Nota
de abertura: Olá! Você está no 2º capítulo do livro II –
Cuidado com a doce armadilha! Antes de começar, queria comemorar com você as
600 curtidas em nossa página: Hakushaku to Yousei – fanfics/ light novel
traduções – Brasil!! Muito obrigada! Na página, você acompanha notícias,
novidades e postagens das traduções e links das fanfics da minha autoria dentro
do fandom Hakushaku to Yousei: https://www.facebook.com/HakushakutoyouseifanficsBrasil/
Então não se esqueça de
curtir a página, e acompanhar todas as postagens de tradução do light novel.
Também, queria pedir
desculpas pelo atraso, porque passei alguns contratempos bem desagradáveis. O
meu querido gato Bartô faleceu e por conta disso, fiquei sem vontade de
continuar coisas que prezo muito, incluindo as traduções. Foi algo repentino, o
que nos deixou aqui em casa bem desolados. Por conta de todo o companheirismo,
alegria e as várias vezes em que ele subia no note enquanto escrevia e
traduzia, dedico esse capítulo a você, meu “Tutuco”. Te mando um grande beijo
onde você esteja. Te amo muito!
Vamos ao capítulo?
“Aquele
homem é muito suspeito. No entanto, se você pensar, ele também é bastante
suspeito”.
Lydia estava parada na
cozinha de sua casa e não podia conter a irritação crescente enquanto esperava
que seus biscoitos assarem. Tinha a sensação de que suspeita sobre Edgar
poderia ser realmente verdade depois de ouvir a história de Nico. Conforme ele,
Edgar conheceu a filha do barão, lady Dóris
Worpole, no dia em que desapareceu. Mesmo que ele a tivesse convidado apenas para
ir à sua carruagem, a senhora Marl não sabia disso, e, provavelmente, Edgar
omitiria o fato.
― Oh, não! Será que ele a
sequestrou?
Ele poderia ter colocado
histórias perigosas sobre Fogman em sua cabeça, assustando-a. Ludibriou que
tivesse uma fada envolvida e a levou embora.
“Mesmo que ele já foi um criminoso...” Quanto mais ela pensava, mais
ficava confusa. “Mas, para qual
propósito? Claro que para vendê-la, uma vez que jovens, meninas bonitas poderiam render um bom
dinheiro”.
Nico apareceu magicamente no
topo do balcão da cozinha. Ele estava com um dos engarrafados secretos
escoceses escondidos pelo seu pai.
― Dinheiro, hein? Bem, não
acho que seria isso.
Ele tinha certeza que havia
fartura ali, e como atual conde residia na Inglaterra, seria muito arriscado
que sujasse suas preciosas mãos em crimes para ir atrás de dinheiro novamente.
No entanto, não havia nenhuma razão para que ele atravessasse uma ponte tão
perigosa. Entretanto, existiam pontos peculiares.
― Frequentemente, ele se
disfarçava para ir ao porto e às áreas centrais da cidade. Isso está me
cheirando quando alguém planeja fazer algo. Parece também que ele entrou e saiu
de casinos caros e parecia muito suspeito que fosse apenas um amante de apostas
simples. Tenho certeza que ele está tentando concentrar a atenção das pessoas
para longe dele, fazendo você procurar pela filha do barão.
Lydia retirou o scotch das patas de Nico quando estava
prestes a abri-la.
― Agora, não roube os
pertences do papai.
Nico frustrado jogou um
pedaço de papel em Lydia.
― Então, veja isso.
Encontrei no seu quarto.
Ela pegou e viu que era um
recorte de um tabloide: “Crianças desaparecem na névoa de Londres. Poderia ser
o trabalho de uma organização de comércio de escravos ou algum tipo de operação
secreta do submundo?”.
A reportagem descrevia sobre
um menino que foi resgatado por um britânico no Brasil, que afirmou ter sido
sequestrado em Londres e vendido para uma fazenda. No navio, ele foi colocado,
aparentemente, junto com outros meninos e meninas que passaram pela mesma
experiência. “Nos arredores de Londres, há milhares de crianças desaparecidas.
Chegou-se a um ponto em que as pessoas começaram a acreditar que elas foram
sequestradas pelo imaginário Fogman, sendo em que sua maioria, elas não são encontradas”.
E terminava aí.
― Ele tem uma coleção de
outros recortes de artigos semelhantes. Não há dúvida, ele está planejando
fazer algo ruim. Como você foi quase sequestrada, esse fato pode estar
relacionado de alguma forma.
―... Você está me dizendo
que Edgar está por trás disso? O agressor foi morto por Raven.
― Hmm, bem, não tenho certeza. Mas, ainda acho perigoso estar com
esse homem. Lydia, por que não se apressamos e voltamos para Escócia? Bom,
talvez não seja tão fácil desvencilhar do seu envolvimento com o conde.
Edgar disse que foi vendido
como escravo no passado. Poderia haver a possibilidade de que ele estava
coletando informações porque tem a ver com seu antigo trauma. Alguém que
experimentou a experiência terrível de ser vendido e roubado de sua livre
vontade como ser humano faz algo como vender outro ser humano? A parte ingênua
e otimista de Lydia fez com que não quisesse acreditar nisso.
― Senhorita, seus biscoitos
estão queimando!
O aviso da criada levou
Lydia a olhar para o fogão de ferro. Ela tirou a chapa de ferro e percebeu que
por pouco seus biscoitos queimariam.
― Obrigada, Deus! Faz tempo
que não assava biscoitos. Espero que estejam tão bons quantos de mamãe.
