sábado, 7 de setembro de 2013

O Rapto do Filho do Conde–Capítulo XII

(fanfic para o anime/mangá Hakushaku to Yousei)

Quando Lydia e Edgar se deram por si estavam no meio de um labirinto! E o que pior… um longe de outro. Lydia levantou-se e percebeu que as paredes eram como muralhas negras e vermelhas rodeadas de ervas daninhas. Sua respiração apresentava-se ofegante, difícil. Mas, o mais complicado era controlar seu nervosismo. –Será que o Edgar estava bem?

- Estou! – ele respondeu mentalmente.

Lydia respirou aliviada. – Ótimo, Edy! Onde estamos?

- Ly, as notícias que tenho para dar não são nada animadoras…

- Ah, meu querido! Poderia me falar algo para me acalmar? – implorou ela.

- Que tal eu te amo?

- Edgar! Agora não é hora de ser romântico! Como posso te achar? – Ela, então, se encostou na parede  com corpo ainda dolorido e com a espada em prontidão.

Ele do outro lado, fechou os olhos para tentar rastrear a energia de Lydia e ao mesmo tempo encontrar em qual ponto estava o Príncipe.

- Ly, estamos perto. Fique aí vou te encontrar!

Mas acontece que Lydia tinha percebido onde estava Edgar e, sem pensar, foi ao encontro dele também. Ambos se esgueiravam pelas paredes, sentindo a energia do outro, mas sempre olhando ao redor, apesar que o lugar estar num forte breu.

Em um certo momento, Lydia sentiu uma energia masculina e virou de supetão e deu de cara com Edgar.

- Hoje você tirou para me dar sustos, né? – reclamou.

Ele mexeu os ombros com leve sorriso nos lábios e foi abraçá-la.

- Sua maluquinha! Fiquei bravo no começo, mas confesso que você aqui tem me dado mais coragem.

- Ufa! Pensei que levaria bronca de novo! - E então, ela o encarou: – Querido, como saimos dessa?

Quando a condessa acabou de falar, aos poucos o local começou a tremer, como fosse um terremoto e logo após as paredes foram desaparecendo. Entre a apreensão, surpresa e ansiedade, eles então puderam ver… um monstro, muito parecido com um dragão.

- Ah, não! Não! Não! – Edgar falava repetidamente balançando a cabeça.

- Edy, o que aquilo ali na frente? – perguntou Lydia com os olhos arregalados, focados no monstro e com muito medo da resposta.

- Aquilo, minha querida… É a forma de destruição do Príncipe da Calamidade.

O monstro vinha de forma lenta, gradual em direção aos dois.

- E como vamos enfrentá-lo? – perguntou Lydia. Mas estranhamente Edgar ficou quieto. E aí, ele a respondeu mentalmente: – Vamos continuar conversando desse modo é mais seguro.

- A cabeça continua o alvo? – questionou ela.

- Continua! O jeito, Ly, é fazê-lo cair no chão.

- Tudo bem! Mas concorda que com essas duas espadas não vamos dar conta?

- Então vamos fazer o seguinte, você vai pela direita e vou pela esquerda. Vamos cortar as pernas dele, juntos, que tal?

- Mas não vamos conseguir arrancá-las por inteiro...

- Ah, sim, mas vamos machucá-las o suficiente para levá-lo ao chão.

- Perfeito! Então vamos! – disse Lydia.

Nesse momento, um ficou ao lado do outro em uma distância considerável, manejaram as espadas de forma vertical, quase na mesma altura. Edgar olhou para Lydia e essa piscou para ele. Eles começaram a correr contra o monstro, segurando com força as espadas.

Quando chegaram perto conseguiram apenas riscar ambas as pernas. O monstro, em desespero, gritou de dor, cambaleou e os lançou, novamente, para longe.

Muito rapidamente, eles conseguiram se recompor. E a condessa perguntou:

- Edy e se o cegarmos? Ele vai perder o equilíbrio, cruzamos as espadas com na primeira vez e cortamos a garganta dele.

