sábado, 20 de julho de 2013

O Rapto do Filho do Conde–Capítulo V

(fanfic para o anime/mangá Hakushaku to Yousei)
O Sol  já aparecia por completo no céu, quando o exército chegou à mansão dos Ashenbert. Edgar ainda estava inconsciente, pálido e foi prontamente atendido por Tytânia e Sereia. Lydia desesperada foi ao seu encontro e o abraçava temendo sua morte.
- Lydia, ele não vai morrer, infelizmente…, disse Kelpie.
- E é esse tipo de brincadeira que se faça, rapaz? – repreendeu Lugh e continuou - Ele precisa ficar bem…
- Logo!! – disse imperativa Tytânia. – Vamos leve-o para o quarto. Provavelmente, Ulysses mexeu com sistema nervoso dele.
- Poxa vida! Não ganhamos dessa, mas que matamos uma boa leva daqueles filhos da …- resmungou Lugh.
- Lugh, por favor! Ajude-nos com a corrente mágica, solicitou Sereia.
- E Raven? Onde está Raven?, perguntou Lydia ainda mais assustada. – Não me diga que…
- Sim, ele foi raptado! Ou sequestrado! Oras, o Edgar devia ficar no canto dele, só complicou as coisas com seu lado impetuoso…
Enquanto Kelpie reclamava o quanto Edgar foi imprudente, Lydia percebeu onde estava o ponto falho da equipe. Ela iria falar para Edgar assim que ele acordasse. Ela DEVERIA falar para Edgar. “É isso! Está faltando o quarto elemento…O fogo! Se Ulysses e sua trupe tinham as salamandras, eles por sinal, não tinham… Mas quem iria completar?”. Sua cabeça rodava atrás de uma resposta e que viria apenas à noite.
Mais tarde, com os tratamentos devidos, Edgar parecia apenas adormecido e fora de perigo. Enquanto era assistido por Lydia, os seus sonhos eram confusos e desconexos. Se via uma hora em campo de batalha, o desespero e impotência para vencer Ulysses e depois… o olhar de Raven pedindo socorro. Acordou assustado e, ainda meio ao torpor, viu Lydia que segurava sua mão gentilmente. Respirou fundo, fechou os olhos e perguntou:
- Não consegui, não é?
- Ainda não, disse ela suavemente. – Mas, o mais importante é que você está vivo e bem. Porém…
- Diga Ly!
- Bem, eles levaram Raven…
- Eu sei disso! – disse com sentimento de culpa enorme – Além de não conseguir recuperar Aurthur, ainda por cima… perdi Raven. Mas… O que aconteceu realmente?
- Parece que o Ulysses conseguiu infiltrar-se em sua mente e paralisou alguns partes de seu cérebro, mas foi algo momentâneo.
Meia titubeante, a fairy doctor prosseguiu:
- Você sabe quem ajudou a curá-lo, além de claro Sereia e Tytania?
- Nem faço ideia…
- Kelpie!
- No fundo estamos virando amigos, não é?, ironizou Edgar com sorriso triste.
- Nem tanto!, era a resposta entrecortada e irritada do cavalo-marinho mágico que se encontrava encostado na porta do quarto.
- Kelpie, por favor… E Edgar, fique quieto! E vocês vão brigar a essa hora? – retrucou Lydia.
- Quem está brigando?, os dois perguntaram ao mesmo tempo.
Lydia respirou resignada e continuou:
- Bem, vamos ao mais importante… Acredito que tenho uma chave ou uma pista do que está nos faltando…
- Uma cabeça para o Edgar!, brincou maldosamente Kelpie.
O conde apenas olhou com certo rancor para o cavalo-marinho mágico.
- Kelpie, será que vou ter que ser ríspida com você? – alertou Lydia.
O cavalo-marinho mágico só levantou a mão direita como dissesse que ele ficaria quieto. Edgar então pegou a mão da esposa:
- Ly, onde errei?, perguntou na mais profunda humildade.
- Não foi somente você, mas todos nós erramos – respondeu Tytânia, que neste momento entrava no quarto e continuou – Esquecemos o quarto elemento…
- O quarto?, perguntou confuso.
Lydia então virou-se para Edgar:
- Isso, o quarto elemento é o fogo! E se a base de toda magia está montada em cima dos quatro elementos, estamos incompletos, concorda?
Antes que alguém dissesse alguma coisa, Lydia continuou:
- Pois, vejamos, meu amorzinho. Temos a Tytânia que é a Rainha das Fadas, que representa o elemento ar. A Sereia, a Senhora dos Sereianos que controla as ondinas, e consequentemente é o elemento água.
- E o Lugh, o Rei dos Leuprachauns que é o Senhor da Terra… Como não pensei nisso? -  Edgar parecia que se pergunta a si mesmo – Mas quem seria o quarto elemento?
- Que saiba, o quarto elemento é você!, declarou imperativa a Senhora dos Sereianos.
Todos ficaram atônitos, inclusive Kelpie, que até no presente momento disfarçava muito bem seus sentimentos.
- Eu?, perguntou perplexo Edgar. - Mas como?
- Quando a lady Gladys, a grande senhora e dona da Espada Merrow casou-se com o 1o Conde Cavaleiro Azul o iniciou nas artes mágicas. Assim como Lydia, inconscientemente, o iniciou depois que vocês casaram. O 1conde  foi oponente de todos os inimigos que tentaram arruinar a paz do Condado, assim como os descendentes do Príncipe da Calamidade. Ele lutava maravilhosamente bem, era um grande estatregista, mas mesmo assim, impetuoso. Assim como você, Edgar – contou Tytânia.
Edgar escutava atentamente, e de forma tão focada que nem conseguia piscar. Lydia, então, compreendia que era esse o fio da meada de sua intuição.
- Porém, - prosseguiu Tytânia - esse homem tinha plena consciência de suas dificuldades, angústias e até não era o mais forte. Mas possuía confiança, humildade o suficiente, não menosprezava o oponente e sabia que se focasse de corpo e alma conseguiria ganhar qual fosse o seu inimigo. E claro, com nossa ajuda. Assim como você, ele jurou sob a Espada Merrow, serviu ao seu povo e foi o senhor de todos os elementos.
- Mas…, Edgar não conseguia completar a frase ou não ousava perguntar o seu erro, pois temia a resposta.
- O seu grande erro, Edgar, foi… querer vingar-se mais uma vez da organização do Príncipe através da nobre Espada Merrow. Se o objetivo era resgatar Aurthur, concorda que foi um grande e crasso erro?
- Mas eu não quis…
- Sabemos que foi algo inconsciente e que surgiu do nada na hora da batalha. Vejamos, mesmo não sendo um descendente direto dos Ashenbert, nós o aceitamos. Até porque você provou a sua lealdade, confiança, nobreza de espírito e garra. Porém, quando ainda você era o filho do Duque Sylvainford, sua família foi dilacerada e morta. Mas, sabemos que você era o alvo da organização do Príncipe, por causa da sua linhagem. Quando você voltou da América, foi atrás da Espada Merrow como forma de vingar-se. Mas aí quando você a obteve percebeu que o peso daquele que a carrega é muito mais sério do que uma simples vingança. E em grande parte o que você é hoje vem do seu espírito otimista, humilde e a habilidade de sobreviver nos períodos mais difíceis. E mesmo depois de tudo que você passou, não perdeu sua gentileza. Mas, o que aconteceu? Por um momento, com as provocações de Ulysses, você voltou à época que queria utilizar a Espada como arma da sua vingança. E o que pior, não respeitou o oponente. Em outras, palavras, sua briga era mais interna do que outra coisa. E portanto, falhou por uma cicatriz que ainda carrega na sua alma.
Edgar então percebeu que nem para si mesmo confessava que ainda existiam as marcas daquele tempo, que não só o corpo carregava, mas sua alma também.
- Mas como posso reverter o quadro e, assim, assumir o elemento fogo? – questionou quase sussurrando.
- Simples, enfrentando sua sombra, afirmou Tytânia.
- Mas como?
- Você está preparado para enfrentá-la, Edgar? – perguntou Sereia.
- Estou!, respondeu com toda convicção e apertou mais ainda a mão da esposa.
- Então, vejamos, por hoje descanse. E amanhã…
- Não podemos esperar até amanhã!, falou irritado.
- Edgar, veja, o Príncipe não matará Raven, muito menos o seu filho. O plano é tomar posse da Espada Merrow e assim controlar todo o condado e depois toda a Inglaterra, como sempre ele quis. As duas únicas moedas de troca que ele tem são Aurthur e Raven. Não seria interessante fazer algo com eles, concorda? – tranquilizou Sereia e continuou para os outros presentes: – Então? Podemos providenciar nas primeiras horas de amanhã a jornada interna de Edgar? O que acham?
- Perfeito!, concordou Tytânia, que ainda prosseguiu - Edgar, por hoje descanse. Amanhã será sua batalha interna. Se você sair vitorioso, Kelpie e Lugh cuidarão pessoalmente de seu treinamento. E assim…
- Atacaremos sem piedade!, completou Lugh, que também já se encontrava no quarto, fazendo um gesto no ar com o punho fechado.
- Pera lá, quem disse que vou…
- Kelpie! Eu exijo sua ajuda, disse Sereia imperativa.
- Está bem! – respondeu bem contrariado.
Algum tempo depois, na escuridão, Edgar tentou brigar com o sono, pensando em tudo que lhe foi dito. Mas ele foi mais forte e o venceu.

