sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Até as últimas consequências–Capítulo XV
Até as últimas consequências–Capítulo XV
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Até as últimas consequências–Capítulo XIV
(fanfic II para Hakushaku to Yousei)
Opening (Abertura):
Armando as estratégias frente ao inimigo
Sugestão de trilha: Thirteen Moons (Shiki – OST)
Enquanto Aurthur já estava na aula de piano, Lydia caminhava para sala de jantar com Raven. Ela segurava o mapa da mansão e os arredores com certa ansiedade. Em primeiro lugar, ela iria montar uma estratégia com Raven para pegar Ulysses, mas iria pedir de qualquer maneira ajuda para os líderes dos elementais. Porque ela sabia… Ulysses nunca agia sozinho.
Quando Raven abriu as portas do cômodo, eles deram de cara com Sereia, Lugh e Tytânia. Lydia ficou no misto entre sem-jeito e surpresa. Mas, Raven demonstrava um sorriso no canto da boca. Lugh aproximou-se e disse:
- Pensavam que vocês iriam carregar tudo isso sozinhos?
A condessa olhou para Raven, e ele não se intimidou. “Afinal, ele já teria os avisados?” – perguntou-se.
E aí, a fairy doctor só pode expressar:
- Não queria incomodá-los…
- Incomodar? – indagou Tytânia. – Desde quando a segurança de vocês e do Condado são um incômodo?
- E pelo que vejo vocês têm um plano… – falou Sereia.
- Sim! Bem, já que estamos aqui, vou apresentá-lo. – informou Lydia com um sorriso.
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Enquanto isso, com solavanco da carruagem, Edgar adormeceu. E isso sempre acontecia quando o itinerário era longo. Suas luvas, bengala e cartola repousavam ao seu lado no banco. E foi aí que ele sonhou…
Ele estava em um almoço com o proprietário de uma indústria que tinha intenções de instalar uma filial no Condado. Terminada a refeição, os dois combinaram de dar andamento nas negociações. Ele saiu e passou em frente a uma confeitaria. Comprou chocolates para Aurthur e ao lado, tinha uma loja. Em sua vitrine tinha um par de brincos em formato de gotinhas, bem delicado, que logo o fez pensar em Lydia. Ele entrou e os comprou para presentea-la. Cumpriu mais algumas obrigações, e ainda no caminho, viu o conde Ciel Phantomhive e seu mordomo Sebastian. Cumprimentou-os, trocou breves palavras e foi embora. Retornou para casa ao cair da tarde. Estranhamente, vestia a mesma roupa que estava trajando no sonho: fraque cinza-chumbo, colete caramelo e a gravata vermelha.
William, seu cocheiro, abriu a porta da carruagem e ele caminhou para a entrada da mansão. Viu que Tompkins o esperava. No segundo degrau viu Lydia e sorriu. Mas logo após, sentiu uma queimação absurda no peito, quase que, institivamente, colocou a mão sob o ferimento. Este a empapou de sangue. Não aguentou por muito tempo, ele caiu, mas alguém o segurou. Ele então se viu nos braços da esposa. A dor era dilacerante, ela gritava por socorro e depois tudo se acalmou. Depois, ele viu o seu próprio corpo imóvel na cama e Lydia ao lado aos prantos. Ele tentava chamá-la, mas ela não ouvia. Quando ele chegou perto dela a sua mão atravessou o corpo de Lydia como fosse um fantasma…
Desta vez o solavanco da carruagem foi mais forte e ele acordou. Mesmo com o Sol batendo em seus ombros, Edgar sentiu um arrepio gelado. Constatou que sua testa estava encharcada de suor e procurou um lenço para enxugá-la. Quando ele colocou a mão no bolso da sobrecasaca, lá estava ele... Os brincos que ele comprou para Lydia no sonho estavam em suas mãos! Ficou tão petrificado que seu coração quase parou de bater.
“Como é possível isso?”, pensou assustadíssimo. A ferida começou a doer ainda mais. Sua mente estava confusa e nebulosa. “Não é possível, isso é surreal!!”, tentou se convencer. “Mas então, por que Lydia e Raven estavam estranhos? Eles sabiam de algo? Será que alguém tentará me matar e eles querem me proteger? Mas quem?”. “Mas que estranho… as roupas que estavam no sonho são as mesmas que visto hoje!”. Sua mente dava voltas e voltas. E aí, a carruagem parou. William apareceu na janela e disse:
- Senhor conde, podemos parar?
- Mas o que houve, William?
- Um dos cavalos está machucado ou a ferradura saiu do lugar. O senhor se incomoda de pararmos por um tempo?
Meio contrariado, ele respondeu: – Tudo bem!
Enquanto seus homens verificavam o que estava acontecendo, ele deu uma volta por perto e encostou em uma árvore. Ainda continuava tentando juntar as peças do quebra-cabeça. Ele estava tão entretido em seus pensamentos, que esqueceu que naquele local havia uma área para caça (esporte que ele achava estúpido e enfadonho) para alguns nobres. E aí ouviu-se um tiro e uma revoada de pássaros. Edgar institivamente ficou tenso, pressionou-se contra a árvore e levou a mão sob o ferida. E do nada surgiu a cena do sonho com mais clareza para ele.
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Sugestão de trilha: Brain Game (Code Geass R.2 – OST)
Do outro lado da região, Lydia indicava com seus dedinhos delicados os locais a serem cobertos na ação.
- Vejam só, Edgar chegará por volta das 18:23 horas. Como o disparo foi praticamente à queima-roupa, Ulysses deve ter esgueirado pelas paredes da mansão e cercado o local com cães espectrais.
- Ou de certa forma, usado algum manto de invisibilidade e fechado sua vibração energética, senão vocês perceberiam onde ele estava… – comentou Sereia.
- Lydia, você descobriu qual trajetória ele fez para chegar assim tão perto? – indagou Tytânia.
- Para atravessar do ponto onde entrou até a porta do mansão, ele levou 32 minutos. Ele caminhou do sudeste até sul da mansão. E se o tiro aconteceu às 18:27, ele estará neste ponto – e Lydia indicou com dedo o local – exatamente às 17:55.
- Então a emboscada deverá ser feita nesse horário. Mas em todos os casos, primeiro devemos cercar os cães e lobos espectrais sem que ele perceba. – alertou Lugh.