Hoje é domingo. Um dia
incomum, pelo fato de seu pai estar em casa. Os dois foram à igreja no início
da manhã e Lydia decidiu que iria assar alguns doces com a receita de sua mãe
para o chá da tarde. Quando não tinha que se preocupar com Edgar, então o dia
passaria perfeito, assim como sua folga do trabalho.
Sua casa não se comparava à
de Edgar, entretanto, aqui vivem seu pai, uma criada e uma cozinheira. Não
havia nenhuma necessidade de Lydia ficar na cozinha, mas ela acreditava que era
seu dever assar os biscoitos. Isso porque a sua mãe, uma fairy doctor, fazia biscoitos para oferecer às fadas. Lydia dispôs
a chapa de ferro no peitoril da janela, já que Nico tentava roubar um deles.
Ela deixou a empregada
preparar o chá e se dirigiu à sala com o prato de biscoitos na mão. Ouviu uma
voz masculina conversando com seu pai. Parecia que senhor Langley, o estagiário
de seu pai, tinha vindo visitá-los.
― Olá, senhorita Carlton!
Desculpe-me por atrapalhá-los.
― Olá, senhor Langley! Fique
tranquilo. Acabei de assar alguns biscoitos. Por favor, fique à vontade.
― Muito obrigado! Professor
Carlton, esta casa certamente se tornou mais brilhante desde que a senhorita
Lydia veio morar aqui.
― Esta casa estava escura?
A decoração da sala estava
cheia de pedras, espécies de esqueletos e animais raros empalhados, de modo que
visitantes normais fugiriam em cinco minutos.
― Não que ela seja escura,
mas é inacessível para senhoras com senso comum. Por que você, ao menos, não
guarda as caveiras? Mais por causa da miss
Carlton.
O professor pareceu chocado
e olhou ao redor da sala enquanto acomodava os seus óculos redondinhos.
― Este é um espaço bastante
relaxante para mim. Mas, Lydia, esta sala realmente a incomoda?
― Não, pai. Não como um
todo.
― Ah! Agora ela falou
realmente como uma filha de um historiador natural. Se todas as senhoras fossem
tão compreensivas quanto você, haveria um raio de esperança para os estudiosos
que renunciam aos seus destinos como solteiros.
O próprio Langley era
solteiro de vinte e sete anos.
― Oh, então, você está aqui
para cortejar Lydia?
― Professor, você está
preocupado? Se você está nervoso por alguém como eu, não seria mais pelo fato
de que miss Lydia possa ter pretendentes?
― Lydia é uma criança.
Desde que ela veio morar com
o pai, Carlton tratava Lydia como uma criança, provavelmente, porque ele
percebeu de que sua única filha que vivia a certa distância, de repente,
atingiu a idade para casar. Ele entendeu que a atitude desse conde galanteador
fixou em direção à Lydia fez com que Carlton ficasse alerta.
Naquele momento, a empregada
trouxe o chá e Nico foi o mais rápido para levar sua xícara aos lábios. Nico
sentou-se próximo à Lydia, segurou a xícara e o pires com as patas, mas essa
cena aparentemente não foi vista por Langley. Ele podia estar ciente que havia
um gato na sala, mas a razão pela qual não estava surpreso foi porque seu
cérebro provavelmente não registrou nada, além disso.
No entanto, de acordo com
Nico, demorou dois anos após o casamento de seus pais, que o professor percebeu
que o gato de sua mãe era um felino de classe mágica, por isso, ela entendeu
que Langley era também esse tipo de pessoa. Lydia pensou que como seu pai e
Langley estavam no mesmo campo acadêmico, compartilhavam semelhantes
características. Como a forma que os dois pareciam um pouco desleixados. Ou
como se eles fossem estudiosos incríveis, eram incompetentes em todo o resto.
Ao colocar um biscoito na
boca, Lydia ficou satisfeita porque não ficou nada mal e, enquanto, estava
sentada, observava o seu pai sorrindo alegremente, e isso como um todo tomou
conta da sua tarde tranquila de seu dia de folga.
“A melhor parte de ser Domingo é que não vou ver a face do gentil
criminoso”, refletiu. Mas, seu dia pacífico desapareceu num piscar de olhos
após o anúncio da empregada.
― Sir, o conde Ashenbert está aqui para vê-lo. Diz que tem negócios
para tratar com a sua filha.
― Ah, não! Ah, não!!! Mande-o embora!! – reagiu Lydia.
― Lydia, não podemos enxotar
o conde da porta. Convide-o.
Era natural de que seu pai
dissesse isso, porém, Lydia sentiu uma força escorrer de seu corpo e se afundou
na cadeira. Carlton deveria ter percebido vagamente de que Edgar não era um
verdadeiro conde. Entretanto, como ele foi reconhecido pelo College of Arms, parecia que não haveria
nenhum problema em chamá-lo de conde.
Porque para Carlton, de qualquer forma, achava que as pessoas nobres
eram incompreensíveis e além de seu alcance. Logo, ele de modo silencioso deu a
sua autorização para que Lydia fosse contratada pelo conde, pois sabe que ela
queria ser reconhecida como fairy doctor
em pleno direito.
Foi um contrato imposto, que
não lhe opção de recusar. Porém, não houve problemas nas condições de trabalho
para Lydia e foi a sua decisão, no final, de aceitar o cargo depois de muito
pensar.
Após ser reconhecido, Edgar
se tornou o empregador de sua filha e um conde respeitável, por isso, ele
acreditava que precisava cumprir a etiqueta com respeito.