O Rapto do Filho do Conde–Capítulo V

(fanfic para o anime/mangá Hakushaku to Yousei)
O Sol  já aparecia por completo no céu, quando o exército chegou à mansão dos Ashenbert. Edgar ainda estava inconsciente, pálido e foi prontamente atendido por Tytânia e Sereia. Lydia desesperada foi ao seu encontro e o abraçava temendo sua morte.
- Lydia, ele não vai morrer, infelizmente…, disse Kelpie.
- E é esse tipo de brincadeira que se faça, rapaz? – repreendeu Lugh e continuou - Ele precisa ficar bem…
- Logo!! – disse imperativa Tytânia. – Vamos leve-o para o quarto. Provavelmente, Ulysses mexeu com sistema nervoso dele.
- Poxa vida! Não ganhamos dessa, mas que matamos uma boa leva daqueles filhos da …- resmungou Lugh.
- Lugh, por favor! Ajude-nos com a corrente mágica, solicitou Sereia.
- E Raven? Onde está Raven?, perguntou Lydia ainda mais assustada. – Não me diga que…
- Sim, ele foi raptado! Ou sequestrado! Oras, o Edgar devia ficar no canto dele, só complicou as coisas com seu lado impetuoso…
Enquanto Kelpie reclamava o quanto Edgar foi imprudente, Lydia percebeu onde estava o ponto falho da equipe. Ela iria falar para Edgar assim que ele acordasse. Ela DEVERIA falar para Edgar. “É isso! Está faltando o quarto elemento…O fogo! Se Ulysses e sua trupe tinham as salamandras, eles por sinal, não tinham… Mas quem iria completar?”. Sua cabeça rodava atrás de uma resposta e que viria apenas à noite.
Mais tarde, com os tratamentos devidos, Edgar parecia apenas adormecido e fora de perigo. Enquanto era assistido por Lydia, os seus sonhos eram confusos e desconexos. Se via uma hora em campo de batalha, o desespero e impotência para vencer Ulysses e depois… o olhar de Raven pedindo socorro. Acordou assustado e, ainda meio ao torpor, viu Lydia que segurava sua mão gentilmente. Respirou fundo, fechou os olhos e perguntou:
- Não consegui, não é?
- Ainda não, disse ela suavemente. – Mas, o mais importante é que você está vivo e bem. Porém…
- Diga Ly!
- Bem, eles levaram Raven…
- Eu sei disso! – disse com sentimento de culpa enorme – Além de não conseguir recuperar Aurthur, ainda por cima… perdi Raven. Mas… O que aconteceu realmente?
- Parece que o Ulysses conseguiu infiltrar-se em sua mente e paralisou alguns partes de seu cérebro, mas foi algo momentâneo.
Meia titubeante, a fairy doctor prosseguiu:
- Você sabe quem ajudou a curá-lo, além de claro Sereia e Tytania?
- Nem faço ideia…
- Kelpie!
- No fundo estamos virando amigos, não é?, ironizou Edgar com sorriso triste.
- Nem tanto!, era a resposta entrecortada e irritada do cavalo-marinho mágico que se encontrava encostado na porta do quarto.
- Kelpie, por favor… E Edgar, fique quieto! E vocês vão brigar a essa hora? – retrucou Lydia.
- Quem está brigando?, os dois perguntaram ao mesmo tempo.
Lydia respirou resignada e continuou:
- Bem, vamos ao mais importante… Acredito que tenho uma chave ou uma pista do que está nos faltando…
- Uma cabeça para o Edgar!, brincou maldosamente Kelpie.
O conde apenas olhou com certo rancor para o cavalo-marinho mágico.
- Kelpie, será que vou ter que ser ríspida com você? – alertou Lydia.
O cavalo-marinho mágico só levantou a mão direita como dissesse que ele ficaria quieto. Edgar então pegou a mão da esposa:
- Ly, onde errei?, perguntou na mais profunda humildade.
- Não foi somente você, mas todos nós erramos – respondeu Tytânia, que neste momento entrava no quarto e continuou – Esquecemos o quarto elemento…
- O quarto?, perguntou confuso.
Lydia então virou-se para Edgar:
- Isso, o quarto elemento é o fogo! E se a base de toda magia está montada em cima dos quatro elementos, estamos incompletos, concorda?
Antes que alguém dissesse alguma coisa, Lydia continuou:
- Pois, vejamos, meu amorzinho. Temos a Tytânia que é a Rainha das Fadas, que representa o elemento ar. A Sereia, a Senhora dos Sereianos que controla as ondinas, e consequentemente é o elemento água.
- E o Lugh, o Rei dos Leuprachauns que é o Senhor da Terra… Como não pensei nisso? -  Edgar parecia que se pergunta a si mesmo – Mas quem seria o quarto elemento?
- Que saiba, o quarto elemento é você!, declarou imperativa a Senhora dos Sereianos.
Todos ficaram atônitos, inclusive Kelpie, que até no presente momento disfarçava muito bem seus sentimentos.
- Eu?, perguntou perplexo Edgar. - Mas como?
- Quando a lady Gladys, a grande senhora e dona da Espada Merrow casou-se com o 1o Conde Cavaleiro Azul o iniciou nas artes mágicas. Assim como Lydia, inconscientemente, o iniciou depois que vocês casaram. O 1conde  foi oponente de todos os inimigos que tentaram arruinar a paz do Condado, assim como os descendentes do Príncipe da Calamidade. Ele lutava maravilhosamente bem, era um grande estatregista, mas mesmo assim, impetuoso. Assim como você, Edgar – contou Tytânia.