- Exatamente! – concordou Lydia.
- Não devemos esquecer de Jimmy! Ele é seu cão mais fiel e voraz! – lembrou Raven.
- Hum… tinhamos nos esquecido! – lamentou Lugh. – Então fazemos o seguinte, vamos chamar os homens mais habilidosos e eu fico com Jimmy! – informou Lugh.
- Enquanto isso, eu e Raven, iremos caminhar até o ponto inicial por volta de 5 minutos antes.
- Oh, pelas Deusas! – repreendeu Tytânia. – é altamente perigoso vocês fazerem isso sozinhos.
- Não está na profecia? – provocou Lydia. – E se eu estivesse no lugar de Edgar, sei que ele faria o mesmo.
Depois disso, ninguém mais a contestou. E ela continuou:
- Raven irá encurralá-lo e eu vou sacar a arma e atirar em…
- Ulysses!!!!!! – disse Edgar em alto e bom som. Então, era ele o autor do disparo! Agora ele se lembrava dos maledicentes olhos cor de âmbar sorrindo maliciosos e felizes em acertá-lo em cheio no peito.
- É que ele quer me assassinar! – falou sozinho.
Edgar ficou mais agitado ainda. Andou de lá para cá com as mãos na cintura. E aí, surgiu um plano…
- Lydia, isso é uma loucura! – alertou Sereia.
- Desculpe, mas depois de tudo que eu e Raven passamos, estamos no nosso direito de abater esse abutre! Não vou arredar o pé, compreenderam?
Silêncio na sala e logo depois:
- Tudo bem, Lydia! Se é assim, acho que devemos ir até o final, não é? Então vamos articular a nossa parte e você cumpra seu papel, mocinha – finalizou Lugh com sorriso.
- Obrigada! Muito obrigada! – agradeceu a fairy doctor.
Ending (Fechamento):
Nota da autora: Confesso! Até eu fiquei tensa enquanto escrevia esse capítulo! É, Ulysses… agora são os dois… ou melhor, os seis que sabem o que você fez… ou melhor, faria! E a coisa está ficando cada vez mais tensa!! Assim que gosto! XD
Quem tem acompanhado a fic juntamente com as minhas sugestões de trilha percebeu que esse capítulo, até os acordes combinaram com os momentos clímaxes da trama? Caramba, e como sofri para achar as músicas perfeitas!
Bem, capítulo finalizado! Então resta esperar a próxima semana para ver o que acontece! Então, até lá e obrigada por ler a fic! Beijos
Até as últimas consequências–Capítulo XIV
(fanfic II para Hakushaku to Yousei)
Opening (Abertura):
Armando as estratégias frente ao inimigo
Sugestão de trilha: Thirteen Moons (Shiki – OST)
Enquanto Aurthur já estava na aula de piano, Lydia caminhava para sala de jantar com Raven. Ela segurava o mapa da mansão e os arredores com certa ansiedade. Em primeiro lugar, ela iria montar uma estratégia com Raven para pegar Ulysses, mas iria pedir de qualquer maneira ajuda para os líderes dos elementais. Porque ela sabia… Ulysses nunca agia sozinho.
Quando Raven abriu as portas do cômodo, eles deram de cara com Sereia, Lugh e Tytânia. Lydia ficou no misto entre sem-jeito e surpresa. Mas, Raven demonstrava um sorriso no canto da boca. Lugh aproximou-se e disse:
- Pensavam que vocês iriam carregar tudo isso sozinhos?
A condessa olhou para Raven, e ele não se intimidou. “Afinal, ele já teria os avisados?” – perguntou-se.
E aí, a fairy doctor só pode expressar:
- Não queria incomodá-los…
- Incomodar? – indagou Tytânia. – Desde quando a segurança de vocês e do Condado são um incômodo?
- E pelo que vejo vocês têm um plano… – falou Sereia.
- Sim! Bem, já que estamos aqui, vou apresentá-lo. – informou Lydia com um sorriso.
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Enquanto isso, com solavanco da carruagem, Edgar adormeceu. E isso sempre acontecia quando o itinerário era longo. Suas luvas, bengala e cartola repousavam ao seu lado no banco. E foi aí que ele sonhou…
Ele estava em um almoço com o proprietário de uma indústria que tinha intenções de instalar uma filial no Condado. Terminada a refeição, os dois combinaram de dar andamento nas negociações. Ele saiu e passou em frente a uma confeitaria. Comprou chocolates para Aurthur e ao lado, tinha uma loja. Em sua vitrine tinha um par de brincos em formato de gotinhas, bem delicado, que logo o fez pensar em Lydia. Ele entrou e os comprou para presentea-la. Cumpriu mais algumas obrigações, e ainda no caminho, viu o conde Ciel Phantomhive e seu mordomo Sebastian. Cumprimentou-os, trocou breves palavras e foi embora. Retornou para casa ao cair da tarde. Estranhamente, vestia a mesma roupa que estava trajando no sonho: fraque cinza-chumbo, colete caramelo e a gravata vermelha.
William, seu cocheiro, abriu a porta da carruagem e ele caminhou para a entrada da mansão. Viu que Tompkins o esperava. No segundo degrau viu Lydia e sorriu. Mas logo após, sentiu uma queimação absurda no peito, quase que, institivamente, colocou a mão sob o ferimento. Este a empapou de sangue. Não aguentou por muito tempo, ele caiu, mas alguém o segurou. Ele então se viu nos braços da esposa. A dor era dilacerante, ela gritava por socorro e depois tudo se acalmou. Depois, ele viu o seu próprio corpo imóvel na cama e Lydia ao lado aos prantos. Ele tentava chamá-la, mas ela não ouvia. Quando ele chegou perto dela a sua mão atravessou o corpo de Lydia como fosse um fantasma…
Desta vez o solavanco da carruagem foi mais forte e ele acordou. Mesmo com o Sol batendo em seus ombros, Edgar sentiu um arrepio gelado. Constatou que sua testa estava encharcada de suor e procurou um lenço para enxugá-la. Quando ele colocou a mão no bolso da sobrecasaca, lá estava ele... Os brincos que ele comprou para Lydia no sonho estavam em suas mãos! Ficou tão petrificado que seu coração quase parou de bater.
