sábado, 3 de janeiro de 2009

Marley & Nós

John Grogan (Owen Wilson) mostra o rascunho da sua primeira coluna para editor-chefe (Alan Arkin) e este diz: “Hysterical!!!” (que nas legendas recebeu a tradução como hilário). Bem, era isso que esperava do filme “Marley & Eu” (Marley & Me)... eu disse “esperava”. Se no livro o cachorrinho bagunceiro e considerado o “pior cão do mundo” ensina como lidar com a vida e as situações que ela nos prega, no filme a coisa é bem diferente. Na verdade, Marley vira pretexto para uma comédia carregada de drama. Claro que há momentos “fofinhos” e engraçados, mas... é só isso.
O mote é mais ou menos assim: Os recém-casados John (Wilson) e Jenny (Jennifer Aniston) mudam para o calor da Flórida, adquirem uma casa e o próximo passo é ter um bebê... Certo? Errado! Jenny acha que não está pronta para ser mãe porque deixou uma planta morrer. Para resolver o trauma, eles adotam um cãozinho que a princípio parece fofo, mas é um terror!! Marley estraga tudo que encontra na frente e mais um pouco: come listas telefônicas, derruba portas e até mesmo foge com o peru de Dia da Ação de Graças.
O roteiro foi escrito a quatro mãos por Don Roos e Scott Frank que consegue trazer algumas soluções inteligentes uma vez ou outra como a sequência em que John narra uma série de acontecimentos em fast forwad que no livro foi relatado de outra maneira.
Mas há partes em que o filme fica cansativo porque foca muito mais na vida do casal do que no próprio Marley. Só em certas cenas, que o cachorrinho volta a ser relevante, como no caso que Jenny sofre um aborto.
Quando Jenny, personagem de Jennifer Aniston, sofre uma depressão pós-parto, é que a atriz mostra ao que venho. Mesmo com uma ótima veia cômica, Jennifer é daquelas que atua de forma sutil sentimentos que todas as mulheres passam: seja insegurança, decepção ou mesmo alegria. Ela consegue fazer com qualquer mulher se identifique com ela do que “sonho erótico” que seu ex- Brad Pitt está casado atualmente.
Wilson até me surpreendeu. Ele que sempre bate cartão em comédias até que consegue se sair bem em partes dramáticas. Mas o melhor do filme é sem dúvida, é Alan Arkin, que por si só, já vale o preço ingresso. Há uma cena em que ele comenta a John que sua mulher depois do nascimento do quarto filho também caiu em depressão pós-parto, assim como Jenny. Mas, em uma bela noite, ele acordou com cena de sua esposa ao lado da cama o olhando com uma faca na mão. Agora não se assuste se você demorar a reconhecer a treinadora de Marley. Pois é... lembra-se da “Jóia do Nilo”? É ela mesma, Kathleen Turner.
Ao final é impossível não verter algumas lágrimas, mesmo que elas rolam contra a vontade.
Em tempo: O filme utilizou 22 labradores, sendo que metade são filhotes e outra, são adultos. O treinador Mark Forbes disse que teve um trabalho até que fácil porque era apenas fazer com que os cães o desobedecessem. Vai saber.
Apesar de tudo, “Marley & Eu” é um filme engraçadinho, mas não é tudo aquilo que os trailers nos prometeram. Agora que a onda são livros sobre bichos (no momento estou lendo Dewey – Um gato entre livros. E digo: Muito bom!!!!), esperamos que os próximos possam trazer mais frescor e novidades nas adaptações.