Edgar escutava atentamente, e de forma tão focada que nem conseguia piscar. Lydia, então, compreendia que era esse o fio da meada de sua intuição.
- Porém, - prosseguiu Tytânia - esse homem tinha plena consciência de suas dificuldades, angústias e até não era o mais forte. Mas possuía confiança, humildade o suficiente, não menosprezava o oponente e sabia que se focasse de corpo e alma conseguiria ganhar qual fosse o seu inimigo. E claro, com nossa ajuda. Assim como você, ele jurou sob a Espada Merrow, serviu ao seu povo e foi o senhor de todos os elementos.
- Mas…, Edgar não conseguia completar a frase ou não ousava perguntar o seu erro, pois temia a resposta.
- O seu grande erro, Edgar, foi… querer vingar-se mais uma vez da organização do Príncipe através da nobre Espada Merrow. Se o objetivo era resgatar Aurthur, concorda que foi um grande e crasso erro?
- Mas eu não quis…
- Sabemos que foi algo inconsciente e que surgiu do nada na hora da batalha. Vejamos, mesmo não sendo um descendente direto dos Ashenbert, nós o aceitamos. Até porque você provou a sua lealdade, confiança, nobreza de espírito e garra. Porém, quando ainda você era o filho do Duque Sylvainford, sua família foi dilacerada e morta. Mas, sabemos que você era o alvo da organização do Príncipe, por causa da sua linhagem. Quando você voltou da América, foi atrás da Espada Merrow como forma de vingar-se. Mas aí quando você a obteve percebeu que o peso daquele que a carrega é muito mais sério do que uma simples vingança. E em grande parte o que você é hoje vem do seu espírito otimista, humilde e a habilidade de sobreviver nos períodos mais difíceis. E mesmo depois de tudo que você passou, não perdeu sua gentileza. Mas, o que aconteceu? Por um momento, com as provocações de Ulysses, você voltou à época que queria utilizar a Espada como arma da sua vingança. E o que pior, não respeitou o oponente. Em outras, palavras, sua briga era mais interna do que outra coisa. E portanto, falhou por uma cicatriz que ainda carrega na sua alma.
Edgar então percebeu que nem para si mesmo confessava que ainda existiam as marcas daquele tempo, que não só o corpo carregava, mas sua alma também.
- Mas como posso reverter o quadro e, assim, assumir o elemento fogo? – questionou quase sussurrando.
- Simples, enfrentando sua sombra, afirmou Tytânia.
- Mas como?
- Você está preparado para enfrentá-la, Edgar? – perguntou Sereia.
- Estou!, respondeu com toda convicção e apertou mais ainda a mão da esposa.
- Então, vejamos, por hoje descanse. E amanhã…
- Não podemos esperar até amanhã!, falou irritado.
- Edgar, veja, o Príncipe não matará Raven, muito menos o seu filho. O plano é tomar posse da Espada Merrow e assim controlar todo o condado e depois toda a Inglaterra, como sempre ele quis. As duas únicas moedas de troca que ele tem são Aurthur e Raven. Não seria interessante fazer algo com eles, concorda? – tranquilizou Sereia e continuou para os outros presentes: – Então? Podemos providenciar nas primeiras horas de amanhã a jornada interna de Edgar? O que acham?
- Perfeito!, concordou Tytânia, que ainda prosseguiu - Edgar, por hoje descanse. Amanhã será sua batalha interna. Se você sair vitorioso, Kelpie e Lugh cuidarão pessoalmente de seu treinamento. E assim…
- Atacaremos sem piedade!, completou Lugh, que também já se encontrava no quarto, fazendo um gesto no ar com o punho fechado.
- Pera lá, quem disse que vou…
- Kelpie! Eu exijo sua ajuda, disse Sereia imperativa.
- Está bem! – respondeu bem contrariado.
Algum tempo depois, na escuridão, Edgar tentou brigar com o sono, pensando em tudo que lhe foi dito. Mas ele foi mais forte e o venceu.

sábado, 13 de julho de 2013

O Rapto do Filho do Conde–Capítulo IV

(fanfic para o anime/mangá Hakushaku to Yousei)

E como combinado, a caminho de Monte Saint Brigid estavam Edgar, Raven, Kelpie, um exército de sereianos, um grupo de elfos selecionados a dedo por Tytânia, e o próprio Lugh liderando seus homens. O plano era encurralar o fairy doctor porque ele provavelmente servia de escudo para o Príncipe da Calamidade, escondido de alguma forma naquele lugar. O seu principal objetivo era a posse da Espada Merrow, a ferramenta mágica do Condado de Ibrazel. Ela era o passaporte para quem a possuísse declarar-se como Conde Cavaleiro Azul e deter o poder sobre todos os elementais e a população daquelas terras.

