Livro II - Cuidado com a Doce Armadilha
Nota de abertura:
Bem-vindo(a) ao livro II de Hakushaku to Yousei – Cuidado com a doce armadilha.
Este livro corresponde aos volumes 3 e 4 do mangá, mas não está no anime. Em
tempo, se prepare para xingar o Edgar. Aqui ele mostra o seu lado mais
mulherengo (e irritante). Enquanto isso, Lydia vai encarar uma rival nada
simpática. Segure-se na cadeira e Enjoy!
― Certamente, o nevoeiro se
dissipou.
A jovem e nervosa debutante
falou, ergueu a cabeça e o encarou para dar um rápido olhar pela janela da
carruagem que andava. A neblina pendia fortemente entorno dos edifícios da
cidade, e lhe dava formas vagas e misteriosas. Seus olhos reconheceram a Hall
Central Catedral, que ficava mais alta e acima do conjunto de edifícios da
cidade em sua volta, enquanto a neblina borrava a sua silhueta, o que a fazia
como um gigante em pé e olhava a cidade nebulosa.
― São noites como essa que
fazem pensar que algo perigoso pode acontecer. Não é um dia para um jovem lady como você estar à espera de uma
carruagem na beira da estrada.
A jovem deu um modesto e
rápido olha para a fonte da voz masculina que se estava sentada ao seu lado. No
entanto, voltou rapidamente o foco de sua atenção para as mãos que estavam
coladas no colo.
― Sim, você está certo. Eu
realmente não sabia o que fazer quando me separei da minha empregada. Não posso
te agradecer o suficiente, my lord...
― Ah! Não há necessidade de
ser tão formal. Eu que sou um afortunado por passar um tempo com uma jovem
encantadora como você.
― Oh, não! Eu....
Mesmo que soubesse ser uma
simples lisonja, ela não conseguia controlar seu coração. A tímida garota não
conseguia colocar os olhos no proprietário da carruagem, que era tão grande por
dentro como aparentava no seu exterior.
Este homem, que possuía uma
beleza pessoal rara, era um jovem que acabava de retornar de Londres. Seu
cabelo dourado reluzia e sua posição graciosa reuniam a atenção das pessoas ao
redor. O seu tom de voz encantava senhoras e senhores e chamava a atenção sua
conversa inteligente e bem educada. Estava próxima da temporada, e o forte
rumor entre as filhas debutantes da classe alta sempre aumentaram sobre o novo
pretendente e se encontrava em Londres nem havia um mês.
E, no entanto, era
inacreditável que o comentado Conde se preocupasse com uma garota como ela.
Apesar de conhecê-la, quase não falou com ela e passou em sua frente quando não
conseguia uma carruagem e se ofereceu para levá-la para casa. Alguém tão tímida e reservada como ela, não
conseguiria ajudar em um bazar de caridade. Para uma filha debutante de classe
alta, era dever de se envolver em atividades de beneficência e sabia que era
treinamento para arrumar um futuro
casamento. E quando ela pensou que não poderia piorar, estava separada de sua
empregada no meio da multidão e o clima se transformou.
A jovem deu outro olhar para
o homem ao seu lado para confirmar novamente se aquilo era verdade.
― Você é tão reservada.
Mesmo sem levantar a cabeça
para encará-lo, ela poderia dizer que ele sorria suavemente.
― Ou você se arrepende de
entrar em uma carruagem de um homem que mal a conhece? – perguntou.
― Oh, não... Eu nunca... Porque
todos dizem que o Conde Ashenbert é o melhor cavalheiro.
― Rumores aparecem do nada e
desaparecem como o nevoeiro. Ninguém realmente sabe a verdade e eles não estão
interessados nisso. – ele disse de forma inesperada, inclinado seu corpo em
direção a ela, deixando-a mais rígida do que uma pedra.
Seus dedos flexíveis
chegaram até seu penteado. Mas, eles pararam bem próximo, ele puxou o braço
para revelar que segurava uma folha de árvore.
― Perdoe-me. Isso foi
assoprado pelo vento.
Sem pensar muito, ela
levantou a cabeça e seus olhos se encontraram. Ele lhe deu um sorriso
impenetrável, perfeito, porém a jovem achou que viu algo escuro espreitando a
conversa atrás dele. Ela estremeceu de medo por não saber o que era.
Um homem que ela mal
conhecia. Ele estava certo. Mesmo que ele fosse um homem com nome de família e
uma posição social de prestígio, não tinha como saber se era honrado, verdadeiro
ou não.
― Dizem que há um mal
escondido na névoa de Londres. Você está ciente de quantas meninas jovens e
meninos foram engolidos e desapareceram nessa névoa, lady Dóris?
― Não... Não tenho medo. –
ela disse negando com a cabeça, ainda incapaz de tirar os olhos dele.
― Tenha cuidado para que
você não seja engolida pela escuridão.
A carruagem já não se
movimentava. O cocheiro abriu a porta, e ela soltou um suspiro de alívio ao ver
que estavam em frente à sua casa. Que tolice dela imaginar que seria arrastada
para o nevoeiro profundo e escuro. Mas, depois que ela viu a carruagem do conde
descer a rua na névoa grossa e a perder de vista, ela podia entender como as
pessoas acreditavam que as terras desse homem eram localizadas além dos reinos
da névoa, em um mundo distante. O título de lord
Ashenbert era o Conde de Ibrazel, dito como o Senhor do mundo das fadas.
― Dóris, onde você esteve?
Não era o conde Ashenbert naquela carruagem agora? – perguntou uma moça atrás
dela.
― Rosalie! Sim, uh...
A prima Rosalie estava de
frente para Dóris, na frente do portão da casa. Ela devia estar observando,
pois sua voz saia irritada.
― Você está tentando ganhar
uma vantagem em cima de mim?
― Não! Eu nunca...
― Por que você não está me
olhando nos olhos? Você tem escondido algo de mim ultimamente?
― Não, não estou escondendo
nada. – negou fortemente a garota.
― Ouça bem, você nunca
poderá esconder algo de mim. É melhor você não se esquecer de que fizemos um
juramento com uma fada.
― Claro!
― Então, me diga. O que era
aquela carta que você estava escrevendo pelas minhas costas?
― Você... Você estava
observando?
― O quê? Era algo que me
incomodaria se eu visse?
O que significava que ela
não a havia lido. Dóris relaxou aliviada, no entanto, isso só irritou mais
ainda Rosalie.
― Oh! Você está escondendo
algo de mim! Você se esqueceu! Se derrubar o nosso juramento...
― Que a fada viria e puniria
você?
Ela lembrou quando as duas
fizeram o juramento para fada. Elas fizeram uma promessa que, como amigas, não
manteriam segredos uma da outra. Sua prima disse que, se uma delas rompesse com
a promessa, então Fogman iria puni-la.
―Mas, Rosalie, você
realmente acha que existe o Fogman?
― Claro que existe! E eu não
me importo mais com você! Não vou ajudá-la se algo acontecer com você! Seria
maravilhoso se fosse sequestrada pelo Fogman e desaparecesse!
