sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Até as últimas consequências–Capítulo XIX–Final

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)
Opening (Abertura):
Uma lenda para ser contada às futuras gerações
Sugestão de trilha:  Hakushaku to Yousei Main Theme ( Hakushaku to Yousei – OST)
As últimas horas foram cruciais para Edgar. Assim que Lydia desmaiou, foi chamado o médico da família. Feito os exames iniciais, tudo parecia dentro da normalidade.
- Ela passou por algum estresse ou algo traumatizante?
Edgar e Raven, ainda pálido e com olheiras, entreolharam-se. Os dois sentiam-se cúmplices pelas últimas horas vividas. Meio sem-jeito, o conde respondeu:
- Sim! Foi por conta de alguns assuntos complicados…
- Bem, em todos os casos, deixe-a descansar. Quando ela acordar, faça-a a alimentar-se bem. Nada como um bom repouso e logo ela estará boa. – explicou o doutor.
Mesmo depois que o médico saiu, Edgar permaneceu ao lado de Lydia, que parecia estar em meio a sonhos turbulentos.
- Fico pensando o que vocês passaram. – disse Edgar olhando para Lydia e logo depois encarou Raven.
O mordomo permanecia em pé perto da porta. Ele não conseguiu pronunciar uma só palavra, talvez porque não soubesse o que dizer.
- Raven, não está na hora de você ir descansar? – falou Edgar encarando-o.
- Mas, milord
- Raven, não tem nem mais nem menos! – enquanto ele falava, levantou-se e foi em direção ao mordomo: – Vá descansar! E só apareça na minha frente depois de dois dias! – finalizou empurrando-o com um sorriso brincalhão.
- Obrigado! – respondeu Raven,fazendo uma reverência.
Ele foi pego de surpresa com um abraço de Edgar. Afinal, eles foram uns dos poucos sobreviventes que conseguiram escapar das garras do Príncipe. O conde segurou-o pelos ombros e confessou:
- Raven, antes de ser meu mordomo, você é meu amigo e fiel aliado. Sei que você foi o único de nossa trupe que conseguiu escapar com vida. E o que você fez por mim durante todos esses anos, não tenho nem como agradecer!
- Edgar! – era a primeira vez em anos que Raven o chamava de modo tão informal. – Acredito que faria o mesmo por nós! Eu que agradeço aceitar-me como sou.
- Agora vá, Raven! Você está tão pálido que parece aquele agente funerário dos Phantomhive!
Raven entendeu e riu da piada. Sempre que tinha oportunidade, Edgar caçoava do mordomo dos Phantomhive, Sebastian Michaelis. Talvez fosse por ciúmes ou por uma pontadinha de inveja.
Assim que Raven retirou-se, ainda ele se encontrava agitado. “Será que vou conseguir dormir? Pensando bem, vou descansar só um pouco. Preciso ficar de olho na Ly…”, refletiu o conde.
Quando retirou a sobrecasaca do fraque, encontrou os brincos de ametista. Instintivamente, ele dirigiu-se até a janela, a abriu e jogou-os para longe.
Pouco depois, Tompkins apareceu perguntando se precisava de algo.
- Não, Tompkins! Você também precisa descansar. Afinal, todo mundo quer imitar o mordomo dos Phantomhive? É uma nova moda?
O mordomo riu com gosto.
Quando ele foi dar meia-volta para ir embora, Edgar o chamou:
- Pensando bem, Tompkins… Se você ver um laço vermelho amarrado na maçaneta da porta…
- Não é para incomodá-los. – completou.
Os dois sorriram cúmplices e assim Tompkins partiu.
Edgar teve um sono leve e sempre verificava como estava Lydia. Os cabelos desfeitos, trajando só as roupas de baixo e sua expressão que alternava entre a agitação e serenidade, realmente o enterneciam. Sentia que se acontecesse algo com ela, ficaria louco…
- Não! Não! Faria de tudo para tê-la de volta, sã e salva! – pegou-se pensando em voz alta.
Sugestão de trilha: Fairytale (Kalafina)
Os pequenos raios de Sol entravam atrevidos no quarto, sem serem convidados. Foi aí que Lydia abriu os olhos. Com a visão ainda enevoada, aos poucos sentiu que estava em um ambiente familiar. Olhou em volta e o quarto estava vazio. Edgar não estava lá. Percebeu que tinha o molde do seu corpo marcado no colchão. As memórias retornaram pouco a pouco. Quando ela viu a roupa dele em cima de uma das cadeiras ornamentadas, que tanto gostava, respirou aliviada e deitou-se novamente.
- Eu consegui! – pensou em voz alta. Pegou-se sorrindo, vitoriosa por passar por toda trajetória de forma destemida. De alguma forma, ela sabia que precisava passar por aquilo. Espreguiçou-se, levantou-se e foi para o outro aposento. Quando ela abriu a porta viu a banheira cheia, uma jarra para lavar os cabelos, sabonetes, essências e todos aparatos que precisava. “Vou tomar um banho mais longo da minha vida”, pensou divertindo-se. Despiou-se e entrou na banheira. Ainda sentia-se cansada, mas aquela sensação boa de missão cumprida foi mais forte.
