronos continuava impassível e ainda não estava convencido.

- Não é suficiente? – bradou ela.

Enquanto ele desviou o olhar para o lado, Raven aproximou-se dela com o embrulho de veludo, como quem dissesse: “Mostre a ele! Mostre!”. Ela acenou para ele como quem dissesse para esperar mais um pouco.

- Bem, quem a indicou para que a senhorita…

- Senhora! – repreendeu ela.

- Senhora – corrigiu ele – viesse aqui?

Sugestão de trilha: Showdown (Code Geass R2 – OST)

- As Moiras!

Ele apenas levantou a sombrancelha do olho esquerdo.

- Pois bem! Veja isto! – e retirou do embrulho de veludo, que estava nos braços de Raven, a trama de Edgar.

-Veja! A trama em nenhum momento ficou negra! E não há sinal de que ela seria cortada! Isso significa que ele não deveria morrer! – disse num misto de indignação e raiva. E finalizou: – É justo?

Ele que estava até o presente momento tomando uma atitude indiferente, tornou-se reflexivo. Levantou-se e foi em direção a ela, que ainda mantinha a trama de Edgar estendida entre as suas mãos. Chronos analisou de perto a teia e mirou-se profundamente nos olhos verdes da condessa.

- E o que faria se voltasse no tempo?

Ela, sem um pudor e nem temor, respondeu:

- Assassinar Ulysses, o responsável pela morte do meu marido e pela futura catástrofe!

- E a senhora se acha no direito de tirar a vida de outrem? – indagou de modo provocativo.

- Sim! – respondeu decidida – Está na profecia! Desde os tempos primordiais, a esposa do primeiro Cavaleiro Azul, Lady Gladys visualizou que um homem nasceria sob a marca da maldade e que iria dominar todos os seres mágicos. A família Ashenbert foi escolhida para exterminá-lo, assim como todos os ramos ligados a ele, incluindo o fairy doctor Ulysses. Meu ato não é só pela profecia, mas principalmente porque a vida de Edgar é prioridade para mim. Um homem que tem seus sonhos roubados ainda criança torna-se duro e cruel. E não foi o caso de Edgar! Debaixo daquele cinismo que ele demonstrava quando o conheci, estava um menino perdido pedindo ajuda! E logo agora que ele conseguiu reerguer-se, obteve a felicidade e ainda a quis repartir com quem quer que fosse, teve sua vida tirada por um simples capricho de poder? É justo?

O olhar quase gélido de Chronos transformou-se complacente, próximo de benevolente.

- Está bem! Você realmente me convenceu, Lady Ashenbert!

Lydia caiu de joelhos e só pode dizer entre lágrimas:

- Obrigada! Muito obrigada!!

Ending (Fechamento):

Nota da autora: Uhuuuuuuuuuuu! A Lydia conseguiu!!! Aí está o fim do primeiro arco da fanfic! E que tenso, hein? Confesso que quando escrevi esse capítulo meu coração ficou aos pulos. Quando se escreve uma história, aos poucos, os personagens ganham realmente vida e em muitas vezes quando você decide algo para ele, o mesmo escolhe outro caminho ou toma outra decisão. E por incrível que parece não consegui descobrir se o Chronos iria topar ou não até ao final do capítulo! Aliás, aqui conhecemos Chronos, o Senhor do Tempo. Para quem conhece mitologia, ele não é tão fofo como foi mostrado na fanfic. But… Acho também que ele é injustiçado por muitas fontes. Também, o que seria de nós se não tivemos horas, minutos, datas e outros itens ligados ao tempo? Para saber um pouco mais sobre ele, aqui está o link: Chronos. Ao meu ver, o Senhor do Tempo parece um simples idoso, mas veste-se de maneira jovial, mesmo sendo um rabugento ^^

Na próxima semana… Sim! O Edgar estará de volta!!! Podem parar de chorar, garotas! E será um capítulo daqueles! Ah, teremos opening e ending novos e muito mais! Bem, espero vocês então! Até lá e beijos!

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Até as últimas consequências–Capítulo XI

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening (Abertura):

Qual é a cor da trama de Edgar?

