Nota
de abertura: Mil perdões pelo atraso. Foi um capítulo
especialmente trabalhoso, e por isso me tomou mais tempo do que normal. Também
outras coisas fora do comum me tomaram tempo L Mas, estou de volta! ^^ E ah! Temos Raven
lutando!! Bora para história?
Era a entrada do Grande Império Britânico. O porto onde pessoas embarcavam do todo mundo, cheio de navios que subiam e desciam o rio Tâmisa. Com o tempo nublado e sem vento, a poluição tomou Londres que parecia ter um gigante negro no céu. Inabalável, engoliu a riqueza imensa construída pelos assentos coloniais. Passando por armazéns de tijolos vermelhos e carruagens usadas para transporte e carga empilhada, Lydia usou o tempo para imaginar se poderia ver a enorme forma de um Fogman, que utilizava o nevoeiro para engolir a cidade.
Eventualmente, a carruagem
parou em um cais. De lá, tomaram um barco a remo que atravessou a superfície do
rio, desviando de uma série de navios ancorados ali. E, então, Graham levou
Edgar para um desses navios com um grande velejador. Enquanto eles seguiam, ele
foi cercado por um grupo de homens altos e musculosos que o olhavam com
hostilidade, o que se assemelhava estar cercado por uma alcateia.
No entanto, Edgar não mudou
a sua expressão. Em vez disso, ele os encarou com um olhar irritado, isso fez
com que os lobos pudessem sentir a presença de um leão dentro de corpo jovem e
delgado do rapaz, e os fez encolher. Foi uma impressão diferente de quando se
mostrou cortês e sagaz para as pessoas da alta classe como Graham a fim de
encantá-los, porém a sua presença instintiva na frente deles, fez com que Lydia
voltasse a ficar nervosa.
Edgar estava tentando salvar
Lydia, no entanto, ele era um homem que sempre tinha uma qualidade escondida
dentro de si, que ela não conseguia ver. Mesmo assim, Lydia não conseguiu odiar
esse lado perigoso de Edgar e sentiu que o perdoaria mesmo que fosse colocada à
prova. Ela também viu a sua tristeza, e por isso mesmo não conseguia odiá-lo.
Ela teve uma leve sensação
sobre algo. Que Edgar estivesse planejando alguma coisa dentro de sua mente sob
a sua máscara. Mesmo que seu motivo de entrar no território inimigo sozinho
fosse salvar Lydia, certamente, ele não sairia apenas com isso.
No final, seja qual for a situação impossivelmente perigosa, ele usaria qualquer coisa que estivesse a seu alcance. Mas, agora, Lydia desistiu e pensou que ele poderia fazer o que quisesse. Uma vez que, por mais que estivesse farta e zangada com ele, não conseguia se irritar e detestá-lo.
No final, seja qual for a situação impossivelmente perigosa, ele usaria qualquer coisa que estivesse a seu alcance. Mas, agora, Lydia desistiu e pensou que ele poderia fazer o que quisesse. Uma vez que, por mais que estivesse farta e zangada com ele, não conseguia se irritar e detestá-lo.
Graham tinha poucos homens,
que não pareciam marinheiros, mas mais como guarda-costas, que seguiam com ele
enquanto desciam uma escada iluminada através dos compartimentos do navio.
Finalmente, chegaram. Ele
abriu uma porta para um quarto fortemente protegido e entrou apenas com Edgar.
― Então, onde está a minha
joia?
Lydia sentou-se e ficou
vermelha por ele dizer palavras profundamente embaraçosas.
― Atrás desta porta.
Graham apontou para uma
porta que se localizava ao fundo da sala. Ela imaginava que seu corpo estava
jogado em um local sujo e escuro e ficou surpresa ao saber que a mantinham em
um quarto de verdade. Edgar correu para a porta, e quando tentou girar a
maçaneta percebeu que estava trancada.
― Onde está a chave?
Quando ele fez a pergunta,
constatou que uma presença incomum e atormentadora atrás dele. Virou lentamente
e com cautela. Lydia conseguiu vislumbrar Graham apontando uma pistola para
Edgar.
― Lord Graham, o que significa isso? – indagou Edgar em um tom
indiferente, como que esperasse por isso.
― My lord, gostaria de que você não me subestimasse. Ouvi dizer que
foi você que estava tentando roubar as minhas fortunas usando uma série de
nomes falsos.
― Você tem evidência de tal
coisa?
― Rosalie me disse. Foi que
aproveitou meu hotel, e, além disso, estava soldando secretamente sobre mim. Eu
ouvi. O que você está procurando?
― Rosalie... Entendo. Logo,
você carregou uma jovem que estava pedindo ajuda a você para um navio comercial
de escravos. Assim como planejou desde o início, faria parecer que ela era
única que usou e secou a fortuna da família Worpole e desapareceu com um dos homens
que ela estava financiando.
“Por que alguém poderia fazer tal coisa? Apenas por amor ao dinheiro? E
as duas sobrinhas que ele deveria proteger?”.
Dóris também devia estar em
algum lugar escuro agora e lamentar por si mesma. Até mesmo Rosalie, de forte
vontade, certamente deveria estar assustada. Mas, não havia nada que Lydia
pudesse fazer. Ela estava lutando contra a sensação atormentadora como seu
pequeno ser poderia desaparecer lentamente e sentia que chegava ao seu limite,
apenas queria ficar consciente e continuar a respirar.
― Lord Conde, parece que você sabe além da conta. Irei mergulhá-lo no
Oceano Atlântico. Dessa forma, seu corpo jamais será encontrado.
Com a pistola apontada para
Edgar, Graham colocou o dedo no gatilho.
― Lydia, perdoe-me.
De repente, ele pediu
desculpas, mas ela não sabia que queria dizer. No entanto, naquele momento,
Edgar já havia jogado a garrafa no ar.
“Eu disse que tudo bem em me abandonar. Mas, isso!”.
Ela esperava ser esmagada
contra a parede. Mas, Lydia foi pega por um corpo de pelos macios.
― Nico!
Ela não teve tempo para
relaxar, pois seu corpo se encolhia por causa do disparo dos tiros. Uma lâmpada
do teto foi quebrada. Quando olhou para verificar o que era, ela viu Edgar
dando uma gravata em Graham brigando com ele para tentar tirar sua arma. Mais uma
vez, outra bala foi disparada.
Com certeza, os homens que
ouviram o som vieram para sala imediatamente. Nico apertou a garrafa em seus
braços e se escondeu debaixo de uma mesa.
