domingo, 8 de agosto de 2010

Reviravolta - Parte 1

de Juliana Rizzuto

Sim, eu tinha plena consciência do que estava fazendo e acredito que ele também. Não era a primeira vez e tão pouco a última, mas por algum motivo aquele ato tinha um significado especial. Talvez por estarmos em um país distante, em uma cidade com padrões culturais tão diferentes dos nossos e que nos fez ficarmos mais juntos, mais íntimos.
Não conseguia raciocinar com as suas mãos firmes e sedentas percorrendo o meu corpo enquanto me mexia acompanhando os movimentos e o ritmo dele. A maciez dos cabelos negros e volumosos, seu sorriso sapeca e seus beijos incessantes me deixavam tão inebriada que era quase insuportável o prazer que sentia.
As luzes de neon que entravam pela janela pareciam curiosas para saberem o que acontecia naquele quarto. Em algum canto da mente algo me dizia: "esse momento é especial, é para isso que viemos para cá".
E do outro lado do mundo, algo assombroso ocorria...
Para chegarmos até aqui, precisamos voltar no tempo, digamos que um período de mais de um ano...

Percalço

São Paulo, mês de março, sexta-feira, 7:30 da manhã.
 
Estava a caminho de uma entrevista com uma senhora autora de romances infantojuvenis que havia ganhado um prêmio especial de literatura. Ela detestava atrasos, por isso, o meu objetivo era chegar antes do horário previsto, algo que Avenida Pacaembu me impedia de fazer. Lotada, não havia muitas alternativas, mas com auxílio de um serviço de uma emissora de rádio, descobri um atalho que facilitava chegar ao meu destino. 
Cruzava a rua com tranquilidade, afinal era a minha preferencial, quando fui pega de surpresa. O meu carro foi arrastado com violência e rapidez. Apenas lembro-me do pânico que senti e do barulho da freada dos pneus e o estrondo. No momento que consegui voltar à realidade fui surpreendida por uma voz masculina que vinha do outro lado da janela do passageiro.
- Você está bem?
A cabeça e o pescoço doíam e um zunido insistia no ouvido. E a voz voltou insistente a perguntar:
- Você está bem?
A minha reação foi voltar a cabeça para janela e aí o vi: um homem de estatura mediana, cabelos negros e lisos, olhos amendoados, mas com uma expressão tensa e assustada como que esperasse que a minha resposta fosse positiva.
- Acredito que sim - respondi.
- Vou chamar o resgate!
- Não precisa! Olha...vou sair do carro e...
- Moça, não se mexa!! Vou chamar o resgate!!
Nesse momento percebi que se reunia vários curiosos. Dava para perceber que ele não era o único que estava com celular ligando para a emergência.
Fui me mexendo aos pouquinhos e parecia que tudo estava em ordem. A dor era provavelmente do estresse e do susto.
Mesmo com toda essa confusão, reparei como ele era bonito. "Poxa", pensei, "acho que não foi tão mal...".
Para a sua surpresa pulei pela porta do passageiro para fora do carro.
- Moça, a senhora não pode ficar se mexendo assim...vai saber se quebrou algum braço.
- Ah, não! Acho que foi mais um susto.
- Olha, realmente não a vi, estou atrasado para reunião com um cliente importante e entrei sem ver.
- Foi o que percebi, disse irônica.
- Moça, eu fui errado na história. Vou pagar os estragos.
- É bom mesmo... caramba, há menos de um mês que comprei o carro!
- Mil desculpas! Olha, vamos fazer um boletim de ocorrência e vou chamar o seguro.
Não sabia muito bem o que responder, mas não tinha outra alternativa.
Na delegacia, ele disse:
- Mil perdões...nunca pensei que fosse prejudicar alguém hoje... poxa... não tenho como se desculpar.
- Bem, essas coisas acontecem. Eu mesmo já cometi deslizes. Uma vez em um dia de chuva, quando voltava de uma entrevista, assustei-me com um motoboy que seguia muito perto do meu carro. Não sei o que me deu, acelerei. Logo à frente, deparei com uma rotatória e não a fiz, acabei me chocando com um veículo de uma mulher que falava ao celular...e o que pior...ainda era aniversário dela.
Ele riu e disse:
- Pelo jeito não sou o único azarado.
- Mas acho que você não reparou um detalhe...
- Qual?, ele disse.
- Acho que má educação  não se apresentar, disse sorrindo timidamente. - Bem, meu nome é Catharina.
- É verdade - respondeu concordando com a cabeça. Ele estendeu a mão e disse: - Prazer, ou melhor, não sei se é um prazer...meu nome é Giovanni.
Conversando, descobri que ele era proprietário de uma editora de revistas de saúde e medicina. O cliente importante era o presidente de uma indústria de medicamentos genéricos.
- Você é jornalista?, perguntei.
- Digamos que sou um jornalista frustado , confessou com um sorriso amarelo – Sou um daqueles exemplos onde toda família é preparada para assumir a empresa criada pelo patrono... e como sou o filho mais velho, sobrou a responsabilidade em minhas costas. Formei-me em Administração, mas na verdade, queria ter cursado Jornalismo.
Conversamos por horas, mas o que importava? O tempo passou mais rápido e óbvio cada um perdeu seu compromisso. Porém, só pelo simples fato da conversa fluir, já era um bom motivo de continuar na companhia dele. 
Com boletim feito, ele entrou em contato com a seguradora. Trocamos os telefones e quando íamos nos despedindo...
- Aceita tomar um café? Comer alguma coisa?
- Não obrigada, disse.
- Por favor, Catharina. Pelo menos me deixe sentir menos culpado.
- Tudo bem, e dei de ombros. Afinal, não tinha mais do que esperar. Só o carro ser consertado.