Sugestão de trilha: Atatakana Kokoro (Rozen Maiden – OST)

- Ficarão parados aí? – indagou uma mulher de cabelos negros presos por um coque majestoso. Aparentava ser jovem, apesar do traje sóbrio que a deixava mais austera do que era. Manipulava uma roca e dela sai vários fios, ora coloridos, ora brancos, ora negros. Ao seu lado, estava uma outra mulher, agora um pouco mais velha, com mesmo cabelo negro mas com alguns fios prateados salpicados ali e aqui. Na sua frente havia um enorme tear que ela conduzia com delicadeza e apuro. E ao lado desta, uma senhora de longos fios prateados, vestida exatamente como as anteriores, e no seu colo repousava uma tesoura de ouro cravejada por diamantes.

Lydia e Raven aproximaram-se delas e curvaram em sinal de respeito. A do meio os saudou:

- Bem-vindos! Estávamos à espera de vocês, Sir Raven e Lady Lydia.

Os dois entreolharam-se espantados. A mais jovem, que parecia adivinhar o que pensavam, disse:

- Talvez estejam se perguntando como sabemos os nomes de vocês e os digo: eu vi vocês nascerem.

A segunda continou:

- E eu sou responsável pelas atribuições, missões e dificuldades na vida de cada um de vocês.

E a terceira finalizou o pensamento com os seguintes dizeres:

- E sou eu quem determinará a hora da partida de cada um de vocês.

- Meu nome é Cloto, disse a primeira.

- O meu é Láquesis, falou a segunda.

- E o meu é Átiopos, revelou a terceira.

Cloto então os convidou:

- Por favor, acomodem-se naquelas cadeiras.

- Devem estar com fome, não é? Vou solicitar que preparem uma refeição para vocês – falou a segunda. E tocou um sininho chamando pela criada.

Cloto tornou a falar, agora, com foco em Lydia:

- Vamos lá! Seu nome de solteira é Lydia Carlton. Nasceu na Escócia e herdou os poderes de sua mãe, Aurora, os de ver, ouvir e falar com as fadas. Mas, ela faleceu muito cedo e você ficou aos cuidados do seu pai, o senhor Carlton.

- Cresceu sem muitos amigos humanos – desta vez era Láquesis quem falava -  mas, em compensação, foi querida e amada pelas fadas e os seres mágicos. Além de ter a companhia inseparável de Nico, o gato-fada, que também foi o fiel escudeiro de sua mãe.

A fairy doctor teve uma saudade repentina de Nico. Mesmo com poucos modos e o um certo mau-humor, ele era gentil para ajudar os outros. Agora, provavelmente, zelava pelo sono de Aurthur.

- Mas aí, um belo dia, tudo isso mudou… – continuou Láquesis – Você estava a caminho de Londres para encontar seu pai e um homem alto pediu a sua ajuda desesperadamente. Vocês fugiram daquele navio, porque tratava-se de uma emboscada. E quando se deu conta, estava apaixonada por ele, mesmo negando veemente por muito tempo.

- Talvez, tempos demais… – completou Átiopos.

Quando elas terminaram de falar, a criada disponibilizou alguns sanduíches, tortas e sucos para Raven e Lydia.

- Pois bem, como vocês passaram por determinados testes e tiveram autorização, verão a trama de Edgar. – anunciou Cloto.

Sugestão de trilha: Kodoku na Kokoro (Rozen Maiden – OST)

Ela então girou a roca rapidamente e aos poucos, eles puderam ver imagens da vida pregressa de Edgar. Primeiro, ouviram o choro potente de um nenezinho muito alvo e bem cabeludo. “Definitivamente era ele”, pensou Lydia, “que outra pessoa iria anunciar aos plenos pulmões que tinha chegado ao mundo?”. A fairy doctor sorriu involutariamente quando viu a cena.

