Nota de abertura: Último
capítulo e muitas emoções! E ah! Dedico à Vanessa e a Lucy Messias que têm nos acompanhado! Superobrigada, meninas!
Mergulharam na lagoa, que aparentemente parecia rasa. Lydia e Nico adentraram nas profundezas de um misterioso mar. Mesmo que parecesse o oceano, eles estavam no território das fadas. Era um reino separado, cortado por águas profundas, porém eles podiam respirar perfeitamente e não se preocupar em se afogar. A água não estava gelada e não ensopava suas roupas.
Mergulharam na lagoa, que aparentemente parecia rasa. Lydia e Nico adentraram nas profundezas de um misterioso mar. Mesmo que parecesse o oceano, eles estavam no território das fadas. Era um reino separado, cortado por águas profundas, porém eles podiam respirar perfeitamente e não se preocupar em se afogar. A água não estava gelada e não ensopava suas roupas.
Ela apenas sentiu a leve
sensação como estivesse flutuando e a pressão constante lhe dava a impressão de
andar sobre a água. Um cardume de peixes azuis passou na frente deles. Lydia
seguia atrás de Nico, como fosse norteada pela fraca luz incandescente que
ficava entre eles.
Era a cidade dos merrows.
Havia edifícios que pareciam casas alinhadas em uma colina, decoradas com
conchas e algas marinhas. Acima deles havia um luz resplandecente que poderia
ser as almas dos pescadores recolhidas pelos merrows.
― Olhe, uma humana.
― Está caminhando
livremente.
― Então, isso significa que não
é uma de nós.
― E o que aquela pequena
criatura é?
― Parece uma fada.
― Tsc! Não estamos aqui para
uma exibição! – murmurou Nico, irritado.
Ela podia jurar que havia
uma série de merrows os observando furtivamente nas rochas. As merrows tinham a
parte superior do corpo exatamente como uma humana. Na verdade, era mais
atraente do que uma humana, com a metade inferior do corpo coberta por
barbatanas e escamas, assim como os peixes. Algo como saísse de um conto de
fadas. No entanto, o rosto e os braços dos machos eram cobertos de escamas e
barbatanas pelas costas. Os homens pareciam mais como peixes.
Diante de uma multidão de merrows
atônitos, Lydia parou.
― Com licença. Havia um
humano que foi trazido para cá? Alguém o viu?
― Se sua alma não foi
retirada, então, ele foi levado para o campo.
Ela dirigiu-se na direção
que eles apontaram. Não demorou muito para que uma colina coberta de algas
verdes aparecesse à vista. Um cardume de peixes circulava pelo campo. Lydia
imediatamente avistou uma figura de cabelos louros olhando de modo atordoado
para ele.
― Edgar! Graças a Deus! Eles
ainda não levaram sua alma.
Ele se virou para encarar
Lydia quando ela correu para ele, como se não cresse no que estava vendo.
― Não posso acreditar que
você apareça em meus sonhos. Então, você estava realmente com raiva de mim?
― Este não é um sonho.
― Não, é um sonho. Porque
estou no fundo do mar, observando silenciosamente os peixes nadarem por mim.
Além disso, não importa. Eu mesmo me belisquei, mas não doeu.
― Bem, sim, aparentemente
essa situação pode parecer um sonho. Mas, não estou em um sonho agora...
Por outro lado, Edgar apertou
a bochecha de Lydia.
― Ouch! Isso dói! O que você
está fazendo?
― Você está certa. Afinal, o
que está acontecendo?
― Ah, não importa! De
qualquer forma, você vem comigo. E para
seu governo, vim salvá-lo!
Lydia puxou-lhe a manga, mas
ele a parou e não se moveu de onde estava.
― Me salvar? Mesmo que saia
ileso, não há esperanças para mim. Ermine morreu, e eu não tinha poder
suficiente para salvar Raven.
― Raven ainda precisa de
você!
― Se ele fosse levado para o
Princípe, só usariam o espírito que está nele e me obedece para coisas
ruins.
― Portanto, você não precisa
ser capturado.
― Não te disse que é inútil?
Mesmo assim, tive a impressão que estávamos escapando de suas garras, no
entanto, ele só nos deixou vagar livremente. E mesmo com você, usei um truque
sujo. Então, não há nenhuma razão para me salvar.