Lydia, mesmo contra a vontade, ficou aos cuidados de Nico, Tytânia e a própria Sereia. O ela queria era lutar ao lado do marido, mas todos acharam isso muito perigoso. Receosa pelo que acontecia no campo de batalha, pediu gentilmente à Tytânia se poderia “assistir” aos acontecimentos. Ainda um pouco reticente, a Rainha das Fadas pediu a Thompinks, o mordomo dos Ashenbert, que trouxesse um grande espelho.

O mordomo a atendeu gentilmente e trouxe o objeto para o salão. E então, pelas mãos de Sereia surgiu um pequeno pote-d’água da fonte mais pura dos sereianos. As duas rainhas, em conjunto, disseram algumas palavras mágicas e demarraram o líquido pelo espelho. A imagem começou eneveoada até que mostrou nitidamente os homens marchando em direção ao Monte. Lydia respirou tão profundamente e com tal intensidade, que Tytânia disse:

- Lydia, apenas observe. Caso queira interferir em algo, peça permissão para nós, correto?

A condessa mordeu os lábios e falou com impaciência:

- Está bem!

Tytânia e Sereia entreolharam-se, mas na sala, apenas dava para perceber a ansiedade da fairy doctor.

No Monte Saint Brigid, o ar frio batia nos rostos dos marchantes. E assim, que se colocaram mais adiante do rio, o local marcado, Lugh levantou as mãos pedindo para que todos parassem. Na floresta, pequenos pontos vermelhos surgiram na escuridão. Eram os olhos dos lobos e cães espectrais do fairy doctor do Príncipe da Calamidade. A tensão crescia a cada minuto.

Então, detrás de uma belíssima árvore surgiu Ulysses montado em cavalo de puro sangue.

- Edgar, eu disse que era um duelo, não é uma guerra! – ironizou o fairy doctor – Não tinha necessidade trazê-los de tão longe…

- Ora, ora, e acha que perderia uma boa diversão ?, brincou Lugh.

- Que seja, conheço bem seus métodos e de seu glorioso Príncipe. –revidou o conde.

Quando Edgar acabou de falar, surgiram vários homens-salamandras, apenas esperando pela ordem de Ulysses.

- Eu não disse?, ironizou Edgar.

- Trouxe a espada?, a voz de Ulysses soou metálica.

- Trouxe, mas quero meu filho agora!

- A troca vai ter sangue, lord Edgar?

- Espero que não, mas se for lutar, aqui será seu túmulo Ulysses! - a voz de Edgar saiu confiante e provocadora.

Ulysses então ordenou que trouxessem a criança. Aurthur estava em uma gaiola de vidro que pairava no ar.

- Faz o favor de soltá-lo?, solicitou o conde bem irritado.

- Então vamos fazer assim conde Edgar? Você vence, solto seu filho e vamos embora. Mas se você perder, a espada é nossa e o seu filho… bem, quem sabe ele pode ser o tão esperado sucessor do Príncipe- brincou de forma maliciosa Ulysses.

O conde fazia um esforço enorme para não atacá-lo de frente, mas só respondeu:

- Eu venço, a espada fica comigo, vou ter meu filho de volta e NÃO TERÁ OUTRA OPÇÃO!

- Você irá me matar, lord ?, debochou Ulysses.

- Se ele não te matar, nós mataremos você! Já cansei desse showzinho absurdo!, replicou Kelpie.

- Hum… – Ulysses sorriu irônico, virou-se para os seres hipnotizados pelo seu poder e disse:

ulysses divulgação- Ataaaaaaaaaaaaaaqueeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeemmmmmmmmmmmmmmmmmm!

Os elementais tiverem que agir rápido porque os seres espectrais carregavam venenos pesados em seu sangue e caso sofressem algum arranhão eram transferidos através da ferida. O veneno só era letal para humanos. Mas, para os elementais o resultado dava por meio de alucinações e cãibras. O intuito de Ulysses era deixá-los atordoados, e com isso, avançariam até Edgar.

O conde, por sinal, levou adiante o plano. Sacou a Espada Merrow para atacar Ulysses.  Só que, o fairy doctor dominou o cavalo de Edgar apenas com o olhar e algumas palavras mágicas. O animal  tombou, urrando de dor, levando-o ao chão. Raven pulou na frente do conde para protegê-lo e avançou de forma ofensiva  para Ulysses. O cavalo do fairy doctor assustou-se com o brilho dos olhos do homem-fada e empinou de tal maneira que Ulysses também caiu ao chão.

Uma chuva estranha começou a cair no local, que atrapalhava o contra-ataque dos elementais. Enquanto isso, Edgar levantou-se e foi para cima de Ulysses:

“Se eu revidar rapidamente e ele perder a espada, a batalha já está ganha. É só ir pela direita que sempre foi o fraco dele.” – pensou.

Parecia que o fairy doctor leu os pensamentos do conde, avançou lentamente ao seu encontro e começou a falar em uma língua estranha, de tempos imemoriais. Edgar começou a sentir um peso enorme no corpo, grande dificuldade em respirar e mexer os braços. Seu coração batia descontroladamente.

“Como ele pode fazer isso??”, perguntava-se.

Raven tentou proteger seu mestre e contra-atacou Ulysses. Foi uma luta desesperada, onde a adaga de Raven não conseguia alcançar o fairy doctor.

- Gostei de você, rapazinho. Acho que você poderá nos servir como mais uma moeda de troca nesse jogo, disse Ulysses.

E então, o fairy doctor levantou as mãos como convocasse uma tempestade ainda maior. Porém, nesse momento, o  verdadeiro Sol despontava com uma força nunca vista, obra da união de forças dos elementais do ar. E num instante, todo o exército de Ulysses desapareceu, assim como Raven…

Edgar, então, caiu ao chão, desmaiado. Ele parecia uma marionete manipulada por alguém e esse alguém o soltou.