Agora em conjunto com o trabalho de Cloto, Láquesis começou a manipular o tear de forma mais ágil. Desta vez, surgiu um Edgar criança, provavelmente, estava no jardim de sua casa. Tinha as barras da calça viradas até a altura do joelho e estava descalço. A camisa branquinha engomada parecia suja, algo comum para meninos daquela idade. Os mesmos olhos cor de malva acinzentados curiosos, os cabelos vastos, mas de fios tão finos, que o vento brincava de deixá-los despenteados. O menininho estava aproximando o dedinho indicador para tocar uma lesma. Quando a tocou, ele fez uma cara de espanto e nojo. E ouviu-se a reprimenda da babá que o alertou que ele poderia piorar da asma.

Outras cenas passaram, inclusive quando Edgar disse a Paul que ele era melhor pintor do que um poeta. E aí, as imagens foram ficando mais aterrizadoras. Principalmente, a noite em que os pais, assim como todos os criados, foram assassinados a mando do Príncipe. Os gritos desesperados do garoto tentando salvar seus pais ensanguentados e já sem vida, foram demais para Lydia. Depois, ele teve a cabeça envolta por um capuz negro que tampava totalmente a visão e seus pés e mãos foram amarrados. Ele agitava-se de modo febril e aí surgiu um senhor de meia-idade, de feições muito parecidas com Ulysses. Lydia arregalou os olhos e lembrou-se do que Edgar tinha dito:

- Querida, provavelmente, Ulysses possui 2 a 3 corpos. Não me pergunte como, mas ele mesmo se gabava disso. E não era uma invenção de qualquer anormal. Ele é um anormal!

Ulysses foi o braço direito do Príncipe durante muito tempo, tinha por volta de 200 anos e sempre mudou de corpo. Ele conseguia fazer essa façanha por dois motivos. Um, assim como Lydia, ele é um fairy doctor. Porém, seu poder é de manipular os elementais e subjugá-los ao seu bel--prazer. E outro, Ulysses é o filho ilegítimo do último Conde Cavaleiro Azul, Julius Ashenbert. E fosse como fosse, ele não tinha engolido até o momento que Edgar conseguira o título.

Sugestão de trilha: Kowareta Sekai (Rozen Maiden – OST)

Para ele, Edgar era um grande obstáculo, o homem que roubou dois cargos que ele sempre sonhou: como já foi dito, o posto de Conde Cavaleiro Azul e ser o substituto do Príncipe. Algo que Edgar não tinha o mínimo de orgulho e lutou contra todas as forças para desatar as amarras daquele que matou seus pais por puro poder.

Outras cenas foram entrecortadas, por conta da gravidade em que Edgar foi tratado como escravo branco e cobaia de experiências assustadoras. Depois vieram a fuga dos domínios do Príncipe, a volta para a Inglaterra, quando ele e Lydia se conheceram, a busca pela Espada Merrow, o cotidiano entre os dois, o namoro, o casamento, o nascimento de Aurthur, assim como o seu rapto. E finalmente… a sua morte…

Lydia percebeu que deveria ficar atenta à cena, e mais do que nas outras. Mas também a sua tensão cresceu, isso porque era o momento decisivo que o fio da vida de Edgar seria cortado ou não por Átiopos. A condessa então desejou: “Oh, Deuses, permitam que isso não aconteça”. Naquele momento, ela era uma mera espectadora. E não importaria quantas vezes revisse a cena, ela era sempre extremamente dolorosa. Porém, ali diante dos seus olhos, pode constatar o autor do disparo…

- Ulysses!!! – gritou Lydia – Só podia ser ele!!

- Acalma-se, milady – pediu Raven.

A trama de Edgar foi ficando cada vez mais vermelha. E conforme ela estava terminando, Lydia ficava fixa na cor da trama e nos movimentos que Átiopos poderia fazer. Mordeu os lábios levemente, suas costas ficaram tensas e a respiração difícil de ser controlada. A trama estava no fim… Átiopos pegou a tesoura… Enquanto isso, a roca de Clotos e o tear de Láquesis pararam de trabalhar. A trama ficou inacabada. E Átiopos abaixou a tesoura e a colocou em uma caixinha tão espertacularmente trabalhada como o próprio utensílio.