― Logo, você admite que
estava me enganando.
Lydia sentiu uma decepção
amarga, mas também pensou que se fosse esse o caso, então, ela realmente não
poderia deixá-lo morrer.
― Se você morrer, nunca irei
te perdoar. Porque você se cortou não foi em relação a mim. Foi porque você
percebeu que não havia nenhuma estrela na safira da espada, não é?
Como não tinha nenhuma estrela na safira, então, isso seria a prova de que você não servia para ser o conde. E assim, achou que todos os seus esforços foram inúteis e perdeu toda esperança.
Como não tinha nenhuma estrela na safira, então, isso seria a prova de que você não servia para ser o conde. E assim, achou que todos os seus esforços foram inúteis e perdeu toda esperança.
Edgar olhou para Lydia com
olhos escuros, graves e sorriu enquanto deu um suspiro.
― Você está realmente certa.
Mas, ainda...
― Vou fazê-lo se arrepender
com todo o seu coração de que você tentou me matar. Você verá que sacrificar as
outras pessoas com sua atitude arrogante fará com que todas as coisas ruins
voltem contra você! Por isso, lhe darei o que você nunca teria conseguido se
tivesse me cortado naquele momento!
― ...
― Não posso prometer que irá
correr tudo bem. Mas, se fazer isso, então, é melhor que se arrependa de todo
coração.
Ela lhe deu outro puxão na
manga, enquanto ele a encara terrivelmente incrédulo e ainda
tropeçava.
― Oi! Agora, não podemos
liberá-los como bem entender.
Um merrow que parecia um
zelador dos campos apareceu e parou Lydia.
― Não estou fazendo por uma
razão simples. Eu preciso negociar em relação a ele. Portanto, diga-me quem é o
responsável por zelar pela espada do conde.
Ao mostrar a espada que
segurava, o zelador encolheu os ombros e apontou para uma residência em cima da
colina.
― É uma pena para humanos,
se todas as fêmeas fossem teimosas e preferissem que suas almas se tornassem
iluminadas.
Ela observou quando o merrow
olhava com pesar para Edgar, que deixou escapar um sorriso amargo. E desse
modo, ela saiu dos campos com raiva.
― Bem, perdoe-me por ser
teimosa.
― Na verdade, eu adoro essa
característica sua, em que diz as coisas diretamente.
― Não prometo que ficaremos
bem, mesmo que você me bajule.
― Você deve estar brincando,
Lydia. Ainda temos tempo para voltar para trás. – sussurrou Nico, ao mesmo
tempo em que pulava no ombro de Lydia.
Quando ele percebeu que ela
não mudaria de ideia, se virou para encarar Edgar.
― Ei, você! Seu cruel! Mesmo
que você saía disso vivo, não pense que estará salvo. Não ficarei satisfeito
até que os brownies puxem cada fio de sua cabeleira loura.
― Nico, isto é inútil! Eu
que pediu a Edgar a fazer um caminho para eles. Eles não fariam algo contra
alguém que os ajudou.
― O QUÊ? Você está me
dizendo que ele lhe deu uma mão nisso? Que inferno! Então, este é o ponto, vir
até para salvá-lo? Não há uma razão para estar aqui!
― Sinto muito pelo que fiz,
Nico. Até que o pelo de sua cauda cresça novamente, vou comprar um casaco longo
e lhe dar de presente para escondê-la.
Talvez por pensar que ele
estava em um sonho, Edgar aceitou o fato de falar com Nico sem hesitação.
― Você está falando sério?
Assim que escutou a palavra
casaco, Nico suavizou sua atitude.
― Sim, eu prometo. Claro que
assim que nós voltarmos.
Depois que chegaram no topo
da colina, atravessaram o portão coberto por estrelas-do-mar. Eles foram
recebidos por um cortina de medusas sobrepostas em forma de laços.
Do outro lado, apareceu um
merrow. Era a jovem que encontraram no castelo do Conde Cavaleiro Azul. Ela
olhou para Lydia e Edgar, e soltou um suspiro preocupado.
― Fairy doctor, qual é o significado disso?
― Você que está no comando
aqui?
― Não, meu pai.
― Eu gostaria de conhecê-lo.
― Por favor, siga-me.
Eles foram levados para uma
sala. Não havia telhados na casa dos merrows. E quase não existiam paredes.