Depois de alguns minutos,
Edgar entrou na sala de estar da casa dos Carlton com sua brilhante presença e
graça elegante. Ele estava em trajes como estivesse indo para uma festa
noturna, com um casaco de noite preto e colete vinho. Mas sua característica
mais notável era seu cabelo reluzente e um sorriso contagiante como fosse um
anjo. Muito embora que, provavelmente, existia um diabo escondido atrás daquele
rosto.
― Por favor, desculpe a
minha intromissão, professor Carlton.
― Bem-vindo, my lord. Espero que a minha filha não
tenha causado nenhum problema.
― Oh, não! Ela tem
trabalhado perfeitamente!
Lydia presenteou Edgar com
um olhar sombrio, enquanto ele entregava seu chapéu alto à empregada e dava uma
saudação com palavras inocentes enquanto apertava a mão de seu pai, que se
levantou de maneira cansada. Ela esperou para abrir a boca depois que Carlton
lhe apresentou Langley.
― Então, o que veio fazer
aqui?
― Lydia, não seja tão rude. My lord, sente-se. Você gostaria de um
pouco de chá? Nós temos biscoitos feitos por Lydia.
― Hum, interessante. Adoraria
experimentar.
“Não há nada de interessante”. Ele falou de um jeito como fosse uma
comida desconhecida de um país distante. Lydia estreitou as sobrancelhas
ligeiramente. Edgar sorriu para ela enquanto lhe olhava furiosa, e assim decidiu
sentar-se ao seu lado de propósito. Então, ele agarrou Nico, que estava sentado
no seu lugar, pelo cangote e o mudou. Nico fez uma pose ameaçadora levantando
os pelos das costas e não poupou de lançar palavras pejorativas, mesmo que
soasse como sibilos e grunhidos.
― Tem um sabor curioso. –
observou Edgar, uma vez que mordeu um bocado do biscoito.
― Tudo bem se você disser
que não gosta.
― É como você, uma vez que
se prova se anseia por mais.
Carlton limpou a garganta em
uma tosse intencional.
― Por sinal, professor, li
seu mais novo artigo outro dia.
Edgar mudou rapidamente de
assunto, voltando a atenção para si, com um olhar sério para Carlton.
― Ah, então, você tem
interesse por História Natural?
― A natureza é profunda
quanto mais se procurar dados sobre ela. A palavra incrível foi feita para
estudo da História Natural, como sempre surpreendente. Em especial, gostei de
ler a parte sobre sua análise da estrutura do cristal.
Uma vez que ele abriu a
boca, foi fácil agarrar a atenção de Carlton. Ele atuou como fosse um jovem
aluno humilde pedindo respostas a seu professor, mas também conseguiu devolver
respostas inteligentes, fazer perguntas exatas para animar a conversa.
Parece que não eram apenas
as mulheres que Edgar tinha a arte de conquistar. Muito provavelmente, ele
conhecia a maneira mais precisa de se apresentar e assim ganhar a simpatia de
qualquer tipo de pessoa. Pode ter sido natural para alguém como ele que soube
como é duro ser bem-sucedido no mundo real, notava-se que tinha realmente lido
o artigo e investiu nele para ganhar a simpatia de seu pai, que até pensou que
estar obcecado com a sua própria pesquisa de campo.
“Agora, pai, você não deveria realmente se abrir para ele assim”,
era o que ela queria dizer enquanto observava os dois.
― Por sinal, professor, encontrei
alguns documentos antigos sobre este assunto. Há uma pedra chamada “ovo da
fada” ou algo assim.
Lydia foi atraída para a
conversa quando surgiu o assunto trazido por Edgar. Ao mencionar “ovo de fada”
era algo envolvido no caso do desaparecimento da filha do barão. Um caso em que
Edgar era um dos suspeitos.
― Sim, existe uma pedra com
esse nome.
― Pai, esse “ovo de fada” é
real?
― É apenas um mineral. Tem
esse nome romântico, mas não passa de uma pedra de ágata rara.
― Uma ágata, como assim?
Havia uma pedra preciosa de
ágata, do tamanho de uma cabeça de uma criança, exposta no gabinete, juntamente
com várias outras pedras coloridas. Carlton levantou-se e tirou essa grande
pedra do armário e a colocou sobre a mesa.
A superfície externa da
pedra se assemelhava a uma rocha preta e grosseira. Porém, não poderia imaginar
que era uma pedra de padrão descascado multicolor por dentro.
― Quando você olha desse
modo, parece que há uma ágata presa em um ovo rochoso. Só depois de quebrá-la,
você consegue ver o que há dentro.
Edgar olhou curiosamente
para a ágata em cima da mesa, que foi dividida em duas para revelar as camadas
brilhantes de cristal na seção transversal.
― Mas, a ágata que leva o
nome de “ovo de fada” não é uma pedra assim, é?
― O nome foi dado a esse
tipo de ágata é um substantivo próprio. Não está relacionado às suas espécies.
De acordo com a literatura, é uma bela pedra branca leitosa que tem um padrão
verde em sua superfície. Essa coloração é rara e chamada como “folha de menta”.
O “ovo de fada” é uma ágata com água presa em seu interior.
― Uma ágata que contém água?
Embora fosse Edgar quem
iniciou o tópico, Lydia foi a pessoa que mais fez perguntas, provavelmente
porque ele já deveria ter procurado o que era uma ágata selada com água.