Sim! Não estava nos planos das Moiras, a morte de Edgar. Lydia começou a chorar emocionada e aliviada, assim como Raven, algo incomum para uma pessoa como ele. “E agora, o que faço?”, indagou-se a fairy doctor.

- Lydia, o que você deve fazer agora é voltar no tempo. Exatamente no momento em que você sonhou com o ocorrido. – afirmou Láquesis.

- Mas, para isso, você deverá convencer aquele que é o responsável pelos ciclos da vida, senhor do presente, passado e futuro. – explicou Cloto.

- Aquele que atende pelo nome de Chronos, o Senhor do Tempo. – finalizou Átiopos.

Sugestão: Bara no Jubai (Rozen Maiden – OST)

- Tudo bem!Tudo bem! Mas o que devo dizer exatamente? – Lydia perguntou de forma ansiosa.

- A verdade, Lydia! – declarou Átiopos.

- Em último caso, leve-a com você. –  Láquesis dobrou a trama de Edgar, envolveu-a em um veludo verde-folha e entregou à condessa.

- Mostre para ele, Lydia! Mas primeiro,  convence-o, mas se não tiver outro jeito, mostre-a e diga que ainda não estava nos nossos planos cortar o fio da vida de Edgar. Pelo que sabemos, a vida dele é longa. – dessa vez era Clotos que norteava a fairy doctor.

- Como fazemos para chegarmos até o Chronos? – indagou a fairy doctor.

- Estaremos disponibilizando um cocheiro que sabe o caminho e os levará o mais rápido possível. – revelou Láquesis.

- E vocês devem partir nesse minuto! – alertou Átiopos.

- E Lydia… – Clotos mordeu os lábios em forma de apreensão, mas continuou: – vá agora, pois logo mais uma alma querida irá criar laços com vocês…

A condessa ficou perplexa e pensou: “Será que estou grávida?”.

Nesse momento o cocheiro já estava na porta  esperando por eles.

“Espere por mim, meu amor! Logo estaremos juntos novamente! E ninguém terá o poder de nos separar, só se for a vontade dos Deuses”. Lydia pensou como fosse uma oração e que essa chegasse até a alma do seu amado, seja lá onde estivesse.

Ending(Fechamento):

Nota da autora: Bem, estamos indo para o final do primeiro arco. Já disse que teriam dois arcos a história, lembra-se? Pois bem, aqui estão as Moiras. Não sei se você reparou, mas esse capítulo foi escrito como fosse um jogral. E sim, foi proposital. Isso porque foi uma pequena homenagem ao teatro grego, que da mesma origem das Senhoras dos Destinos. Quando estava escrevendo não tinha percebido, mas depois de pronto, notei a imponência dessas Deusas. Para quem quer saber mais sobre elas, aí vai um link: As Moiras. Vale a pena conferir e realizar mais pesquisas. Elas são realmente interessantes.

Pois bem, o próximo capítulo é decisivo para Lydia e Raven trazerem o Edgar de volta! Será que agora vai? A resposta estará na próxima semana. Então, até lá, beijos e obrigada por ler a fic.

Até as últimas consequências–Capítulo XI

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening (Abertura):

Qual é a cor da trama de Edgar?

Sugestão de trilha: Atatakana Kokoro (Rozen Maiden – OST)

- Ficarão parados aí? – indagou uma mulher de cabelos negros presos por um coque majestoso. Aparentava ser jovem, apesar do traje sóbrio que a deixava mais austera do que era. Manipulava uma roca e dela sai vários fios, ora coloridos, ora brancos, ora negros. Ao seu lado, estava uma outra mulher, agora um pouco mais velha, com mesmo cabelo negro mas com alguns fios prateados salpicados ali e aqui. Na sua frente havia um enorme tear que ela conduzia com delicadeza e apuro. E ao lado desta, uma senhora de longos fios prateados, vestida exatamente como as anteriores, e no seu colo repousava uma tesoura de ouro cravejada por diamantes.

Lydia e Raven aproximaram-se delas e curvaram em sinal de respeito. A do meio os saudou:

- Bem-vindos! Estávamos à espera de vocês, Sir Raven e Lady Lydia.