Apenas pedras e pilares, arcos feitos de ossos de animais marinhos alinhados um
ao lado do outro e separados por algas marinhas e cortinas com conchas.
O merrow que era seu pai
estava em uma sala que apresentava um pilar particularmente bonito, decorado de
conchas de ostras com pérolas.
― Lydia, você tem certeza
que está tudo bem? Ele parece que merrow cabeça-dura. – sussurrou Nico.
― Hmmm. Quem sabe?
Lydia mostrou seu respeito
fazendo uma reverência. Edgar apenas sustentava um olhar de curiosidade para o
forte merrow. E Lydia não se importava tanto com seu comportamento.
― Meu nome é Lydia Carlton e
sou uma fairy doctor.
― Qual é o seu propósito?
― Eu vim recuperar a estrela
merrow. – e ao dizer isso, ela ergueu a espada.
― O conde a tem. Você deve
ter ouvido que como conde não retornou, não poderíamos colocar a estrela na
safira.
― Há algo a mais que você
pode fazer? Se essa safira já foi chamada de estrela de merrow, logo, isso não
significaria que sua gente já colocou a estrela nela?
― Está certa. Como sinal de
vínculo entre o Rei e o Lord Cavaleiro Azul,nosso antepassado, foi colocada a
estrela na frente deles. Mas, só por ter acontecido no passado, você quer me
dizer que a estrela deve ser colocada novamente? Nós não podemos, porque não há
um conde.
― Ele é o conde. Ele obteve
a chave de ouro e prata, resolveu o enigma e chegou ao esconderijo da espada.
Seus merrows prometeram que aceitariam um novo conde assim que tivesse cumprido
as condições da promessa feita com o conde no passado.
Edgar encarou Lydia
surpreso, mas não abriu a boca.
― No entanto, ele não
cumpriu a última condição. O sangue foi derramado pela espada. Esse foi o
problema.
― Por que você colocou a
condição de testar a espada ali? Essa não era a condição original, mas um meio
de proteger o herdeiro do conde de todas as conspirações possíveis, não era?
O merrow ficou em silêncio,
enquanto isso, Lydia escolheu as palavras cuidadosamente e continuou:
― Poderia haver a possibilidade
de alguém tirar proveito daquele foi descendente do conde. Poderia haver a
chance de alguém enganar e acompanhá-lo para colocar as mãos na pedra preciosa.
Mas, esta espada é feita de magia. Não poderia prejudicar o herdeiro do conde e
seus cúmplices fiéis. Estou errada?
― ... Você está
completamente certa, filha da Terra. Tivemos todos aqueles que vieram reclamar
a espada e se autodenominavam como Conde para testá-la. Se houvesse aqueles que
derramaram sangue pela espada, logo, também era nosso dever removê-los. Se ele
fosse o verdadeiro conde, portanto, não interpretaria mal o significado de
trocar uma estrela. Não existia nenhuma maneira de trazer alguém como
sacrifício e os únicos que deveriam acompanhá-lo, eram os que ele mais
confiava. Porém, se existisse a possibilidade de alguém derramar seu sangue,
isso prova que tinha alguém com má intenção no grupo. Caso o verdadeiro conde
estivesse nesse grupo, ainda seria de suma importância que os merrows
protegessem o conde e removessem os perversos.
― Nesse caso, renunciar à
espada em troca da alma daquele que derramou sangue sugere que você e seus
desejos torceram sua promessa com o conde.
― Nós agimos de acordo com a
promessa. Se você dizer que não, então, filha da Terra, isso significaria que
teríamos que recuperar a espada que você tem em mãos e arrastar todas as almas
dos presentes para o fundo do mar.
“Aaah, talvez tenho sido tola por pensar que poderia buscar um acordo
com os merrows. Isso é ruim. Preciso pensar em algo”. Lydia entrou em
pânico e tentou buscou traçar algum plano em sua cabeça.
― Isso é... Isso não deveria
ser o propósito original dos merrows. Seria um infortúnio para suas vidas e as
pessoas da ilha continuarem a esperar para sempre o descendente do conde, que
poderia ter morrido no exterior.
Lydia engoliu a ansiedade,
que acumulava em sua garganta. Ela precisava de alguma forma levá-los a
consentir sua ideia.