E ao longe, só se ouviu a voz de Lydia gritando:

- Nããããããããããããooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

O Rapto do Filho do Conde–Capítulo IV

(fanfic para o anime/mangá Hakushaku to Yousei)

E como combinado, a caminho de Monte Saint Brigid estavam Edgar, Raven, Kelpie, um exército de sereianos, um grupo de elfos selecionados a dedo por Tytânia, e o próprio Lugh liderando seus homens. O plano era encurralar o fairy doctor porque ele provavelmente servia de escudo para o Príncipe da Calamidade, escondido de alguma forma naquele lugar. O seu principal objetivo era a posse da Espada Merrow, a ferramenta mágica do Condado de Ibrazel. Ela era o passaporte para quem a possuísse declarar-se como Conde Cavaleiro Azul e deter o poder sobre todos os elementais e a população daquelas terras.

Lydia, mesmo contra a vontade, ficou aos cuidados de Nico, Tytânia e a própria Sereia. O ela queria era lutar ao lado do marido, mas todos acharam isso muito perigoso. Receosa pelo que acontecia no campo de batalha, pediu gentilmente à Tytânia se poderia “assistir” aos acontecimentos. Ainda um pouco reticente, a Rainha das Fadas pediu a Thompinks, o mordomo dos Ashenbert, que trouxesse um grande espelho.

O mordomo a atendeu gentilmente e trouxe o objeto para o salão. E então, pelas mãos de Sereia surgiu um pequeno pote-d’água da fonte mais pura dos sereianos. As duas rainhas, em conjunto, disseram algumas palavras mágicas e demarraram o líquido pelo espelho. A imagem começou eneveoada até que mostrou nitidamente os homens marchando em direção ao Monte. Lydia respirou tão profundamente e com tal intensidade, que Tytânia disse:

- Lydia, apenas observe. Caso queira interferir em algo, peça permissão para nós, correto?

A condessa mordeu os lábios e falou com impaciência:

- Está bem!

Tytânia e Sereia entreolharam-se, mas na sala, apenas dava para perceber a ansiedade da fairy doctor.

No Monte Saint Brigid, o ar frio batia nos rostos dos marchantes. E assim, que se colocaram mais adiante do rio, o local marcado, Lugh levantou as mãos pedindo para que todos parassem. Na floresta, pequenos pontos vermelhos surgiram na escuridão. Eram os olhos dos lobos e cães espectrais do fairy doctor do Príncipe da Calamidade. A tensão crescia a cada minuto.

Então, detrás de uma belíssima árvore surgiu Ulysses montado em cavalo de puro sangue.

- Edgar, eu disse que era um duelo, não é uma guerra! – ironizou o fairy doctor – Não tinha necessidade trazê-los de tão longe…

- Ora, ora, e acha que perderia uma boa diversão ?, brincou Lugh.

- Que seja, conheço bem seus métodos e de seu glorioso Príncipe. –revidou o conde.

Quando Edgar acabou de falar, surgiram vários homens-salamandras, apenas esperando pela ordem de Ulysses.

- Eu não disse?, ironizou Edgar.

- Trouxe a espada?, a voz de Ulysses soou metálica.

- Trouxe, mas quero meu filho agora!

- A troca vai ter sangue, lord Edgar?

- Espero que não, mas se for lutar, aqui será seu túmulo Ulysses! - a voz de Edgar saiu confiante e provocadora.

Ulysses então ordenou que trouxessem a criança. Aurthur estava em uma gaiola de vidro que pairava no ar.

- Faz o favor de soltá-lo?, solicitou o conde bem irritado.

- Então vamos fazer assim conde Edgar? Você vence, solto seu filho e vamos embora. Mas se você perder, a espada é nossa e o seu filho… bem, quem sabe ele pode ser o tão esperado sucessor do Príncipe- brincou de forma maliciosa Ulysses.

O conde fazia um esforço enorme para não atacá-lo de frente, mas só respondeu:

- Eu venço, a espada fica comigo, vou ter meu filho de volta e NÃO TERÁ OUTRA OPÇÃO!

- Você irá me matar, lord ?, debochou Ulysses.

- Se ele não te matar, nós mataremos você! Já cansei desse showzinho absurdo!, replicou Kelpie.

- Hum… – Ulysses sorriu irônico, virou-se para os seres hipnotizados pelo seu poder e disse:

ulysses divulgação- Ataaaaaaaaaaaaaaqueeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeemmmmmmmmmmmmmmmmmm!

Os elementais tiverem que agir rápido porque os seres espectrais carregavam venenos pesados em seu sangue e caso sofressem algum arranhão eram transferidos através da ferida. O veneno só era letal para humanos. Mas, para os elementais o resultado dava por meio de alucinações e cãibras. O intuito de Ulysses era deixá-los atordoados, e com isso, avançariam até Edgar.

O conde, por sinal, levou adiante o plano. Sacou a Espada Merrow para atacar Ulysses.  Só que, o fairy doctor dominou o cavalo de Edgar apenas com o olhar e algumas palavras mágicas. O animal  tombou, urrando de dor, levando-o ao chão. Raven pulou na frente do conde para protegê-lo e avançou de forma ofensiva  para Ulysses. O cavalo do fairy doctor assustou-se com o brilho dos olhos do homem-fada e empinou de tal maneira que Ulysses também caiu ao chão.

Uma chuva estranha começou a cair no local, que atrapalhava o contra-ataque dos elementais. Enquanto isso, Edgar levantou-se e foi para cima de Ulysses:

“Se eu revidar rapidamente e ele perder a espada, a batalha já está ganha. É só ir pela direita que sempre foi o fraco dele.” – pensou.

Parecia que o fairy doctor leu os pensamentos do conde, avançou lentamente ao seu encontro e começou a falar em uma língua estranha, de tempos imemoriais. Edgar começou a sentir um peso enorme no corpo, grande dificuldade em respirar e mexer os braços. Seu coração batia descontroladamente.

“Como ele pode fazer isso??”, perguntava-se.

Raven tentou proteger seu mestre e contra-atacou Ulysses. Foi uma luta desesperada, onde a adaga de Raven não conseguia alcançar o fairy doctor.

- Gostei de você, rapazinho. Acho que você poderá nos servir como mais uma moeda de troca nesse jogo, disse Ulysses.