Os dois entreolharam-se espantados. A mais jovem, que parecia adivinhar o que pensavam, disse:

- Talvez estejam se perguntando como sabemos os nomes de vocês e os digo: eu vi vocês nascerem.

A segunda continou:

- E eu sou responsável pelas atribuições, missões e dificuldades na vida de cada um de vocês.

E a terceira finalizou o pensamento com os seguintes dizeres:

- E sou eu quem determinará a hora da partida de cada um de vocês.

- Meu nome é Cloto, disse a primeira.

- O meu é Láquesis, falou a segunda.

- E o meu é Átiopos, revelou a terceira.

Cloto então os convidou:

- Por favor, acomodem-se naquelas cadeiras.

- Devem estar com fome, não é? Vou solicitar que preparem uma refeição para vocês – falou a segunda. E tocou um sininho chamando pela criada.

Cloto tornou a falar, agora, com foco em Lydia:

- Vamos lá! Seu nome de solteira é Lydia Carlton. Nasceu na Escócia e herdou os poderes de sua mãe, Aurora, os de ver, ouvir e falar com as fadas. Mas, ela faleceu muito cedo e você ficou aos cuidados do seu pai, o senhor Carlton.

- Cresceu sem muitos amigos humanos – desta vez era Láquesis quem falava -  mas, em compensação, foi querida e amada pelas fadas e os seres mágicos. Além de ter a companhia inseparável de Nico, o gato-fada, que também foi o fiel escudeiro de sua mãe.

A fairy doctor teve uma saudade repentina de Nico. Mesmo com poucos modos e o um certo mau-humor, ele era gentil para ajudar os outros. Agora, provavelmente, zelava pelo sono de Aurthur.

- Mas aí, um belo dia, tudo isso mudou… – continuou Láquesis – Você estava a caminho de Londres para encontar seu pai e um homem alto pediu a sua ajuda desesperadamente. Vocês fugiram daquele navio, porque tratava-se de uma emboscada. E quando se deu conta, estava apaixonada por ele, mesmo negando veemente por muito tempo.

- Talvez, tempos demais… – completou Átiopos.

Quando elas terminaram de falar, a criada disponibilizou alguns sanduíches, tortas e sucos para Raven e Lydia.

- Pois bem, como vocês passaram por determinados testes e tiveram autorização, verão a trama de Edgar. – anunciou Cloto.

Sugestão de trilha: Kodoku na Kokoro (Rozen Maiden – OST)

Ela então girou a roca rapidamente e aos poucos, eles puderam ver imagens da vida pregressa de Edgar. Primeiro, ouviram o choro potente de um nenezinho muito alvo e bem cabeludo. “Definitivamente era ele”, pensou Lydia, “que outra pessoa iria anunciar aos plenos pulmões que tinha chegado ao mundo?”. A fairy doctor sorriu involutariamente quando viu a cena.

Agora em conjunto com o trabalho de Cloto, Láquesis começou a manipular o tear de forma mais ágil. Desta vez, surgiu um Edgar criança, provavelmente, estava no jardim de sua casa. Tinha as barras da calça viradas até a altura do joelho e estava descalço. A camisa branquinha engomada parecia suja, algo comum para meninos daquela idade. Os mesmos olhos cor de malva acinzentados curiosos, os cabelos vastos, mas de fios tão finos, que o vento brincava de deixá-los despenteados. O menininho estava aproximando o dedinho indicador para tocar uma lesma. Quando a tocou, ele fez uma cara de espanto e nojo. E ouviu-se a reprimenda da babá que o alertou que ele poderia piorar da asma.