― Portanto, eu gostaria de
pedir que o aceitasse como seu novo conde.
O merrow encarou Edgar com
olhos abertamente irritados.
― Você quer me dizer que
devemos aceitar um ladrão?
― Sim! Ele pode ser um
ladrão e tratar os outros como não fossem nada, entretanto, a mais importante e
única qualidade é que ele nunca irá abandonar seu dever de um nobre.
― Somente um fator é algo
grosseiro, você me entende?
Não dando atenção a Edgar,
Lydia continuou.
― Não é esse o tipo de dever
que você deseja de um lord feudal dos
merrows? Ele assumirá todas as responsabilidades, inclusive que seus súditos
possam continuar a viver nesta ilha.
― Aguarde apenas um momento,
Lydia.
― Você diz que não é capaz
de fazer isso, mas você pode! Este é o ponto. Você tem ideia de qual número de
fadas que vivem em seu feudo?
― Bem, sim. Mas, a aceitação
do merrow não me tornará o seu lord.
― Então, tudo que precisamos
é a estrela da safira.
― Se você declara que
precisa tanto da estrela, gostaria que você entendesse nossa situação, fairy doctor.
― Evidente.
― Você aceitará nosso dever
de agir como prometido com Conde Cavaleiro Azul?
― Sim.
― Lydia, não!!! – Nico
gritou de repente.
Era armadilha para uma barganha
definida pelo merrow. Já era tarde demais quando Lydia se deu conta disso. Ela
olhou para baixo e viu a água se rastejando em volta dos seus pés.
― Nós também podemos aceitar
sua oferta. Você irá ter a estrela. No entanto, em troca, a alma de uma fairy doctor é muito mais valiosa do que
uma mera alma humana.
O que era mais importante
para os merrows é que eles não rompessem a promessa com conde. Lydia pretendia
aproveitar disso e tentar forçá-los a aceitar Edgar como conde, mas eles
tiraram os seus pés do chão. Parecia que os merrows estavam teimosamente com a
ideia de que a negociação da estrela envolvia uma alma humana. Mesmo que
houvesse um mérito fazer Edgar como conde, eles implicavam que não existia
nenhuma promessa referente à nova estrela.
― Espere! – gritou Edgar e
ficou na frente de Lydia. ― O verdadeiro significado do contrato que vocês
fizeram foi a de aceitar a estrela do herdeiro do conde e gravá-lo na safira, não
é? Então, você deve trocar a minha estrela.
Lydia ficou surpresa e
entrou em pânico quando ouviu o que ele dizia.
― Sim, mas você não tem
nenhuma estrela.
― Pois faça com esta aqui.
Edgar abriu a língua como
uma criança e mostrou-lhes a marca da cruz. Parecia muito doloroso olhar o que
ele chamava de estrela, e Lydia não conseguia encará-la.
― Pode ser que não seja a
estrela do Conde Cavaleiro Azul, mas o objetivo é manter a honra de não quebrar
a promessa, certo? Então, tudo bem desde que aceitamos as formalidades. Desta
forma, não precisamos mudar a interpretação e os merrows podem agir exatamente
como foi prometido.
― Que maneira interessante
de pensar.
― Assim como Lydia disse no
começo, protegerei o seu direito de viver na ilha. Claro, se você me aceitar.
O modo em que Edgar falou em
uma atitude tão firme e resoluta fez com ele se assemelhasse ao Lord Cavaleiro Azul, o qual, em algum
momento, desafiou os merrows.
O merrow parecia que
refletia sobre suas palavras, mas foi apenas por um pouco tempo. A água
enlameada que afundava os pés e as pernas de Lydia, rapidamente, se retirou.
― Hmmm. Uma estrela treta. Bem, deve servir. A estrela da safira é
uma estrela penta, mas não há nenhuma regra em relação à estrela merrow deve
ser desse formato.
Barulho de mar envolveu
Lydia e Edgar.
― Peço ao novo Conde Cavaleiro
Azul que não se esqueça de que merrows se tornaram seus súditos.
― Está vindo uma onda!
Nico agarrou a saia
de Lydia. Ao mesmo tempo, Edgar puxou Lydia contra seu peito.
― O que você está fazendo?
― Parece que isso se tornará
perigoso.
― Estou bem.
― Não, para mim.
― Hã?