E então, o fairy doctor levantou as mãos como convocasse uma tempestade ainda maior. Porém, nesse momento, o  verdadeiro Sol despontava com uma força nunca vista, obra da união de forças dos elementais do ar. E num instante, todo o exército de Ulysses desapareceu, assim como Raven…

Edgar, então, caiu ao chão, desmaiado. Ele parecia uma marionete manipulada por alguém e esse alguém o soltou.

E ao longe, só se ouviu a voz de Lydia gritando:

- Nããããããããããããooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

sábado, 6 de julho de 2013

O Rapto do Filho do Conde–Capítulo III

(fanfic para o anime/mangá Hakushaku to Yousei)
ulysses 2A sala tornou-se completamente agitada e todos preparam-se para atacá-lo. Mas, Ulysses pulou a janela com tal despretensão como fosse um menino a roubar maçãs no quintal do vizinho e disse na maior calma do mundo:
- Venho em paz, por enquanto… Milorde Edgar!,disse num tom jocoso fazendo uma reverência.
Edgar continuou imóvel, como estivesse estudando o inimigo. Por mais difícil que fosse, ele deveria manter a calma, até porque ainda “eles” estavam com seu garoto.
- O que veio fazer aqui, senhor Ulysses?, perguntou ainda tentando controlar a ira.
- Oras, falso conde Cavaleiro Azul, o que pensas o que quero? Negociar a troca, não acha? Ou o seu amor pelo poder é mais forte do que pelo seu filho?
Edgar começou a puxar a espada da bainha, mas foi impedido por Lydia e Lugh. Então, este último começou a falar:
- Meu caro Ulysses…
- Ora, ora… não é que o conde com sua meiguice pediu ajuda aos seus amiguinhos? – falou o fairy doctor olhando para Lugh e depois virou-se para Edgar com um sorriso diabólico.
- Opa, abaixe a voz, não gosto dos seus modos! – ordenou Lugh – Meu caro, você mais parece um galãozinho de ópera bufa… Oras, vamos lá, eu sou Senhor dos Lepreuchauns, Lugh, portanto, mais respeito por favor…
- Não tenho tempo para perder com trivialidades! – disse Ulysses impaciente e virou-se para falar com o conde.
HtY-Raven-kyaa- Edgar! – com tom beirando ao desprezo, Ulysses retirou a luva da mão esquerda e bateu-a no rosto de conde. A tapa soou surdo e deixou Edgar quase vermelho, tremendo de raiva, mas ele não perdeu sua fleuma inglesa e ainda teve a sutileza de pedir a Raven que abaixasse a ádaga.
- Kelpie, por favor, controle-se, disse Lydia para o cavalo-marinho que começava a se transformar-se em sua verdadeira forma.
O tapa no rosto com a luva era mais que uma provocação. Era sinal que a guerra começava e que um duelo estava marcado. O conde conseguiu controlar seu ímpeto e disse:
- Diga-me a hora e o local. Estarei lá. Será um duelo sem truques.
- Então aproveite e esteja com a Espada, lord Edgar Ashenbert! Ou melhor… caso queira, poderemos ofertar algumas surpresas…
- Estarei com ela, mas não sujarei a valiosa Espada que me foi concedida com seu sangue tão vil…
- Isso é uma provocação, seu farsante?
- Tome a frase como quiser, meu caro!
- Amanhã, às 3 da madrugada, na montanha de Saint Brigid. Estarei esperando por você…
Lydia correu para Ulysses, mas foi impedida por Sereia. Mesmo assim a condessa gritou enfurecida:
- Antes quero ver meu filho!
- Ele está bem, acredite! - disse o peão do Príncipe com ar de desdém, mas mesmo assim tirou da capa um pequeno espelho de onde surgiu a imagem de Aurthur dormindo profundamente. Parecia estar sedado ou enfeitiçado.
Sereia então disse:
- Estaremos lá! E que vocês estejam preparados. Não iremos facilitar para ninguém!
- Mesmo que a vida do filho do seu amado conde esteja em jogo?, perguntou fairy doctor em tom de desafio.
- Desculpe, meu caro, mas quem devia se sentir ameaçado é você!, retrucou Kelpie.
Ulysses então olhou para Edgar, fez uma reverência e saiu em companhia de seus lobos.
Depois da saída do peão do Príncipe, caiu um silêncio atormentador pela sala, que só foi quebrado com a voz de Lugh:
– Então é amanhã? E que comecem a festa!

O Rapto do Filho do Conde–Capítulo III

(fanfic para o anime/mangá Hakushaku to Yousei)
ulysses 2A sala tornou-se completamente agitada e todos preparam-se para atacá-lo. Mas, Ulysses pulou a janela com tal despretensão como fosse um menino a roubar maçãs no quintal do vizinho e disse na maior calma do mundo:
- Venho em paz, por enquanto… Milorde Edgar!,disse num tom jocoso fazendo uma reverência.
Edgar continuou imóvel, como estivesse estudando o inimigo. Por mais difícil que fosse, ele deveria manter a calma, até porque ainda “eles” estavam com seu garoto.
- O que veio fazer aqui, senhor Ulysses?, perguntou ainda tentando controlar a ira.
- Oras, falso conde Cavaleiro Azul, o que pensas o que quero? Negociar a troca, não acha? Ou o seu amor pelo poder é mais forte do que pelo seu filho?
Edgar começou a puxar a espada da bainha, mas foi impedido por Lydia e Lugh. Então, este último começou a falar:
- Meu caro Ulysses…
- Ora, ora… não é que o conde com sua meiguice pediu ajuda aos seus amiguinhos? – falou o fairy doctor olhando para Lugh e depois virou-se para Edgar com um sorriso diabólico.
- Opa, abaixe a voz, não gosto dos seus modos! – ordenou Lugh – Meu caro, você mais parece um galãozinho de ópera bufa… Oras, vamos lá, eu sou Senhor dos Lepreuchauns, Lugh, portanto, mais respeito por favor…
- Não tenho tempo para perder com trivialidades! – disse Ulysses impaciente e virou-se para falar com o conde.
HtY-Raven-kyaa- Edgar! – com tom beirando ao desprezo, Ulysses retirou a luva da mão esquerda e bateu-a no rosto de conde. A tapa soou surdo e deixou Edgar quase vermelho, tremendo de raiva, mas ele não perdeu sua fleuma inglesa e ainda teve a sutileza de pedir a Raven que abaixasse a ádaga.
- Kelpie, por favor, controle-se, disse Lydia para o cavalo-marinho que começava a se transformar-se em sua verdadeira forma.
O tapa no rosto com a luva era mais que uma provocação. Era sinal que a guerra começava e que um duelo estava marcado. O conde conseguiu controlar seu ímpeto e disse:
- Diga-me a hora e o local. Estarei lá. Será um duelo sem truques.
- Então aproveite e esteja com a Espada, lord Edgar Ashenbert! Ou melhor… caso queira, poderemos ofertar algumas surpresas…
- Estarei com ela, mas não sujarei a valiosa Espada que me foi concedida com seu sangue tão vil…
- Isso é uma provocação, seu farsante?
- Tome a frase como quiser, meu caro!
- Amanhã, às 3 da madrugada, na montanha de Saint Brigid. Estarei esperando por você…
Lydia correu para Ulysses, mas foi impedida por Sereia. Mesmo assim a condessa gritou enfurecida:
- Antes quero ver meu filho!
- Ele está bem, acredite! - disse o peão do Príncipe com ar de desdém, mas mesmo assim tirou da capa um pequeno espelho de onde surgiu a imagem de Aurthur dormindo profundamente. Parecia estar sedado ou enfeitiçado.
Sereia então disse:
- Estaremos lá! E que vocês estejam preparados. Não iremos facilitar para ninguém!
- Mesmo que a vida do filho do seu amado conde esteja em jogo?, perguntou fairy doctor em tom de desafio.
- Desculpe, meu caro, mas quem devia se sentir ameaçado é você!, retrucou Kelpie.
Ulysses então olhou para Edgar, fez uma reverência e saiu em companhia de seus lobos.
Depois da saída do peão do Príncipe, caiu um silêncio atormentador pela sala, que só foi quebrado com a voz de Lugh:
– Então é amanhã? E que comecem a festa!