- Obrigada! Obrigada! – ela agradecia a cada entidade que a desafiou e a ajudou a chegar até ali.
Quando começou a lavar os cabelos, escutou duas batidas leves na porta. Pensou que era Lucíola. De qualquer modo, iria dispensá-la. “Não sou mais tão criança assim, precisar de outros para coisas que eu mesma posso fazer. Ao menos por hoje…”, pensou.
- Pode entrar!
Quando a porta se abriu viu Edgar. “Mesmo de roupão, pijamas e com cabelos bagunçados, ele é um charme!”, confessou a si mesma.
- Bom-dia! Sente-se melhor? – perguntou ele com aquele sorriso de menino travesso.
- Sim! Se você soubesse como sinto-me aliviada em te ver…- respondeu ela.
Ela pegou a jarra para despejar a água sobre os cabelos, mas foi impedida por ele.
- Posso fazer isso? – indagou.
- Oras! Você irá lavar meus cabelos? – perguntou ela de forma debochada.
- Ah, Ly! O mínimo que posso fazer por você, não é?
Enquanto ele despejava a água fresca sobre os cabelos cor de caramelo dela, disse:
- Lily, queria te agradecer…
- Meu amorzinho, fiz o que você faria por mim!
Ele, tímido, respondeu:
- Tem razão.
- Quando tudo aconteceu, fiquei tão chocada e sem nenhuma possibilidade de te ajudar. Queria trazê-lo de volta à vida e quando Lugh disse que era possível, não sosseguei.
Então, ela contou com detalhes tudo que tinha acontecido. Ele escutava com tanta atenção e devoção que nem piscava os olhos.
E aí, curiosa, ela indagou:
- Mas como você descobriu sobre Ulysses?
- Estava dentro da carruagem e adormeci. Ly, parecia um resumo de tudo que iria viver aquele dia e era tão real. Mas o que ligou os pontos foram esses brincos.
Ele tirou os brincos que atirou pela janela, na noite anterior, e entregou a ela.
- Eu sonhei que os tinha comprado para você. Quando coloquei a mão dentro do bolso, fiquei perplexo. Eles estavam ali, nas minhas mãos. Portanto, não era um simples sonho. Um dos cavalos perdeu a ferradura e tivemos que parar e aí, escutei um estampido. E foi tão reflexivo, coloquei uma das mãos sobre essa ferida.
Conforme ele se mexeu, parte do seu colo ficou exposto por conta da abertura do pijama e aí ela pode ver uma pequeníssima marca que tinha ao longo do tempo cicatrizando.
- E aí, vi, do nada, a cena. – ele continuou: -  Ulysses correndo com aquele olhar alucinado, que  sempre demonstrava quando algo que ele planejava saia exatamente como queria. O mais estranho é que joguei esses brincos pela janela ontem à noite.
- Mas por quê? Eles são lindos! – perguntou ela, segurando-os entre as duas mãos que estavam em formato de concha.
- Pensei que se ficássemos com eles, iria trazer mau agouro. Eu sei, não sou tão impressionável assim. Mas diante das circunstâncias, achei melhor fazer isso. Mas o mais estranho foi agora, bem cedinho. Tompkins veio aqui ver se precisávamos de algo e aí ele me entregou os brincos. Ele disse que ontem à noite, mesmo, Marigold bateu na porta devolvendo-os.
- Marigold? Uma das mais fiéis fadas de Tytânia?
- Exatamente! O mais curioso é que ela pediu para nos avisar que o ciclo de dor acabou. Parece estúpido e meio idiota falar isso, mas as palavras dela me trouxeram um alívio absurdo.
Ela colocou os brincos, enquanto ele terminava de secar os cabelos e escová-los. Ela puxou o colarinho do seu pijama, o beijou e ele retribuiu com fervor. Foi um beijo demorado, parecia mais que uma comemoração. Agora, nada podia mais separá-los.
Ela levantou-se e ele a enrolou em uma toalha. Ela saiu da banheira e colocou os pés no tapetinho e com o olhar começou a procurar os chinelos.
- Ly, o que você está procurando?
- Os meus chinelos.
- Hum, acho que você não irá precisar…
- Não? Posso saber por quê? – perguntou ela divertindo-se.
- É que… cansei de tantas coisas nos atrapalhando, sabe? – respondeu ele com sorriso espirituoso.
- Como, por exemplo?
Ele mordeu os lábios e brincando disse:
- Sua toalha!
Ela soltou uma risada gostosa e ele a pegou no colo. Lydia ainda brincou:
- Bem, se for o caso… o seu pijama e seu roupão também estão me atrapalhando…
- Ah, sim! Então, podemos resolver isso rapidamente no próximo aposento…
- E depois?
- Depois? – ele sorriu malicioso. – Peço para o Tompkins trazer-nos o nosso café da manhã aqui. Afinal, a maçaneta está decorada com um laço vermelho.
- Ah, Raven também não irá nos atrapalhar e tem mais…- continuou ele.