Marley & Nós

John Grogan (Owen Wilson) mostra o rascunho da sua primeira coluna para editor-chefe (Alan Arkin) e este diz: “Hysterical!!!” (que nas legendas recebeu a tradução como hilário). Bem, era isso que esperava do filme “Marley & Eu” (Marley & Me)... eu disse “esperava”. Se no livro o cachorrinho bagunceiro e considerado o “pior cão do mundo” ensina como lidar com a vida e as situações que ela nos prega, no filme a coisa é bem diferente. Na verdade, Marley vira pretexto para uma comédia carregada de drama. Claro que há momentos “fofinhos” e engraçados, mas... é só isso.
O mote é mais ou menos assim: Os recém-casados John (Wilson) e Jenny (Jennifer Aniston) mudam para o calor da Flórida, adquirem uma casa e o próximo passo é ter um bebê... Certo? Errado! Jenny acha que não está pronta para ser mãe porque deixou uma planta morrer. Para resolver o trauma, eles adotam um cãozinho que a princípio parece fofo, mas é um terror!! Marley estraga tudo que encontra na frente e mais um pouco: come listas telefônicas, derruba portas e até mesmo foge com o peru de Dia da Ação de Graças.
O roteiro foi escrito a quatro mãos por Don Roos e Scott Frank que consegue trazer algumas soluções inteligentes uma vez ou outra como a sequência em que John narra uma série de acontecimentos em fast forwad que no livro foi relatado de outra maneira.
Mas há partes em que o filme fica cansativo porque foca muito mais na vida do casal do que no próprio Marley. Só em certas cenas, que o cachorrinho volta a ser relevante, como no caso que Jenny sofre um aborto.
Quando Jenny, personagem de Jennifer Aniston, sofre uma depressão pós-parto, é que a atriz mostra ao que venho. Mesmo com uma ótima veia cômica, Jennifer é daquelas que atua de forma sutil sentimentos que todas as mulheres passam: seja insegurança, decepção ou mesmo alegria. Ela consegue fazer com qualquer mulher se identifique com ela do que “sonho erótico” que seu ex- Brad Pitt está casado atualmente.
Wilson até me surpreendeu. Ele que sempre bate cartão em comédias até que consegue se sair bem em partes dramáticas. Mas o melhor do filme é sem dúvida, é Alan Arkin, que por si só, já vale o preço ingresso. Há uma cena em que ele comenta a John que sua mulher depois do nascimento do quarto filho também caiu em depressão pós-parto, assim como Jenny. Mas, em uma bela noite, ele acordou com cena de sua esposa ao lado da cama o olhando com uma faca na mão. Agora não se assuste se você demorar a reconhecer a treinadora de Marley. Pois é... lembra-se da “Jóia do Nilo”? É ela mesma, Kathleen Turner.
Ao final é impossível não verter algumas lágrimas, mesmo que elas rolam contra a vontade.
Em tempo: O filme utilizou 22 labradores, sendo que metade são filhotes e outra, são adultos. O treinador Mark Forbes disse que teve um trabalho até que fácil porque era apenas fazer com que os cães o desobedecessem. Vai saber.
Apesar de tudo, “Marley & Eu” é um filme engraçadinho, mas não é tudo aquilo que os trailers nos prometeram. Agora que a onda são livros sobre bichos (no momento estou lendo Dewey – Um gato entre livros. E digo: Muito bom!!!!), esperamos que os próximos possam trazer mais frescor e novidades nas adaptações.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Tatiana Belinky, a maga das palavras

O dia estava ensolarado. Chegamos por volta das 11 horas no bairro do Pacaembu. A casa é grande, arejada e quem nos recepciona é Josefa, a empregada. Enquanto isso, um gato curioso vem em nosso encontro. Josefa nos leva à sala e lá está ela: sentada, rodeada de livros, canetas e bloquinhos. Seu nome? Tatiana Belinky. Nascida em 18 de março de 1919, na Rússia, veio para o Brasil aos 10 anos. Começou sua carreira como tradutora na década de 40 e foi a pioneira na adaptação para televisão do “Sítio do Pica Pau Amarelo”, obra de Monteiro Lobato.
Tatiana nos oferece um cálice de vinho do porto, enquanto um dos seus gatos deita preguiçosamente no sofá. Esta simpática senhora de 89 anos não se leva a sério, tanto que em uma das suas rimas brinca com próprios defeitos: “Sou meio maneta, meia surdeta e um pouco cegueta”. “Supero as diversidades com bom humor”, comenta Tatiana. Ela nos conta que no meio de uma discussão, seu filho André falou irritado: “Ah, mãe! Não dá para discutir com você! Nunca sabemos quando você está falando sério!”. Ela respondeu: ”André, você nunca percebeu que estou mais séria quando estou brincado?”.
 