sexta-feira, 28 de junho de 2013

O Rapto do Filho do Conde–Capítulo II

(fanfic para o anime/mangá Hakushaku to Yousei)
Edgar, então, pegou a carta que estava presa ao corpo de Nico. Com os olhos arregalados, Lydia apertava seu braço com nervosismo. Raven silenciosamente chegou à porta e só pode dizer: – Mestre!  e pensou: “como ele, o poderoso serviçal de Edgar pôde deixar escapar o filho do conde debaixo do seu nariz e nem perceber nada?” No coração de Raven havia revolta, raiva e apreensão. Faria qualquer coisa para recuperá-lo, custe o que custasse.
raven 2Edgar reuniu coragem e abriu a carta. Lydia ao lado o acompanhou na leitura, mas segurando o choro com força.
“Meu caro Conde Cavaleiro Azul. Ou diríamos o grande farsante Edgar John Carl Ashenbert? Não importa! O que me importa é a Espada Merrow que está em seus cuidados. Entregue a espada e renuncie ao cargo de Conde Cavaleiro Azul e Senhor de Ibrazel e assim, você terá seu filho estimado de volta. Não é uma troca justa?
Caso contrário, o mataremos! Mas antes, quem sabe… eu possa reconsiderar o fato de por ser seu filho e prepará-lo para o posto de herdeiro que você covardemente fugiu?
Não envolva mais pessoas ou você morre! Ulysses logo entrará em contato com você para o andamento da troca. Ou pensa que ficaria barato seu ‘teatro’?
Sem mais,
O Príncipe da Calamidade.
P.S. – Francamente, estava mais que na hora de você voltar para nós. Você sabe que seu futuro não tem grandes expectativas.”
Edgar esmagou a carta com mão e Lydia não pôde mais segurar o choro. Ele a abraçou, mesmo arrepiado até a última médula da espinha. Lembrou do tipo de “treinamento” que era oferecido pelo Príncipe. Ele sabia… pois, passou por tudo isso. A morte dos pais, torturas, abusos e todo tipo de experiências físicas, mentais e mágicas sórdidas. Sem contar a marca que recebeu na língua a ferro e fogo. E foi-se os tempos de brincadeiras que passou nos jardins da sua casa quando era pequeno. Quando conseguiu fugir, ficou na clandestinidade até que chegasse o momento de retomar o seu posto que sempre lhe foi destinado.
- Você por acaso selou magicamente a sua casa e o Condado, conde?, a pergunta veio de Kelpie, o kelpie 2cavalo-marinho mágico que se encontrava sentado na janela.
- Kelpie, você tem a ver alguma coisa com isso?, Edgar resmungou irritado, mas não conseguiu continuar as ofensas por conta do apertão que levou no braço de Lydia.
- Edgar, tenha dó!  Não machucaria nada que viesse de Lydia, mesmo que seja um filho que ela teve com você. – falou o cavalo-marinho mágico dando um pulo para chegar ao chão. - Tudo bem que nunca fui com a sua cara, mas nunca faria isso. Vim porque senti as lágrimas de Lydia e seu pedido de socorro silencioso.
Edgar cerrou os punhos mais uma vez, mas percebeu que não era hora de brigar com Kelpie. E então, mesmo contra vontade ouviu Lydia implorando:
- Kelpie ajude-nos, por favor.
- Tudo bem, mas com uma condição…
Edgar sentiu novamente o sangue ferver, mas Kelpie percebeu que momento era delicado e pediu:
- Edgar, posso falar com você a sós?
Contrariadíssimo, Edgar dirigiu Kelpie para um outro aposento. Mesmo sendo um conde de modos muito gentis, Edgar não gostava do cavalo-marinho, que sempre espreitava a possibilidade de levar Lydia com ele para a Terra das Fadas. E por isso mesmo, nem pediu para que Kelpie sentasse.
- Bem, vamos direto assunto. Qual é a condição?
Kelpie disparou: – Que você nunca faça Lydia chorar. Se isso acontecer levo ela comigo!
- Mesmo que seja de contentamento?, arrebatou o conde.
Kelpie sentiu a provoção nas palavras de Edgar, mas disfarçou e disse: – Claro que não! Ajudo vocês, mas acredito que somente eu não seja suficiente para recuperar o garoto.
- Eu sei! Por isso vou convocar uma audiência com os sereianos, os leprechauns… – e antes que Edgar terminasse…
- E a Rainha das Fadas? Não vamos pedir ajuda?, a voz melodiosa de Lydia saiu tremida. Ela estava parada na porta e os dois viraram e se entreolharam.
- Sim, querida! Sem dúvida!
Na mesma madrugada, Raven, que tinha facilidade de se deslocar rapidamente entre as nações dos elementais, avisou em caráter de urgência o pedido de socorro do casal. Aos primeiros raios de Sol, na sala destinada às reuniões importantes do Condado, encontrava-se os mais altos líderes dos seres mágicos. Lá estavam: Lugh, o Senhor dos Leprechauns; Sereia, a Senhora dos Sereianos e Tytânia, a Rainha das Fadas. Também estavam Edgar, Lydia, Kelpie, Raven, e, inclusive, Nico, paramentado como um cavalheiro, além dos demais assessores para tratar do rapto de Aurthur.
Lugh, o Senhor dos Leprechauns, era um homem muito bem-humorado, de idade atemporal. Robusto, de rosto quadrado, emoldurado por uma barba tão vermelha quanto seus cabelos, era dono de um sorriso caloroso. De estatura mediana, Lugh, aparentava como um ser que acompanhou toda a evolução dos homens através dos tempos. Lembrava um viking, mas de um humor mais debochado e, por vezes, refinado.