― Quando você observa uma
pedra preciosa de ágata, pode ver como há uma caverna aberta no centro da
pedra, certo? São raros os casos de presença de água. No entanto, se você
cortá-la em dois, não pode verificar se há água porque evapora assim que ela é
aberta.
― Então, como você pode ter
certeza que há água dentro dela?
― Se você a agita, pode
ouvir água dentro dela. Caso você encontre uma pedra assim, pode esculpir seu
exterior lentamente. Quando você se aproxima do centro da pedra, pode ver que é
transparente. Haverá a antiga água balançando para frente e para trás,
escondida em sono dentro da terra profunda por centenas, milhares de anos.
Ao imaginar isso, Lydia
soltou um suspiro. Ela se perguntou como a luz pareceria quando era o primeiro
raio de luz solar a atingir seu centro e a brilhar por meio da cor da ágata,
que, provavelmente, era como um fino vidro fosco.
― Possivelmente, o nome “ovo
de fada” veio da coloração menta que o cobre como as veias de uma folha e a
água comparada a uma criatura misteriosa e imaginária.
― Mas, pai, se fosse uma
pedra de ágata tão rara, então, poderia haver uma chance de uma fada entrar
nela.
Langley, que era o único que
não conhecia esse lado da família, olhou intrigado com o comentário estranho de
Lydia.
― As fadas adoram objetos
bonitos, e isso não significa que a água presa dentro da ágata fosse a água
sagrada dos seis dias da Criação? Isso seria o suficiente para atrair qualquer
tipo de fada e cativá-la. E as gemas são pedras que absorvem a luz e as prendem
em seu interior. Até têm o poder de reter magia. Se uma fada entrasse em uma,
não poderia escapar.
― Na verdade, há registros
de que elas foram usadas para esse propósito. Não tenho certeza sobre outras
pedras de ágatas quem tenham água em seu interior. No entanto, se eu só
mencionar “ovo de fada”, então, aparecem histórias engraçadas como espíritos
malignos selados.
― Então, aquelas pedras que
são chamadas como “ovo de fada” ainda existem? – perguntou Edgar.
― Pode haver. Li que havia
um registro que existia uma em algum lugar da Abadia de Canterbury, por volta
do século XVI. Após isso, não ocorreu registro algum.
Depois de ouvir isso, Lydia
ficou intrigada com uma coisa.
― Edgar, o jogo de
adivinhação do “ovo de fada”, que é popular entre as jovens, se usa uma bola de
vidro em vez de uma ágata?
Não havia nenhum sinal de
que as pessoas usassem a preciosa pedra do “ovo de fada” para um jogo de
adivinhação.
― Sim. Bem, agora isso se
tornou meu principal interesse.
“Interesse? Não há nada em você que gostaria de ter interesse em fadas”.
― Sobre o “ovo de fada”,
encontrei um lugar que o vende. Você não gostaria de ir?
― Eh? Agora?
― Vim aqui para convidá-la.
Escutei que é um evento que só ocorre aos domingos nos Jardins de Cremorne.
Depois, Edgar se virou para
encarar o professor Carlton.
― Professor Carlton, me
daria a permissão levar miss Carlton?
Isto é correspondente ao seu trabalho como fairy
doctor.
― Se está relacionado a seu
trabalho, então, não tenho razão para impedi-la. Mas, já está anoitecendo,
acredita que ficarão até tarde?
Langley olhou para Lydia
horrorizado.
― Uma vez que nosso assunto
esteja encerrado, prometo escoltá-la em segurança para casa. Ficarei ao seu
lado o tempo todo, portanto, não há o que se preocupar.
Lydia pensou que, mesmo que
percorresse um caminho cheio de batedores de carteira e saqueadores, nenhum
deles seria mais perigoso do que ele. Aquele pensamento a desanimou. Mas, se
ela estava investigando o caso de “ovo de fada”, era preciso que ela colocasse
suas mãos em uma delas e saber onde eram vendidas. E havia outra coisa que
queria esclarecer com Edgar.
― Eu irei. Você poderia
esperar um pouco? Vou me aprontar.
Langley abriu a boca para
Lydia que estava prestes a se levantar.
― Hum... Miss Carlton, tinha me esquecido. Se
você não se importar, queria presenteá-la com isso.
Ele ofereceu um buquê de
margaridas amarradas a uma fita.
― Desde sempre, venho
visita-los sem presentes. Ah, sim, e obrigado pelos biscoitos de hoje.
― Oh! Muito obrigada!
Ela ficou sinceramente feliz
com o presente e sorriu de modo encantador.
Depois de pegar o chapéu e o
xale, Lydia subiu na carruagem de Edgar, que já estava à sua espera. Ele tinha
aparentemente trazido Raven, que estava em uma postura reta e imóvel,
aguardando ao lado da carruagem, enquanto ela vinha em direção deles. A
carruagem tomou o rumo da estrada, e Lydia sentiu os olhos picantes de Edgar a
observando atentamente, sentado ao seu lado. Foi terrivelmente desconfortável.
― O que foi? Por que você
está me olhando assim?
― Fiquei pensando... Nunca
imaginei que você poderia sorrir daquele jeito.
― Hum?
― Quando você foi
presenteada com as flores do sir
Langley, ficou feliz do fundo do coração. Mas, na minha vez, nunca demonstra o
mínimo de prazer.
― Não é bem assim. No seu
caso, seus presentes não são de coração.