Suas paixões são gatos, bruxas e café. Por falar em café, Tatiana o defende do mito que é uma bebida estimulante e dificulta a chegada do sono: ”Quando estou com insônia levanto para fazer um cafezinho. Vou criando rimas, brincando. E assim pensando, pensando, acabo adormecendo”. Ela nos revela que tem sonhos coloridos, bem vivos:” Sonho com pessoas que nunca conheci lugares que não estive. Posso acordar no meio da noite e quando volto a dormir continuo sonhando exatamente no ponto que o sonho parou”.
 
Quanto às bruxas, Tatiana gostaria de ser uma, tanto que em sua casa há várias bruxinhas, inclusive no seu escritório. Uma delas solta uma gargalhada assustadora e seus olhos brilham ao mesmo tempo. “Ah, bruxa pode tudo! Ser bonita, feia e mostrar a língua! Em Portugal, havia uma rainha que se chamava Urraca. Quer nome mais de bruxa que Urruca?”, nos pergunta.

Tatiana lê três livros ao mesmo tempo: “Afinal, sou uma a cada hora: triste, feliz, alegre”. E continua: “Os livros podem multiplicar-se em vários. Quando você lê um livro hoje e depois de um tempo, releia-o de novo. Você verá que será um ‘outro’ livro, porque você está com outra visão”.

Indagada qual o seu doce preferido, ela responde: ”As crianças”. Mas doce propriamente dito, seus preferidos são quindim, mil folhas e strudel... ”Mas, não aprecio chocolate”. A pergunta é imediata: “Mas por quê?”. “Oras, gosto não se discute”, responde. Em falar em gosto, Tatiana acredita que as crianças apreciam muito mais aprender do que estudar. “Quer coisas mais chatas que estudar o que é uma oxítona, proparoxítona, como fazer análise? A criança aprende muito mais com um livro”.

Sua palavra predileta na Língua Portuguesa é "Alívio". “Muitos falam que a palavra mais bonita em Português é "Saudades". Ora, ela pode ser amarga, triste, doída. Mas Alívio? Alívio de qualquer coisa é bom. Quer algo mais gostoso quando você tira aqueles sapatos apertados ou desliga o telefone depois de ter conversado com aquela pessoa chata? Acho uma palavra tão bonita que poderia ser adotada como nome próprio. Já pensou em colocar o nome de seu filho de Alívio?”, se diverte.

Tatiana Belinky, a maga das palavras

O dia estava ensolarado. Chegamos por volta das 11 horas no bairro do Pacaembu. A casa é grande, arejada e quem nos recepciona é Josefa, a empregada. Enquanto isso, um gato curioso vem em nosso encontro. Josefa nos leva à sala e lá está ela: sentada, rodeada de livros, canetas e bloquinhos. Seu nome? Tatiana Belinky. Nascida em 18 de março de 1919, na Rússia, veio para o Brasil aos 10 anos. Começou sua carreira como tradutora na década de 40 e foi a pioneira na adaptação para televisão do “Sítio do Pica Pau Amarelo”, obra de Monteiro Lobato.
Tatiana nos oferece um cálice de vinho do porto, enquanto um dos seus gatos deita preguiçosamente no sofá. Esta simpática senhora de 89 anos não se leva a sério, tanto que em uma das suas rimas brinca com próprios defeitos: “Sou meio maneta, meia surdeta e um pouco cegueta”. “Supero as diversidades com bom humor”, comenta Tatiana. Ela nos conta que no meio de uma discussão, seu filho André falou irritado: “Ah, mãe! Não dá para discutir com você! Nunca sabemos quando você está falando sério!”. Ela respondeu: ”André, você nunca percebeu que estou mais séria quando estou brincado?”.
 