- E não é que uma boa ideia? – concordou ele – Então, vamos de novo, mas agora, mais rápido.

Eles avançaram mais uma vez e com uma maior velocidade. Mas, como o monstro pressentiu o que eles estavam por fazer, lançou uma bola de fogo da boca. Se eles combinassem não teria dado tão certo: retrocederam e uniram as mãos com um escudo, acionando a magia da água. Rapidamente, a bola de fogo foi eliminada. Para confundi-lo, eles trocaram de lugares e correram em direção a ele, mas foram afastados o suficiente por uma energia magnética que os deixou cair no chão. 

Desta vez, a mira do Príncipe era Lydia que se encontrava ainda tonta. Ele caminhava firme em direção a ela. Edgar pôde ver nas costas do monstro escamas que poderiam ser usadas como degraus e, num lance voraz, subiu tão ágil como um elfo. Quando estava na altura do pescoço com a Espada Merrow posicionada, o monstro soltou um grunhido e movimentou-se por inteiro, balançando nervosamente a cabeça. O conde desequilibrou-se e despencou de uma altura considerável.

Lydia correu até Edgar para ajudá-lo. Tentou levantá-lo, mas parecia que a perna esquerda não o obedecia.

- Edy, nem brinque comigo que você quebrou a perna ou algo assim, disse ela num misto de temor e ansiedade.

- Acho que não quebrei, mas a dor é horrível!

- Consegue se levantar? Vai, por favor! Tente! – disse ela quase chorando de nervoso.

- Ly! Ly!  Atrás de você!

Lydia ameaçou olhar, voltou-se para Edgar, mas não pôde deixar de desprezar o tamanho do animal que se encontrava atrás dela. E então, ela voltou-se lentamente para ele e o encarou de forma tão felina que ele se afastou. Ela retornou para Edgar e disse:

- Edy me empresta a espada – ela se referia à Espada Merrow, que continuava presa em uma das mãos de Edgar.

- Ly, o que você vai fazer?

- Me empresta só pouco, disse impaciente.

Ele não teve nem tempo de retrucar, pois ela  já se encontrava nas mãos de Lydia.

- Ly, ela só obedece a mim.

Mas a condessa nem deu ouvidos quando ele disse isso.

Voltou-se para o Príncipe que recuou como tivesse amedrontado e Edgar ficou surpreso. Mas mais surpreso ele ficaria o que viria a acontecer…

- Escuta aqui, senhor Príncipe, monstro ou seja lá quem for você! Quem você pensa que é para sequestrar meu filho? – ela caminhava com tal propriedade e confiança que Edgar engoliu seco e que continuou a chamá-la.

- Ly! Ly! Ly, pare com isso!!!!

Porém, as suas ira e fúria eram tão grandes que ela não se incomodou do perigo que estava correndo. O mais estranho de tudo que, aos poucos, o monstro recuava assombrado. E ela continuou dizendo:

- Sabe o que é esperar nove meses e um bebezinho te chutando todas as noites, tão agitado quanto o pai? Sabe o que sentir dores terríveis durante o parto? Não! –ela disse com pouco caso e balançando a cabeça… – Não, você não sabe!!! O que te importa é comparar minha habilidade com a espada com a sua… E aí, você pensa: “como uma mulher pode fazer isso? Mulheres só sabem costurar, cozinhar, bordar”.

Ela avançava lentamente de forma tão confiante e firme que Edgar tentou de todas as formas chamá-la.

- Teria ela enlouquecido?, pensou ele – Quem está na frente dela é o Príncipe da Calamidade. Aquele que toda a família Ashenbert, descendentes do Cavaleiro Azul lutaram e não conseguiram, infelizmente, vencer. No entanto, Edgar não conseguia acreditar que vira com seus próprios olhos.

Enquanto Lydia falava, sua aparência transformava-se gradativamente. Ela começou a aparecer mais alta, suas orelhas tornaram-se pontiagudas e mantinha a sua caminhada firme em direção ao monstro.