Assim que fechou a boca,
ficou preocupada por ela ter dito algo nada amável. Porque o seu primeiro
encontro com Edgar foi uma situação tão duvidosa, que a fazia agir
constantemente contra ele. Mas, julgá-lo por não ter colocado o coração em suas
ações era uma forma de se prejudicar.
― Hmmm. Bem, as ladys
preferem apanhar flores à beira da estrada ao lado de seu amado mais do que um
extravagante buquê.
Ela sabia, por experiência
própria, que quando ele se mostrava fraco e deprimido era um dos seus truques,
mas no final, Lydia sentiu-se como estivesse fazendo a coisa errada.
Ela entendia que tinha que
aprender, de verdade, com os erros do passado, mas ao ver Edgar, que
normalmente era deslumbrante, bonito, seguro e confiante, percebeu que às vezes
se sentia equivocada quando o julgava.
― Senhor Langley vive perto,
por isso vem nos visitar.
― Tão perto assim?
― A residência dele está a
duas casas.
― Raven, você ouviu isso?
― Sim. – respondeu o jovem
que estava sentado ao lado de Edgar.
― Espe-espere um minuto!! O
que você está planejando fazer?
Ela entrou em pânico porque
Raven confessou anteriormente que não pouparia ninguém se estivesse no caminho
de Edgar.
― Apenas estou um pouco
ciumento. Posso?
― Não, você não está! E para
dar uma ordem tão facilmente assim...
Edgar olhou para Lydia como
se estivesse alarmado, para logo depois rir da brincadeira.
― Estava apenas brincando,
Raven.
― Eu entendi.
― Por enquanto, de qualquer
jeito.
― Pare de brincar! –
replicou Lydia, enquanto se afundava no assento.
― Pare de reclamar do seu
ciúme! Você só está se divertindo e curtindo enquanto observa a minha reação.
Além disso, o senhor Langley apenas tem respeito à filha do seu professor. Ele
me trata como uma garota normal, porque não sabe nada sobre mim.
― Você não está totalmente
ciente de seus encantos.
― Estou perfeitamente
consciente de como eu sou. Fui chamada de estranha toda a minha vida.
― Seus olhos podem ver um
mundo majestoso. Sua audição pode dizer se há vozes misturadas às ondas dos
ventos. Se houvesse alguém que descobrisse isso, qualquer pessoa ficaria
assustada. Mas, sabe por quê? Porque teriam medo de duma garota que podem
conhecer seus sentimentos, ser capaz de enxergar o que elas escondem de si
mesmas, até mesmo seu lado mais perverso.
Ele, com certeza, foi rápido
para encontrar alguma desculpa. Ela não queria ser influenciada, então
respondeu:
― Então, por que você não me
deixa enganar? Sei que no dia em lady
Dóris desapareceu, você a convidou para andar de carruagem.
― Hmmm, e quem te contou isso?
Porém, ele não estava abalado,
em vez disso, silenciou a voz para um sussurro como estivesse falando palavras
doces e derretidas para ela.
― Naquele dia, você foi ao
porto. Depois parou sua carruagem na A Doca, o que você fez? E outra coisa,
você convidou lady Dóris para entrar
na sua carruagem, assim que ela se separou da empregada durante o bazar. E
mesmo assim, após isso, se perdeu ela de vista. No entanto, olhe para si mesmo,
você é o maior suspeito.
― Você é uma vidente?
― Você chegou em casa com
uma pequena fada que vive no porto no telhado de sua carruagem. Depois que a
conheci e de ouvir o que aconteceu, ela me disse que foi levada a uma área
residencial de alta classe desconhecida, se perguntava perdida onde era sua
casa, sem saber como voltar.
Foi Nico foi quem contou
sobre isso, mas deixou esse detalhe escapar. Ele não podia argumentar contra,
encolheu os ombros e se jogou do lado.
― Mesmo que contratasse
empregados silenciosos, não seria capaz de te enganar se eu me casasse com
você.
― Eu não me casaria com um
homem que me engana.
Houve um ligeiro barulho
vindo do assento oposto a eles.
― Raven, você riu, não foi?
― Nunca.
Ela olhou para ele com
incredulidade, pois nunca imaginaria que ela pudesse ouvir Raven rir, pois ele
não mostrava sinais de nenhuma emoção.
Porém, Raven recusou calmamente as acusações de Edgar, com expressão
dócil, ao mesmo tempo em que ela não conseguia imaginar que tipo de semblante
Raven fez quando riu. Talvez ele sorriu sem expressão.
― Lydia, de fato, convidei lady Dóris para dar uma volta em minha
carruagem. Mas, só a levei até a frente de sua casa. Falo a verdade quando digo
que a conheci por coincidência, por isso fiquei surpreso quando soube que ela
desapareceu. A fada não estava vendo a hora que ela saiu?
― Sim, infelizmente. Ao que
tudo indica, ela adormeceu por um tempo.
― ...Que fada inútil. De
qualquer forma, confie em mim. Não estou mentindo.
Como ela deveria confiar em
um homem que era um grande mentiroso desde o início?
― Então, o que fez você
decidir em ajudar alguém?
― Você não pode me culpar
por ser curioso. Depois de deixá-la na frente de sua casa e ela desaparecer
assim... É natural que seja suspeito. Portanto, por esse motivo que preciso
descobrir a verdade.
Suas mentiras pareceram mais
convincentes do que a verdade. Ele era capaz de fazer de suas mentiras como ser
um conde tornarem a realidade. Logo, para Lydia era difícil decifrar suas
palavras eram verdade ou não.
― Há algo mais que você está
escondendo de mim?