Suas paixões são gatos, bruxas e café. Por falar em café, Tatiana o defende do mito que é uma bebida estimulante e dificulta a chegada do sono: ”Quando estou com insônia levanto para fazer um cafezinho. Vou criando rimas, brincando. E assim pensando, pensando, acabo adormecendo”. Ela nos revela que tem sonhos coloridos, bem vivos:” Sonho com pessoas que nunca conheci lugares que não estive. Posso acordar no meio da noite e quando volto a dormir continuo sonhando exatamente no ponto que o sonho parou”.
 
Quanto às bruxas, Tatiana gostaria de ser uma, tanto que em sua casa há várias bruxinhas, inclusive no seu escritório. Uma delas solta uma gargalhada assustadora e seus olhos brilham ao mesmo tempo. “Ah, bruxa pode tudo! Ser bonita, feia e mostrar a língua! Em Portugal, havia uma rainha que se chamava Urraca. Quer nome mais de bruxa que Urruca?”, nos pergunta.

Tatiana lê três livros ao mesmo tempo: “Afinal, sou uma a cada hora: triste, feliz, alegre”. E continua: “Os livros podem multiplicar-se em vários. Quando você lê um livro hoje e depois de um tempo, releia-o de novo. Você verá que será um ‘outro’ livro, porque você está com outra visão”.

Indagada qual o seu doce preferido, ela responde: ”As crianças”. Mas doce propriamente dito, seus preferidos são quindim, mil folhas e strudel... ”Mas, não aprecio chocolate”. A pergunta é imediata: “Mas por quê?”. “Oras, gosto não se discute”, responde. Em falar em gosto, Tatiana acredita que as crianças apreciam muito mais aprender do que estudar. “Quer coisas mais chatas que estudar o que é uma oxítona, proparoxítona, como fazer análise? A criança aprende muito mais com um livro”.

Sua palavra predileta na Língua Portuguesa é "Alívio". “Muitos falam que a palavra mais bonita em Português é "Saudades". Ora, ela pode ser amarga, triste, doída. Mas Alívio? Alívio de qualquer coisa é bom. Quer algo mais gostoso quando você tira aqueles sapatos apertados ou desliga o telefone depois de ter conversado com aquela pessoa chata? Acho uma palavra tão bonita que poderia ser adotada como nome próprio. Já pensou em colocar o nome de seu filho de Alívio?”, se diverte.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Queime depois de Ler, ops... aliás, só Leia

É bom avisar... se vc acha o Brad Pitt, um Deus e o George Clooney o cara mais gente boa da terra, passe longe de “Queime depois de Ler”. Isso porque os irmãos Coen (mais uma vez eles...), Joe e Ethan desmistifica tudo e todos em “Queime Depois de Ler”.
Os irmãos Coen é uma dupla que ama experimentar roteiros inusitados, vibrantes e que são verdadeiros socos nos estômago. Lembram de Fargo? Nós, meros mortais espectadores, não sabemos se ficamos com dó de William H. Macy ou o queremos odiá-lo pelo resto da vida. Afinal, o que irmãos Coen fazem é colocar pessoas vítimas de suas próprias armadilhas mas tudo dentro de uma atmosfera ácida, divertida, sádica e sarcástica.