― Não parece que estarei
mais seguro se me agarrar a você?
― ...Espere! É muito mais
que estarmos abraçados!
― Também queria expressar
meus sentimentos de gratidão. Por se jogar na frente para salvar a minha vida.
― Não entenda errado! Só fiz
o meu trabalho... Além disso, minhas defesas estavam fracas e, por isso mesmo,
fui aproveitada.
Apertou-a com força contra
ele. Se encontravam em uma posição em que a sua bochecha se encostava ao ombro
dele. Mas, Lydia, de repente, sentiu seu corpo relaxar e lágrimas rolaram seu
rosto. Ela realmente pensou que não conseguiria.
― Essa parte sobre você é
tão...
Ela não pôde ouvir tudo que
Edgar dizia, enquanto que a maré violenta os engoliu como fosse um animal feroz.
*****
― Senhorita... Senhorita,
você está bem?
O corpo de Lydia tremia, e
ela gradualmente abriu os olhos.
― Graças a Deus, ela está
acordando.
Havia dois homens
desconhecidos olhando para Lydia, que estava deitada no quarto de alguém.
― Você foi encontrada
desmaiada na costa. Embora, nós fomos os únicos a achá-los, o dono desta casa
nunca os viu. E você não parece residente desta ilha, então, isso significa que
é miss Lydia Carlton?
Lydia não estava
completamente acordada, mas, assentiu lentamente.
― Sim, sou eu. Quem é você?
― Somos a polícia desta
província. Recebemos o relatório da polícia da cidade de Londres sobre a
possibilidade que você estava sequestrada e confinada, nesta ilha, Mannor, e
por isso que viemos investigar.
― Parece que há dois dias,
seu pai, sir Carlton, apresentou uma queixa.
Então, seu pai notificou à
polícia antes de vir para cá com os irmãos Gossam. Lydia sentou-se rapidamente.
Nico, que estava do seu lado, soltou um suspiro. “Onde está Edgar?”.
― Por outro lado,
gostaríamos de perguntar sobre o homem que foi encontrado desmaiado na margem
com você. – disse o policial, que se virou em direção da porta aberta do quarto
ao lado. Lydia curiosamente acompanhou o seu olhar e pode ver Edgar deitado na
cama com olhos fechados. O policial aproximou-se e o encarou com desconfiança.
― Ele compartilha da mesma
descrição que o ladrão que invadiu a residência de Gossam. Fora dito que ele a
sequestrou.
― Uh, não. É...
Enquanto Lydia lutava para
falar, um dos policiais notou a espada que estava presa na parede perto da
lareira. Se a espada do Conde Cavaleiro Azul fosse deixada em um local nua como
estava em uma casa como essa, parecia mais pomposa e imponente do que quando
se encontrava na caverna quando aparentava desconectada da realidade.
― Esta espada é antiquada
para nosso tempo. Você talvez estivesse sido ameaçada por uma arma perigosa
como esta?
― Não toque nela.
Edgar sentou-se fatigado e de
maneira lenta no quarto ao lado.
O policial deve ter ficado
surpreso com a sua presença afiada e decidiu colocá-la de volta em seu lugar.
Mas, se recuperou, voltou-se para ele e perguntou:
― Hum, você acordou também.
Com licença, mas posso perguntar o seu nome?
― My lord.
Naquele momento, a porta da
frente abriu-se. Era o estalajadeiro, com semblante abatido, sir Tompkins, o mordomo da família
Ashenbert. O mordomo parou quando viu Edgar e, rapidamente, se endireitou,
acenou com a cabeça para cumprimentar os policiais e logo após, caminhou até
seu novo mestre. Ajoelhou-se diante dele.
― É um prazer recebê-lo de
volta, my lord.
Muitos dos mordomos da
família devem ter esperado o dia para dizer isso. Porque, ele parecia bastante
emocionado.
― Por favor, perdoe-me por
esta roupa tão casual. O dono desta casa me informou que o lord estava aqui, mas foi tão repentino que corri imediatamente
para verificar que milord voltou
vivo.
― Tudo bem. Não se preocupe
com isso.
― Só um minuto... Isso
significa que esse cavalheiro é... –
questionou o policial, ainda com uma cara desconfiada.
― Este cavalheiro é Conde
Ashenbert, senhor desta Ilha Mannor. – respondeu Tompkins.