Reviravolta - Parte 1

de Juliana Rizzuto

Sim, eu tinha plena consciência do que estava fazendo e acredito que ele também. Não era a primeira vez e tão pouco a última, mas por algum motivo aquele ato tinha um significado especial. Talvez por estarmos em um país distante, em uma cidade com padrões culturais tão diferentes dos nossos e que nos fez ficarmos mais juntos, mais íntimos.
Não conseguia raciocinar com as suas mãos firmes e sedentas percorrendo o meu corpo enquanto me mexia acompanhando os movimentos e o ritmo dele. A maciez dos cabelos negros e volumosos, seu sorriso sapeca e seus beijos incessantes me deixavam tão inebriada que era quase insuportável o prazer que sentia.
As luzes de neon que entravam pela janela pareciam curiosas para saberem o que acontecia naquele quarto. Em algum canto da mente algo me dizia: "esse momento é especial, é para isso que viemos para cá".
E do outro lado do mundo, algo assombroso ocorria...
Para chegarmos até aqui, precisamos voltar no tempo, digamos que um período de mais de um ano...

Percalço

São Paulo, mês de março, sexta-feira, 7:30 da manhã.
 
Estava a caminho de uma entrevista com uma senhora autora de romances infantojuvenis que havia ganhado um prêmio especial de literatura. Ela detestava atrasos, por isso, o meu objetivo era chegar antes do horário previsto, algo que Avenida Pacaembu me impedia de fazer. Lotada, não havia muitas alternativas, mas com auxílio de um serviço de uma emissora de rádio, descobri um atalho que facilitava chegar ao meu destino. 
Cruzava a rua com tranquilidade, afinal era a minha preferencial, quando fui pega de surpresa. O meu carro foi arrastado com violência e rapidez. Apenas lembro-me do pânico que senti e do barulho da freada dos pneus e o estrondo. No momento que consegui voltar à realidade fui surpreendida por uma voz masculina que vinha do outro lado da janela do passageiro.
- Você está bem?
A cabeça e o pescoço doíam e um zunido insistia no ouvido. E a voz voltou insistente a perguntar:
- Você está bem?
A minha reação foi voltar a cabeça para janela e aí o vi: um homem de estatura mediana, cabelos negros e lisos, olhos amendoados, mas com uma expressão tensa e assustada como que esperasse que a minha resposta fosse positiva.
- Acredito que sim - respondi.
- Vou chamar o resgate!
- Não precisa! Olha...vou sair do carro e...
- Moça, não se mexa!! Vou chamar o resgate!!
Nesse momento percebi que se reunia vários curiosos. Dava para perceber que ele não era o único que estava com celular ligando para a emergência.
Fui me mexendo aos pouquinhos e parecia que tudo estava em ordem. A dor era provavelmente do estresse e do susto.
Mesmo com toda essa confusão, reparei como ele era bonito. "Poxa", pensei, "acho que não foi tão mal...".
Para a sua surpresa pulei pela porta do passageiro para fora do carro.
- Moça, a senhora não pode ficar se mexendo assim...vai saber se quebrou algum braço.
- Ah, não! Acho que foi mais um susto.
- Olha, realmente não a vi, estou atrasado para reunião com um cliente importante e entrei sem ver.
- Foi o que percebi, disse irônica.
- Moça, eu fui errado na história. Vou pagar os estragos.
- É bom mesmo... caramba, há menos de um mês que comprei o carro!
- Mil desculpas! Olha, vamos fazer um boletim de ocorrência e vou chamar o seguro.
Não sabia muito bem o que responder, mas não tinha outra alternativa.
Na delegacia, ele disse:
- Mil perdões...nunca pensei que fosse prejudicar alguém hoje... poxa... não tenho como se desculpar.