O Fogman era uma fada do
nevoeiro que qualquer criança londrina conhecia assim que crescia um pouco. Ela
não estava mais na idade de acreditar em contos de fadas, mas mesmo assim, aceitava
a tal ponto e isso a assustou. O motivo de seu medo foi porque ela testemunhou
a visão de uma criança pobre que foi capturada pelo Fogman. Era lembrança vaga,
um fragmento de quando era pequena, mas tinha certeza de que não era um sonho.
Por causa dessa memória, o nome Fogman era encarnação da escuridão, morte e
medo, mesmo agora.
Ela se perguntou o que
acontecia quando alguém era capturado pelo Fogman. Enquanto observava a prima
de cabelos alaranjados se distanciar, sentiu o isolamento, a sensação de ser
abandonada sozinha no nevoeiro.
*****
Mayfair era
um distrito de renome onde abrigava as propriedades mais ricas e de prestígio
em Londres. Em uma dessas esquinas estava a mansão que se assemelhava a um
castelo de propriedade de Edgar Ashenbert. O jovem conde, com aproximadamente
vinte anos, teria acabado de voltar para Inglaterra e imediatamente comprou o
edifício e um dos quartos era o escritório de Lydia. Ela foi coagida a se
tornar a fairy doctor particular da
família do conde, há duas semanas que esta jovem de dezessete anos convivia
nesta residência.
Edgar tinha o título de um
condado inglês, como o senhor do feudo de Ibrazel (mundo das fadas), no
entanto, ele não era da verdadeira linhagem da família Ashenbert. Apenas um
homem com um nascimento e uma linhagem desconhecidos. Parecia não haver engano,
ele nasceu em uma família aristocrática, mas não tinha a mínima ideia sobre as
fadas. Assim como a maioria das pessoas, também não podia ver fadas ou
ouvi-las, mas as fadas moravam nas terras de que ele herdara como conde e, como
o aceitaram como seu senhor, devia ter pensado que surgiria problemas que
precisaria da ajuda de uma fairy doctor,
por isso, decidiu contratar Lydia.
Na era em que fadas e seres
humanos viviam de mãos dadas, um fairy
doctor era alguém com conhecimento sobre fadas e experiência em negociação,
seu trabalho era manter a paz entre as duas espécies. Entretanto, agora no
século 19, a existência das fadas foi empurrada para os livros infantis. E
todos esqueceram que elas eram suas vizinhas. Mesmo a existência de um fairy doctor era algo raro. Por essa
razão que, quando Lydia abriu seus serviços como fairy doctor em sua cidade natal, quase não havia ofertas de
emprego e foi tratada como uma aberração. Depois de tudo isso, ela foi
contratada como uma fairy doctor.
Corria-se o discurso que
esta posição honorária era inadequada para alguém novo e inexperiente como
Lydia, mas a razão pela qual ela não podia se sentir afortunada e sentir-se
grata pelo seu empregador era não saber que ele estava pensando.
Como hoje, quando ela abriu
a porta do quarto que era supostamente sua sala de trabalho. Ficou enervada com
que viu que até lhe deu tonturas. A sala estava lotada de flores.
― O que é isso?
― Presente do mestre. –
respondeu Tompkins, o mordomo, que se encontrava atrás dela.
Com movimentos rápidos,
ágeis e inimagináveis de sua figura escarpada, ele colocou mais um vaso junto à
janela.
― O mestre tem deveres e
estará ausente hoje, mas ele desejou que a senhorita Carlton passasse o seu dia
tranquilamente.
Lydia ficou aliviada ao
ouvir que Edgar estava fora de casa.
― Logo, isso significa que
não vou ter que sair hoje.
Desde então, ela foi
arrastada praticamente todos os dias para acompanhar Edgar em peças teatrais,
festas de chá e recitais. Ela queria perguntar se tudo isso fazia parte de seu
trabalho como fairy doctor. No
entanto, duas semanas se passaram, e ela perguntava a si mesma para onde estava
indo. Lydia ainda não tinha feito nenhum trabalho honesto, decente. Afinal, o
que realmente Edgar tinha em mente quando a contratou?
Lydia pensou que era
praticamente sua boneca. Mesmo esse cômodo não se assemelhava a um escritório
de trabalho. O tapete e o papel de parede apresentavam um tom amarelado e
verde-claro para realçar um lindo sofá e toalhas decoradas com rendas finas e
bordados, sem contar as graciosas cortinas de sedas feitas com abundantes
plissados. Os armários tinham ornamentos de vidro e bonecas de cerâmica se
encontravam alinhadas neles, o que fazia com que esse cômodo parecesse o quarto
de uma adolescente. Ela não conseguia imaginar o que ele tinha em mente.
― Vários vestidos
encomendados chegaram. Por favor, verifique o seu tamanho.
― O quê? Vestidos?
Ela parou Tompkins quando
estava saindo.
― Sim. São para quando você
for ao Royal Opera House no próximo
mês.
― Ópera? Não me disseram
nada sobre isso.
― Então, você deve ser
informada em breve. Nós preparamos vários vestidos para quando for aos futuros
eventos sociais. Você irá precisar deles. Oh, por favor, não se sinta ofendida.
Esta é uma das ferramentas para o seu emprego, fornecida pela família do conde.
― Hum, mas, o que você quer dizer com eventos sociais? Como isso está
relacionado ao meu trabalho? Além disso, não é correto incluir uma ópera em
minha agenda sem me consultar.
De qualquer forma, as
garotas eram ornamentos para ficarem ao lado dele e o ajudar a ampliar seu
encanto. E por esse motivo, Lydia teve resistência contra as flores e ser
levada às glamorosas reuniões sociais.
― Em relação a que você
disse, lord Edgar afirmou que me
colocaria um vestido e me arrastaria até a ópera. Imploro, tenha piedade desta
pobre alma.
Não se podia dizer que seria
uma piada quando Edgar disse isso. Lydia queria colocar a cabeça entre as mãos.
― Mr. Tompkins, você não está cansado de servir Edgar?
Sua família esteve a serviço
como mordomo do conde por gerações e ele se mostrava ansioso em servir o novo
mestre, que havia retornado de uma ausência de trezentos anos. Porém, ela
estava curiosa em saber se estava feliz com aquele jovem frívolo.
― Senhorita Carlton, é dever
do mordomo girar em volta do mestre. Quanto mais se dispor em relação ao
mestre, mais se mostra as qualificações que este mordomo é excelente.
― Oh... Entendo. Então, é um
mundo de competição.
Ele virou os cantos da boca,
e isso a fez perceber que o sacrifício valia a pena.
― Mas, eu não tenho intenção
de competir com Edgar.
Ela se endireitou e saiu do
escritório.
― Onde vai, lady?
― Sou livre para fazer o que
quiser, não sou? Pois bem, vou dar uma volta.
Quando ela pensou de estar
sentada aqui era fazer exatamente o que Edgar queria o que fizesse a deixou bem
irritada.
― Parece que a névoa ficará
mais espessa à tarde. – mencionou o mordomo.
― Como você sabe?