Outras cenas passaram, inclusive quando Edgar disse a Paul que ele era melhor pintor do que um poeta. E aí, as imagens foram ficando mais aterrizadoras. Principalmente, a noite em que os pais, assim como todos os criados, foram assassinados a mando do Príncipe. Os gritos desesperados do garoto tentando salvar seus pais ensanguentados e já sem vida, foram demais para Lydia. Depois, ele teve a cabeça envolta por um capuz negro que tampava totalmente a visão e seus pés e mãos foram amarrados. Ele agitava-se de modo febril e aí surgiu um senhor de meia-idade, de feições muito parecidas com Ulysses. Lydia arregalou os olhos e lembrou-se do que Edgar tinha dito:

- Querida, provavelmente, Ulysses possui 2 a 3 corpos. Não me pergunte como, mas ele mesmo se gabava disso. E não era uma invenção de qualquer anormal. Ele é um anormal!

Ulysses foi o braço direito do Príncipe durante muito tempo, tinha por volta de 200 anos e sempre mudou de corpo. Ele conseguia fazer essa façanha por dois motivos. Um, assim como Lydia, ele é um fairy doctor. Porém, seu poder é de manipular os elementais e subjugá-los ao seu bel--prazer. E outro, Ulysses é o filho ilegítimo do último Conde Cavaleiro Azul, Julius Ashenbert. E fosse como fosse, ele não tinha engolido até o momento que Edgar conseguira o título.

Sugestão de trilha: Kowareta Sekai (Rozen Maiden – OST)

Para ele, Edgar era um grande obstáculo, o homem que roubou dois cargos que ele sempre sonhou: como já foi dito, o posto de Conde Cavaleiro Azul e ser o substituto do Príncipe. Algo que Edgar não tinha o mínimo de orgulho e lutou contra todas as forças para desatar as amarras daquele que matou seus pais por puro poder.

Outras cenas foram entrecortadas, por conta da gravidade em que Edgar foi tratado como escravo branco e cobaia de experiências assustadoras. Depois vieram a fuga dos domínios do Príncipe, a volta para a Inglaterra, quando ele e Lydia se conheceram, a busca pela Espada Merrow, o cotidiano entre os dois, o namoro, o casamento, o nascimento de Aurthur, assim como o seu rapto. E finalmente… a sua morte…

Lydia percebeu que deveria ficar atenta à cena, e mais do que nas outras. Mas também a sua tensão cresceu, isso porque era o momento decisivo que o fio da vida de Edgar seria cortado ou não por Átiopos. A condessa então desejou: “Oh, Deuses, permitam que isso não aconteça”. Naquele momento, ela era uma mera espectadora. E não importaria quantas vezes revisse a cena, ela era sempre extremamente dolorosa. Porém, ali diante dos seus olhos, pode constatar o autor do disparo…

- Ulysses!!! – gritou Lydia – Só podia ser ele!!

- Acalma-se, milady – pediu Raven.

A trama de Edgar foi ficando cada vez mais vermelha. E conforme ela estava terminando, Lydia ficava fixa na cor da trama e nos movimentos que Átiopos poderia fazer. Mordeu os lábios levemente, suas costas ficaram tensas e a respiração difícil de ser controlada. A trama estava no fim… Átiopos pegou a tesoura… Enquanto isso, a roca de Clotos e o tear de Láquesis pararam de trabalhar. A trama ficou inacabada. E Átiopos abaixou a tesoura e a colocou em uma caixinha tão espertacularmente trabalhada como o próprio utensílio.

Sim! Não estava nos planos das Moiras, a morte de Edgar. Lydia começou a chorar emocionada e aliviada, assim como Raven, algo incomum para uma pessoa como ele. “E agora, o que faço?”, indagou-se a fairy doctor.

- Lydia, o que você deve fazer agora é voltar no tempo. Exatamente no momento em que você sonhou com o ocorrido. – afirmou Láquesis.

- Mas, para isso, você deverá convencer aquele que é o responsável pelos ciclos da vida, senhor do presente, passado e futuro. – explicou Cloto.

- Aquele que atende pelo nome de Chronos, o Senhor do Tempo. – finalizou Átiopos.

Sugestão: Bara no Jubai (Rozen Maiden – OST)

- Tudo bem!Tudo bem! Mas o que devo dizer exatamente? – Lydia perguntou de forma ansiosa.

- A verdade, Lydia! – declarou Átiopos.