A sinopse de “Queime Depois de Ler” é mais ou menos assim: Ousborne Cox (John Malkovich) é demitido da CIA por seus problemas com álcool. Para se vingar promete escrever um livro sobre suas “memórias”. Enquanto isso, sua esposa Katie Cox (Tilda Swinton) mantém um caso com investigador federal, Harry Pfarrer (George Clooney). Katie pretende se separar de Cox para ficar com Harry, mas parece que esse não está muito a fim de sair de seu “confortável” casamento com uma escritora infantil. Para facilitar o divórcio, Kate conseguiu reunir em CD “essas memórias”. Mas por acidente, ela esquece em um banheiro de academia. E então o CD vai parar nas mãos do desastrado personal trainer Chad Felheimer (Brad Pitt) e sua colega Linda Litzke (a maravilhosa Frances Mcdormand). Linda vê no documento uma saída para chantegear Cox e conseguir uma boa grana e fazer suas sonhadas cirúrgias plásticas. Chad entra no rolo, mas ele é tão cabeça vazia que nem sabe o por que esta na chantagem.
“Queime Depois de Ler” lembra um pouco Fargo, uma comédia em que tudo pode dar... errado! E coloca errado nisso!! Os irmãos Coen aproveitam para cutucar vários e vários costumes contemporâneos: a febre das academias, a neurose por cirurgias plásticas, encontros pela internet e os famosos casamentos de fachada. Sem contar que os egos inflamados dos personagens em busca de ambições deixam uma boa camada de cadáver durante o filme.
Os atores são espetáculos a parte, a começar por Pitt. O cara teve a humildade de fazer um dos papéis mais idiotas da sua carreira. Hahaha, é verdade! Ele masga chiclete sem para
r, bebe Gatorade, até tem um bom coração, mas nada na cabeça. É ambicioso, mas não direciona para o que, além de estar bombadinho, mas quando a câmera chega perto... lá estão elas: generosas rugas. E parece que foi de propósito,viu? Tremenda desmistificação do galão. Uma das cenas mais hilárias é quando ele encontra pela primeira vez com Cox. Toda vez que ele abre a boca na cena, espreme os olhos como fosse uma pessoa mais ameaçadora do mundo. Mas quem realmente nos assusta na cena, é Malkovich!! Ele berra o tempo todo, violento, seco, cínico e não tem meias palavras.
Clooney mostra o seu lado mais filha da p.... Seu Harry tem várias amantes,e não satisfeito, ainda busca mais algumas aventuras pela internet. É um cafajeste!!! Mesmo casado há anos, mas o seu grande rolo é com Katie. O engraçado no personagem que não tem moral nenhuma, mas quando ele faz uma “grande burrada”, bem aí ele mostra uma faceta de esquizofrênico, com uma verdadeira mania de perseguição.
Frances é a mulher! Casada anos com Joel, teve a coragem de mostrar uma mulher desesperada em manter sua juventude através de várias cirurgias e está disposta a fazer qualquer negócio, digo, qualquer negócio para conseguir o dinheiro para realizá-las. E ah, sim, ela mostra uma coisa super corriqueir
a: a busca do par perfeito através dos sites de relacionamento da internet. E, diga-se de passagem: Só encontra tranqueira. E isso porque o gerente da academia, um ex-pastor protestante ortodoxo morre de amores por ela.
E a sim... Tilda está a mais pervessa representação da mulher independente tão celebrada na série “Sex and The City”. Juro que até agora não me conformo com a profissão que ela exerce.
Se você procura uma comédia inteligente, não fica assustado (a) com algumas cenas meio que brutais... e que está aberto(a) às discussões por temas que ate pode afetá-lo(a), bem experimente “Queime depois de ler”. Afinal, tem a marca de qualidade dos irmãos Coen.




Queime depois de Ler, ops... aliás, só Leia

É bom avisar... se vc acha o Brad Pitt, um Deus e o George Clooney o cara mais gente boa da terra, passe longe de “Queime depois de Ler”. Isso porque os irmãos Coen (mais uma vez eles...), Joe e Ethan desmistifica tudo e todos em “Queime Depois de Ler”.
Os irmãos Coen é uma dupla que ama experimentar roteiros inusitados, vibrantes e que são verdadeiros socos nos estômago. Lembram de Fargo? Nós, meros mortais espectadores, não sabemos se ficamos com dó de William H. Macy ou o queremos odiá-lo pelo resto da vida. Afinal, o que irmãos Coen fazem é colocar pessoas vítimas de suas próprias armadilhas mas tudo dentro de uma atmosfera ácida, divertida, sádica e sarcástica.