― Nico, Edgar vai ser morto!
― O que você quer que faça?
― Bem, isso é verdade,
mas...
Ela viu que um dos homens
maciços e corpulentos envolveu seus sólidos braços ao redor do pescoço de Edgar
para afastá-lo de Graham. Durante essa luta, de repente, o corpo do homem
pendeu para trás e logo depois caiu. Uma figura sombria cruzou rapidamente na
frente da mesa de Lydia e Nico estavam escondidos. Um machado cortou o ar e
derrubou a pistola das mãos de Graham. A sombra não parou e passou a atacar
outro de seus homens.
Era Raven. Quando seu corpo,
esbelto e frágil à primeira vista, passou pelos guarda-costas altos e pesados
fez com que eles caíssem de forma débil no chão sem soltar um grunhido. Por
outro lado, Graham pegou uma faca de um dos seus homens caídos e virou-se para
enterrá-la em Edgar, que estava de joelhos prestes a se levantar.
― Lord Edgar!
No momento em que Raven
ficou perturbado com isso, um dos homens de Graham saltou sobre ele por trás.
Entretanto, Raven revidou com a perna em um movimento semicircular para atacar
o homem com o pé. O enorme corpo do homem voltou a atravessar a porta e fez um
som explosivo quando ele bateu no chão.
― Nico, corra e faça com que
Lydia retorne ao corpo dela!
Em resposta à voz de Edgar,
Nico entrou no quarto através da porta quebrada. No cômodo, em uma cama
simples, Lydia encontrou seu corpo deitado de costas. Nico correu para o corpo
e logo depois abriu a garrafa. A mente de Lydia apagou.
O tempo que passou devia ser
curto, pois o corpo e alma se fundiram um ao outro. Lydia ouviu o barulho de alguém
caindo morto perto dela e, lentamente, abriu os olhos. Ela percebeu que seu corpo podia
se mover e pensar, isso a deixou relaxada e um pouco aliviada. Ergueu a parte
superior do corpo para sentar-se.
No quarto onde o chão estava
coberto por coisas quebradas e os homens de Graham estavam inconscientes por
todo lado, apenas três se sustentavam em pé. Raven estava atrás de Graham
com uma pistola apontada para suas costas e Edgar estava na frente segurando
fortemente sua camisa, mas quando ele percebeu que Lydia despertou, soltou o
inimigo.
― Lydia, você voltou para
seu corpo?
Ele lhe deu um sorriso
inocente e infantil que veio como um sentimento quase doloroso e estranho para
Lydia. Ela ficou bastante tímida e envergonhada e desviou os olhos dele. Viu o
gato-fada em cima do seu colo e quando se sentiu aliviada pegou Nico em seus
braços.
― Nico, obrigado...
― Oh, não foi por nada.
Lydia, chega. Você vai desarrumar meus pelos.
Nico não gostava de ser
tocado e manipulado como um gato. Não havia nenhuma razão em um cavalheiro
respeitável para ser embalado e alimentado como um animal de estimação. Mesmo
assim, Lydia não sabia como agir se deixasse Nico, e não se importou com ele se
retorcendo em seus braços para sair.
― Você sabe. Nesse tipo de
situação, normalmente, você não pularia em meus braços? – disse Edgar enquanto
penteava seus cabelos louros de um jeito frustrado.
Provavelmente, agora, Lydia
tinha o sentimento irresistível de querer fazer isso, mas seria uma atitude tão
embaraçosa para ela, por isso, não sabia o que fazer.
― Seria muito perigoso ficar
nos braços de alguém como você.
Raven lhe dissera que seria
seguro, mas não podia acreditar nele. Por enquanto, ela não poderia ser capaz
de dar uma bofetada se fosse necessário.
Em sua cabeça, ela se
perguntava se ele era, de fato, como disse Raven, e mesmo se Edgar dissesse
coisas para obter favor de outras pessoas, na verdade, ele não a via como uma
mulher de interesse. “Não me importo com
isso”, ela negou para si mesma. Ela não estava mais sozinha
agora.
― ... Mas, agradeço
sinceramente o fato de você me ter ajudado. Obrigada...
Por um breve momento, Edgar
inclinou a cabeça para ela para inspecionar seu rosto.
― Seu rosto está um pouco
vermelho. Você se sente bem?
― Eu estou bem!
Em uma tentativa de desviar
seus olhos dele, ela levantou no Nico, o que fez Nico e Edgar se entreolharem,
o gato-fada soltou um uivo irritado bem baixo. Entre uma expressão severa e um
sorriso, Edgar se afastou de Lydia e Nico, e mais uma vez voltou-se para Graham
a fim de encará-lo.
― Ei, você acha que vai
fugir sem ser tocado? – ameaçou Graham resistindo.
No entanto, Edgar o ignorou
completamente e fez uma pergunta a Raven.
― Raven, como está a
situação fora do navio?
― Removi a escada. Mesmo que
os marinheiros que escaparam fossem pedir reforço, levaria algum tempo. Joguei
aqueles que ainda permaneciam no navio no rio.
Depois que ele respondeu,
Raven entregou um pedaço de papel que Edgar o apanhou e o rasgou em pedaços. Parecia
que era o contrato que ele havia assinado anteriormente com Graham,
provavelmente, Raven foi buscá-lo e o roubou.
― Com isso, nosso contrato
não se firmou. Então, o que significa, lord
Graham, que podemos conversar de modo tranquilo e calmo.
― Conversar? Sobre o que há
para falar?
― Sobre seus recursos escusos.
Mesmo Lydia poderia dizer,
de onde ela estava, que o sangue sumiu do rosto de Graham.
― Lord Graham, apesar de ter seus bens e propriedades roubados que
ganhou por meios ilegais, você desapareceu com eles. Tinha-os escondidos no
porão da residência de uma nobre. Você tinha dito a ela que era um lugar ideal
para um número restrito de vinhos raros e obteve a permissão para usá-lo para
suas arrecadações.
― ...Eu não sei do que você
está falando.
― Não por isso. Vou recordá-lo.
Essa nobre também tinha uma dívida própria. Ela precisava vender sua casa,
portanto, me ofereci e a comprei. Ela me disse que os vinhos armazenados, que,
aliás, eram bem baratos, pertenciam a você e eu tinha que transferi-los para um
local diferente. Mas, essa casa e tudo que havia dentro do seu interior me
pertenciam. O cômodo teve seu corredor bloqueado por uma parede de prateleira e
a sala que foi construída sem o conhecimento da nobre, assim como as coisas
nele já pertencem a alguém, no caso, agora, a mim.