- Em último caso, leve-a com você. –  Láquesis dobrou a trama de Edgar, envolveu-a em um veludo verde-folha e entregou à condessa.

- Mostre para ele, Lydia! Mas primeiro,  convence-o, mas se não tiver outro jeito, mostre-a e diga que ainda não estava nos nossos planos cortar o fio da vida de Edgar. Pelo que sabemos, a vida dele é longa. – dessa vez era Clotos que norteava a fairy doctor.

- Como fazemos para chegarmos até o Chronos? – indagou a fairy doctor.

- Estaremos disponibilizando um cocheiro que sabe o caminho e os levará o mais rápido possível. – revelou Láquesis.

- E vocês devem partir nesse minuto! – alertou Átiopos.

- E Lydia… – Clotos mordeu os lábios em forma de apreensão, mas continuou: – vá agora, pois logo mais uma alma querida irá criar laços com vocês…

A condessa ficou perplexa e pensou: “Será que estou grávida?”.

Nesse momento o cocheiro já estava na porta  esperando por eles.

“Espere por mim, meu amor! Logo estaremos juntos novamente! E ninguém terá o poder de nos separar, só se for a vontade dos Deuses”. Lydia pensou como fosse uma oração e que essa chegasse até a alma do seu amado, seja lá onde estivesse.

Ending(Fechamento):

Nota da autora: Bem, estamos indo para o final do primeiro arco. Já disse que teriam dois arcos a história, lembra-se? Pois bem, aqui estão as Moiras. Não sei se você reparou, mas esse capítulo foi escrito como fosse um jogral. E sim, foi proposital. Isso porque foi uma pequena homenagem ao teatro grego, que da mesma origem das Senhoras dos Destinos. Quando estava escrevendo não tinha percebido, mas depois de pronto, notei a imponência dessas Deusas. Para quem quer saber mais sobre elas, aí vai um link: As Moiras. Vale a pena conferir e realizar mais pesquisas. Elas são realmente interessantes.

Pois bem, o próximo capítulo é decisivo para Lydia e Raven trazerem o Edgar de volta! Será que agora vai? A resposta estará na próxima semana. Então, até lá, beijos e obrigada por ler a fic.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Até as últimas consequências–Capítulo X

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening (Abertura)





Sugestão de trilha: Reminiscence (Rozen Maiden – OST)
Lydia ficou atônita com a notícia. “Então, ele pode realmente voltar para mim? Eu posso ajudá-lo a voltar, mesmo não estando aqui?”. As perguntas brotavam uma a uma em sua mente.

- Sim, você pode trazê-lo de volta! – afirmou Hell.

- Uma pergunta: se ele não está aqui e nem no castelo do Hades e Perséfone, onde posso encontrá-lo?

- Que tal você fazer o seguinte? Vá conversar com as Moiras, que são as Senhoras de Nosso Destino e veja como está a trama de Edgar. O que envolve realmente o dia do assassinato. – sugeriu Hell.

- Trama? – perguntou Lydia.

- Isso! As Moiras tecem uma trama desde o nascimento até a morte de uma pessoa. Cada pessoa tem uma trama, suas atribuições e feitos durante a vida. Assim como você, Raven e Edgar. Cada um tem a sua própria trama. Só que tem um porém…

A condessa nem ousou perguntar o que seria, mas Senhora dos Mortos explicou:

- Conforme for chegando no momento do incidente, você terá que observar se… a trama torna-se de vermelha para negra e a última Moira cortar o fio da vida de Edgar, estava no destino dele morrer desse jeito…

- E se não for assim? – Lydia perguntou em um tom incerto.

- Bem, se  a trama ficar apenas vermelha e a última Moira não cortar o fio que envolve a vida dele, isso significa que foi outra pessoa que interferiu no destino dele.

“Se acontecer a primeira hipótese, tudo que fiz até aqui foi em vão”, lamentou a fairy doctor. Mas Hell percebeu a apreensão da jovem e propôs:

- Se fosse você, apostaria na segunda hipótese…- e piscou para Lydia.

A condessa em sinal de respeito, abaixou a cabeça e agradeceu a Senhora dos Mortos.