― A umidade do ar atinge as
minhas barbatanas nas costas.
― Tudo bem, eu volto antes
disso.
Mesmo que a Páscoa tivesse
passado, e os ventos da Primavera estavam chegando, mesmo assim, não atingiram
Londres. Pois, não havia sinais da estação estava se aproximando, por conta dos
dias nebulosos. Ela se perguntou quanto tempo precisaria ficar em Londres.
Lydia, originalmente, só saiu dos campos da Escócia para passar a Páscoa com
seu pai.
O pai de Lydia vive e
trabalha como professor universitário londrino e, na verdade, estava preocupado
em deixar a filha morar sozinha na residência na Escócia. Por isso, ele sugeriu
que ela vivesse ali. Porém, para Lydia, aquela casa rural era o seu refúgio,
onde as suas memórias descansavam sobre sua mãe que faleceu quando ainda era
pequena e, acima de tudo, abrigava muitas árvores, plantas e fadas diferentes
que ela adorava.
Mesmo quando, após a morte
de sua avó, Lydia ficou sozinha e seu pai não a forçou a se mudar para Londres.
No entanto, se ela escolhesse viver em seu país agora, seu pai, certamente,
concordaria. Porém, o real problema era Edgar. Desde que foi contratada, ela
não poderia sair de Londres sem sua permissão.
De qualquer maneira, no caso
de Lydia, era como estivesse forçada a ocupar um emprego, e por isso mesmo não
precisava ficar preocupada em ser demitida. Então, o que restava era ficar
segura quanto a isso.
Ter um emprego que tratava
de fadas era raro, mas não deixava de ser perguntar até onde ela fazia parte
das brincadeiras de Edgar, assim como a possibilidade de voltar para o seu país
natal, mesmo sendo sua fairy doctor
particular. Ela pensava uma boa maneira de convencer Edgar sobre essa ideia.
Enquanto pensava, se dirigia ao parque.
― Oh, Deus, esse peixe é
realmente horrível.
Quem disso isso era o gato
que estava ao seu lado, sem que ela percebesse. Não, não era realmente um gato,
mas uma fada e caminhava sobre suas quatro patas como um felino normal, por
cima da parede de tijolos.
― Nico, é melhor parar de
tomar suas refeições de forma furtiva das lojas.
― Agora entendo porque os
gatos de ruas não se aproximam deste lugar. Esse tipo de comida não é para mim.
Nico fez uma pausa para se
certificar se não havia ninguém próximo, pulou da parede e levantou-se sobre as
suas duas pernas traseiras. Ele endireitou o casaco de pelos fofos e cinzentos,
ajustou a gravata no pescoço e encheu o peito como um cavalheiro orgulhoso.
― Então, o que é isso?
Lydia viu sua cauda enrolada
em torno de algo e o levava com cuidado.
― Eles disseram que era
comida enlatada. De acordo com os hobgoblins,
que estavam dormindo debaixo da calha, isso tem uma coisa gostosa que eles
comem em Londres.
― Mas, isso é um enlatado de
peixe.
― O quê? Peixe? Nunca vi
peixe deste modo!
― Não, quero dizer, o peixe
está na lata. No rótulo diz que está marinado em ervas.
― Huh? Então, isto é um recipiente? Não há nenhuma abertura para
abrir!
― Bem, sim. Porque a tampa
está bem fechada. Você precisará de um instrumento para abri-la.
Nico examinava a lata,
girando-a. Derrubou para testar sua dureza e quando começou a perceber o que
era, o seus pelos da parte de trás do pescoço se eriçaram em indignação.
― Aquele maldito hobgoblin! Como se atreve em me enganar!
Só porque ele não conseguiu abri-la para comer, praticamente roubou meu pão de
noz! Além disso, é peixe mesmo?
Lydia arrancou a lata dele,
depois que tentou lançá-la.
― Agora, não se preocupe com
isso. Vamos abri-la mais tarde. Mesmo que você ache que não, tenho certeza que
é peixe.
Ali, junto com Nico, ela
entrou no parque cheio de vegetação por meio de um dos pequenos caminhos de
terra. O céu estava cheio de nuvens e a névoa começava a se aproximar, mas ao
entrar em uma área rodeada de árvores, a fez sentir-se relaxada.
Por causa do tempo, não
havia ninguém em volta, e ela conseguiu identificar fadas entre os esquilos e
pequenos pássaros, que derrubaram alguns galhos de árvores.
Não dava para se comparar
com os bosques da Escócia, mas lugares como este, em Londres, ainda tinham
muitas fadas. Uma vez que elas perceberam que Lydia podia vê-las, uma humana
conseguir identificá-las algo raro, logo começaram a se reunir em volta dela.
Sentada em um banco, Lydia
ouvia as divertidas conversas das fadas. Ouvi-las não era o mesmo que entender
o significado de suas palavras, assim como as pessoas gostam de ouvir os
trinados e cantos dos pequenos pássaros.
Enquanto ela calmamente passava
o tempo, a paisagem, de repente, escureceu. Pensou que uma grande nuvem da
neblina a tivesse envolvida, mas ouviu, ao fundo, latido de cães. Imediatamente
as fadas voaram para todas as direções. Parecia que os latidos dos cães estavam
se aproximando.
― Oh, não, Nico! Será há
cães perdidos por aqui?
― O quê? Você deve estar
brincando! Vou cair fora!
― Ei, espere, Nico!
Assim que ele desapareceu,
uma moita ao lado dela se moveu de modo nada natural. Um grande cachorro saiu
grunhindo. Um a um saiu da escuridão e ficaram ao redor dela.
― Não! Vão embora!
Um dos cachorros saltou para
atacá-la e ela não hesitou em jogar a lata que estava em suas mãos. Ele foi
atingido e caiu no chão, mas isso só provocou e agitou ainda mais os outros
cães. Quando estava prestes a quebrar um galho, surgiu uma figura por de trás
do tronco da árvore. Era um homem vestido de preto e apareceu junto com o
nevoeiro.
“Fogman...” Seu nome escorria através de seus lábios como sussurro,
no entanto, na sua visão ele se assemelhava a uma fera feroz e ameaçadora,
juntamente com um grupo de cães-fadas. O homem estendeu a mão para Lydia. Ela se sentiu tonta com
forte cheiro de drogas químicas.
“O quê? Um sequestrador?”
No entanto, naquele momento,
o corpo do homem ficou rígido. Depois se inclinou e caiu ao chão. Um vertente
de sangue escorreu debaixo do seu corpo e empapou o solo de vermelho. Enquanto
seus olhos estavam abaixados, apareceu uma figura de um jovem sem nenhuma
expressão de pele avelã. Lydia sabia quem era. Ele lutou além do mar, uma arma
mortal, e servo leal de Edgar.
― Ahhhhh!
A coisa mais próxima que
Lydia via era as presas do cachorro selvagem em sua frente. O jovem pulou em
sua frente e com a faca apontada para o cachorro. Logo depois, ele cortou a sua
garganta. Em um piscar de olhos, ele ficou de guarda na frente de Lydia e
derrubou os cães um a um enquanto o atacavam.