― Não.
― Você está tentando me
enganar novamente?
― Agora, por que eu faria
isso?
Ele era alguém que poderia
enganá-la enquanto mentia com seu olhar e comportamento sério. Ainda assim, ela
se perguntou por que havia uma sensação forte que queria acreditar nele do que
duvidá-lo.
Pouco depois, a carruagem
atingiu os Jardins de Cremorne, que estavam recheados com decorações primorosas
e uma música animada. Uma vez que saíram da carruagem, passaram por um grande
portão de ferro. Eles entraram na vasta área coberta por diferentes exposições
e cabines de espetáculos.
O santuário número um de
Londres para o entretenimento era um lugar lotado de pessoas com estilos que
Lydia nunca testemunhara. A direção em que se virou havia pessoas, pessoas e
pessoas. Ela se perguntou de onde viera todo aquele pessoal.
Ao passarem em frente a uma
tenda de circo, a orquestra tocava uma música chinesa e ali ocorria o show de pierrot que estava prestes a atravessar
uma corda no alto de uma grande calçada. Tudo isso era novo para ela, e seu
foco quase se perdeu. Lydia lembrou-se que não estava ali para se divertir, mas
pesquisar.
― Onde você gostaria de ir?
Acho que os elefantes fazendo acrobacias seriam interessantes.
― O quê? E o “ovo de fada”?
― Isso pode vir depois. Uma
vez que estamos aqui, vamos nos divertir.
Ele a puxou sem perguntar se
ela queria.
― Espere, Edgar. É verdade
que o “ovo de fada” é vendido aqui? Se for mentira, vou para casa. Não tenho
intenção de gastar meu dia valioso de folga para acompanhá-lo nos seus
caprichos.
― Que cruel! Então, tudo bem.
Uma vez que acabamos nossa pesquisa, dê um pouquinho do seu tempo. Porque isso
é algo comum para você. Queria que você passasse um tempo comigo sem um pingo
de dever.
Lydia se perguntou se ele
queria ficar de olho nela a ponto que usaria esse dia de trabalho.
“Francamente, não consigo entender o que pensa Edgar”.
― Se não é necessário nenhum
senso de dever, acredito que não há nenhuma uma razão para tê-lo como
companhia.
― Por quê? Imaginei que
queria se divertir.
― Se você quer se entreter,
então, por que não convida uma garota diferente? Todos nós sabemos que há um
número infinito de garotas que seriam fáceis de você ludibriar, ao invés de uma
garota azeda como eu. Você iria ficar satisfeito em ter a companhia de uma
garota que ficaria encantada em ficar com você.
― Eu realmente não gosto de
seu lado ácido, embora, prefiro o seu sorriso.
― Como já disse, pare de me
provocar!
― Agora, Lydia, você tem
considerado as coisas de modo negativo, como estivesse a provocando, ou que
você é a única que conhece o meu segredo. Não é natural considerá-la de forma
positiva e querer passar um tempo com você? Se não a convidasse não haveria
chance de nos conhecermos, esses são os meus mais sinceros sentimentos. Não
houve tempo desde a primeira vez que nos encontramos, e não estou no estágio de
dizer que você é a única para mim, portanto, queria conhecê-la melhor. Você me
conhece, e por isso que a convidei aqui.
“Ele está dizendo a verdade? Ou porque sou facilmente enganada, e
ficaria mais fácil brincar comigo”.
Embora Lydia pensasse assim,
mesmo assim, ela assentiu com a cabeça.
― Bem, se for um pouco, não
me desagrada ver outras atrações.
― Obrigado. Vamos alimentar
nosso amor assim, passo a passo.
Quando ela pensou que ele
estava falando sério, ele rapidamente voltou a fazer piadas com ela. Lydia
sorriu ironicamente. Sua atenção se concentrou de certa forma na mão que ele
manteve para levá-la no meio da multidão. Ela pensou que havia algo errado por
segui-lo silenciosamente. Estava brava com si mesma por estar feliz em ser
elogiada, mesmo que fosse uma mentira ou lisonja. E, no entanto, existia um
lado calmo nela que não confiava completamente em Edgar. Essa parte se
convenceu que ele estava atento nela por ter uma valiosa utilidade.
A ideia de que Edgar estava
atraído por ela era algo impossível e essa sua convicção fundamental não
poderia ser descartada, não importava o que ele dissesse. Porque Edgar não
combinou com a vaga ideia de Lydia sobre o primeiro encontro perfeito ou mesmo
o senso de que um homem e uma mulher fascinados pelos sentimentos iriam ter um
relacionamento amoroso.
Sua ideia de um pretendente
ideal era alguém, que no início, não parecesse ter qualidades excepcionais, no
entanto, era gentil e atencioso em relação a outras pessoas. Mesmo que ele
fosse um pouco desajeitado ou desordenado, e que precisasse cuidá-lo todos os
dias, com seus cabelos despenteados, como acabasse de acordar, e entendesse e
compreendesse o seu lado de ver fadas. Alguém que tranquilo e suave. Alguém
talvez como seu pai.
Ela não combinava com alguém
que falava palavras doces e derretidas em um inglês perfeito britânico, ou
figura delgada impecavelmente perfeita e que tinha modo atrativo perfeito em
cada gesto ou movimento. Ele tinha a graça de um cavalheiro nobre, que os
corações das mulheres se enterneciam quando ele sorria, mas era assustador quando
forçava uma pessoa que não seria páreo para ele. E era impossível esquecer-se
disso. Mesmo que Edgar era ciente de que tipo de mulher iria corresponder a ele
sem resistência, Lydia nem era aristocrata em primeiro lugar.