― Isso é verdade? Nunca ouvi
dizer que o senhor morava nesta ilha.
― Sim. Ele esteve longe há
muito tempo.
― Tompkins, poderia me
trazer um copo de água? – ordenou Edgar, como não se importasse com
questionamento da polícia e desse uma ordem ao mordomo, de modo que fosse seu
costume. Claro, que devia ser habitual, ele ordenar as pessoas ao redor.
― Sim, imediatamente. –
respondeu o mordomo e foi para cozinha todo feliz.
― Então, my lord, poderia explicar como conheceu
a senhorita Carlton e como os dois acabaram na costa? Um relatório foi
arquivado que ela havia sido sequestrada.
― Este homem apenas salvou
minha vida!
Ela deixou escapar sem
pensar porque teria encobrir um criminoso como ele. Mas, no final, Lydia tomou
a decisão por si só de acompanhar Edgar. Mesmo, sem perceber escondia um plano
aterrorizante para ela. E ainda assim, quando descobriu, não podia fugir.
Para completar, foi atrás
dele nas habitações dos merrows para salvá-lo, logo, não tinha a intenção de
entregá-lo à polícia neste momento.
― Quem tentou me sequestrar
foram os oito irmãos da família Gossam. Acredito que estejam ainda
inconscientes no subterrâneo do castelo. Por favor, prende-os.
― Oito homens desmaiados em
uma sala subterrânea? My lord, você
era o único a enfrentar corajosamente esse número?
Edgar mexeu a cabeça
negativamente e olhou para Lydia como se tentasse encontrar uma resposta para a
pergunta.
― Ummm... Seriam meus amigos.
― Se não fosse demais,
gostaríamos de fazer algumas perguntas.
Lydia não sabia como
responder a isso. Se ela dissesse que eram fadas, então, eles iriam rir dela. Ao
ver Lydia assim, Edgar descobriu e respondeu a eles.
― Isso seria impossível.
Eles são fadas.
E sorriu para Lydia como
amigos que compartilhavam um segredo.
O policial olhou para ambos
de modo duvidoso. Ocorreu outro alvoroço barulhento na entrada. Agora era
Carlton, acompanhado por Raven.
― Pai!
Lydia correu para o pai e
pulou em seus braços. Os dois ficaram felizes por se reverem em segurança. Ela
também conseguiu ver por soslaio que Edgar e Raven apertavam as mãos
fortemente. Sabia que, para os dois, não era um fim que pudesse ter alegria. A
perda de Ermine ainda perdurava. Porém, Lydia não foi morta por Edgar. Talvez a
morte de Ermine tenha sido capaz de ensinar a Edgar o desejo desesperado de
Lydia em salvar seu pai.
Talvez seja por isso, que, muito
provavelmente, Edgar não cortou Lydia, mas a si mesmo. Não era apenas por se
desesperar em não haver uma estrela na espada. Possivelmente, nem tudo era uma
mentira. Como quando ele disse a ela que não conseguia mentir de forma habitual
enquanto se cortava com a espada. Não querer machucar os outros tanto quanto
possível, também deve ter sido o verdadeiro desejo de Edgar, e por essa razão,
que ele deve ter cumprido a promessa de ajudar Lydia e seu pai. Ou, assim, ela
esperava.
― Ei, Lydia. Saia e olhe.
Com a voz de Nico, ela
finalmente se afastou de seu pai. Carlton foi parado pelo policial que esperava
ansiosamente que eles terminassem sua animada conversa e o bombardearia de
perguntas. Depois que Lydia ouviu que seu pai contou que ele e Raven foram amarrados
pelos irmãos Gossam no portão do castelo, ela caminhou para fora da casa.
A vista do mar se mostrou
diante dela. Completamente diferente de quando chegaram à ilha, as ondas
lavavam calmamente as costas. Ela pôde ver um grupo de brownies remando um
navio sobre as ondas. Sentiu que certamente eles iriam e voltariam entre o
continente e a ilha seguros, do mesmo modo que faziam no passado. Lydia
observou Nico correr até eles para lhes dizer que viria vê-los. Ela se virou
para voltar para casa.
Ela apanhou a espada do
Conde Cavaleiro Azul que tinha sido colocada contra a parede perto da lareira e
reparou que havia uma estrela em forma de cruz que brilhava no meio da safira.