A sinopse de “Queime Depois de Ler” é mais ou menos assim: Ousborne Cox (John Malkovich) é demitido da CIA por seus problemas com álcool. Para se vingar promete escrever um livro sobre suas “memórias”. Enquanto isso, sua esposa Katie Cox (Tilda Swinton) mantém um caso com investigador federal, Harry Pfarrer (George Clooney). Katie pretende se separar de Cox para ficar com Harry, mas parece que esse não está muito a fim de sair de seu “confortável” casamento com uma escritora infantil. Para facilitar o divórcio, Kate conseguiu reunir em CD “essas memórias”. Mas por acidente, ela esquece em um banheiro de academia. E então o CD vai parar nas mãos do desastrado personal trainer Chad Felheimer (Brad Pitt) e sua colega Linda Litzke (a maravilhosa Frances Mcdormand). Linda vê no documento uma saída para chantegear Cox e conseguir uma boa grana e fazer suas sonhadas cirúrgias plásticas. Chad entra no rolo, mas ele é tão cabeça vazia que nem sabe o por que esta na chantagem.
“Queime Depois de Ler” lembra um pouco Fargo, uma comédia em que tudo pode dar... errado! E coloca errado nisso!! Os irmãos Coen aproveitam para cutucar vários e vários costumes contemporâneos: a febre das academias, a neurose por cirurgias plásticas, encontros pela internet e os famosos casamentos de fachada. Sem contar que os egos inflamados dos personagens em busca de ambições deixam uma boa camada de cadáver durante o filme.
Os atores são espetáculos a parte, a começar por Pitt. O cara teve a humildade de fazer um dos papéis mais idiotas da sua carreira. Hahaha, é verdade! Ele masga chiclete sem para
r, bebe Gatorade, até tem um bom coração, mas nada na cabeça. É ambicioso, mas não direciona para o que, além de estar bombadinho, mas quando a câmera chega perto... lá estão elas: generosas rugas. E parece que foi de propósito,viu? Tremenda desmistificação do galão. Uma das cenas mais hilárias é quando ele encontra pela primeira vez com Cox. Toda vez que ele abre a boca na cena, espreme os olhos como fosse uma pessoa mais ameaçadora do mundo. Mas quem realmente nos assusta na cena, é Malkovich!! Ele berra o tempo todo, violento, seco, cínico e não tem meias palavras.
Clooney mostra o seu lado mais filha da p.... Seu Harry tem várias amantes,e não satisfeito, ainda busca mais algumas aventuras pela internet. É um cafajeste!!! Mesmo casado há anos, mas o seu grande rolo é com Katie. O engraçado no personagem que não tem moral nenhuma, mas quando ele faz uma “grande burrada”, bem aí ele mostra uma faceta de esquizofrênico, com uma verdadeira mania de perseguição.
Frances é a mulher! Casada anos com Joel, teve a coragem de mostrar uma mulher desesperada em manter sua juventude através de várias cirurgias e está disposta a fazer qualquer negócio, digo, qualquer negócio para conseguir o dinheiro para realizá-las. E ah, sim, ela mostra uma coisa super corriqueir
a: a busca do par perfeito através dos sites de relacionamento da internet. E, diga-se de passagem: Só encontra tranqueira. E isso porque o gerente da academia, um ex-pastor protestante ortodoxo morre de amores por ela.
E a sim... Tilda está a mais pervessa representação da mulher independente tão celebrada na série “Sex and The City”. Juro que até agora não me conformo com a profissão que ela exerce.
Se você procura uma comédia inteligente, não fica assustado (a) com algumas cenas meio que brutais... e que está aberto(a) às discussões por temas que ate pode afetá-lo(a), bem experimente “Queime depois de ler”. Afinal, tem a marca de qualidade dos irmãos Coen.