Ela ouvir falar que, mesmo
nos últimos tempos, a classe média rica conseguia circular livremente e aos
montes entre eles. Existiam casos em que recorriam à venda de suas propriedades
e viviam em uma casa alugada. Mas, quando ela olhava para Edgar, ainda pensava
que ele era uma espécie completamente diferente dos plebeus.
― Ali está! Este é o lugar
que anuncia que você pode ver o show das fadas.
Assim que ela ouviu a voz de
Edgar, Lydia olhou para o pequeno teatro cor-de-rosa. Além da multidão das
pessoas, foi possível ver em uma tenda, um homem fazia cartas e flores
flutuarem no ar.
― É apenas um truque mágico.
― Ele afirma que uma fada
invisível segura o cartão e voe com ele.
― Eu não vejo nenhuma fada.
― Se uma fairy doctor diz isso, então, deve ser
um truque.
Uma vez que o mago terminou
o show, começou a venda do “ovo de fada” no palco. Diferentes bolas de vidro
coloridas foram alinhadas. O mago informou que havia fadas dentro delas. Ele
mesmo explicou como fazer o jogo de adivinhação, o que fez as senhoritas da
multidão ouvirem atentamente. Logo após, Edgar voltou depois de ter comprado um
deles e entregou-o à Lydia.
― Há algo por dentro?
― Parece que não há nada
dentro dele.
― Esse mágico é um dos
artistas que tem um contrato com este lugar. Ele constantemente muda sua
aparência e nome para executar todos os tipos de shows, mas não se ouve nada
excepcionalmente suspeito.
― Pelo menos, essa bola de
vidro não tem nada que atraia as fadas. Consegue ver como a cor é turva, o
vidro não é bonito e a cavidade por dentro é completa? Seria diferente se
houvesse algo dentro que as fadas gostassem, e comparando com este, você teria
uma chance maior e melhor de chamá-las se colocasse água limpa em algum tipo de
recipiente de vidro.
― Isso quer dizer que
responsabilizar as fadas pelo desaparecimento de lady Dóris seria algo forçado?
― Sim... Mas, é muito cedo
para decidir que não é o trabalho de uma fada. Eu precisaria investigar isso um
pouco mais.
Enquanto se concentrava,
Lydia entregou a bola de vidro a Edgar. Naquele momento, ela ouviu o som de um
vidro quebrando dentro do galpão e, logo após, os gritos agudos de uma mulher. Parecia
que alguém havia quebrado um dos ovos de fada. No entanto, como uma reação em
cadeia, uma série de outras bolas quebrara uma após a outra. E assim, várias
pessoas ficaram feridas, o que provocou pânico. O mago ergueu a voz na
tentativa de acalmar a todos.
― Uhh, gostaria de avisá-los, as ladies,
em particular, para terem cuidado ao lidar com as fadas. Certifiquem-se que ao
mexer com isso não seja algo grosseiro ou falar mal dos outros. Há momentos em
que podem ficar irritadas e explodirem o ovo.
― Como você saberia? –
murmurou Lydia.
― Pode haver um gás que
explode em contato com a temperatura corporal. Aposto que os que explodiram eram
apenas depósitos. Mesmo assim, é perigoso ter pedaços de vidro voando no meio
de uma multidão. – disse Edgar.
― Lydia, olhe para cima!
Neste momento, ela ouviu
Nico gritando. Orientada pelo gato-fada, que aparentemente os seguiu invisível,
Lydia mirou para cima e viu uma fada em uma das vigas no teto do galpão. Era do
tamanho de uma criança, com rosto enrugado como um homem velho, e um corpo
coberto por pelos desordenados e pequenos chifres na cabeça – uma fera bogey.
Ele balançava para frente e
para trás enquanto ria pendurado na viga. Depois, ele virou a cabeça em direção
à Lydia. Seus olhos se encontraram.
[― Hum. Então, você pode me
ver].
De repente, ele desapareceu.
Lydia percebeu sua intenção e olhou para o “ovo de fada” na mão de Edgar.
― Edgar, jogue isso fora.
― Eh?
Ela rapidamente o afastou de
sua mão. Uma fração de segundos depois de jogá-lo na direção oposta do galpão,
a bola de vidro explodiu. Ela o puxou, enquanto ele aparentava completamente
confuso e saíram do galpão em fuga. Ela examinou a área, mas não conseguiu
identificar nenhuma fada por perto.
― Havia uma fera bogey.
― Bogey... Acho que já ouvi falar disso, que tipo de fada ele é?
― É da espécie travessa. Um
pequeno demônio de má índole. Não é muito inteligente, pertence à corte
Unseelie.
― E um deles fez com que os “ovos
de fadas” explodissem dentro do galpão?
― Não tenho certeza, o mago
não parecia estar em pânico. Poderia estar envolvida uma série de coisas, mas
não há dúvida que bogey aproveitou da
situação.
Ela se perguntou se era algo
fora do contexto ou estava envolvido de alguma forma com os “ovos de fada”.
Seria precipitado decidir de modo arbitrário que as fadas não estavam
relacionadas com o desaparecimento de lady
Dóris.
Edgar segurou a mão de Lydia
enquanto estava concentrada pensando.
― Você ficou ferida?
Aparentemente foi cortada
com um pedaço da bola de vidro que explodiu assim que a jogou. O sangue
escorria da ponta dos dedos. Ela tirou a luva e a verificou, mas parecia que as
ferida não eram tão profundas.