Lydia se esqueceu de soltar
Nico e ambos permaneceram imóveis como uma boneca, pois estavam completamente
focados nos acontecimentos intensamente tensos entre Edgar e Graham.
― A razão de seu hábito em
ostentar e colocar as mãos sobre ativos da família Worpole de modo tão
descuidado foi porque achou que ainda teria seus recursos ocultos, não é? Mas,
quando a situação piorou, a nobre vendeu a casa. É importante não afastar sua
amante assim que cansou dela. Ou então, ela não teria vendido sua casa, sem
primeiro ter falado com você pedindo conselhos.
Seu sorriso mostrou o lado
diabólico de Edgar que Lydia não conhecia.
― E, no entanto, você deve
ter imaginado de que ninguém havia descoberto sobre seus tesouros escondidos,
no porão, e então você planejou furtar para recuperá-lo. Mas, você verificou
que o porão tinha sido reformado por alguém e a parede que servia como passagem
para sala secreta estava coberta por uma nova parede. Assim que demonstrou
pânico porque não seria um trabalho fácil e silencioso, foi descoberto por lady Dóris, que você estava usando a
fortuna da família do barão... E as coisas aconteceram exatamente do jeito que
imaginei.
― O que vem depois?
Mesmo Graham deve ter
sentido a anormalidade no esquema tenaz e perfeito de Edgar.
― Sua autodestruição.
― Você me planeja me matar?
― Não há a necessidade de
quem deva fazer isso seja eu.
Ele pressionou a ponta da
bengala no peito de Graham.
― O diamante selado,
guardado com segurança da África do Sul, bem como as barras de ouro impediram
que atravessem pelos canais de formas ilegais, todos esses bens são tratados
pelo Príncipe. Você estava ciente disso, não? O homem que odeia e, acima de
tudo, não suporta quando é enganado ou traído. Se ele descobrir que você está
se beneficiando de seus pertences, tenha certeza que não o deixará fugir.
― Então, você conhece o
Príncipe? Não, espere! Espere um minuto, não faça isso... Lord Conde, farei qualquer coisa, você pode pegar o que quiser..
― Tinha dito que desejava
sua destruição. Que tal colocá-lo em uma caixa de madeira junto com as barras
de ouro te escondendo e enviá-lo ao Príncipe? Posso imaginar o olhar em seu
rosto quando ele percebeu que o presente veio de mim. Tenha certeza que a fúria
será descontada em você.
Isso, provavelmente, era sua
declaração de guerra contra o Príncipe usando Graham. A vingança de Edgar em
relação a Graham foi apenas o primeiro passo para aquele que nunca iria
perdoar.
Lydia sentiu um suor frio
escorrer pelas suas costas.
― Quem é você?
― Você deveria saber disso.
― É mentira! Você não é
realmente um conde...
― Oh, my! Então, pode se lembrar do meu nome? Lord Graham, quando o conheci há oito anos, você me olhou e zombou
de mim dizendo que parecia um jovem ladrãozinho quase morto. Queria olhá-lo no
seu rosto para nunca mais me esquecer. No entanto, a minha visão estava
borrada.
Os olhos de Graham se
abriram. Suas pernas tremiam.
― Não, não pode ser! Você
é...
As palavras que vieram
depois, poderiam ser o verdadeiro nome de Edgar. Mas, foi um sussurro tão baixo
que Lydia não conseguiu ouvi-lo.
― O Príncipe não perdoa
aqueles que lidam com seus pertences de modo rude. Você aparentemente aprendeu
com seu erro e cuidou Lydia de forma civilizada. No entanto, fui tratado como
uma mera bagagem suja e depois ouvi dizer que você passou por uma experiência
bastante horripilante impulsionada pela irritação do Príncipe.
Do nada, Graham soltou um
grito horrorizado e fez com chegasse em Edgar. Entretanto, Edgar deu um golpe
contra o joelho de Graham, assim que balançou, ele deu o golpe final com sua
bengala.
Lydia soltou um pequeno
grito e desviou os olhos.
Edgar não fez mais nada para
machucá-lo, mas seus olhos frios, que não mostraram uma pitada de simpatia,
demonstraram que não aceitaria nenhum pedido de misericórdia ou desculpas para
se defender. Pode ser que não seria tão assustador se ele agisse com raiva ou
um ataque de fúria.
Seus olhos frios e
brilhantes se mantiveram em Graham, que era segurado por Raven, que se
esforçava para lutar e foi derrubado inconsciente. Edgar mirava sua raiva
transbordante pelo Príncipe através de Graham. Mesmo que ele liberasse sua
cólera ou fizesse sua vingança, ele não teria de volta o que perdeu. Edgar
também não seria salvo.
Ele estava livre das mãos do
Príncipe e obteve sua liberdade, no entanto, se colocava em outra batalha feroz
e solitária. Era tão triste.
Edgar se virou com o suspiro
cansado para Lydia, escondeu a sua presença gelada e cruel e apresentou a boa
aparência de cavalheiro.
― Perdoe-me, Lydia, por
mostrar uma cena tão desagradável.
Ele caminhou até ela, lhe
ofereceu a mão e disse vamos. Lydia o ignorou e se levantou sozinha para mirar
calmamente Edgar.
― Você vai colocá-lo em uma
caixa de madeira?
― Você não precisa saber
disso. Como você não é uma de nós...
Ele olhou para ela com uma
expressão um pouco solitária. Sim, Lydia não era parte de seu grupo. Ele agiu
em desespero para salvá-la como se ela fosse um membro mais valioso do círculo,
mas não estava com eles, ela não podia tomar nenhum passo além dele. Entretanto,
ela não podia concordar com isso.
― Edgar, qual foi o
propósito em me contratar como sua fairy
doctor? Não foi para ajudá-lo como conde e seu novo você?
― ... Vamos falar sobre isso
mais tarde. Precisamos sair logo daqui ou o resto de seus homens pode retornar.
― O que você está dizendo?
Então, temos que nos apressar, encontrar e resgatar Dóris e Rosalie. As duas
foram colocadas neste navio, não foram?
― Acredito que não temos
nenhuma obrigação em ajudá-las.
Por um instante, Lydia não
podia crer em seus ouvidos.
― Por quê?
― Nós não temos tempo, além
disso, este navio será incapaz de deixar o porto. Tudo que aqui está será
averiguado eventualmente.