- Bem, essas coisas acontecem. Eu mesmo já cometi deslizes. Uma vez em um dia de chuva, quando voltava de uma entrevista, assustei-me com um motoboy que seguia muito perto do meu carro. Não sei o que me deu, acelerei. Logo à frente, deparei com uma rotatória e não a fiz, acabei me chocando com um veículo de uma mulher que falava ao celular...e o que pior...ainda era aniversário dela.
Ele riu e disse:
- Pelo jeito não sou o único azarado.
- Mas acho que você não reparou um detalhe...
- Qual?, ele disse.
- Acho que má educação  não se apresentar, disse sorrindo timidamente. - Bem, meu nome é Catharina.
- É verdade - respondeu concordando com a cabeça. Ele estendeu a mão e disse: - Prazer, ou melhor, não sei se é um prazer...meu nome é Giovanni.
Conversando, descobri que ele era proprietário de uma editora de revistas de saúde e medicina. O cliente importante era o presidente de uma indústria de medicamentos genéricos.
- Você é jornalista?, perguntei.
- Digamos que sou um jornalista frustado , confessou com um sorriso amarelo – Sou um daqueles exemplos onde toda família é preparada para assumir a empresa criada pelo patrono... e como sou o filho mais velho, sobrou a responsabilidade em minhas costas. Formei-me em Administração, mas na verdade, queria ter cursado Jornalismo.
Conversamos por horas, mas o que importava? O tempo passou mais rápido e óbvio cada um perdeu seu compromisso. Porém, só pelo simples fato da conversa fluir, já era um bom motivo de continuar na companhia dele. 
Com boletim feito, ele entrou em contato com a seguradora. Trocamos os telefones e quando íamos nos despedindo...
- Aceita tomar um café? Comer alguma coisa?
- Não obrigada, disse.
- Por favor, Catharina. Pelo menos me deixe sentir menos culpado.
- Tudo bem, e dei de ombros. Afinal, não tinha mais do que esperar. Só o carro ser consertado.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Invasão Anime

Quem diria que quando adulta iria me render a esse mundo fantástico chamado Anime... Pois é, acho que todo mundo já se apaixonou por algum deles, mesmo que não tenha percebido.
Aliás, a grande responsável, ou melhor, a hostess desse caminho tem nome... é a Beatriz, minha sobrinha, mais conhecida por Bia.

Não, anime não é um doce, uma pessoa e muito menos, uma iguaria da cozinha japonesa. Apesar de vir da mesma localidade.
Anime, no Japão, significa qualquer desenho animado e nós ocidentais completamos: qualquer desenho animado que venha do Japão.

Como ele surgiu? Lá trás, quando o Estados Unidos ocupava o Japão, no finalzinho da Segunda Guerra Mundial, aquele povo teve os primeiros contatos com a cultura pop americana. Muitas vezes, havia até contrabando de desenhos animados do Walt Disney. Mas aqui, tivemos três pioneiros: Osamu Tezuka (que vou falar mais para frente), Shotaro Ishinomori e Leiji Matsumoto. Eles reinventaram trazendo aos personagens olhos geralmente grandes, arredondados, cheios de muito brilho e com cores chamativas para dar mais expressão às emoções..

Aliás, muitos dos animes vem dos quadrinhos japoneses, os mangás. Aliás, os mangás são (pasmem) um gênero da literatura japonesa. As suas raízes vem do século VIII d.C.
Os mangás diferem pelo seu público-alvo. Por exemplo:os Shounen são garotos adolescentes, cheios de lutas, ação e as histórias de pano de fundo traz temas como amizade e a lealdade. Já os Shoujo são para as garotas, com histórias cheias de sensibilidade e romance. Gekigá são para os adultos, que envolvem mais drama. Para os homens, temos os seinen e para as mulheres, os josei. Os mais fortes, digamos assim, os mais eróticos são os hentai.