― Estou bem. Os cortes são
pequenos. Eles irão se curar se lamber.
Quando ela disse isso,
Lydia, de repente teve um mau pressentimento e, rapidamente, puxou as mãos para
trás, longe do alcance de Edgar.
― O que há para esconder?
― Acredito que estou
começando a entender o que você está pensando.
― Só pensei que seria capa
de curar suas feridas.
Ele deu um sorriso para ela.
― Estou bem.
Ela não podia se descuidar
com ele. Lydia começou a se afastar depressa dele, mas ele a convidou para dar
uma volta em um dos barcos no lago. Estava arrependida por ter aceitado em dar
uma volta no jardim, mas começava a ficar escuro nos Jardins Cremorne e as
lâmpadas de gás começavam a brilhar lindamente, que tornava a atmosfera ainda
mais animada. Ela conseguia pensar em como Edgar a deixaria ir tão facilmente.
― O que você está fazendo?
Por pouco feriu o conde!
Uma garota de cabelos
laranja gritava em direção de seus passos. As pessoas que passavam não
conseguiam ver a pequena e feia fada que estava ali. Ela percebeu que garota
não gritou, e sozinha ali atraía uma atenção indesejada, por isso, rapidamente, se
escondeu entre as sombras das árvores e baixou a voz.
― Não te disse para você não
atacar apenas a garota?
[― Mas, mestra, aquela
humana pôde me ver. Sim, ela não só me conseguiu me ver, mas descobriu que era
o único que quebrava os vidros. Estou certo de que ela é uma fairy doctor].
― Então, o quê? Você é meu
escravo. Você tem que apenas me ouvir e fazer o que quero!
[―... Sim, mestra].
― Era apenas para causar uma
comoção maliciosa e a assustasse a ponto de tremer de medo. Assim como Dóris,
que queria que desaparecesse de Londres.
Quando ela disse a última
parte, ele subiu em seu ombro, mas chacoalhou parte da saia de modo que ele
caísse. Ela estava à procura da garota de castanhos avermelhados que caminhava
ao lado do conde. Era uma visitante frequente da mansão do conde, e aparentava
que tinha uma boa convivência com Edgar Ashenbert. Ela observou também que
tinham a mesma idade. Fora os
impressionantes olhos verde-dourados, não era tão bonita, e isso a fazia pensar
que ela sim era adequada ao conde. Como era uma mestra de uma fada escrava,
acreditava de verdade que era capaz de fazer qualquer coisa com o poder da
magia.
[― Heh como um humilde
humano pode controlar uma fada? Você e eu somos escravos da mestra].
Nico estava ouvindo os
murmúrios revoltados da fera bogey no
topo de uma árvore.
[― E pensar que você é tão
alto e poderoso. A única razão pela qual eu ouço atentamente é porque são as
ordens da mestra. Espera só, sua pequena moça atrevida!].
A fera bogey de repente colocou a mão sob o queixo como estivesse pensando
em alguma coisa.
[― Mas, se aquela fairy doctor desconfiar, teremos
problemas. Se ela entrar no nosso caminho, então, todo o duro trabalho da
mestra terá sido em vão].
Enquanto ele murmurava para
si mesmo, a fera bogey lentamente
desapareceu.
― Ah, não! Parece que
teremos problemas pela frente. – reclamou Nico, enquanto balançava sua cauda.
― E o conde, que continua se
divertindo e com todo o seu passado, não tenho ideia do que pensa. Para variar,
vou ter que ficar de olho nele também, e que incômodo!
Nota
da tradutora: Quando o Edgar chega na casa da Lydia no
domingo de tarde é a parte que mais gosto do capítulo. Dá para sentir que ela o
queria beeeeeeeeem longe. E o atrevido ainda dá um chega para lá no Nico
sentado todo comportado no sofá, só para ficar ao lado da fairy doctor. XD A-do-ro!
E já deu para sentir na
última parte que a treta vai ser maligna, não é? Deixa chegar nos 3º e 4º
capítulos... Você vai querer esganar o Edgar! E... Hum, não vou dar spoiler, não! XD
O próximo capítulo chega em
meados de novembro! Te espero! Até lá e obrigada por nos prestigiar! Beijos!
4 comentários:
Que bom que você vai continuar com as traduções. Você está fazendo um ótimo trabalho!
Obrigada, Vanessa! Continue prestigiando o trabalho que pretendo alcançar as de inglês. Vai ser um sufoco, mas vou tentar ;)
Mesmo que seja meio tarde, saiba que sinto muito pelo Bartô. Minha Marie é minha companhia também, e adotei ela há dez anos, quando perdi outra gatinha que era muito especial para mim, então entendo a sua perda. Sei que a saudade é grande, mas espero que você esteja bem.
Espero que na novel fale mais do passado do Edgar do que falou no mangá, estou muito ansiosa por isso! E realmente odeio a Rosalie!
Muito obrigada pela tradução maravilhosa! Saiba que seguirei ansiosamente seu blog de agora em diante!
Ah, obrigada! Foi barra perder o Bartô, mas acho que ele me ajudou bastante a ponto de me trazer dois novos integrantes: o Pipoca e a Cocadinha^^. Eu os adotei em uma feira no dia 02 de dezembro e de lá para cá são companhia constante em todas as horas, inclusive enquanto traduzo a light novel <3
E se prepara que tem chão pela frente!
Bjs e muito obrigada!
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