A questão seria, quando
seria a busca? Alguns dias? Quantas semanas? Isso seria o mesmo que deixá-las
morrer.
― Mas, eu sei que as duas
estão confinadas em algum lugar. Não posso sair quando eu sei que...
Quando acabou de falar,
Lydia, de repente, percebeu. Eles se conheciam há oito anos, e Edgar fora
abandonado.
― Você as odeia? Rosalie e
Dóris levaram o seu “ovo da fada”, mas no fim não o ajudaram?
Ele olhou para Lydia com uma
expressão um tanto perturbada.
― Eu realmente não me
lembro.
― Rosalie me disse que
conheceu um garoto que estava amarrado e trancado neste armazém à beira do mar.
Ela pensou que ele era um ladrão e pegou a sua ágata selada de água e nunca
mais o viu desde... Aquele garoto era você, não é? Rosalie e Dóris entraram no
armazém que lord Graham o confinou
para entregá-lo ao Príncipe, certo?
Ele respirou fundo, não era
algo que lembrasse seu passado doloroso, mas sim que ele estava cansado com a
intromissão de Lydia.
― Mesmo que fosse assim, não
era muito para odiar alguém. Lydia seria natural que essas meninas abandonassem
um jovem imundo. Ele não teria nada a ver com elas, assim como elas acharam que
não seria nada bom envolver-se com ele. Desculpe, mas não me importo que elas
sejam vítimas do próprio tio...
Antes que Edgar terminasse o
que estava dizendo, Lydia lhe bateu na face com a palma da mão. O som da bofetada
ecoou no ar. Nico ofegou com “uau” e isso fez com ela percebesse o que tinha
feito, mas a sensação do mau humor de Lydia não desapareceu, apenas atingiu
Edgar.
― Você é realmente um
canalha! Você aproveitou os sentimentos de Rosalie seduzindo-a com a sua
conversa doce, usou-a e agora que não precisa mais dela, simplesmente a joga
fora?... Veja, você realmente se ressente com elas. Você realmente gostaria de
ser salvo até então! Mesmo que não tenha nada a ver com você, mesmo que não
haja nada de bom em se envolver, se houvesse alguém para ajudá-lo, não teria
sofrido assim...
Era suposto que teria ficado
furiosa com a sua falta de coração, mas foi doloroso quando Lydia reparou que a
causa que o fez ter aquele maldito modo de pensar. Ela não conseguiu determinar
o que era certo ou errado, logo, só poderia derramar os sentimentos que
acumulavam nela.
― Por isso... Por isso, eu
vou salvá-las! Vou salvar Rosalie e Dóris em seu lugar! Mesmo que não haja
lucro, o desejo de ajudar os outros deve estar em todos! Você perdeu por ter me
ajudado? Pensei que não e queria acreditar que era assim, portanto, vou
ajudá-las!
Ainda em estado de fúria,
ela se virou para Edgar.
― Nico, vamos agora!
Apesar de ter olhar
perplexo, Nico saltou da cama e trotou abertamente atrás de Lydia nas pernas
traseiras.
― Raven, você entendeu isso?
– perguntou Edgar, ainda deprimido, enquanto olhava para porta que Lydia e Nico
tinham saído.
― Eu não entendi a lógica em
si, mas sinto que ela saiu por sua causa, lord
Edgar.
― ... Eu também tenho essa
impressão.
Ele colocou sua mão na
bochecha onde recebeu o golpe e sentiu um calor ardente do que dor. Era quase
como se fosse uma forma de expressão apaixonada de amor. Por algum motivo
estranho, Lydia disse coisas que Edgar não teria imaginado e fez coisas que ele
não esperava. E por essa causa, Edgar foi arrastado por uma direção
inimaginável.
Mesmo se ela tivesse
bagunçado o plano meticuloso que ele tinha planejado, só para desembarcar em um
caminho completamente novo, então, talvez...
― Lord Edgar.
Raven chamou para detê-lo
porque Edgar estava silenciosamente saindo da sala.
― Não posso deixar Lydia
sozinha, pois, pode haver mais homens de Graham ainda à espreita.
― O que devemos fazer com
ele?
Ele estava se referindo ao
Graham inconsciente.
― Deixe-o.
Sentiu como se houvesse algo
mais importante do que a vingança que seguia, na verdade, era Lydia. Porque
aqueles olhos misteriosos podiam mirar por algo de importância que Edgar não era
capaz de ver.
****
Lydia perambulava por dentro
do navio vazio. Havia inúmeros lugares que parecia ter passado um tornado, mas
ela pôde adivinhar que aquilo era obra de Raven. Não parecia que fosse causado
por uma luta ou combate, mas a trilha que Raven deixou enquanto focava em
Edgar.
Uma vez que toda porta havia
sido quebrada por algum objeto semelhante a um machado, ela também imaginou que
os marinheiros deveriam ter fugido ou tentaram parar Raven.
Imaginar a visão dessa
pessoa sem expressão causando estragos onde quer que fosse, realmente, firmava
mais ainda que ele era uma arma viva e letal. Dentro daquela embarcação
desordenada, Lydia percorreu cada quarto meticulosamente, mas não estava fácil
de localizar Rosalie e Dóris.
― Ei, Nico, você não sente
nada?
― O que você quer dizer com
que sinto?
― Como cheiro.
― Eu não sou um cão.
Então, Lydia ouviu o som de
um grito de mulher.
― Por aqui! – Lydia partiu
em disparada.
― Ei, tenha cuidado! Se foi
um grito, não poderia significar que há mais alguém lá? – disse Nico enquanto a
seguia.
“Ah, sim. Ele pode estar certo”.
Ela se certificou de não
fazerem tanto barulho no momento em que se aproximavam em direção à voz. Ela
parou na curva de uma encruzilhada, pois sentiu que havia alguém preso por
perto. Depois, ela esticou o pescoço e viu uma pessoa e alguém de cabelo
laranja se destacar. Rosalie estava sendo carregada no ombro de um gordo e
estava prestes a ser retirada para outro lugar.
― Esse homem, ele é o
presidente da companhia de Graham.
― Hmmm, desde que Raven veio e fez essa bagunça, ele está pensando em
movê-la para um lugar diferente? Ei, Lydia, o que você vai fazer?
Quando Nico se deu conta,
Lydia já estava segurando um esfregão.
― Vamos, Nico!
― Ehhh, idiota, pare! Isso é muito imprudente!