O mangá tem um jeito esquisito de se ler (pelo menos, aos ocidentais). Os quadrinhos devem ser lidos de trás para frente, ou seja da última página para primeira e acompanhar os quadradinhos da direita para esquerda, assim como os balões dos dialógos.


No momento, estou com “A princesa e o cavaleiro”, cujo o nome original em japonês é Ribbon no Kishi, ou literalmente, A Princesa Cavaleiro. O criador foi Osamu Tezuka. Esse senhorzinho foi um Walt Disney japonês. A história é mais ou menos a seguinte: para saber se você nasceria menino ou menina, a criança precisava entrar em uma fila antes de nascer e assim Deus daria um coração, onde azul determinava que você seria um menino e rosa, uma menina. Uma travessura do anjinho Ching fez com que a Princesa Safiri nascesse com dois corações (um azul e um rosa). Como castigo, o anjinho deve descer a Terra junto com Safiri recuperar o coração azul. Mas a Princesa Safiri também vive um dilema...Nascida na Terra de Prata, a garota precisa se passar por Princípe para que seus pais não sejam mortos. Já que naquele país, só subiria ao trono, um homem.

Os seus arquiinimigos são Duque Duralumínio, o seu ajudante narigudo Nylon, Satã e Madame Inferno. A garota fica dividida entre o amor do princípe Franz, da Terra do Ouro e o Capitão Blood. Ah,sim...e à noite, ainda a garota assume a personalidade do Vingador Mascarado. Não, galera...ela não era esquizofrênica, coitada. Talvez, ela esteja mais para uma garota idealista ou indecisa. O bacana que os personagens com honra e bons recebem nomes de pedras preciosas e os vilões recebem nomes com substâncias produzidas por meio químico.

Lembro-me que assistia pela Record os episódios desse desenho. Tanto que me identificava com o jeito moleque, divertido e justiceiro. Hahaha, é... eu gostava de anime e nem sabia...

O mesmo aconteceu com meu irmão, o Jorginho... Quando a Bia perguntou, qual era o desenho que ele mais gostava quando pequeno, ele respondeu sem pestanejar: Speed Racer...Isso aí, e não é que Speed Racer é um anime? Assim como Astro Boy, Sailor Moon, Don Drácula, Crying Freeman (esse virou até um filme bem ruinzinho com astro das artes marciais...hahaha, até parece... Mark Dacascos), Cavaleiros do Zodíaco, e por aí vai...

Um dos mais modernos que mais me impressionou foi Death Note, hoje exibido pelo canal fechado Animax. A história é mais ou menos assim: Light Yagami é um daqueles estudantes brilhantes, mas leva uma vida que é um tédio...um dia um estranho caderno vai parar na sua mão, Death Note. O caderno tem o poder mágico de quando se escreve nele o nome de alguém, essa pessoa morre. A princípio, Light acha uma brincadeira de mau-gosto, mas ele faz o teste e... e não é que funciona? O garoto, então, começa a usá-lo como uma arma para matar criminosos. Aí, a polícia achando superestranho, uma onda de assassinatos desses bandidos procura investigar e aí chama um dos detetives mais inteligentes do mundo, L. O cara é fera e vai ser o grande antagonista de Light, que entre a galera, é conhecido como Kira, uma corruptela de Killer, ou traduzindo melhor: Assassino.

Com traços realistas, escuros e sómbrios, é um anime que te prende atenção do começo ao fim. Curiosidade: L vive de doces... doces, porque o coitado não dorme e ele precisa de açúcar para deixá-lo “esperto”. E olha que bacana...ele não engorda, porque todo essa reserva de energia vai para seu cérebro que funciona, literalmente 24 horas por dia.