“Como é possível isso?”, pensou assustadíssimo. A ferida começou a doer ainda mais. Sua mente estava confusa e nebulosa. “Não é possível, isso é surreal!!”, tentou se convencer. “Mas então, por que Lydia e Raven estavam estranhos? Eles sabiam de algo? Será que alguém tentará me matar e eles querem me proteger? Mas quem?”. “Mas que estranho… as roupas que estavam no sonho são as mesmas que visto hoje!”. Sua mente dava voltas e voltas. E aí, a carruagem parou. William apareceu na janela e disse:
- Senhor conde, podemos parar?
- Mas o que houve, William?
- Um dos cavalos está machucado ou a ferradura saiu do lugar. O senhor se incomoda de pararmos por um tempo?
Meio contrariado, ele respondeu: – Tudo bem!
Enquanto seus homens verificavam o que estava acontecendo, ele deu uma volta por perto e encostou em uma árvore. Ainda continuava tentando juntar as peças do quebra-cabeça. Ele estava tão entretido em seus pensamentos, que esqueceu que naquele local havia uma área para caça (esporte que ele achava estúpido e enfadonho) para alguns nobres. E aí ouviu-se um tiro e uma revoada de pássaros. Edgar institivamente ficou tenso, pressionou-se contra a árvore e levou a mão sob o ferida. E do nada surgiu a cena do sonho com mais clareza para ele.
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Sugestão de trilha: Brain Game (Code Geass R.2 – OST)
Do outro lado da região, Lydia indicava com seus dedinhos delicados os locais a serem cobertos na ação.
- Vejam só, Edgar chegará por volta das 18:23 horas. Como o disparo foi praticamente à queima-roupa, Ulysses deve ter esgueirado pelas paredes da mansão e cercado o local com cães espectrais.
- Ou de certa forma, usado algum manto de invisibilidade e fechado sua vibração energética, senão vocês perceberiam onde ele estava… – comentou Sereia.
- Lydia, você descobriu qual trajetória ele fez para chegar assim tão perto? – indagou Tytânia.
- Para atravessar do ponto onde entrou até a porta do mansão, ele levou 32 minutos. Ele caminhou do sudeste até sul da mansão. E se o tiro aconteceu às 18:27, ele estará neste ponto – e Lydia indicou com dedo o local – exatamente às 17:55.
- Então a emboscada deverá ser feita nesse horário. Mas em todos os casos, primeiro devemos cercar os cães e lobos espectrais sem que ele perceba. – alertou Lugh.
- Exatamente! – concordou Lydia.
- Não devemos esquecer de Jimmy! Ele é seu cão mais fiel e voraz! – lembrou Raven.
- Hum… tinhamos nos esquecido! – lamentou Lugh. – Então fazemos o seguinte, vamos chamar os homens mais habilidosos e eu fico com Jimmy! – informou Lugh.
- Enquanto isso, eu e Raven, iremos caminhar até o ponto inicial por volta de 5 minutos antes.
- Oh, pelas Deusas! – repreendeu Tytânia. – é altamente perigoso vocês fazerem isso sozinhos.
- Não está na profecia? – provocou Lydia. – E se eu estivesse no lugar de Edgar, sei que ele faria o mesmo.
Depois disso, ninguém mais a contestou. E ela continuou:
- Raven irá encurralá-lo e eu vou sacar a arma e atirar em…
- Ulysses!!!!!! – disse Edgar em alto e bom som. Então, era ele o autor do disparo! Agora ele se lembrava dos maledicentes olhos cor de âmbar sorrindo maliciosos e felizes em acertá-lo em cheio no peito.
- É que ele quer me assassinar! – falou sozinho.
Edgar ficou mais agitado ainda. Andou de lá para cá com as mãos na cintura. E aí, surgiu um plano…
- Lydia, isso é uma loucura! – alertou Sereia.
- Desculpe, mas depois de tudo que eu e Raven passamos, estamos no nosso direito de abater esse abutre! Não vou arredar o pé, compreenderam?
Silêncio na sala e logo depois:
- Tudo bem, Lydia! Se é assim, acho que devemos ir até o final, não é? Então vamos articular a nossa parte e você cumpra seu papel, mocinha – finalizou Lugh com sorriso.
- Obrigada! Muito obrigada! – agradeceu a fairy doctor.
Ending (Fechamento):
Nota da autora: Confesso! Até eu fiquei tensa enquanto escrevia esse capítulo! É, Ulysses… agora são os dois… ou melhor, os seis que sabem o que você fez… ou melhor, faria! E a coisa está ficando cada vez mais tensa!! Assim que gosto! XD
Quem tem acompanhado a fic juntamente com as minhas sugestões de trilha percebeu que esse capítulo, até os acordes combinaram com os momentos clímaxes da trama? Caramba, e como sofri para achar as músicas perfeitas!
Bem, capítulo finalizado! Então resta esperar a próxima semana para ver o que acontece! Então, até lá e obrigada por ler a fic! Beijos
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Até as últimas consequências–Capítulo XIII
(fanfic II para Hakushaku to Yousei)
Opening (Abertura)
Cuidando da Centelha de Vida
Sugestão de trilha: Dark Activity (Code Geass R2 – OST)
Chronos os levou para uma sala posterior e colocou Raven e Lydia sentados, mas de costas um para o outro.
- Pois bem, Lydia, vou enviá-los na hora exata em que você acordou com o sonho. – informou o Senhor do Tempo. Ele ainda avisou:
- Raven, assim como Lydia, você levará todas as lembranças que aconteceram até aqui. Ajudem um ao outro e… Boa Sorte! – finalizou com um sorriso.
E assim, Chronos começou andando em volta deles no sentido anti-horário e vou aumentando a velocidade aos poucos. Ouvia-se sinos e relógios tocando simultaneamente. A trama de Edgar estava no colo de Lydia e Raven com as mãos postas sobre as pernas. A cabeça de ambos girava, lembrando muito aquela tontura típica de uma criança que fica rodopiando por muito tempo.
E de repente…
- Ahhhhhhhhhhhhh!