Mas, ela se preparou em
apenas um segundo e depois correu. Agarrou-se no cabo de esfregão e o baixou
apontando para homem por trás.
― Ouuu!!
Soltando um grunhido, o
homem cambaleou enquanto soltou Rosalie.
― Mas, o que é isso, garota?
Rapidamente, o homem furioso
pegou o esfregão das mãos de Lydia e estendeu as suas mãos em direção dela.
Naquele momento, Rosalie agarrou a perna do homem. Ele tropeçou para frente e
caiu de bruços, e em seguida, ela afundou os seus dentes nele.
Lydia correu para pegar o
esfregão e rapidamente repetiu o golpe nele. O homem rastejou um tempo pelo
chão com esforço para escapar, mas acidentalmente, caiu por uma escada que ia
até o fundo do navio.
― Apresse-se, feche a porta!
As duas tentaram levantar
duas tábuas de madeira que serviriam de porta para fechar a escada. Depois do
som do fechamento das portas e travarem a fechadura, nada mais era assustador,
e não importava o quando o homem preso gritasse e berrasse para elas.
Rapidamente, elas fugiram de
lá e conseguiram respirar aliviadas em um lugar vazio e silencioso. Quando se
entreolharam, não sabiam quem fez isso primeiro, mas as duas relaxaram quando
viu o olhar sereno uma da outra.
― Miss Rosalie, você estava trancada no fundo do navio?
― Sim... Mas, um pouco mais
cedo, aquele homem entrou de repente e estava me levando para outro lugar...
Então, quando se lembrou de
o que tinha feito à Lydia se afastou nervosamente.
― Antes de tudo, por que
você está aqui? Ele... Edgar veio me ver e me disse para revelar sua
localização... Você não foi resgatada por ele?
― Bem, sim. Eu fui. Mas, vim
aqui para te salvar.
O seu olhar mudou de
repente, como estivesse com raiva. E, em seguida, virou as costas para Lydia.
― Isso é impossível. Porque
eu fiz aquela coisa horrível a você...
― Sim, isso foi horrível.
― Por isso, que fui quase
morta por Edgar!
― Eh?
― É verdade, há algo errado
com ele! Ele parecia que estava acostumado a ameaçar as pessoas e tinha aquele
sorriso doce e caloroso enquanto tentava me matar.
“Sim, ele seria capaz disso”. Ela poderia facilmente imaginar a cena
e isso a fez ficar deprimida. Esperava que ele não tivesse intenção de matá-la,
mas sabia também que Edgar não lucraria nada com isso.
― Sim, aquele homem faz
coisas erradas. Mesmo que sempre seja enganada por ele.
― Você está mentindo. Você é
parte de seu grupo. Você diz que está aqui para me ajudar, mas o que pretende
fazer comigo? Você vai revidar do mesmo jeito?
― Não, não vou. Miss Rosalie, enquanto esteve presa,
entendeu os sentimentos de estar assustada e sozinha?
Os seus ombros tremeram um
pouco, e Rosalie olhou para ela com ar assustado.
― ...Sim, eu entendo... E é
por isso que acredito que mereci o que aconteceu comigo.
― Então, creia no que estou
dizendo. Entendo como se sente, por isso estou aqui para ajudá-la.
Lydia sorriu e estendeu a
mão para Rosalie.
― Agora, vamos. Ainda
precisamos encontrar miss Dóris e vou
resgatá-la, já que esses bandidos podem voltar.
Ela não deu a mão para
Lydia, pois ainda tinha dúvidas sobre ela. No entanto, Rosalie demonstrou que
iria junto com Lydia. Talvez ela estivesse preocupada com Dóris.
― Dóris também está neste
navio?
― Muito provável, eu acho.
Ela também estava trancada no armazém. Depois disso, lord Graham entrou no local e deve ter levado ela para este navio
comigo.
Rosalie deu um olhar
surpreso. Ela não deveria ter imaginado que Dóris estava no armazém. Mas, se
Graham fosse o culpado, ela deve ter entendido que por causa dela a prima foi
deixada lá.
― Eu não sabia que o tio
estava mantendo Dóris confinada. Ele é nosso parente e confiava nele, logo, não
posso acreditar que ele faria isso por causa do dinheiro da família...
Rosalie parou sua caminhada
em uma postura nervosa.
― Não posso ver Dóris. Fiz
muitas coisas ruins para ela e até desejei que ela desaparecesse... É por isso
que não sabia nada do que estava acontecendo e pensei que estava recuperando
meu campo. Nem envie uma carta de compaixão e me senti ofendida por não ter me
enviado nenhum tipo de resposta.
― Mas, miss Dóris não parece estar com raiva de você. Se quiser se
reconciliar, só precisa se desculpar.
― Desculpar?
No entanto, a resposta de
Rosalie veio com um olhar fortemente intrigado.
― Não poderia me desculpar.
Se fizesse isso, seria uma perdedora.
― Esse não é um problema...
― Mesmo assim, a culpa é de
Dóris por me esconder algo. Isso nunca teria acontecido, se ela simplesmente
contasse a verdade sobre o tio.
― Pense, você não sente que
fez coisas ruins a ela?
― Mas, eu não quero me
desculpar. Desde que perdemos nossos pais no acidente, fui eu que a protegeu.
Eu era a guardiã daquela garota que sempre estava chorando. Sou a única que
pode estar perto dela e, no entanto, se me desculpar, é como eu dissesse que
sou uma miserável e má garota. Dóris certamente irá se separar de mim.
― Você é bastante
possessiva.
― Isso porque se eu não
tivesse Dóris, se não tivesse ela que entendia a mesma dor de perder os pais,
de repente, aos sete anos...
― Então, você ainda precisa
resgatá-la.
― Não, não posso. Não quero
vê-la, e nunca vou pedir desculpas!
A razão por ela recusar de
forma obstinada, em vez de temer o perigo iminente de Dóris e si própria, poderia
ser que estava assustada naquele momento e que apenas soubesse manter seu
comportamento controlador, egoísta e ganancioso. Ao ver Rosalie ficar parada no
mesmo lugar, e parecia que não iria arredar o pé, Lydia percebeu que não
poderia fazer mais nada.
― Irei procurar miss Dóris. Por enquanto, você precisa
se esconder naquela sala. Compreende? Tenha cuidado para não ser encontrada
pelos homens de Graham e fique quieta.
Rosalie não deu uma
resposta, mas Lydia sabia que não poderia perder mais tempo. Ela deixou
Rosalie, e certificou-se que Nico a estivesse seguindo e começou a inspecionar
os quartos que ainda não tinha verificado.