― Devemos sair daqui,
senhorita Carlton.
― Mas, Raven, como você
chegou aqui?
― Depressa! Precisamos
deixar esta área.
Impulsionada, ela seguiu
logo atrás dele. Quando finalmente chegaram a uma área onde havia algumas
pessoas, Lydia, de repente, se sentiu mal. Embora estivesse fora dessa situação
enervante, ainda podia sentir o cheiro de substâncias químicas e o sangue
escorrendo em sua volta.
Ela verificou suas roupas e
cabelos, não estavam sujos ou manchados, mesmo assim, era como estivesse
banhada com um sangue invisível que viu se espalhar.
Não foi um erro que sua vida
foi salva por Raven, entretanto, estava mais assustada do que agradecida porque
testemunhou seu modo implacável de matar.
“Você não poderia ser mais tranquilo em relação a eles, nem que fosse um
pouco?”, era o que queria dizer, mas sabia este tipo de avaliação não era
apropriado naquele momento.
― My lady, está machucada em algum lugar?
― Não, estou bem.
Ela simplesmente não queria
ser tocada, logo, Lydia endireitou a espinha.
Tinha certeza que era uma cidade perigosa, mas nunca imaginou que seria
atacada de dia e em uma área deserta. Ela ainda precisava lidar com os
batedores de carteira e ladrões de bolsas em áreas lotadas, e mesmo que não
houvesse ninguém ao redor, ladrões ou pervertidos estariam procurando uma
chance para atacá-la.
Não era difícil imaginar que
alguém que olhasse para Lydia saberia que não conhecia bem a área londrina, e
andava sozinha. Porém, Raven a seguindo não a deixava à vontade. Porque o leal
servo de Edgar também era um animal mortal. Ainda havia partes sobre ele que
Lydia não entendia completamente. Apenas a parte sobre não conhecer ninguém
suficientemente bom para ser seu mestre como Edgar.
― Lydia! Graças a Deus! Você
está salva!
Edgar entrou em seu
escritório de trabalho cheio de flores e exagerou na reação de vê-la bem, e
logo, pegou suas duas mãos.
Lydia apenas olhou para ele
com uma careta, enquanto ele lhe deu um doce sorriso, como fosse uma criança
inocente. Mas, ela sabia que não havia nada de inocente dentro dele.
Lydia rapidamente se
desvencilhou.
― Sim, estava segura.
Obrigado por colocar Raven atrás de mim.
Ela procurou colocar
sarcasmo em cada palavra dita, mas Edgar não se abalou.
― Estou feliz em poder te ajudar.
― Não é isso que quis dizer.
Aliás, qual é o significado disso? Se esse pervertido não aparecesse, então,
você mandou Raven relatar cada pequena coisa que faço? É isso?
― Eu apenas estava te
prevenindo de algo. O objetivo é apenas te proteger.
“Oh, é verdade?”.
Lydia o encarou como um
falcão que a zelava como preocupação, mas aqueles olhos malva-acinzentado
incrivelmente bonitos escondiam algo negro em sua alma. Edgar ainda era “um
homem misterioso” para Lydia. Pelo canto do olho, viu Raven na entrada do
quarto.
― Esta é a medicação para miss Carlton, desde que relatou dor de
cabeça.
― Isso é verdade, Lydia?
Deve ser porque você passou por uma experiência tão assustadora.
Enquanto ele falava, se
inclinou para se aproximar mais, o que fez Lydia se mover em direção contrária
do sofá.
Ele era um homem que não
hesita em criar uma distância mínima entre os dois, e sabia que ninguém iria
rejeitar um homem de aparência, palavras doces e gestos sedutores, o que
tornava mais problemático. Para Lydia, que sempre foi chamada de estranha e
excluída do grupo e, portanto, não estar acostumada contato direto com gênero
oposto, tudo isso parecia impróprio e desagradável. Apesar disso, ele continuou
até colocar a mão em sua testa.
― Parece que você não está
com febre.
― É porque vi muito sangue,
mas estou bem agora!
Edgar virou os olhos para
Raven. Graças a isso, ele se recostou e, finalmente, deixou um espaço entre
eles.
― Sangue? Você matou alguém?
― Sim.
Era normal que Raven não
movesse um músculo do seu rosto. Ele era sempre leal a Edgar e não deu nenhuma
desculpa, respondendo a pergunta do seu mestre de uma forma calma e compassada.
― Quantos?
― Um homem e mais quatro.
― Quatro?
― Ele tinha cães consigo.
Os olhos de Edgar recaíram
como estivesse pensando profundamente, mas, então, ele abriu a boca para falar
com Raven.
― Tudo bem. Isso é o
suficiente.
Com um aceno de cabeça,
Raven colocou o copo de água e remédios sobre a mesa, juntamente com um objeto
de ferro estanhado.
― Eu também peguei isso, que
foi deixado por miss Carlton.
Era a lata que Lydia tinha
jogado nos cães. Edgar pegou o objeto e olhou com curiosidade.
― Uma lata de peixe?
― Não, é uma arma,
provavelmente.
Raven não era o tipo de
pessoa que fazia uma piada, então, isso significava que ele pensou que Lydia
sempre carregava uma lata para se defender e jogar em algo. Ela sentiu--se um
pouco envergonhada por alguma razão, e olhou para Nico, que estava enrolado em
uma almofada redonda fingindo ser um gato. Como aquilo não tivesse nada a ver
com ele, Nico abriu a boca em um bocejo.
― Hmmm... E como você usaria? – provocou Edgar, depois que viu Raven
sair.
― Você gostaria de
descobrir?- respondeu Lydia.
― Não. Vou deixar passar.
Respondendo com um sorriso,
se levantou para sentar-se em um sofá oposto a ela.
― A propósito, Lydia,
gostaria de lhe pedir que não ande ao ar livre sozinha. Se for desconfortável
ser acompanhada por Raven, então poderia contratar uma empregada. Além disso,
você pode usar nossa carruagem para ir e voltar de sua casa.
― Você não precisa ter esse
exagero de zelo depois disso, só vou ter mais cuidado a partir de agora.
― Não é isso! Todas as
filhas de casas respeitáveis fazem o mesmo.
― Mas, não sou uma nobre.
Estou acostumada a viajar sozinha e eu prefiro.
― Aqui não é a Escócia, mas
a capital de Sua Alteza Real. As pessoas te julgam pelo jeito que você se veste
e age. Seu pai é membro da Royal Academy
e um professor conhecido da alta classe. Você é sua filha. Então, deveria estar
ciente da etiqueta social própria para uma lady.
― Meu pai não se importa com
nada disso.
― No entanto, ele se oporia
que você se tornasse uma lady
respeitável? Não é tão formal ou estrito. Enquanto você não perde o seu direito
de ir e vir, pode dizer algo ou agir estranhamento não se tornaria um problema.
Mesmo que você vê fadas ou as ouve, sabe de exaustivamente sobre a existência
delas, as pessoas só pensarão que é uma característica de sua personalidade.