Lydia acordou sobressaltada, lembrando o sonho por completo, assim como a localização de Ulysses e as memórias das últimas 72 horas. E aí ela ouviu…
Edgar acordando tão assustado quanto ela, soltando um grito como conseguisse salvar-se de uma afogamento. Ela conseguiu! Ambos voltaram no tempo! Ambos acordaram ao mesmo tempo, ofegantes, perplexos e molhados de suor, mas desta vez não era de prazer, e sim de medo e aquela sensação aterrorizante depois de sair de um pesadelo.
Os dois entreolharam-se, mas não disseram nada um para outro. Era como algo os impedia de falar o que os incomodava. Um ao lado do outro, deitados olhando para o teto. “Será melhor assim. Não preciso assustá-lo. E vou até o fim.”, refletiu Lydia. Agora o próximo passo é combinar com Raven como capturar e matar Ulysses. Fechou os olhos, buscando na escuridão algum rastro do fairy doctor, mas ele não estava pelas redondezas… ainda… Ela só ouviu a respiração arquejante de Edgar. Ele ainda com os olhos presos no teto, procurou pela mão da esposa. Ela retribuiu o gesto, mesmo ficando em silêncio.
Sugestão de trilha: Invisible Sound (Code Geass R2 – OST)
Ao amanhecer, um continuava estranho com o outro. Aquele jogo de palavras entrecortadas, um querendo contar um segredo para o outro. O problema é que Edgar nem sabia o que era. Só sentia que era algo que o incomodaria se não descobrisse.
Lydia aprontou-se primeiro. Tomou banho e recebeu auxílio de Lucíola para a troca de roupa. Quando voltou ao quarto, Edgar já não estava mais lá. Ficou aflita e aí ouviu as costumeiras três batidas que Raven dava antes de entrar. Ela disse:
- Pode entrar, Raven.
O mordomo, ainda pálido, falou:
- Bom-dia, milady!
- Raven, precisamos conversar…
Lucíola percebeu que o teor da conversa era particular e pediu permissão para sair.
- O conde ainda está aqui.
- Onde? – indagou ansiosa – Ele ainda não saiu?
- Ele está fazendo sua toalete. Como tive que vir buscar suas roupas, aproveitei para avisá-la que tudo está dentro do previsto.
- Espere ele partir e procure-me! Vamos montar um cerco para aquele…
- Fairy doctor? – perguntou Raven.
- Eu diria um abutre! – respondeu Lydia. – Pois bem, Raven, vamos abater um abutre!
No aposento ao lado, Edgar estava na banheira, com os cabelos molhados e olhar fixo para parede, ainda tentando entender que sensação era aquela como esteve dormindo por muito tempo. O corpo estava dolorido, até um pouco rígido e difícil de se movimentar. Naturalmente, não era por causa da noite de amor que teve com Lydia. Até porque sempre que elas aconteciam (inclusive as escapadas furtivas do casal durante o final de semana, enquanto Aurthur tirava seu cochilo vespertino), ele levantava bem disposto e sorrindo até para os inimigos.
E foi aí que reparou a pequena ferida localizada no meio do peito. Tocou-a com dedo indicador e sentiu uma dor incômoda que refletiu por todo o seu corpo. “Parece que levei um tiro”, pensou duvidando de si mesmo. E tentava vasculhar na memória que sentimento estranho que tomou conta do seu corpo, sua mente e sua alma. Mas, não ousava contar para Lydia, mesmo não sabendo o porquê.
Sugestão: And more... (Code Geass R2 – OST)
Pouco tempo depois, Raven apareceu com a sua roupa: o fraque cinza-chumbo, a camisa branca, o colete caramelo, a gravata vermelha, suas abotoaduras douradas, assim como meias, ceroulas e o par de botas. O mordomo ajudou a vesti-lo em silêncio. Foi quando Edgar desabafou:
- Raven, já sentiu a sensação que seu corpo estar dormente? Como você tivesse… – meio sem coragem, completou a frase: - levado um tiro?
O mordomo só levantou a sombrancelha do olho esquerdo, mas ficou calado.
- Sem contar, que há algo muito estranho no ar hoje…
-Impressão sua, milord!! – respondeu rapidamente.
O conde o encarou:
- Tem certeza, Raven?
E Raven respondeu de forma ligeira:
- Absoluta!!
Edgar continuou cismado. Há alguma coisa no ar, mas ele não sabia o que era…
Sugestão de trilha: Lydia no theme 2 (Hakushaku to Yousei – OST)
Mais tarde, Edgar desceu as escadas e dirigiu-se à varanda para tomar o seu café da manhã com sua esposa e seu filhinho. Quando aproximava-se do local, Aurthur correu em direção a ele e perguntou:
- Você podia ficar com a gente hoje, né, papai?
Para piorar a situação, Edgar reparou Lydia olhando-os de longe, pálida, com olheiras e apreensiva. A condessa estava enigmática, irritada e evitando-o.
- Hum! Hoje não, meu pequeno terrível! – disse o pai pegando o garoto no colo. E continuou: – Não tem nem como inventar uma mentirinha…
O menininho riu. E quando Lydia reparou que Edgar falava com o filho olhando-a de soslaio, ela virou-se para frente e disfarçou naturalidade. Ele chegou mais perto, colocou o filho na cadeira e esticou-se para beijá-la. Lydia retribuiu com um beijo frio e impessoal. E a desconfiança de Edgar cresceu ainda mais.
- Lydia aconteceu alguma coisa que não saiba?
- Não! Nada!! – a resposta veio ríspida, rápida e seca.
- Estranho… Você e Raven estão muito diferentes do habitual… Aconteceu algo que não estou sabendo? – insistiu ele.
- Edgar!! O que você está pensando??
Ele reparou o quanto ela tinha expressão carrancuda, pronta para um combate.
- Tem algo te afligindo… Posso te ajudar? – disse de uma forma meiga enquanto colocava sua mão sob a dela.
Ela arrastou a cadeira para trás e levantou-se num supetão e respondeu irritadíssima:
- Já disse que não é nada!!!! - virou as costas e foi embora. Por um momento ele ficou imóvel como um estátua.
- Definitivamente há algo estranho acontecendo…- disse baixinho.
- O que foi, papai? – indagou o garotinho. – Por que a mamãe ‘tá’ brava?
- Não sei, meu terrível… Não sei – e acariciou os cabelos do menino.