― Como os humanos são
problemáticos. Não consigo entender as formas mais bizarras e distorcidas de
pensar. – murmurou Nico.
― Sim. Tudo seria resolvido
se apenas dissessem seus sentimentos à pessoa com quem se preocupam.
No entanto, ela poderia
compreender os sentimentos de Rosalie. Mesmo que você se importasse com alguém,
isso não significaria que iria aceitar seus sentimentos e você teria medo de
ser ferido quando sua confiança e esperança fossem traídas. Como uma jovem que
podia ver fadas, Lydia, a quem era tratada como uma aberração, tinha uma parte
que havia desistido de ser entendida pelos outros.
Não só almejava, mas também
esperava de algum dia pudesse ser como sua mãe e tentava dar conselhos àqueles
que eram feridos pelas fadas ou sofreram com suas ações. No entanto, pensavam
que ela inventava, às vezes mentia ou acusava, e assim era tratada como
incômodo. Porque ela sabia que a habilidade de uma fairy doctor era difícil de ser entendida por pessoas comuns, e
acreditava que não podia ser ajudada. Mesmo que ela se apaixonasse por alguém,
provavelmente, não conseguiria confessar seus sentimentos e tinha certeza que
iria desistir desde o início.
Mesmo que não a tratassem
abertamente como uma aberração, para as pessoas acreditavam que as fadas não
existiam, não podiam afastar a sensação assustadora e estranha da habilidade de
Lydia. E ela se perguntava sobre Edgar. Estava curiosa sobre sua rara
personalidade e a forma que tratou Lydia foi algo natural e nada afetado. No
entanto, ela não poderia saber se ele realmente se sentiu assombrado sobre a
sua habilidade. Se houvesse a separação entre aceitar a habilidade de uma fairy doctor e aceitá-la como um ser
humano, então ela ficou com a cautela e a sensação de não poder abaixar a
guarda.
Por outro lado, ficaria
emocionada se fosse tratada como um membro do grupo e desejava que pudesse
contar com eles. É por isso que ela não queria que Edgar fosse irresponsável em
abandonar as duas garotas. Ela não queria apenas que sua capacidade fosse
respeitada, mas também seus sentimentos. Mesmo assim, ela não conseguiu
expressar honestamente isso, e acabou dando um bofetão e iniciando uma briga, o
que não a fez tão diferente de Rosalie. Ser capaz de dizer a verdade era
realmente uma coisa difícil de fazer.
Ela se perguntou se aquele mentiroso não conseguia falar simplesmente a verdade. Mesmo que fosse para escapar do Príncipe, não seria capaz de revelar suas ações criminosas às pessoas. Mesmo sua vingança em nome de seus amigos, não poderia ser explicada à ingênua Lydia, que cresceu e viveu em um mundo pacífico. Porque ele escondeu seus segredos a ela e a usou mesmo quando estava plenamente consciente dos perigos. E, apesar disso, ele inesperadamente se preocupou com o seu estado e agiu para resgatá-la.
Era um homem que não dava
para ler suas intenções. Mas, era algo proposital que ela não conseguisse
entendê-lo completamente, porque sentia que havia momentos em que pudesse
retornar em seus pensamentos, e por essa razão que Lydia seria levada a essa
confusão. Edgar envolveu Lydia em suas transações, e criou o tema “ovo de fada”
mais Fogman para usá-la como isca, mas desejou realmente que alguém fosse
salvá-lo. Ele pediu a ela, naquele dia em que estavam no barco, para ajudá-lo a
resgatar seus companheiros mortos na névoa nebulosa.
Quase morto, ele foi
confinado, e imaginou que viu fadas e fez uma promessa em troca da ágata selada
e ficou esperando por seu resgate. Essa imagem grudou em sua mente, e esse
pensamento sentimental não podia ser apagado de sua mente, talvez porque Lydia
sabia que as fadas tinham a característica de nunca quebrar suas promessas. Se
uma fada fizesse uma troca com Edgar há oito anos, tinha uma razão
imprescindível para cumprir sua promessa, e,
por isso, teve a sensação que ele havia passado esse trabalho para fazer
algo.
Desde então, ela sabia que,
como fairy doctor, uma promessa não
cumprida era uma coisa muito ruim tanto para as fadas como para os humanos.
― Nico, você pode ouvir
passos?
Lydia, de repente, teve a
sensação de que sentiu uma presença em movimento e parou. Mesmo assim, não
houve resposta de Nico.
― Ei, Nico, para onde você
foi?
Esse caprichoso gato-fada
simplesmente desapareceu, ele nunca foi confiável. Enquanto pensava nisso, o corpo
de Lydia ficou rígido e sentiu que alguém se aproximava dela. Concentrou-se
para ouvir o som. Realmente ela podia ouvir passos. Quando retrocedeu em
direção a um armário que estava no escuro, foi puxada para atrás deste.
― Ah!
― Quieta! Sou eu, Lydia.
Ela percebeu que era Edgar,
e conseguiu segurar seu grito. A presença que se aproximava poderia ser um
marinheiro deixado para trás no navio, pois a pessoa não sabia o que estava
acontecendo, e assim virava a cabeça de um lado e para outro. Na mão dele havia
uma faca, seu coração batia cada vez mais rápido, no pensamento, o medo de ser
encontrados.
Os dois fecharam
cuidadosamente a porta do armário, tentando não ser ouvidos, e o seu interior
ficou escuro, e o som dos passos chegando perto deles. A escuridão não era o
que mais a assustava. Mesmo que a pessoa tenha se afastado, seu coração não se
acalmou, porque Edgar ainda tinha seus braços ao redor do corpo de Lydia.
― A pessoa se foi.
― Sim.
― Tudo bem, pode me soltar.
Mas, ele não demonstrou
nenhuma intenção de soltar Lydia.
― Se te largar, sinto que
não seria capaz de garantir de que você esteja aqui.
― Então, você pode abrir
esta porta?
― Eu queria que fosse
você...
― O que você está dizendo?
― Se você fosse a fada que
pensei em ver no meu estado de confusão, poderia me tirar da escuridão.
Ele estava ladainha para se
mostrar novamente? Ela não saberia se era isso ou não, de acordo com seu lado
informal e claro de falar. Estava escuro, logo, ela podia ver o rosto dele. Ele
apenas não colocou muita força em seus braços cuidadosamente envolvidos em
torno do corpo de Lydia. E foi exatamente essa forma de agir que a fez sentir
como estivesse ouvindo uma confissão rara dele.