“Não tenho certeza disso”.
No interior, Lydia foi
tratada como uma lunática porque admitiu que via fadas. Por outro lado, Edgar
anunciou seu título como Conde do Mundo das Fadas, e ainda assim, foi aceito
sem problemas. Isso não significava que a alta classe acreditava na existência
das fadas, mas apenas aceitaram o senso de humor periódico da família que
herdara esse nome de geração para geração. Entretanto, a razão pela qual a
sociedade o aceitou tão provavelmente, foi muito capaz por causa de como Edgar
conseguiu agir como ideal e perfeito nobre, que ninguém poderia encontrar
falhas.
― Então, por esse motivo,
você, ex-membro de uma gangue, foi capaz de caminhar com esse rosto orgulhoso
entre a alta classe.
― Sim, é por isso.
Por outro lado, Lydia não
queria agir como uma nobre. Mesmo que a beneficiasse, ela estaria presa no
ponto em que agiria conforme as vontades de Edgar.
― A razão pela qual você
quer me vestir como uma lady é porque
aplacaria seu tédio, não é? Você devia estar fora de si quando me forneceu este
escritório e todas estas flores.
― Você não gostou? Escolhi
tudo com a sua imagem em minha mente.
― Huh? Como eu iria?
― Como esta rosa, é uma
espécie rara que floresce como cor verde glacial. Se você colocá-la contra a
luz, poderá ver que ela brilha em verde-dourado, assim como seus olhos.
Ele aproximou a rosa e
pressionou seus lábios levemente contra ela. Ele a olhou com olhos calorosos,
sedutores e fizeram com que Lydia tivesse a impressão que foi beijada nas
pálpebras. Edgar levantou-se continuou a conversa com Lydia enquanto caminhava.
― E você é a fada neste
jardim de flores. E vê-la sentada aqui neste quarto completa uma pintura
maravilhosa. Assim como eu pensei, uma bonita paisagem. Ahh, sim! Você
permitiria que uma pequena violeta permaneça ao seu lado? Para ficar no meu
lugar para que sempre possa observá-la. E também irá destacar seus belos
cabelos caramelos.
― Tudo bem! Tudo bem! Então,
basta parar.
Ela se arrependeu por tê-lo
questionado. E assim, ele estendeu uma violeta em sua frente - tinha a mesma
cor de seus olhos - e, embora cansada, aceitou.
Ela quase esqueceu que esse
mulherengo mantivesse a boca aberta, continuaria lisonjear e pajear
independentemente do tipo de pessoa que fosse. Edgar deu de ombros, como ainda
tivesse mais algo para falar.
Ele tinha uma característica
pessoal de ser falante que era muito embaraçoso para ela. No entanto, sabia o
que dizia nem sempre era o seu real significado. Mesmo que soubesse disto, ela
sentiu que, de alguma forma, ele entrava em seu coração, se permitisse, algo
altamente perturbador.
― Eu a trato como uma lady porque não a contratei como um dos
meus servos, pois sinto que você é um membro importante e insubstituível da
família do conde.
Ele falou em um tom
excepcionalmente grave enquanto colocava a mão na parte de trás do sofá em que
Lydia estava sentada.
― Este título foi algo que
você me deu. Afinal, não consegui sozinho, acredito que foi graças a você. E,
como fairy doctor, é uma parceira
importante.
― Prefiro trabalhar nos
bastidores. Não me vestir como você quer e se tornar seu acessório.
― O valor de uma joia é
apenas o quanto capta e hipnotiza os olhos de muitas pessoas. É um desperdício
deixar uma jovem e bela fairy doctor
nos bastidores.
Verdade que ela era jovem,
mas era uma opinião pessoal e completamente subjetiva se ela era linda ou não.
Nunca foi elogiada além de sua família, e ela não se considerava atraente.
Foi-lhe dito, em muitas vezes, que sua aparência era muito severa e sua
personalidade dura.
Embora Edgar fosse uma
exceção, certamente, daria as mesmas características lisonjeiras para qualquer
uma. Enquanto pensava nisso, ficou mais um pouco irritada.
― E para que isso? Não é
para você se destacar ainda mais?
― Não! Não é isso que quero
dizer! Quero... quero que você sempre fique ao meu lado.
Ele disse isso em um tom
tímido, como tivesse vergonha, o que assemelhava que estava confessando seus
insuportáveis sentimentos. Lydia tentou desesperadamente acalmar as batidas
aceleradas do seu coração. Edgar era um homem que não era de confiança. Não
estava fora de si para falar aquilo, mas, era capaz de fazer qualquer coisa se
fosse necessário. Se a ajuda de Lydia fosse imprescindível para a família
Ashenbert, logo, ele encontraria qualquer plano para segurá-la ali.
― Você quer me manter sobre
sua vigilância tanto assim? Por que sou a única pessoa, além de Raven, que sabe
que você era criminoso que estava predestinado a ser executado na América? Eu
não tenho planos de revelar isso. Fique tranquilo. Por todas as fadas que o
aceitaram como o seu novo conde, farei o que puder para ajudá-las como fairy doctor. Portanto, não é preciso
você me lisonjear ou fingir que está flertando comigo.
Edgar abaixou os olhos, e
parecia que ele estava com coração quebrado.
“Por que você está fazendo este rosto? Por que você sentiu o ferrão do
eu disse?”
Não há o que se sentir
culpa, mas, mesmo assim, Lydia se sentiu culpada. Se não fosse uma mentira
quando ele disse que pensava em Lydia como sua parceria, seria ela que o faria
enxergar e questionar seus sentimentos.
― Entendo. Nunca imaginei
que você me odiasse tanto.
― Hum, não foi isso que eu quis dizer. – falou Lydia, enquanto se
levantava e o chamasse a atenção.
― Então, isso significa que
não sou odiado?
Edgar se afastou em um
piscar de olhos e de repente, ela tinha suas mãos entre as dele.
― Isto...
― Então, é mais para como?
― Eh.
O sorriso que ele deu foi
aquele que deixava qualquer garota cair sob uma ilusão romântica, menos para
ela.
― Eu... Eu sou a fairy doctor desta casa, nada mais, nada
menos. Então, pare de falar algo tão impróprio. Solte minhas mãos! – disse sem
rodeios, olhando firmemente para ele.
Edgar deu um amargo sorriso,
e depois soltou as suas mãos. Ele percebeu que seus sentimentos não
correspondiam para um romance ou desejo.
― Tudo bem. Tudo bem. Então,
vamos falar sobre algo que vai te deixar feliz. Você conhece a lenda do Fogman?
Ela já tinha se afastado
dele, mas quando ouviu isso, voltou-se.
― Sobre o Fogman?
― Hmmm. Quando as fadas surgem em uma conversa, seus olhos
verde-dourados brilham. Aposto que meu grande rival são as fadas, sem dúvida!
Lydia não estava prestando
atenção sobre o que Edgar dizia, pois seus pensamentos se voltaram quando foi
quase atacada no parque. Claro, não era uma fada, mas um homem, humano, que
veio atrás dela, não tinha como não deixar comparar quando ouviu a palavra
Fogman.