Algum tempo depois, ele já estava saindo com os assessores, quando Lydia o chamou:
- Não vai me dar nem um beijo?
Ele balançou a cabeça, fez uma careta e revidou:
- Ly, não estou te entendendo! Primeiro você briga comigo do nada! Depois me dá uma resposta bruta, sai da mesa, assim, sem mais, sem menos… – E aí, esquentado do jeito que era e não se importando com as pessoas em volta, ele perguntou num tom de voz acima da média:
- Agora, te pergunto: O que fiz para você? Te magoei com algo? Inclusive na cama?
Ela estreitou os olhinhos, quase crispando de raiva, contraindo o maxilar e contando até dez para não gritar: “Não, seu idiota!!! Só não quero que você morra, entendeu?? Agora faz o favor de ir embora, que preciso armar uma estratégia para salvar a sua vida!!!”. Mas, o que Lydia disse foi simplesmente:
- Vá, Edgar!! Vá!!! Você está me deixando cada vez mais irritada!!! Saia agora!!!
Aborrecido, ele respirou fundo e pensou: “Ótimo!! Estamos voltando no mesmo patamar que estávamos quando ainda nem namorávamos.”. Edgar começou a seguir em direção à porta, e no meio do caminho, balançou a cabeça e voltou, apenas, para dar um beijo na testa da esposa. E partiu.
Lydia respirou fundo entre aliviada e chateada por ter agido assim com ele. Mas a tensão que ela vivia era tanta, que acabou descontando em Edgar. Chegou na poltrona mais próxima e quase desabou o corpo com pesar. Ela ainda olhava a porta que tinha acabado de ser fechada e falou baixinho com uma lágrima rolando pelo rosto:
- Mil desculpas, Edy! Mil desculpas!
Ending (Fechamento):
Nota da autora: Começamos um novo arco! E todo início pede coisas novas! Como você pôde ver a opening ficou por conta de uma das bandas visual kei mais bacanas: The Gazette (adoro!) e a ending ficou a cargo do Nightmare!The Gazette já emprestou sua música para opening de Kuroshitsuji II e Nightmare para as openings Death Note e Claymore.
E sim, ele voltou!!!Aeeeeeeeeeeeee! O Edgar voltou! Pensou que eu seria desumana e não o traria de volta? Pois é! Não sou tão má, não! E como diria o pessoal: “Agora a porra ficou séria!!!”. Próximo capítulo? Vai ser tenso e emocionante! E ah, antes de terminar, desejo a você um ótimo 2014! E que seja mil vezes melhor do que 2013 (porque a gente merece!). Bem, espero você! Beijos e obrigada por ler a fic!
Até as últimas consequências–Capítulo XIII
(fanfic II para Hakushaku to Yousei)
Opening (Abertura)
Cuidando da Centelha de Vida
Sugestão de trilha: Dark Activity (Code Geass R2 – OST)
Chronos os levou para uma sala posterior e colocou Raven e Lydia sentados, mas de costas um para o outro.
- Pois bem, Lydia, vou enviá-los na hora exata em que você acordou com o sonho. – informou o Senhor do Tempo. Ele ainda avisou:
- Raven, assim como Lydia, você levará todas as lembranças que aconteceram até aqui. Ajudem um ao outro e… Boa Sorte! – finalizou com um sorriso.
E assim, Chronos começou andando em volta deles no sentido anti-horário e vou aumentando a velocidade aos poucos. Ouvia-se sinos e relógios tocando simultaneamente. A trama de Edgar estava no colo de Lydia e Raven com as mãos postas sobre as pernas. A cabeça de ambos girava, lembrando muito aquela tontura típica de uma criança que fica rodopiando por muito tempo.
E de repente…
- Ahhhhhhhhhhhhh!
Lydia acordou sobressaltada, lembrando o sonho por completo, assim como a localização de Ulysses e as memórias das últimas 72 horas. E aí ela ouviu…
Edgar acordando tão assustado quanto ela, soltando um grito como conseguisse salvar-se de uma afogamento. Ela conseguiu! Ambos voltaram no tempo! Ambos acordaram ao mesmo tempo, ofegantes, perplexos e molhados de suor, mas desta vez não era de prazer, e sim de medo e aquela sensação aterrorizante depois de sair de um pesadelo.
Os dois entreolharam-se, mas não disseram nada um para outro. Era como algo os impedia de falar o que os incomodava. Um ao lado do outro, deitados olhando para o teto. “Será melhor assim. Não preciso assustá-lo. E vou até o fim.”, refletiu Lydia. Agora o próximo passo é combinar com Raven como capturar e matar Ulysses. Fechou os olhos, buscando na escuridão algum rastro do fairy doctor, mas ele não estava pelas redondezas… ainda… Ela só ouviu a respiração arquejante de Edgar. Ele ainda com os olhos presos no teto, procurou pela mão da esposa. Ela retribuiu o gesto, mesmo ficando em silêncio.
Sugestão de trilha: Invisible Sound (Code Geass R2 – OST)
Ao amanhecer, um continuava estranho com o outro. Aquele jogo de palavras entrecortadas, um querendo contar um segredo para o outro. O problema é que Edgar nem sabia o que era. Só sentia que era algo que o incomodaria se não descobrisse.
Lydia aprontou-se primeiro. Tomou banho e recebeu auxílio de Lucíola para a troca de roupa. Quando voltou ao quarto, Edgar já não estava mais lá. Ficou aflita e aí ouviu as costumeiras três batidas que Raven dava antes de entrar. Ela disse:
- Pode entrar, Raven.
O mordomo, ainda pálido, falou:
- Bom-dia, milady!
- Raven, precisamos conversar…
Lucíola percebeu que o teor da conversa era particular e pediu permissão para sair.
- O conde ainda está aqui.
- Onde? – indagou ansiosa – Ele ainda não saiu?
- Ele está fazendo sua toalete. Como tive que vir buscar suas roupas, aproveitei para avisá-la que tudo está dentro do previsto.
- Espere ele partir e procure-me! Vamos montar um cerco para aquele…
- Fairy doctor? – perguntou Raven.
- Eu diria um abutre! – respondeu Lydia. – Pois bem, Raven, vamos abater um abutre!