- Muito obrigada por tudo, senhora! Devo partir?

- Já sem tempo, Lydia. Tomte irá acompanhá-los até uma parte do caminho e o resto é com vocês.

Lydia ajoelhou-se e beijou sua mão respeitosamente.

- Lydia, Lydia, isso não é uma relíquia religiosa!

E as duas riram.

E antes de sair, Hell disse:

- Volte quando quiser, principalmente para jogar xadrez! Você precisa praticar! – e deu um sorriso.

Sugestão de trilha: Awai Omoide (Rozen Maiden – OST)

E eles seguiram a viagem, agora sob os cuidados de Tomte. Não voltaram pelo mesmo caminho, mas por um atalho que facilitava a saída do reino de Hell de forma mais rápida. Afinal, o tempo corria contra eles. Tomaram a barca de Ascálafo novamente.

Enquanto o barqueiro, Tomte e até Raven travavam uma animada conversa, Lydia ficou repassando tudo o que tinha conversado com Hell. A embarcação estacionou em uma praia, que remetia ao País das Fadas, tanto que se dava a sensação que a qualquer momento, Tytânia iria aparecer para saudá-los. “Mas não é o caso… Até porque ela está em minha casa cuidando de Aurthur e zelando por Edgar”, lembrou-se. Desta vez, não era o filho que estava em perigo, agora era o pai, o seu melhor amigo, seu amante, seu amor verdadeiro, era Edgar que precisa dela mais do que nunca.

Eles agradeceram o barqueiro e Tomte os levou floresta adentro. A fairy doctor continuava divagando em seus pensamentos que nem se deu conta do caminho que estava tomando até que…

- Aqui está! Esta é a morada das Moiras – anunciou Tomte.

E eles deram de cara com uma casa pequena e simples, que mais parecia com uma cabana, bem próxima das casas dos camponeses do interior da Inglaterra. E então, a condessa pôde ver a fumaça que saia pela chaminé. Estava com frio, fome e com os pés doloridos.

- Bem, deixou-os aqui! Vou voltar para minha morada e Boa Sorte! – sorriu o homenzinho.

Lydia, com a gentileza de sempre, junto com Raven, fez uma mensura para agradecer ao pequenino.

- Muito obrigada por tudo!

- Não há de quê! Agora vá! E boa sorte, bondosa senhora! – disse Tomte e partiu tão rápido que eles nem puderam ver que caminho tinha tomado.

- Vamos, milady! Agora falta pouco! – convidou Raven.

- Assim espero. – respondeu Lydia.

Ambos pararam ao pé da porta e Raven bateu três vezes. Passou-se um tempo e pode-se ouvir a voz de uma mulher dizendo:

- Está aberta! Pode entrar!


Raven abriu lentamente a porta, com Lydia atrás dele. E aí, o lugar revelou-se algo completamente diferente do que aparentava de fora. Era ampla, ensolarada e bonita. A lareira estava acessa e isso deu um certo conforto para Lydia que tinha passado tanto frio. Ambos limparam os pés no tapetinho que encontrava-se na soleira. E pouco mais adiante, um imenso tear era manipulado por três mulheres. Eram as Moiras, a próxima parada para reencontar Edgar.

Ending (Fechamento):






Nota da autora: E aí, gostaram? Disse que esse capítulo seria mais ameno, mas não menos interessante. Aqui é um capítulo, que poderíamos chamá-lo de intermediário. Ele é como passagem de tempo, preparando para o próximo passo da história. Agora, estamos saindo dos submundos, ou infernos, como queiram. Tem uma brincadeira que faço com as minhas amigas neopagãs, que é assim: quando o tropeço é grande, respire fundo e boa aterrisagem. Chegou ao fundo do poço? Agora é só subir. E é isso que a Lydia, juntamente com Raven, tem feito. Ela está indo rumo à saída. E o “próximo passo” são as Moiras.
Bem, no próximo capítulo, vocês conhecerão as Deusas Gregas Senhoras de Nossos Destinos. Então segurem-se nas cadeiras e boa viagem! Então, até lá!