É... essa vida de Otaku, viu? É dose!! Ops, não falei besteira! Você não sabe o que é Otaku? Ok, vou explicar...Otaku é toda galera que curte ou é fanática por determinado ramo: seja anime, esportes, comida, mangás...Esse termo que é tão usado no Japão, aqui ganhou status entre pessoal que curte essa parte da cultura japonesa: animes e mangás. E daí que sai a turma dos Cosplayers... Caramba! Não sabe o que é Cosplayer?
Cosplay é uma abreviação de costume play, ou seja é aquele que gosta de disfarçar ou se fantasiar de seu personagem preferido. Aqui começou com turma do Guerra nas Estrelas e o Jornada nas Estrelas, lá pelos fins dos anos 70 e começo dos 80. Hoje, há convenções de cosplayers, onde muita gente leva tão a sério que há concursos envolvendo patrocinadores e tudo mais.

Um das características dos cosplayers é o famoso DIY, ou seja, Do it yourself, faça você mesmo! Muitos costuram suas próprias roupas ou providencia materiais para confecção de suas roupas. E a Bia é uma dessas! Curte mesmo: é Otaku até a alma! Uma das suas últimas incursões foi entre as bonequinhas do Raizon Maiden. Elas lutam entre si, e com poderes mágicos.

Ah, tá...esqueci de falar de Naruto,né? Mas caramba, gente, ele é tão falado que já cansou...isso eu deixo para narutos!

Como você percebeu os mangás e animes caminham juntos, tudo com perspectiva diferente e fascinante para nós, ocidentais: com traços estilizados e histórias que envolvem romance, misticismo, filosofia, lendas do povo japonês e vida diária. E a coisa é tão popularizada no Japão, que é normal você topar com alguém fazendo um cosplay em plena luz do dia. Isso é cultura pop, sem precisar do envolvimento da Coca-cola e hambúrguer XD.

Invasão Anime

Quem diria que quando adulta iria me render a esse mundo fantástico chamado Anime... Pois é, acho que todo mundo já se apaixonou por algum deles, mesmo que não tenha percebido.
Aliás, a grande responsável, ou melhor, a hostess desse caminho tem nome... é a Beatriz, minha sobrinha, mais conhecida por Bia.

Não, anime não é um doce, uma pessoa e muito menos, uma iguaria da cozinha japonesa. Apesar de vir da mesma localidade.
Anime, no Japão, significa qualquer desenho animado e nós ocidentais completamos: qualquer desenho animado que venha do Japão.

Como ele surgiu? Lá trás, quando o Estados Unidos ocupava o Japão, no finalzinho da Segunda Guerra Mundial, aquele povo teve os primeiros contatos com a cultura pop americana. Muitas vezes, havia até contrabando de desenhos animados do Walt Disney. Mas aqui, tivemos três pioneiros: Osamu Tezuka (que vou falar mais para frente), Shotaro Ishinomori e Leiji Matsumoto. Eles reinventaram trazendo aos personagens olhos geralmente grandes, arredondados, cheios de muito brilho e com cores chamativas para dar mais expressão às emoções..

Aliás, muitos dos animes vem dos quadrinhos japoneses, os mangás. Aliás, os mangás são (pasmem) um gênero da literatura japonesa. As suas raízes vem do século VIII d.C.
Os mangás diferem pelo seu público-alvo. Por exemplo:os Shounen são garotos adolescentes, cheios de lutas, ação e as histórias de pano de fundo traz temas como amizade e a lealdade. Já os Shoujo são para as garotas, com histórias cheias de sensibilidade e romance. Gekigá são para os adultos, que envolvem mais drama. Para os homens, temos os seinen e para as mulheres, os josei. Os mais fortes, digamos assim, os mais eróticos são os hentai.

O mangá tem um jeito esquisito de se ler (pelo menos, aos ocidentais). Os quadrinhos devem ser lidos de trás para frente, ou seja da última página para primeira e acompanhar os quadradinhos da direita para esquerda, assim como os balões dos dialógos.


No momento, estou com “A princesa e o cavaleiro”, cujo o nome original em japonês é Ribbon no Kishi, ou literalmente, A Princesa Cavaleiro. O criador foi Osamu Tezuka. Esse senhorzinho foi um Walt Disney japonês. A história é mais ou menos a seguinte: para saber se você nasceria menino ou menina, a criança precisava entrar em uma fila antes de nascer e assim Deus daria um coração, onde azul determinava que você seria um menino e rosa, uma menina. Uma travessura do anjinho Ching fez com que a Princesa Safiri nascesse com dois corações (um azul e um rosa). Como castigo, o anjinho deve descer a Terra junto com Safiri recuperar o coração azul. Mas a Princesa Safiri também vive um dilema...Nascida na Terra de Prata, a garota precisa se passar por Princípe para que seus pais não sejam mortos. Já que naquele país, só subiria ao trono, um homem.