―...Então, vou te tirar.
Ela disse isso da forma mais
séria que podia, mas precisava de coragem como se fosse pular a London Bridge. Esperava que ele fosse
rir, ainda assim, ficou quieto como estivesse pensando. Depois de um tempo, ele
falou.
― Foi há oito anos.
O ar quente de sua
respiração circulou pelos cabelos de Lydia. Pensou consigo mesma que a batida
crescente de seu coração era porque tentava desesperadamente encontrar uma
maneira de salvar Edgar.
― Não é muito tarde. Vou
cumprir a promessa. A fada que você viu não conseguiu cumprir sua promessa,
pelo fato das circunstâncias inevitáveis e as promessas devem ser cumpridas. E
é por isso que devemos resgatar essas duas garotas juntos. Não há necessidade
de vingar-se. Não há necessidade de odiar ninguém. Você é capaz de viver sem
depender de ódio.
Ela não queria ouvir mais confissões,
por isso, Lydia se inclinou para porta e os braços de Edgar se soltaram
facilmente. Mesmo com a luz fraca no interior do navio, através da fenda das
portas dobradiças do armário, parecia brilhante aos seus olhos.
― Por que você não odeia
Rosalie? Por que você não me odeia?
Ele estreitou os olhos por
causa da luz.
― Isso porque sou sempre
salva. Você continuou a me incentivar enquanto estava dentro da garrafa. Mesmo
no curto tempo em que fui confinada, não me senti sozinha, não tive que temer a
escuridão, e por isso que estou livre de odiar ou culpar alguém.
Os dois saíram para o
corredor. Edgar mostrou-se confuso ou como não pudesse compreender o que sentia
pelo que Lydia disse. Mas, ela tinha certeza de que ele iria dar uma mão para
salvar Dóris.
― Você procurou desta
maneira?
― Não, ainda não.
― Vamos.
No fim, Edgar jogou do lado
Graham e veio atrás de Lydia. Pode ser que ele não havia desistido de sua
vingança, mas trabalhou comprometido com Lydia. Ele tinha uma atitude frívola,
a enganava, e às vezes se divertia com ela, mas também era uma pessoa
misteriosa que percebia o que Lydia estava sentido ou realmente queria dizer. É
por isso que Lydia não conseguia evitar dizer coisa que pareciam normalmente
embaraçosas.
Talvez, Edgar possa estar
rindo secretamente consigo mesmo ao falar de fato que Lydia poderia tirá-lo da
escuridão, mas para acreditar que ele realmente poderia ter entendido sua
serenidade, sua forma simples de pensar.
― Você sabe, Lydia, acredito
que esteja perto de me apaixonar por você. – disse ele de repente.
Sim, ele gostava de
cutucá-la. Ou talvez...?
“Não, por mais simples que seja, não sou tão idiota assim”.
― Essas falas que você diz
nunca levo a sério.
Mesmo que ela fosse honesta,
ele ainda estava rindo dela. Havia tantas coisas que se sobrepunham, então,
Lydia havia esquecido completamente o outro grande problema.
A razão pelo qual Nico se
afastou de Lydia foi porque ele viu algo problemático. A fera bogey se movia de modo saltitante,
tinha recuperado seu corpo depois que Nico o fez desaparecer ontem. Nico deu
uma olhada rápida pelo canto do olho e rapidamente correu para segui-lo.
― Que bicho chato!!!
A fada diabólica parecia
procurar por algo. Poderia ser aquela garota de cabelo laranja? Ele torceu o
nariz para captar algum cheiro e imediatamente correu em direção onde Rosalie
poderia estar.
O cheiro do rio Tâmisa
misturado com a névoa incrementada com a poluição envolviam o interior do
navio. Onde quer que você estivesse, isso te seguia em todas as partes da
cidade. Mais do que o odor, Nico sentiu o ar carregado de umidade. Ele penetrou
em seus bigodes, casaco de pele e aquele sentimento pastoso e pegajoso que o
fez se sentir mais pesado do que o normal. Também, de qualquer maneira, Londres
estava envolta no nevoeiro. Não havia vento e a cidade estava coberta por uma
forte fria umidade. Todos se perguntavam quando os ventos da Primavera viriam.
[― Ah!! O Mestre está
chamando. Se eu não me apressar, serei fortemente repreendido] – murmurou a
fera bogey para si mesmo.
Nico direcionou suas orelhas
enquanto o seguia.
[― Oh, inferno! Como pude
permitir que fosse espancado por um gato monstro coberto de pele?].
“Eu não sou um monstro!”.
[― Oh, mas aquela fairy doctor ainda está dentro da
garrafa. O corpo foi retirado, então não poderei me divertir com isso. E o
Cavaleiro Azul está neste navio. Que chance perfeita! Se ele for derrotado,
então o meu Mestre renascerá!].
“O Conde Cavaleiro Azul? Então, é o Edgar!”.
A fera bogey, enquanto circulava dentro do navio, deve ter visto Edgar.
Mas, parece que não sabia que Lydia estava aqui depois que foi resgatada da
garrafa. Ele se perguntou que tipo de relacionamento a fera bogey tinha com o conde. Ficou confuso
enquanto continuava sua perseguição, mas, em certo momento, a fera bogey
encontrou o local em que Rosalie estava escondida.
[― Aqui está. Posso ouvir a
voz do Mestre].
Voz? No entanto, Nico não
conseguiu ouvir nada. Poderia ter sido um ruído com as mesmas características
do que a fera bogey e, se fosse assim, então [a Mestra] parecia ser uma espécie
de natureza incômoda e mortal. Após a porta dar um estalo da porta, a fera bogey pulou para dentro. Nico ficou
invisível e também passou pela porta.
Rosalie estava sentada perto
de uma claraboia redonda. A fera bogey
foi até ela, mas ainda assim ficou invisível e chamou seu mestre. Claro que não
se referia à Rosalie. Algo que parecia estar dentro da pedra que ela carregava
na mão.
“Então, esse é o Mestre”. Até mesmo Nico podia sentir a forte
presença de um encantamento que repelia seu mal. Seu instinto lhe avisou que se
tocasse, seria perigoso, pois poderia ser sugado por isso.
“Isso significa que é alguém estúpido o suficiente para ser puxado para
essa coisa, certo?”.
A rocha em si parecia
hipnotizantemente bonita e extremamente atraente, no entanto, não podiam
tocá-la pelo fato que era um encanto para afastar o mal.