No aposento ao lado, Edgar estava na banheira, com os cabelos molhados e olhar fixo para parede, ainda tentando entender que sensação era aquela como esteve dormindo por muito tempo. O corpo estava dolorido, até um pouco rígido e difícil de se movimentar. Naturalmente, não era por causa da noite de amor que teve com Lydia. Até porque sempre que elas aconteciam (inclusive as escapadas furtivas do casal durante o final de semana, enquanto Aurthur tirava seu cochilo vespertino), ele levantava bem disposto e sorrindo até para os inimigos.
E foi aí que reparou a pequena ferida localizada no meio do peito. Tocou-a com dedo indicador e sentiu uma dor incômoda que refletiu por todo o seu corpo. “Parece que levei um tiro”, pensou duvidando de si mesmo. E tentava vasculhar na memória que sentimento estranho que tomou conta do seu corpo, sua mente e sua alma. Mas, não ousava contar para Lydia, mesmo não sabendo o porquê.
Sugestão: And more... (Code Geass R2 – OST)
Pouco tempo depois, Raven apareceu com a sua roupa: o fraque cinza-chumbo, a camisa branca, o colete caramelo, a gravata vermelha, suas abotoaduras douradas, assim como meias, ceroulas e o par de botas. O mordomo ajudou a vesti-lo em silêncio. Foi quando Edgar desabafou:
- Raven, já sentiu a sensação que seu corpo estar dormente? Como você tivesse… – meio sem coragem, completou a frase: - levado um tiro?
O mordomo só levantou a sombrancelha do olho esquerdo, mas ficou calado.
- Sem contar, que há algo muito estranho no ar hoje…
-Impressão sua, milord!! – respondeu rapidamente.
O conde o encarou:
- Tem certeza, Raven?
E Raven respondeu de forma ligeira:
- Absoluta!!
Edgar continuou cismado. Há alguma coisa no ar, mas ele não sabia o que era…
Sugestão de trilha: Lydia no theme 2 (Hakushaku to Yousei – OST)
Mais tarde, Edgar desceu as escadas e dirigiu-se à varanda para tomar o seu café da manhã com sua esposa e seu filhinho. Quando aproximava-se do local, Aurthur correu em direção a ele e perguntou:
- Você podia ficar com a gente hoje, né, papai?
Para piorar a situação, Edgar reparou Lydia olhando-os de longe, pálida, com olheiras e apreensiva. A condessa estava enigmática, irritada e evitando-o.
- Hum! Hoje não, meu pequeno terrível! – disse o pai pegando o garoto no colo. E continuou: – Não tem nem como inventar uma mentirinha…
O menininho riu. E quando Lydia reparou que Edgar falava com o filho olhando-a de soslaio, ela virou-se para frente e disfarçou naturalidade. Ele chegou mais perto, colocou o filho na cadeira e esticou-se para beijá-la. Lydia retribuiu com um beijo frio e impessoal. E a desconfiança de Edgar cresceu ainda mais.
- Lydia aconteceu alguma coisa que não saiba?
- Não! Nada!! – a resposta veio ríspida, rápida e seca.
- Estranho… Você e Raven estão muito diferentes do habitual… Aconteceu algo que não estou sabendo? – insistiu ele.
- Edgar!! O que você está pensando??
Ele reparou o quanto ela tinha expressão carrancuda, pronta para um combate.
- Tem algo te afligindo… Posso te ajudar? – disse de uma forma meiga enquanto colocava sua mão sob a dela.
Ela arrastou a cadeira para trás e levantou-se num supetão e respondeu irritadíssima:
- Já disse que não é nada!!!! - virou as costas e foi embora. Por um momento ele ficou imóvel como um estátua.
- Definitivamente há algo estranho acontecendo…- disse baixinho.
- O que foi, papai? – indagou o garotinho. – Por que a mamãe ‘tá’ brava?
- Não sei, meu terrível… Não sei – e acariciou os cabelos do menino.
Algum tempo depois, ele já estava saindo com os assessores, quando Lydia o chamou:
- Não vai me dar nem um beijo?
Ele balançou a cabeça, fez uma careta e revidou:
- Ly, não estou te entendendo! Primeiro você briga comigo do nada! Depois me dá uma resposta bruta, sai da mesa, assim, sem mais, sem menos… – E aí, esquentado do jeito que era e não se importando com as pessoas em volta, ele perguntou num tom de voz acima da média:
- Agora, te pergunto: O que fiz para você? Te magoei com algo? Inclusive na cama?
Ela estreitou os olhinhos, quase crispando de raiva, contraindo o maxilar e contando até dez para não gritar: “Não, seu idiota!!! Só não quero que você morra, entendeu?? Agora faz o favor de ir embora, que preciso armar uma estratégia para salvar a sua vida!!!”. Mas, o que Lydia disse foi simplesmente:
- Vá, Edgar!! Vá!!! Você está me deixando cada vez mais irritada!!! Saia agora!!!
Aborrecido, ele respirou fundo e pensou: “Ótimo!! Estamos voltando no mesmo patamar que estávamos quando ainda nem namorávamos.”. Edgar começou a seguir em direção à porta, e no meio do caminho, balançou a cabeça e voltou, apenas, para dar um beijo na testa da esposa. E partiu.
Lydia respirou fundo entre aliviada e chateada por ter agido assim com ele. Mas a tensão que ela vivia era tanta, que acabou descontando em Edgar. Chegou na poltrona mais próxima e quase desabou o corpo com pesar. Ela ainda olhava a porta que tinha acabado de ser fechada e falou baixinho com uma lágrima rolando pelo rosto:
- Mil desculpas, Edy! Mil desculpas!
Ending (Fechamento):
Nota da autora: Começamos um novo arco! E todo início pede coisas novas! Como você pôde ver a opening ficou por conta de uma das bandas visual kei mais bacanas: The Gazette (adoro!) e a ending ficou a cargo do Nightmare!The Gazette já emprestou sua música para opening de Kuroshitsuji II e Nightmare para as openings Death Note e Claymore.