― Há uma visita à sua espera
e deseja ouvir sua opinião. Sei que você passou por uma experiência
assustadora, mas se não estiver cansada, se importaria de ouvi-la?
Quando viu Lydia sair da
sala, Nico levantou o corpo da almofada e sentou-se na cadeira, cruzando as
pernas.
― Oh, não! Ela jogou
exatamente como o conde queria.
Ele apanhou a colher de
prata com a pata e, com o seu reflexo, mirou na gravata. Quanto mais alta
classe era uma fada, mas elas poderiam fazer suas reflexões, aparecer e
desaparecer à vontade. Ele não estava satisfeito com a parte que era
frequentemente confundido com um gato, mas adorava seu casaco de peles
exuberante e de cor prata-oxigenado, seus olhos brilhavam como joias e seus
bigodes viris.
― Pergunto-me, o que vai
acontecer. É óbvio que ele é um canalha, enquanto não fazer nada para Lydia,
ficarei quieto. – proferiu Nico, mesmo que não se importava que Lydia entrava e
saia da propriedade de Edgar, que começava a consolidar a sua posição de conde.
Isso porque o chá era tão delicioso.
A comida e as bebidas também eram excelentes. O ar de Londres era sujo, e o
lugar barulhento, e se sentia cansado dessa cidade, mas ele começava a repensar
por ficar aqui por um pouco mais.
― Geesh! Ouvir aquela conversa açucarada fez com que o meu chá
esfriasse.
― Devo servir um novo chá?
Quem entrou na sala era o
mordomo.
― Sim, e traga um chá
especialmente quente. – ordenou Nico, erguendo sua xícara de chá.
Este mordomo tinha sangue
merrow, então, rapidamente, ele percebeu quem era o verdadeiro Nico. E por
isso, Nico parou de fingir. Edgar pode ter reparado em algo, mas Nico não tinha
intenção em abaixar a guarda em relação a ele, portanto, continuou a fingir que
era um gato. Esse homem ainda escondia alguma coisa, por isso, não tinha
nenhuma obrigação ou razão para Lydia e ele revelar seus segredos. Dando a
sensação de algo está fora do lugar ou fazer acreditar nele, seria quase
impossível ele entender sua verdadeira natureza.
― Oi, mordomo. Qual é o
próximo plano do conde?
― Como assim? – o mordomo
devolveu a pergunta, enquanto jogava a água quente com Darjeeling na xícara.
― Um tempo atrás, eu o
avistei indo para centro da cidade sozinho. Ele estava vestindo de uma maneira
completamente diferente do seu habitual, como fosse de uma classe mais baixa e
misturasse com o povo comum e suas roupas sujas.
― Você não o confundiu com
outra pessoa?
― De jeito nenhum. Mesmo que
ele pudesse esconder aquela brilhante cabeleira loira debaixo de um chapéu
comum, nunca poderia esconder aquela presença dele. Ele se destaca em uma
multidão, não importa como e você saberia disso. Não posso dizer o que faz
diferente, mas tem aquele ar que o torna diferente das pessoas comuns.
― Talvez seja.
― Então, quem era a garota
que ele convidou para sua carruagem há três dias?
― Alguém fez isso?
― Lady Walpole era como ela chamava, mas, o que ela é para ele não
sei. Ele está indo atrás dela?
― Não tenho a menor ideia.
― Humph! Você está tentando provar que um bom mordomo não derrama os
segredos do seu mestre? Bem, se for isso, está de parabéns.
Tompkins respondeu apenas
curvando seus lábios cheios na forma de um sorriso. Um peixe. Isso era que o
corpo desse homem se assemelhava, porque tinha sangue de merrow, o que
provocava Nico lamber os lábios. Nico então lembrou e voltou seus olhos para a
lata de peixe em cima da mesa.
― Você poderia abrir isso?
Poderia?
― Bem, você irá comer direto
da lata?
― Só vou provar o gosto.
Do seu bolso, o mordomo
tirou um cinzel. Nico ficou surpreso com o fato dele estar carregando isso com
ele. Olhou para a lata, engolindo um punhado de saliva enquanto se perguntava
se era o que realmente mais delicioso de Londres.
Naquele momento, ele viu a
lata se agitar num leve chacoalhar. Como se o conteúdo estivesse tentando
resistir da fome de Nico, emitiu uma hostilidade através da sua capa de aço.
― Espere um minuto! – Nico
impediu o mordomo estava prestes a fazer um furo com cinzel.
Ele pegou a lata, tocou-a e
a sacudiu, apertando suas presas sobre ela. Quando a colocou sob a mesa, uma
vez ela se impulsionou para o lado oposto como fosse fugir.
“Poderia haver alguma criatura estranha dentro dela?”. No entanto,
devido à sua estrutura hermética foi necessário abri-la para saber o que estava
dentro. Mesmo assim, havia certo perigo, pois não se sabia o que era.
― Por enquanto, vou me
certificar o que é. – disse Nico cruzando os braços enquanto olhava a lata ser aberta.
*****
Escoltada por Edgar, Lydia
entrou no salão pelo lado sul da residência para encontrar a mulher que a
esperava. Ela se levantou para cumprimentá-la com uma expressão nervosa.
― Desculpe por fazê-la
esperar, lady Marl. Esta jovem é a
minha fairy doctor, Lydia Carlton.
Quando ouviu a sua
apresentação, a mulher deixou a ansiedade se afastar de seus ombros.
― Oh, meu Deus! Então, é
ela. Tinha imaginado que iria encontrar uma velha, uma espécie de bruxa. Estou
um pouco hesitante em transmitir a minha história a uma moça tão jovem, talvez
irá assustá-la.
“Uma fairy doctor não é uma bruxa”. Ela ergueu a sobrancelha
enquanto pensava nisso. Mas, era um erro comum, pensou por fim, e decidiu que
não faria nenhum rumor.
― Não há o que se preocupar.
Se são sobre fadas, logo, ela está perfeitamente a par em relação à sua
crueldade.
Edgar convidou lady Marl para se sentar.
― E, então, não estávamos
falando sobre a última filha do barão,
miss Doris Worpole, foi tomada pelo Fogman?
A senhorita Marl sentou-se e
na pergunta de Edgar, inclinou a cabeça.
― Sim, isso mesmo. My lady não voltou para casa há três dias.
Ela tinha deixado a casa para ajudar no bazar de caridade e de acordo com a
empregada que a acompanhava em algum lugar se perderam. Não sei o paradeiro
desde então.
“A filha do barão sumiu. E, a história se assemelha a um sequestro pelo
Fogman”. Lydia apertou sua expressão com a seriedade da situação. Conforme
a informação de miss Marl, os pais de Dóris, dezesseis anos, morreram e
atualmente morava com o tio e sua prima, que era um ano mais velha do que ela.
Miss
Marl foi professora da família Worpole, mas deixou seu posto devido ao seu
casamento, no entanto, manteve contato com a filha do barão depois desse
acontecimento. Como ela era parente distante da família procurou por vários
lugares o paradeiro da filha dele e preocupava-se com a sua segurança como
amiga.