Os seus arquiinimigos são Duque Duralumínio, o seu ajudante narigudo Nylon, Satã e Madame Inferno. A garota fica dividida entre o amor do princípe Franz, da Terra do Ouro e o Capitão Blood. Ah,sim...e à noite, ainda a garota assume a personalidade do Vingador Mascarado. Não, galera...ela não era esquizofrênica, coitada. Talvez, ela esteja mais para uma garota idealista ou indecisa. O bacana que os personagens com honra e bons recebem nomes de pedras preciosas e os vilões recebem nomes com substâncias produzidas por meio químico.

Lembro-me que assistia pela Record os episódios desse desenho. Tanto que me identificava com o jeito moleque, divertido e justiceiro. Hahaha, é... eu gostava de anime e nem sabia...

O mesmo aconteceu com meu irmão, o Jorginho... Quando a Bia perguntou, qual era o desenho que ele mais gostava quando pequeno, ele respondeu sem pestanejar: Speed Racer...Isso aí, e não é que Speed Racer é um anime? Assim como Astro Boy, Sailor Moon, Don Drácula, Crying Freeman (esse virou até um filme bem ruinzinho com astro das artes marciais...hahaha, até parece... Mark Dacascos), Cavaleiros do Zodíaco, e por aí vai...

Um dos mais modernos que mais me impressionou foi Death Note, hoje exibido pelo canal fechado Animax. A história é mais ou menos assim: Light Yagami é um daqueles estudantes brilhantes, mas leva uma vida que é um tédio...um dia um estranho caderno vai parar na sua mão, Death Note. O caderno tem o poder mágico de quando se escreve nele o nome de alguém, essa pessoa morre. A princípio, Light acha uma brincadeira de mau-gosto, mas ele faz o teste e... e não é que funciona? O garoto, então, começa a usá-lo como uma arma para matar criminosos. Aí, a polícia achando superestranho, uma onda de assassinatos desses bandidos procura investigar e aí chama um dos detetives mais inteligentes do mundo, L. O cara é fera e vai ser o grande antagonista de Light, que entre a galera, é conhecido como Kira, uma corruptela de Killer, ou traduzindo melhor: Assassino.

Com traços realistas, escuros e sómbrios, é um anime que te prende atenção do começo ao fim. Curiosidade: L vive de doces... doces, porque o coitado não dorme e ele precisa de açúcar para deixá-lo “esperto”. E olha que bacana...ele não engorda, porque todo essa reserva de energia vai para seu cérebro que funciona, literalmente 24 horas por dia.

É... essa vida de Otaku, viu? É dose!! Ops, não falei besteira! Você não sabe o que é Otaku? Ok, vou explicar...Otaku é toda galera que curte ou é fanática por determinado ramo: seja anime, esportes, comida, mangás...Esse termo que é tão usado no Japão, aqui ganhou status entre pessoal que curte essa parte da cultura japonesa: animes e mangás. E daí que sai a turma dos Cosplayers... Caramba! Não sabe o que é Cosplayer?
Cosplay é uma abreviação de costume play, ou seja é aquele que gosta de disfarçar ou se fantasiar de seu personagem preferido. Aqui começou com turma do Guerra nas Estrelas e o Jornada nas Estrelas, lá pelos fins dos anos 70 e começo dos 80. Hoje, há convenções de cosplayers, onde muita gente leva tão a sério que há concursos envolvendo patrocinadores e tudo mais.

Um das características dos cosplayers é o famoso DIY, ou seja, Do it yourself, faça você mesmo! Muitos costuram suas próprias roupas ou providencia materiais para confecção de suas roupas. E a Bia é uma dessas! Curte mesmo: é Otaku até a alma! Uma das suas últimas incursões foi entre as bonequinhas do Raizon Maiden. Elas lutam entre si, e com poderes mágicos.

Ah, tá...esqueci de falar de Naruto,né? Mas caramba, gente, ele é tão falado que já cansou...isso eu deixo para narutos!

Como você percebeu os mangás e animes caminham juntos, tudo com perspectiva diferente e fascinante para nós, ocidentais: com traços estilizados e histórias que envolvem romance, misticismo, filosofia, lendas do povo japonês e vida diária. E a coisa é tão popularizada no Japão, que é normal você topar com alguém fazendo um cosplay em plena luz do dia. Isso é cultura pop, sem precisar do envolvimento da Coca-cola e hambúrguer XD.