sábado, 1 de novembro de 2008

Gossip Girl is back

Confesso que estou ansiosa para chegar quarta, dia 05 de novembro. Ok, não só porque quero ver se o Obama se elegeu, mas a ansiedade tem nome: a 2ª temporada de Gossip Girl, que é transmitida aqui no Brasil pela Warner Channel às 21 horas e nos States pela CW.
“Gossip Girl” é uma seriado que foi baseado em série de livros do mesmo nome e com a autoria de Cecily von Ziegesar (lançado aqui pela Editora Record). A história é mais ou menos assim: No bairro de Upper East Side de Manhattan em New York, Serena van der Woodsen (interpretada por Blake Lively) volta à cidade depois de um misterioso acontecimento (que, aliás, é explicado no final da 1ª temporada) que a fez se afastar da escola e dos seus amigos e estudar em um internato. Essa volta pega todos de surpresa, sua melhor amiga, Blair Waldorf (Leighton Meester), o namorado de Blair, Nate Archibald (interpretado por Chace Crawford), o qual Serena teve um tête-à-tête, seu amigo de infância Chuck Bass (Ed Westwick) e seu admirador secreto Dan (Penn Badgley, que, aliás, é namorado da atriz que faz a Serena na vida real).
Também faz parte da trama o irmão de Serena, Eric (Connor Paolo), que se revela gay no antepenúltimo capítulo da 1ª temporada, sua mãe Lily van der Woodsen (Kelly Rutherford), que é apaixonada pelo pai de Dan, Rufus Humphrey (Matthew Settle), um ex-roqueiro dono de uma galeria de arte. Também temos as “fiéis” seguidoras de Blair: Katy (Nan Zhang) e Isabel (Nicole Fiscella). E no meio de tudo isso, há uma garota que não deixa escapar um detalhe na vida agitada desses adolescentes, a Gossip Girl (a voz é de Kristen Bell). Ela descreve nos mínimos detalhes as últimas: quem transou com quem, se alguém ficou grávida, quem roubou o vestido da outra e por aí vai... em seu disputado blog. Tanto que a abertura é mais ou menos assim: “Where´s lives Serena?”, “Who are I am? This secrets I never tell”, “ X O X O, Gossip Girl”.
Na série há escândalos, glamour, intriga, fofocas, pegação e traição. Sem contar sexo, drogas e assuntos como bulimia (Blair sofre desse mal). A trilha é recheada de bandas alternativas. Muitos a comparam com “Sex and the City” para adolescentes, mas para mim, a série lembra mais “Ligações perigosas” teen na era msm. Serena aparenta ser uma moça boazinha nessa temporada, namora Dan e vive uma vida mais regrada, depois de descer ao submundo regado a muito sexo e drogas. Blair é chamada de Queen B. A garota, que também é apelidada como Branca de Neve, namora Nate, mas perde a virgindade com Chuck no banco de trás de uma limusine. Há também Jenny (Taylor Momsen), irmã de Dan, uma aprendiz de patricinha, mas, sem um tostão furado no bolso. E para entrar na turma, ela irá roubar, mentir e trair.
Mas o tchararam da série para mim é Chuck Bass. Ele lembra o marquês Valmont de “Ligações perigosas”: manipulador, sedutor, estiloso, mas com cara de vocalista de banda alternativa. Um luxo! Aliás, há uma briga para ver quem é a Queen, se é a Serena (Queen S.) ou Blair (Queen B.), mas definitivamente o King é Chuck Bass e ponto final. Confesso que tb tenho uma caída pelo Dan, afinal o ator é uma gracinha e usa costeletas... posso?
Agora em termos de classe, Blair não deixa pra ninguém, a maior “bitch” da série é estilosa, elegante e se baseia no estilo de Audrey Hepburn em “Bonequinha de Luxo”. Tanto que há uma cena, em que um dia antes de voltar às aulas e depois que todos descobriram que ela dormiu com melhor amigo do namorado e fingiu ser virgem com Nate, ela sonha com a cena onde Holly Golightly está em um beco para buscar o seu gato que o havia expulsado de carro. Nate como fosse o personagem de George Peppard. Agora, que Blair dita à moda, dita... Afinal donde apareceu tanto a febre das tiaras dessa estação? Todas com muito brilho, paetês e strass? Assista Gossip Girl e repare bem nas madeixas da Blair...Aí a gente volta a conversar.
E como diria a Gossip Girl: “You now you love me. XO XO. Gossip Girl”.