Porém, por esse tipo de
incidente era visto como uma desgraça, poderia afetar até mesmo as perspectivas
de casamento futuro para uma jovem debutante da alta classe, sua busca foi
feita de forma secreta com a família do barão. Mas, quando a miss Marl disse sobre a possibilidade de
Fogman, ela foi ridicularizada e não a deixaram terminar a busca.
E então, Lydia também foi
frequentemente rejeitada por ter abordado o tema das fadas, e por isso, sabia
como ela se sentia. Foi quando miss Marl refletiu sobre o que fazer e, no
final, consciente que ela estaria revelando um segredo de lady Dóris ter sido
envolvida de modo involuntário em algum incidente perigoso, veio pedir a ajuda
de Edgar.
Aparentemente, sentiu que era sincero, confiável, e podia contar com ele. Mas, os pensamentos de Lydia sobre isso eram que ela estava errada em pensar assim. Mesmo que estivesse casada, miss Marl ainda era jovem, e bastante atraente, para Lydia, Edgar queria colocar seu belo rosto em sua presença.
Aparentemente, sentiu que era sincero, confiável, e podia contar com ele. Mas, os pensamentos de Lydia sobre isso eram que ela estava errada em pensar assim. Mesmo que estivesse casada, miss Marl ainda era jovem, e bastante atraente, para Lydia, Edgar queria colocar seu belo rosto em sua presença.
― Sim. Lembro-me da neblina
que estava tão densa durante o dia que não podia se ver dois passos adiante. –
disse Edgar.
Mas, só por esse fato,
normalmente, ninguém iria alegar de que era um sequestro pelo Fogman.
― Então, por que você acha
que é um Fogman? Mesmo que ela desaparecesse em uma noite nebulosa, hoje em
dia, não há muitas pessoas que levam isso a sério. – replicou Lydia.
― Sim. Honestamente, ainda
não acredito nisso, sinto muito. Apesar disso, mesmo assim, vim pedir sua
ajuda. Porém, não temos pistas, como ela tivesse desaparecido no nevoeiro. E my lady parecia acreditar piamente na
existência das fadas como o Fogman. Ela estava absorvida no jogo “ovo das
fadas”. Ouvi dizer que é um jogo de adivinhação e se você romper a promessa com
o país das fadas, o Fogman viria puni-la. Lembrei-me que ela estava bem
assustada com isso e incomodada a tal ponto que parecia em pânico.
― Ovo de fada?
― Você não conhece, Lydia? É
muito popular entre as moças.
“Por que você conhece um jogo que é predileto pelas moças?”, Lydia
queria questioná-lo, mas decidiu que isso iria fugir do assunto.
― Você coloca um pedaço de
papel com todos os alfabetos escritos e dispõe em uma mesa. Aí, você sobrepõe
uma bola de vidro e uma moeda no papel. Tendo alguns membros, você coloca o
dedo em cima da moeda e se liga ao país das fadas, que é supostamente a bola de
vidro. Há duas maneiras de jogar. Dois amigos prometem e juram lealdade ao “ovo
da fada” e fazem perguntas, as quais o país das fadas irá respondê-las. O país
das fadas usa seu poder invisível para mover a moeda e apontar no alfabeto para
que você descubra se alguém que te interessa compartilha dos mesmos sentimentos
ou saber se há alguém que gosta de você.
― Então, você tentou isso.
― Tentei. É muito divertido.
Todas aquelas garotas emocionadas e gritando de alegria. Quando você move a
moeda em cima das suas próprias iniciais no momento em que ela pergunta quem
será o seu futuro namorado, a menina percebe sua presença e então, fica mais
fácil de conquistá-la.
“Você não vale nada!”.
Lydia estreitou os olhos com
repugnância, e ele apenas deu leve sorriso. Quando virou o rosto para miss Marl, sua expressão mudou
rapidamente para a de preocupação.
― Pois então, miss Marl, o “ovo da fada” é apenas um
simples jogo. Mesmo que não houvesse a participação das fadas, um dos membros
participantes deve ter propositalmente ou mesmo inconscientemente movido a
moeda. Apenas, essa jovens moças devem acreditar que foi o poder das fadas.
Logo, se elas quebrassem suas promessas ou soltassem a moeda no meio dos
questionamentos, ficariam muito preocupadas e assustadas por enfurecerem a
fada.
― Mas, você não pode ter
certeza de que não havia uma fada. Elas adoram brincar. Se houvesse algo dentro
da bola de vidro que as interessassem, poderia haver a possibilidade delas se
aproximarem e interferissem na adivinhação.
A senhora inclinou-se para
frente em um gesto pensativo.
― O que quer dizer que se
você ofendesse ou abalasse a fada, então há a possibilidade de ser levada para
algum lugar por elas?
― Talvez, não podemos estar
certos em negar essa possibilidade, mas Fogman, sem dúvida, não é o tipo de
fada para se interessar em um jogo de moedas. Seu corpo é como uma massa de
maldade e malícia juntas como um espírito demoníaco. Não é da espécie que negocie,
e muito menos com humanos.
― Oh, my lord! – soltou a dama tremendo.
― Edgar, é verdade que o
Fogman puniria aqueles que participaram do jogo “ovo de fada”?
― Quem sabe? Quando
participei, não havia nenhuma menção ao Fogman. Nós acabamos de chamá-lo como “mister Fada”. Não acredito que o castigo
fosse tão grave o suficiente para que as jovens se preocupassem com isso.
― Faz sentido, ou então, não
seria um jogo. O que me incomoda é que o jogo “ovo de fada” e Fogman estão
conectados com lady Dóris, que
mencionou sobre eles.
― Mas, Lydia, não poderia
haver a possibilidade de que ela fosse levada por uma fada diferente que gosta
de brincar?
― É difícil dizer neste
momento.
― Então, o que devemos
fazer? Isto está dentro da sua perspectiva de trabalho?
Também era importante
decifrar se este era o ato de uma fada ou humano. Lydia não hesitou e encarou a
senhora.
― É claro que vou procurá-la
Se eu puder ser de qualquer utilidade.
― Uh... – pronunciou a senhora Marl com um olhar duvidoso.
― Você não poderia convocar
uma fada agora e pedir-lhes a localização de my lady ou olhar através de uma bola de cristal?
Parecia que ela confundiu o
papel de uma fairy doctor como uma
adivinha ou psíquica.
― Umm, não consigo resolver casos usando qualquer tipo de magia. É
necessário que seja um pouco educada com as fadas, e isso é tudo. O que posso
fazer é procurar quaisquer pistas que seja qual fada tenha deixado.
Quando ela deu a sua
resposta, a senhora Marl não escondeu sua decepção. Sua reação também deprimiu
Lydia. A senhora veio aqui esperando uma
resposta. Mesmo que a sua única ajuda fosse alguém que pudesse usar magia,
devia estar ansiosa para alguém indicasse claramente onde a filha do barão
estava, seja na Terra ou em um reino diferente.