E sim, ele voltou!!!Aeeeeeeeeeeeee! O Edgar voltou! Pensou que eu seria desumana e não o traria de volta? Pois é! Não sou tão má, não! E como diria o pessoal: “Agora a porra ficou séria!!!”. Próximo capítulo? Vai ser tenso e emocionante! E ah, antes de terminar, desejo a você um ótimo 2014! E que seja mil vezes melhor do que 2013 (porque a gente merece!). Bem, espero você! Beijos e obrigada por ler a fic!
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Até as últimas consequências–Capítulo XII
(fanfic II para Hakushaku to Yousei)
Opening(Abertura):
As rodas da carruagem pareciam que seguiam o mesmo ritmo do coração de Lydia. Ela sabia que agora era a cartada final e, talvez, a mais difícil. “Não posso fraquejar”, pensou e passou a analisar passo a passo o que falaria para o senhor Chronos. Para ela seria complicado encará-lo de frente, mas não iria arredar o pé até que aceitasse seu pedido. “Estou preparada para falar com a entidade mais implacável de todas? Afinal, ele é o Senhor do Tempo!”. O tempo escorria entre os seus dedos, assim como aconteceu com a vida de Edgar.
Sugestão de trilha: Misconduct (Code Geass R2 – OST)
Olhou para Raven e agradeceu aos céus por ter vindo com ela. Ele que estava apoiado com a mão no queixo observando a paisagem, percebeu que ela o olhava. Muito gentil, virou-se e sorriu. Um sorriso tímido talvez, mas como a agradecesse que estava fazendo por Edgar. “Sim, Raven era definitivamente mais bonito quando sorria. Algo que acontecia raramente”, refletiu.
E para o espanto de Lydia, o cocheiro estacionou em frente ao Big Ben, o mais famoso relógio do mundo, o mais preciso de todos. A fairy doctor colocou a cabeça de fora da janela assombrada e perguntando-se como foram parar lá.
- Senhora! Aqui termina meu trabalho. – disse o cocheiro, abrindo a porta para que eles descessem.
- Tem certeza que Chronos está aqui?
- Absoluta, senhora!
Ela desceu da carruagem, assim como Raven segurando o embrulho de veludo que continha a trama da vida de Edgar. E o cocheiro retirou-se.
Por um minuto parou em frente ao majestoso monumento. O vento tentava brincar com seus cabelos sem sucesso. O olhar fixo no relógio. “Não temos muito tempo”. Foi aí que ela ouviu:
- Milady, o que a senhora pretende fazer quando conseguirmos voltar no tempo?
Lydia olhando ainda para relógio, respirou fundo, mordeu os lábios e voltou-se para o mordomo:
- Assassinar Ulysses!
Raven arregalou os olhos, suspendeu por alguns segundos a respiração e depois, afirmou:
- Milady, pode contar comigo!
- Com certeza, Raven! Só assim protegeremos Edgar, Aurthur, até você e eu. Sem contar o condado e, inclusive, a Inglaterra.
- A senhora sabe que…
- Sim, Raven! Sei muito bem que posso sofrer consequências pelo meu ato. – respondeu convicta. – Mas, concorda comigo que está na profecia? Exterminar toda a linhagem do Príncipe da Calamidade…
- Sim, senhora! Eu entendo!
- Bem, não temos muito tempo, Raven. Quem sabe Chronos nos devolva esse tempo e acabamos logo com isso?
Ajeitou os cabelos, arrumou a saia do vestido e endireitou a manta. Não estava no seu modo mais apresentável, principalmente pela sua posição. Mas… que diferença faz isso se a vida do seu grande amor ainda estava em jogo? E começaram a andar em direção à torre.
Conforme Raven e Lydia caminhavam, estranhamente, foi criado um túnel que terminava em uma porta entreaberta. Na altura do campeonato, eles não mais admiravam quando algo desse tipo acontecia. Raven a abriu e notou que havia uma longa escada em espiral.
Sugestão de trilha: And more... (Code Geass R2 – OST)
Um olhou para o outro, acenaram com a cabeça e começaram a subi-la. E subiram tantos e tantos degraus, que em determinado momento, Lydia precisou parar para descansar um pouco.
- Quer ficar mais um tempo, milady?
- Não, Raven! Vamos que o tempo está correndo… – respondeu ela.
No alto da torre depararam-se com uma sala com relógios de vários tipos: cucos, solares, clepsidras, ampulhetas, entre outros. Mais adiante, eles avistaram um senhor sentado em uma mesa com aquelas lupas típicas para relojoeiro. Ele analisava um dos mecanismos que estava aberto.
- Licença… – solicitou Raven.
O senhor levantou a cabeça e tirou a lupa. Parecia um idoso como outro qualquer, mas trajava de uma forma despojada. Era alto, magro e sua compleição física era ossuda. Seus longos cabelos brancos estavam presos por um laço. As mangas da camisa estavam dobradas até a altura dos cotovelos e o colete azul-cobalto davam-lhe um aspecto jovial. Mas o seu olhar desconfiado deixou Lydia insegura. Ele continuou olhando para eles, sem dizer nada.
- Estamos atrapalhando algo? – indagou Raven.
- Até agora não! O que querem? – sua voz soou ríspida.
“Sabia que não seria fácil, mas como essa gentileza será um pouquinho pior…”, Lydia pensou de forma irônica. Ela então tomou coragem e adiantou-se:
- Senhor, viemos pedir um enorme favor!
- E a quem devo conceder? – indagou ainda com tom seco.
- Pois sim, sou Lydia Carlton Ashenbert, condessa Cavaleiro Azul e fairy doctor do Condado de Ibrazel. Este é meu leal mordomo, Raven. - E este último fez uma reverência.
- Bem… – continuou, agora apertando as pontas dos dedos de uma mão contra a outra: – gostaríamos de voltar no tempo… digamos, há exatamente dois dias e algumas horas…
- E por que eu concederia esse favor? – perguntou com uma ponta de curiosidade.
Lydia, ainda que de forma respeitosa, aproximou-se ainda mais.
- Há mais ou menos 70 horas, meu marido foi morto…
- E? – indagou Chronos entre curioso e desconfiado.
- Gostaríamos de voltar no tempo para evitar esse evento!
Sugestão de trilha: Super Natural (Code Geass R2 – OST)
- Só isso? – perguntou ele.
- Sim… – respondeu ela.
“Foi mais fácil do que eu imaginava”, pensou ela. Mas, mal teve tempo de comemorar, quando escutou:
- Não!!!!