Sereia era uma mulher belíssima e de longos cabelos azuis e tão vastos que envolviam todo o seu corpo. De olhos azuis profundos, quando vinha à terra, transformava sua metade peixe em uma mulher comum. Sempre andava com manto que conseguia manter a temperatura do seu corpo equilibrada. Tytânia era a líder de menor estatura, mas não menos bela. Seus longos cabelos castanhos, assim como seus olhos castanhos-esverdeados, formavam um contraste harmonioso com suas suaves asas multicoloridas que diminuíam ou aumentavam de tamanho quando ela bem entendesse. Usava uma coroa de flores que adornava sua cabeça e  tinha orelhas pontiagudas. Também vestia um manto azul-celeste porque mesmo com o final do inverno próximo, o frio insistia em visitar a localidade.
Era a primeira vez que o Príncipe da Calamidade atacava depois de tantos anos, desde aquela vez que a Banshee, a fada-guardiã de Lady Gladys, a primeira líder do Condado Ibrazel, faleceu para proteger Edgar.
Enquanto  instalavam-se em suas cadeiras, Raven servia-lhes chá e biscoitos. E quando chegou a vez de Lugh:
- Meu jovem, por favor… em vez de chá, gostaria de um bom conhaque. Afinal, está frio aqui, não?
A fala do Senhor dos Leprechauns amenizou um pouco a situação, mas não o coração de Lydia que se encontrava dolorido e angustiado. Como condessa Cavaleiro Azul e fairy doctor da região, uma de suas obrigações era deixar o lugar seguro magicamente. Ela não conseguia escutar as conversas que aconteciam na sala. Seu olhar buscava no céu azul, que avistava próximo da janela onde estava sentada, alguma resposta para suas dúvidas e angústias. “Por onde errei?”, era uma perguntava que não a deixava sussegada.  Será que em algum momento sua autoestima baixou a guarda? Ofendeu algum brownie? Ou sem querer não atendeu algum pedido de um leprechaun e que raivoso deixou alguma brecha para “a maldade” entrar? Ela nem sentiu que Tytânia sentou-se ao seu lado com a intenção de ampará-la. A Rainha das Fadas tinha um grande apreço pela jovem, sabia que ela era o pilar do Condado e que foi por causa dela que Edgar recuperou o seu “sangue puro”. Uma lágrima atrevida caiu-lhe pelo rosto e ela ouviu:
- Lydia, por que se culpa tanto? Se alguém aqui é responsável por essa situação, então responsabilize a todos nós… Não é?, disse Tytânia. Lydia não conseguiu mais conter o choro abafado. E a sala que estava ruidosa, de repente fez-se silenciosa. Edgar chegou perto, a abraçou e disse em seu ouvido: – Prometo trazê-lo de volta, nem que para isso eu deva morrer!
- Ora, ora, chega de melodramas!! Está mais na hora de entrarmos em ação! Quem tal chamar esse desgraçado do Ulysses para cá, meter um pé na bunda dele e forçá-lo a dizer onde está o moleque? Esse fairy doctor de merda vai ter o que merece! - a fala jocosa e impetuosa só poderia vir do senhor Lugh.
Entre algumas risadas tímidas, Sereia então levantou-se e falou: – Não adianta nada esbravejar Lugh! O que devemos fazer é negociar com sequestrador ou na pior das hipóteses ludibriá-lo para obter o garoto o mais rápido possível. Não estou certa? - e continou, perguntando ao conde: – Edgar, Ulysses consegue controlar apenas os cães e os lobos espectrais ou tem mais algum ser?
- Que saiba, ele tem o poder de subjugar qualquer elemental. Ele possui um mecanismo, o mesmo que tentaram fazer comigo, o de usar métodos de lavagem cerebral. Sei que ele trabalha com a pedra obsidiana maragony
- Oras, é a pedra da regressão espiritual e ela mexe com as ligações dos neurônios dos humanos. Não é tão difícil de consegui-la, mas nem tão fácil de achá-la - emendou Lugh que prosseguiu: – É evidente que eles usam algo a mais para interferir na memória dos escravos. E acredito que foi isso que eles utilizaram com você.
- E qual é a possibilidade dele ou deles utilizarem em Aurthur? O que quero dizer, eles vão usar o Aurthur como cobaia para algum plano sórdido?, era Lydia que falava com voz entrecortada.
- Acho  difícil! - dessa vez era o cavalo-marinho mágico que falava. – Isso porque o objetivo do Príncipe é a Espada Merrow. Com ela, esse maldito pode se declarar o novo conde Cavaleiro Azul  perante os habitantes humanos e a Rainha. Aí entra o  fairy doctor valentão que irá manipular os seres mais inferiores até chegar às escalas superiores, tudo para deixar todos sob os domínios do Príncipe. Aí, inventarão algo escabroso sobre você e Edgar. E que o filho do traidor ficará aos cuidados dele até sua maioridade. É um plano audacioso! Não que ligue se fizerem algo com Edgar…
Nessa hora, quem estava por perto pode ver o conde cerrando os punhos e contraindo a mandíbula de forma nervosa.
Mas de repente, a sala escureceu e todos puderam avistar a capa negra flutuante de um homem alto, de cabelos louros que ornavam com um rosto fino e de olhos maliciosos da cor de um âmbar. Ele encontrava-se rodeado por uma alcateia de lobos enfurecidos como tivesse protegendo-o… Era Ulysses para dar continuidade ao plano…