O desempenho sombrio de uma fairy doctor não era algo generoso, como o uso de poderes mágicos na frente dos clientes, logo, geralmente não compreendiam ou se sujeitavam. É por isso que a maior parte do tempo, eles foram vistos como estranhos para o resto da sociedade.
O desempenho sombrio de uma fairy doctor não era algo generoso, como o uso de poderes mágicos na frente dos clientes, logo, geralmente não compreendiam ou se sujeitavam. É por isso que a maior parte do tempo, eles foram vistos como estranhos para o resto da sociedade.
― Isso não tem sentido para
você? Senhora Marl, como você pode perguntar a várias pessoas, Lydia pode
entrar em contato com diferentes fadas. Se algo acontecesse à lady Dóris, em uma área deserta e vazia,
talvez, uma fada estivesse lá e tê-la visto.
Edgar conversou suavemente
com a senhora. Aparentemente, essa garantia funcionou e ela apresentou um olhar
satisfeito e feliz.
― Sim, você está certo. Por
favor, senhorita Carlton, encontre a minha querida amiga.
Lydia mostrou a sua gratidão
e assentiu. Edgar virou seu rosto de modo que a senhora não visse, e deu uma
piscadela. Lydia entendeu que ele apenas lhe deu uma mão para ajudá-la, mas não
podia deixar de pensar que ele estava brincando mesmo que a situação fosse tão
séria. No entanto, por incrível que pareça, Edgar estava ciente qual era o
trabalho de uma fairy doctor. Isso
porque ele próprio esperava o conhecimento sobre as fadas como algo mágico de
Lydia no passado. Mas, desde o início, não a considerava com excessiva
curiosidade ou a temia.
A razão pela qual, ela não
corou foi porque sabia que ele era um homem desonroso, provavelmente uma
característica dele. Como ninguém havia compreendido ou aceito a habilidade de
Lydia, desde modo, ela tentou suprir as falhas de Edgar. Talvez essa fosse a
razão que fosse espontânea.
― My lord, muito obrigada! Você foi o único que ouviu a minha
história honestamente e sem rir sobre as fadas.
A senhora Marl olhou para
Edgar com uma expressão mais calma.
― Além disso, você foi
gentil o suficiente para me encorajar que sua fairy doctor consiga resolver o problema. Principalmente, por não
ter o que fazer quando se trata de fadas.
“O quê? Foi Edgar que se ofereceu?”. Lydia certamente ficou surpresa
com isso. Entretanto, se você analisar, não havia como esse homem achasse que
este era feito de uma fada. Afirmou que a adivinhação do “ovo de fadas” era um
simples jogo que não tinha truques por trás disso. Mas, era irresponsável da
parte dele afirmar que uma fairy doctor
seria capaz de fazer alguma coisa. Tinha uma leve sensação de que tentou
arrastá-la de forma intencional para este caso.
― Na verdade, conheci lady Dóris anteriormente. É natural que
ficasse preocupado.
Ele sorriu para senhora,
enquanto Lydia o olhava friamente com o canto dos olhos de modo duvidoso. Neste
momento, se questionou se esse homem oferecera sua ajuda com boa intenção? Ou
queria agir apenas como um gentil cavalheiro na frente de uma senhora? Ela não
sabia a resposta, mas sentia que era conveniente usá-la. Talvez, ele estivesse
planejando fazer algo contra as convenções novamente.
Naquele momento, a ideia que
atravessava a mente de Lydia era que ele fosse o culpado. Afinal, era dubitável
que foi um ex-criminoso que não se intimidava ou sentia nada contra violar a
lei.
Nota da tradutora: Você leu
esse trecho?
“―
Você não gostou? Escolhi tudo com a sua imagem em minha mente.
―
Huh? Como eu iria?
―
Como esta rosa, é uma espécie rara que floresce como cor verde glacial. Se você
colocá-la contra a luz, poderá ver que ela brilha em verde-dourado, assim como
seus olhos.
Ele
aproximou a rosa e pressionou seus lábios levemente contra ela, a olhou com
olhos calorosos, sedutores e fizeram com que Lydia tivesse a impressão que foi
beijada nas pálpebras. Edgar levantou-se continuou a conversa com Lydia
enquanto caminhava.
―
E você é a fada neste jardim de flores. E vê-la sentada aqui neste quarto
completa uma pintura maravilhosa. Assim como eu pensei, uma bonita paisagem.
Ahh, sim! Você permitiria que uma pequena violeta permaneça ao seu lado? Para
ficar no meu lugar para que sempre possa observá-la. E também irá destacar seus
belos cabelos caramelos.”
Não dá a impressão que Lydia
revirou mil vezes os olhos internamente? XD
Então, espere só para ver o
que Edgar é capaz neste livro. Bom, já te adianto, Lydia ganhará uma das rivais
mais irritantes do mundo do light novel:
Rosalie.
Bom, é isso! A gente se vê nos meados de outubro com o capítulo 2!
Divulgue, nos dê suporte! Beijos!
Bom, é isso! A gente se vê nos meados de outubro com o capítulo 2!
Divulgue, nos dê suporte! Beijos!
#lightnovelhakushakutoyousei
#hakushakutoyouseifanficslightnoveltraduçõesbrasil #lightnoveltraduçãoportuguês
#earlandfairy #lydiacarlton #edgarashenbert #lightnoveltranslationportuguese
5 comentários:
Quero te agradecer de coração,seu trabalho me traz muita alegria, espero que continue.
Eu que quero agradecer a você por acompanhar esse light novel maravilhoso, e que dá um prazer imenso em traduzi-lo! É tão bom saber a cada dia que não estou sozinha por amar essa obra <3 E não tenha dúvida que vou continuar, sim^^
Beijos e muito, muito obrigada! :*
Estou lendo incansavelmente desde ontem, e a única coisa que penso é: o que eu vou fazer da vida quando chegar ao último capítulo postado? Minha vidinha não terá mais sentido sem essa história maravilhosa </3
Quando li vi o anime e li o mangá pela primeira vez, anos atrás, fiquei morrendo de curiosidade pela novel, mas nem em inglês tava achando direito, então fui obrigada a desistir. Foi um tremenda decepção T-T Ontem por acaso resolvi ler o mangá novamente, e topei com o link do seu blog nos comentários do Toshi wa Yume! Foi a melhor surpresa do meu feriado! hahaha
Agradeço muito, muito mesmo pela tradução!
Gente, que honra!! Sério que tem o link do meu blog? *____* Divulgo firmemente, porque acho que toda pessoa que ama uma boa história não pode perder esta light novel <3
Ah, eu li também o mangá, acho o traço um dos mais bonitos da franquia (digo entre anime, light novel e o próprio mangá). E a tradução das meninas está muito, muito boa! Eu também corro atrás da light novel em inglês, e nunca vi alguém tomar com afinco a tradução para o português. Encarei o desafio e estamos aí! Quero ir até o fim, ou pelo menos chegar perto. E se você se sentir triste quando terminar a história, imagina eu! :'(
Mas, saiba que vai ter muuuuuuuuito chão pela frente!
Bjs e obrigada <3
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