- Mas por que não??
- Pessoas morrem todos os dias!!
- Mesmo que a pessoa morreu abruptamente, sem direito à defesa e ainda não era tempo dela morrer?
- Escute aqui, mocinha…
- Não sou mais uma mocinha! – protestou ela – Meu nome é Lydia, senhor Chronos!
Ele respirou fundo e a analisou.
- Quem foi assassinado mesmo?
- Como já disse, é meu marido, o conde Cavaleiro Azul, Edgar Ashenbert!
- E eu com isso? Fale com Hades… com a Perséfone…
- Já falei! – replicou rápida como um gatilho.
- Então, fale com a Hell…
- Já falei com ela também! – Lydia retrucou novamente.
- A senhori… A senhora deve estar de brincadeira!
- E por que estaria? Que eu saiba sei que o senhor é ocupadíssimo! Não viria aqui apenas para fazer uma piada! – retribuiu ela.
- Já falou… – ele mal conseguiu completar e Lydia:
- Com as Moiras? Já! Inclusive a senhora Hécate e até com um demônio! Satisfeito?
- Saiba que a senhora é muito petulante!
“Hum, devia ter segurado minha língua. Ela tem estado mais afiada do que a de Edgar…”, refletiu.
- Senhor! – aproximou-se ainda mais – Não é uma questão de petulância! É de urgência!
- E por quê? – provocou ele.
- Vamos lá! Deixe-me explicar… Meu marido é responsável pelo Condado de Ibrazel, a Nação das Fadas, assim com a Terra dos Leprechauns e zela pela vida dos Sereianos. Sem contar que nosso Condado é um dos mais bem administrados e prósperos! Vale também ressaltar que ele é pai de um garotinho de seis anos, Aurthur. O meu marido sofreu horrores entre a pré-adolescência e anos que antecedem a idade adulta. E foi morto sem poder ao menos se defender! Fui clara?
- Hum… e por isso…
- Não! Tem mais!! Nós somos responsáveis pelo Condado para que não caia nas mãos de tirânicos com sede de poder e que podem assolar toda região, inclusive a Inglaterra! Com a morte do meu marido, tudo isso vai para água abaixo! Eu estaria vulnerável, assim como a vida do meu filho!
Chronos continuava impassível e ainda não estava convencido.
- Não é suficiente? – bradou ela.
Enquanto ele desviou o olhar para o lado, Raven aproximou-se dela com o embrulho de veludo, como quem dissesse: “Mostre a ele! Mostre!”. Ela acenou para ele como quem dissesse para esperar mais um pouco.
- Bem, quem a indicou para que a senhorita…
- Senhora! – repreendeu ela.
- Senhora – corrigiu ele – viesse aqui?
Sugestão de trilha: Showdown (Code Geass R2 – OST)
- As Moiras!
Ele apenas levantou a sombrancelha do olho esquerdo.
- Pois bem! Veja isto! – e retirou do embrulho de veludo, que estava nos braços de Raven, a trama de Edgar.
-Veja! A trama em nenhum momento ficou negra! E não há sinal de que ela seria cortada! Isso significa que ele não deveria morrer! – disse num misto de indignação e raiva. E finalizou: – É justo?
Ele que estava até o presente momento tomando uma atitude indiferente, tornou-se reflexivo. Levantou-se e foi em direção a ela, que ainda mantinha a trama de Edgar estendida entre as suas mãos. Chronos analisou de perto a teia e mirou-se profundamente nos olhos verdes da condessa.
- E o que faria se voltasse no tempo?
Ela, sem um pudor e nem temor, respondeu:
- Assassinar Ulysses, o responsável pela morte do meu marido e pela futura catástrofe!
- E a senhora se acha no direito de tirar a vida de outrem? – indagou de modo provocativo.
- Sim! – respondeu decidida – Está na profecia! Desde os tempos primordiais, a esposa do primeiro Cavaleiro Azul, Lady Gladys visualizou que um homem nasceria sob a marca da maldade e que iria dominar todos os seres mágicos. A família Ashenbert foi escolhida para exterminá-lo, assim como todos os ramos ligados a ele, incluindo o fairy doctor Ulysses. Meu ato não é só pela profecia, mas principalmente porque a vida de Edgar é prioridade para mim. Um homem que tem seus sonhos roubados ainda criança torna-se duro e cruel. E não foi o caso de Edgar! Debaixo daquele cinismo que ele demonstrava quando o conheci, estava um menino perdido pedindo ajuda! E logo agora que ele conseguiu reerguer-se, obteve a felicidade e ainda a quis repartir com quem quer que fosse, teve sua vida tirada por um simples capricho de poder? É justo?
O olhar quase gélido de Chronos transformou-se complacente, próximo de benevolente.
- Está bem! Você realmente me convenceu, Lady Ashenbert!
Lydia caiu de joelhos e só pode dizer entre lágrimas:
- Obrigada! Muito obrigada!!
Ending (Fechamento):
Nota da autora: Uhuuuuuuuuuuu! A Lydia conseguiu!!! Aí está o fim do primeiro arco da fanfic! E que tenso, hein? Confesso que quando escrevi esse capítulo meu coração ficou aos pulos. Quando se escreve uma história, aos poucos, os personagens ganham realmente vida e em muitas vezes quando você decide algo para ele, o mesmo escolhe outro caminho ou toma outra decisão. E por incrível que parece não consegui descobrir se o Chronos iria topar ou não até ao final do capítulo! Aliás, aqui conhecemos Chronos, o Senhor do Tempo. Para quem conhece mitologia, ele não é tão fofo como foi mostrado na fanfic. But… Acho também que ele é injustiçado por muitas fontes. Também, o que seria de nós se não tivemos horas, minutos, datas e outros itens ligados ao tempo? Para saber um pouco mais sobre ele, aqui está o link: Chronos. Ao meu ver, o Senhor do Tempo parece um simples idoso, mas veste-se de maneira jovial, mesmo sendo um rabugento ^^
Na próxima semana… Sim! O Edgar estará de volta!!! Podem parar de chorar, garotas! E será um capítulo daqueles! Ah, teremos opening e ending novos e muito mais! Bem, espero vocês então! Até lá e beijos!