[― Mestre, perdoe-me pelo
meu atraso. Oh, não! Não esperará mais! Imediatamente colocarei a garota para
trabalhar. Ah, você se refere ao precursor? Sim, o coloquei em uma armadilha,
um estúpido! Eu o prendi enquanto dormia em uma de folhas favoritas. Não há nada
que esteja em seu caminho agora. Então, por favor, não se preocupe].
O que significa sobre o
precursor? Foi o inimigo da fera bogey
e o seu mestre? Se assim fosse, tinha certeza de que estava em um estado que
não poderia parar os dois. Até mesmo colocar Lydia, a fairy doctor do conde, dentro de uma garrafa era um bom trablho
para fera bogey idiota. Mas, ele não
teve tempo para se surpreender com isso.
Quando Nico os espionou
ainda mais, a fera bogey saltou para
frente de Rosalie. Para que ela o percebesse, apareceu com seu corpo ao olho
humano.
[―Ah, my lady! Como procurei por você. O que aconteceu para ficar presa
em um lugar como esse?].
Há apenas alguns segundos,
ele a chamava de pirralha, de repente, revelou uma face bajuladora para garota.
Rosalie que estava de cabeça baixa levantou o rosto.
― Fada! Onde você esteve?
Fui enganada pelo tio e tive uma experiência tão horrível! Não importa o quanto
te chamei, você não apareceu!
[―Por favor, me perdoe.
Houve um pequeno imprevisto e fiquei em um estado de inconsciência. Mas, está
tudo bem agora. Se você seguir os meus conselhos, tudo irá funcionar
perfeitamente].
― O que você diz para eu
fazer? Se for vista por um dos homens do
meu tio, serei trancada novamente. Não posso escapar deste navio, desde que
nade. Então, se apresse e vá buscar ajuda!
[― Sim, sim, porém, também
vi o conde neste navio também. Tenho certeza que ele está aqui para resgatar my lady].
― O quê? Por que este homem
está aqui? Você deve estar brincando, porque nunca mais vou querer me aproximar
deste homem de novo!!
[― Por que isso? Disseram-me
que o conde é o homem ideal para my lady!].
― Ele tentou me matar! Sua
atitude mudou de repente... Até mesmo o tio, que foi tão gentil comigo... Nunca
mais vou confiar nos homens!
Vendo que a fera bogey estava confusa e em estado de
pânico, Nicou achou que tinha planejado para Rosalie se aproximasse de Edgar.
Ele iria apanhar seu Mestre, que se encontrava dentro da pedra de Rosalie, para
reanimá-lo. Talvez a razão que Rosalie se apaixonou por Edgar aproximasse da
ideia de que o ser que estava dentro da pedra tinha sido aprisionado por um
homem chamado Conde Cavaleiro Azul, e assim usando magia tinha se aproximado
dele.
O Conde Cavaleiro Azul que
ele alvejava era um tipo de homem que constantemente mostrava seu rosto doce e
generoso para todas as mulheres, o que certamente era uma dádiva de Deus. Para
a fera bogey e seu Mestre, para
manipular a garota e preparar um ataque ao conde, a maneira mais fácil e
simples de controlá-la era deixá-la completamente apaixonada por ele.
[― Oh... Oh, sim, my lady, se algo desse tipo tenha
acontecido, então, você não deve deixar esse homem se safar disso!].
Parecia que a fera bogey tinha encontrado um novo modo de fazer
Rosalie agir.
[― Você deve fazê-lo provar
do próprio veneno. Por favor, ouça-me atentamente, my lady, há um poder mágico na pedra preciosa que você segura. Se
usar isso, então, será capaz de punir o homem que a desprezou].
― Punir?
[― Sim, deixe comigo! Ah,
sim, por favor, tenha cuidado para não deixar o “ovo de fadas”. Tudo bem,
porque você é corajosa].
A escuridão má que estava
dentro da pedra ecoou para aprofundar na frágil abertura do coração de Rosalie.
Tentava assumir o controle da garota. Mesmo que estivesse selada dentro da
pedra, se alguém a mantivesse por um longo período de tempo, seria influenciado
pela magia negra que lentamente se esvaía.
Normalmente, deveria estar
sob os cuidados de alguém que tivesse uma forte tolerância contra ele. Se
fossem nos velhos tempos, um padre ou nobre e mesmo que não houvesse garantia
de que estivesse na mesma posição, certamente, existiriam pessoas que tinham
uma alta resistência contra isso, logo, não deveria estar nas mãos de uma
garota como Rosalie, que poderia ser facilmente influenciada.
Então, ela foi tomada.
Impelida pela fera bogey e manipulada
pela magia negra, Rosalie se levantou. Seus sentimentos de admiração por Edgar,
ainda traídos, e as emoções de medo após uma experiência horrível, se
transformaram por um ódio amargo.
― Isso é ruim. – sussurrou
Nico. – Hmmm, não me importo o que possa acontecer com
aquele paquerador. Mas, Lydia poderá passar por problemas.
Antes que os dois partissem,
Nico saiu correndo da sala. Ele correu com as pernas traseiras para informar
Lydia acabara de ver.
Nota
da tradutora: Esse capítulo é “roots”! A tensão cresce a
cada linha, e confesso, o quanto fiquei
nervosa na hora que Edgar adentra o navio do Graham. Em falando nesse último...
Toma desgraçado! Bate mais nele, Lydia!!! XD Ou melhor, desce o tabefe nesse
conde paquerador! XD
E como gosto da Lydia! Ela
faz aquele jeito todo frágil, fofo... Mas, a hora que ela arregaça as mangas...
Se cuida, Edgar!!!
Bom, o próximo é o último
capítulo desse livro e pretendo trazê-lo para você em meados de maio! Torçam
para que tudo dê certo! Então, até mais!
Beijos, muito obrigada!
Prestigie, nos divulgue ;)
#lightnovelhakushakutoyousei #hakushakutoyouseifanficslightnoveltraduçõesbrasil #lightnoveltraduçãoportuguês #earlandfairy #lydiacarlton #edgarashenbert #raven #nico #lordgraham #lightnoveltranslationportuguese
#lightnovelhakushakutoyousei #hakushakutoyouseifanficslightnoveltraduçõesbrasil #lightnoveltraduçãoportuguês #earlandfairy #lydiacarlton #edgarashenbert #raven #nico #lordgraham #lightnoveltranslationportuguese
Nenhum comentário:
Postar um comentário