Voltei,viu?

Caramba! Primeiro post de 2010 ! Aeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!

E vamos que vamos, que já é Carnaval ( e aí, sim, o ano começa para valer!!). Até que enfim!!

Voltei,viu?

Caramba! Primeiro post de 2010 ! Aeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!

E vamos que vamos, que já é Carnaval ( e aí, sim, o ano começa para valer!!). Até que enfim!!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A Guerra que nós não sabíamos

Esqueça tudo que você assistiu em “Full Metal Jacket”, “Apocalyse Now”,”Platoon” e “O Resgate do Soldado Ryan”, todos eles são mentirosos quando contam a história, pelo menos para Quentin Tarantino. Aliás..ela foi bem outra: Hitler não se suicidou, existiam espiãs alemãs trabalhando para os aliados e lógico...um bando de maluco judeus americanos botando pra quebrar tanto na cabeça como no corpo dos nazistas....



Esse é “Bastardos Inglórios”, o mais maduro e brilhante filme de Quentin Tarantino. A sinopse é mais ou menos, a seguinte: Durante a Segunda Guerra Mundial, o tenente Aldo Raine (interpretado com maestria pelo Brad Pitt) organiza um grupo de soldados judeus, denominados “Os Bastardos” para exterminar os nazista. Mas, os aliados tem ainda planos maiores para os bastardos... e para isso, contarão com a ajuda da espiã Bridget Von Hammersmark (Diane Kruger), uma famosa e influente atriz alemã que possui boas relações com a turma do Terceiro Reich. Enquanto isso, Shosanna Dreyfus ( na pele de atriz francesa Mélaine Laurent) terá a sua vingança, pois a jovem viu a sua família ter sido exterminada a mando do coronel nazista Hans Landa (o arrepiante Christoph Waltz).


Confesso que esperava mais sangue, como acontece em “Kill Bill”Vol I e II e o inebriante “Pulp Fiction”, mas o maledeto Tarantino traz um elemento que até então não tinha aparecido em definitivo em seus filmes, o suspense. E não digo o suspense simples e propriamente dito. É daquele enquanto a cena se desenrola e fica mais tensa, seu coração bate cada vez mais rápido. Quer um exemplo? Veja quando Bridget se encontra em um taverna com alguns dos Bastardos e um nazista fica realmente desconfiado depois que ouve o sotaque de um deles... Ou mesmo, quando o coronel Landa convida Shoshanna a saborear strudels com creme.


As câmeras pegam fogo realmente quando têm os festivais de metralhadoras e balas que é já tradicional no filmes do Tarantino. E lógico, a figura sempre traz referências de tudo que ele gosta. Vai aqui algumas delas:
Para começar Shoshanna de Mélaine Laurente, lembra e muito algumas das heroínas do diretor francês François Truffaut. Repare nas calças com bocas largas e um pouco curtas, com botinhas de saltos pequenos e o boné escondendo seus longos cabelos louros...Isso não te lembra a Catherine de Jules et Jim?


Brad Pitt está maravilhoso, aliás, ele nunca esteve tão bem desde “Clube da Luta”. O seu Aldo tem um sotaque texano e mistura Marlon Brandon em “Poderoso Chefão” e John Wayne. E aquele bigodinho sem-vergonha? Hahahaha ! Ele está demais.


Lembra do diretor do assustador “O Alburgue”? Pois é, Eli Roth é Donny, ou mais conhecido como o “Urso Judeu”. O cara acaba com a cabeça dos nazistas, literalmente, com seu taco de beisebol. E Roth? Bem, além de achá-lo um gato(!!), o cara traz um toque de gangster para os Bastardos. Vejam a cena do cinema e depois veja se não concorda comigo.


E Christopher Waltz...bem... E nunca vi um vilão tão classudo, educado e maledeto como coronel Hans Landa. Waltz aparece no filme falando quatro línguas fluentemente. Seus gestos, expressões e a voz mansa dificilmente sairá de sua memória por um bom tempo. O cara é espetacular e aí você se pergunta: Por ele andou todo esse tempo?


Por essas razões e outras (que só assistindo mesmo para conferir) é que “Bastardos Inglórios” já se tornou o filme de guerra do ano e por que não dizer, da década.