- Bem, eu só vou dizer uma vez que o quero e não vou repetir… Eu… QUERO… MEU FILHO!!!!!!!!!!!!!

Suas costas foram rasgadas por um par de finas asas, que pareciam ter sidos trabalhadas por uma aranha. Mesmo com toda a delicadeza eram fortes o suficiente para levantar voo e levar Lydia à altura do monstro. Ela segurava com garra a Merrow e da pedra safira soltou-se uma faísca forte como fosse um relâmpago de uma tempestade feroz. Ela inclinou-se para trás e soltando um rugido forte , quase ensurdecedor. Avançou até a garganta do monstro e golpeou-a com tamanha rapidez e de forma tão letal que ele não teve tempo de revidar. O monstro começou a desintegrar de forma aterrorizante como um incêndio de grandes proporções e da sua garganta surgiu uma luz que poderia deixar qualquer um cego.

Enquanto Lydia derrotava o Príncipe, a luz surgiu e invadiu todo o campo de batalha. Cegou os  vários cães e os lobos espectrais, apesar de alguns ainda insistiam atacar. Lugh que ainda lutava com Ulysses, conseguiu golpeá-lo bem próximo do pescoço, mas este sumiu junto com todos os seres que  ele comandava. Kelpie que lutava ao lado de Lugh, quando viu ressurgir a luz, disse, aliviado: – Eles conseguiram!

No mesmo instante da morte do Príncipe, todos os campos ceifados pelas pragas voltaram à sua forma saudável. Pessoas que ficaram enfermas por uma estranha febre negra, recuperaram a sua saúde, prontamente. Não era só Lydia e Edgar que venciam o Príncipe, era toda a população do Condado.

Em um piscar de olhos, Edgar pôde ver Lydia cair em queda livre, mas conseguiu levantar-se o quanto antes para conseguir pegá-la no ar, mesmo com a perna doendo violentamente. Quando ela se deu por si, estava sã e salva no colo do marido e com a mesma aparência doce e frágil que Edgar a conheceu.

- Ly, você está bem?

Ela que se encontrava ainda meio tonta, como acabasse de acordar, recuperou a memória e disse enérgica:

- Seu maluco, me coloque no chão! Cadê a sua espada? Temos que lutar contra aquele monstro horroroso!!

- Ly, está tudo bem! E a espada está em pé e ao seu lado. Agora, você também é a sua mestra.

- Como está tudo bem? Nem conseguimos resgatar o Aurthur! Imagina então o Raven! – esbravejava ela.

Nesse instante, ela pode sentir alguém bem pequeno puxando sua capa. E quando Lydia virou para ver quem era, e lá, diante dos seus olhos, estava Aurthur, amparado por Raven. Ambos apresentavam as roupas puídas, mas pareciam bem.

- Aurthur! – As lágrimas brotaram dos olhos de Lydia e Edgar a soltou. E ambos abraçaram o filho.

- Você está bem? – Lydia perguntou.

- Hum, hum, respondeu o menininho e ainda disse: – O Raven disse que iria proteger. Aí, perguntei: Por quê? Aí, ele falou: Tem uns homens maus que querem ver a mamãe e o papai chorarem. Mas aí ele falou: Eu vou te proteger.

Edgar também abraçou Raven, seguido por Lydia.

- Raven! Ainda bem que você está a salvo!

- Te machucaram? – perguntou Lydia para seu mordomo. -  Se você precisar posso preparar os primeiros socorros.

- Não irá precisar, milady! Aurthur e eu fomos mantidos sob um efeito sedativo – Ele virou-se para o conde e com uma reverência, falou:

- Perdoe-me, Edgar-sama, tentei fazer o que pude, mas…

- Raven – respondeu Edgar colocando as mãos sobre o ombro do mordomo – o importante é que todos estamos bem!

E então, Edgar pegou Aurthur no colo e encostou sua cabeça na de Lydia e disse:

- Vamos para casa!

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