-  E Aurthur…
- O que tem Aurthur? – perguntou ela apreensiva.
- Ly, ele não está aqui…
- Não? – indagou mais assustada ainda.
- Não! Tytânia o levou para passar dois dias com ela. Disse que precisávamos de um respiro.
Ela suspirou aliviada e entrou no jogo de novo:
- É verdade?
- Sim! Mas, antes de partir, nosso pequeno fez um pedido… – sussurrou enquanto a levava em direção à porta.
- E qual? – indagou curiosa.
Edgar abriu a porta, sorriu para sua fada e falou baixinho em seu ouvido:
- Papai, enquanto estiver fora, pede para mamãe encomendar um irmãozinho para mim, por favor?
Lydia riu e deu um leve tapa no seu peito:
- Seu conde diabólico!
- E daí? Sou casado com uma fada travessa…
A porta que dividia os dois aposentos fechou-se, assim como uma era de turbulências que se abateu sobre Ibrazel.
Sugestão de trilha: Youseikoku no Theme (Hakushaku to Yousei – OST)
Diz a lenda que em um determinado momento a linhagem dos Ashenbert cruzou com a dos Sylvainford, isso porque o filho de um Duque juntamente com uma fairy doctor, no Século XIX, buscou a Espada Merrow. Depois de vários perigos e testes, ele foi agraciado com o título Conde Cavaleiro Azul. Aquele que carregava esse título seria o senhor absoluto de Ibrazel, local que reunia a Nação das Fadas, a Terra dos Leprechauns e o povo Sereiano.
Muitos dizem que esta é uma  fábula para ser contada para crianças. Porém, quem passa no museu The National Gallery, em Londres, poderá ver uma obra de autoria de Paul O’Neill, que retrata, justamente, a “nova” família do Conde Cavaleiro Azul. No quadro, podemos ver à esquerda está o Conde Edgar Ashenbert, um homem alto, muito louro e de profundos olhos cor de malva acinzentados. À direita dele, está o filho mais velho, Aurthur, de mais ou menos 13 anos (na época que a pintura foi feita). O garoto louro e de olhos verdes-dourados parece amparado pelo pai. Ao centro, temos a filha do meio do casal, Julianna, que está sentada no chão com a mão esquerda apoiada no rosto. Aparenta ter entre 6 e 7 anos. Lembra muito a mãe, com os cabelos cor de caramelo, mas os olhos do pai, cor de malva acinzentados. À direita, a condessa Cavaleiro Azul, Lydia, famosa fairy doctor da época. Uma mulher doce e gentil de olhos verdes-dourados e cabelos cor de caramelo, sentada em uma majestosa poltrona cor vinho. Em seus braços o filho mais novo do casal, Edward, que é a cópia do pai, aparentava ter entre 1 e 2 anos. Apesar da família estar relativamente séria, devido ao brilho no olhar de todos os componentes, nos passa a sensação de estarem sorrindo.
Quanto à Espada Merrow, ao que parece, voltou ao mundo dos elementais. É corrente a história que após a morte de Aurthur, o último Conde Cavaleiro Azul, os líderes: Tytânia, a Senhora das Fadas; Sereia, a Rainha dos Sereianos e Lugh, O Senhor dos Leprechauns, resgataram-na para protegê-la de qualquer pessoa gananciosa ou de aventureiros que poderiam fazer dela um mau-uso.
Assim termina a lenda. Existem várias versões, como uma delas que você acabou de ler. Mas, provavelmente, seja lá qual for a versão, será uma lenda que ecoará por muito e muito tempo.
Fim!
Ending (Fechamento):
Nota da autora: Não tenho nem palavras para agradecer a todos que têm acompanhado a fanfic. Muito, muito obrigada! Foi um exercício quase que espiritual escrever essa história. Uma por tem o fandom que adoro, que é claro, Hakushaku to Yousei com meus lindos Edgar e Lydia. Dois, por ter conseguido cruzá-los nas estradas das Deusas e Deuses de vários panteões. Realizei pesquisas, coloquei os meus conhecimentos, e lógico, inspiração. Essa história teve seu rumo definido, vontade própria, assim como cada personagem. Quer algo curioso? Pensei por um momento que Edgar não iria voltar. Mas, ele decidiu voltar, assim como a permissão de todas as entidades que direcionaram a Lydia e o Raven.
Bem, essa história será postada daqui duas semanas (ou muito provavelmente após do Carnaval) no site da Nyah Fanfiction, que particularmente é um dos melhores para hospedar histórias de animes. Ah, um especial muito obrigada para Sofia Wisdom. Sofia, se cada escritor de fanfic, menina, tivesse reviews maravilhosos como seus, não tenha dúvida, que até as histórias seriam melhores e seriam postadas mais rápido. ^^
Despeço da trupe do Hakushaku to Yousei (ao menos por aqui) com coração apertado, mas confiante que consegui alcançar o público que gosta tanto deles. Ou se não conheciam, procuraram conhecer.
E o blog continua! Logo mais com novas postagens para você. Beijos e até mais!

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