― Isso foi tão mágico. Ainda
acho que tudo que aconteceu foi um sonho. No entanto, essa pedra preciosa prova
que era realidade.
Ela não tinha percebido que
Edgar estava ao seu lado. Embora, ele estivesse tão perto dela, lembrou-se de
como estavam abraçados, um bem próximo do outro, o seu coração disparou sem
motivo. Para Edgar, aquilo deveria ter sido apenas uma parte do sonho em que
ele estava, mas para Lydia, aconteceu realmente.
― Então, você está
arrependido nem que seja um pouco, agora?
Mesmo que fosse apenas para
reduzir o constrangimento, sabia o que ela dizia era de uma maneira nada fofa.
― Sim. Aprendi que se
estiver com alguém de coração suave, logo, o que você não espera, pode
acontecer. Descobri que estar com esse tipo de pessoa não dá seguir o
plano conforme pretendia, e de alguma forma, você não se sentirá bem e quase a mata.
Mas, Edgar não era doce quando dizia com aquele sorriso que era só dele. Parecia que ele estava a chamando para a briga.
Mas, Edgar não era doce quando dizia com aquele sorriso que era só dele. Parecia que ele estava a chamando para a briga.
― Espera só um minuto! Você
está fazendo graça dizendo que sou crédula e facilmente manipulável?
― Não, não! Estou muito
agradecido. Além disso, gostaria pensar que houve algo especial entre nós.
Parece que você nunca poderia me desertar.
Ele deu um olhar sedutor
para Lydia, que a fez balançar.
― Ah... Já lhe disse para não ter uma ideia
errada.
― Mas, você sabe, uma garota
normalmente não deveria seguir e salvar o homem que estava tentando matá-la.
Porém, mesmo que esteja errado, ficaria muito contente.
― Eu só queria que você se
arrependesse do que fez!! E, no entanto, qual é a sua atitude depois que fui e
salvei você? Geralmente, é um grave erro pensar sobre as coisas que não saíram
como planejado e impor às pessoas fazerem o que você quer! Isso prova que você
é insensível!
― Bem, não acho que perdi
alguns pontos para que você confie em mim. Se você não soubesse a verdade, não
acha que você se apaixonaria por mim?
Mesmo quando ela foi tratada
com sua excessiva maldade, quase foi dominada por seu gracioso sorriso. “Geesh! Não se dá para esperar grande coisa
dele!”.
― Você é realmente um patife
arrogante! Fui errada em pensar que você tinha alguma compaixão. Escute com
clareza, nunca te perdoarei, e pretendo não perdoá-lo jamais!
Lydia passou por ele.
― Espere!
― É tarde demais para
encobrir...
― Deixe a espada aqui. Ou
não serei capaz de cumprir a promessa com os merrows.
Lydia não pôde deixar de
resmungar. Ela atirou a espada nele.
― Você ficaria feliz
enquanto tiver a espada, certo? Então, aqui. Nunca apareça na minha frente,
novamente! Entendeu?
Mostrando a sua rendição,
Edgar ergueu as mãos. Esse gesto parecia que ele ainda estava zombando dela, o
que aumentou a sua raiva.
Dizendo “Adeus” enquanto
ofegava, Lydia se virou para ir embora. Ela puxou o pai que estava conversando
animadamente com os policias e saiu de casa.
― Pai, vamos nos apressar. Quero
esquecer todas as coisas ruins que aconteceu!
― Ela realmente mostra a sua
raiva de forma direta. É algo revigorante.
Ele ouviu o que Lydia
reclamava enquanto estava perto o suficiente para que ouvisse, pegou a espada
ao mesmo tempo que se estreitava parecendo se divertir. Raven se aproximou dele.
― Lord Edgar, por que disse de forma proposital algo que poderia
irritar a senhorita Carlton?
― Acredito que é para
esconder o meu embaraço.
― Um-hum.
― Porque eu disse a ela que
um lado dela é fofo enquanto a segurava.
― Isso não é tão embaraçoso.
Creio que você disse coisas mais constrangedoras do que fala diariamente.
― Você não entende, Raven. É
fácil dizer algo se você não quer mencionar.
― ... Então, não seria
inútil cortar se ela cortasse os laços com você?
Edgar deu riso destemido.
Porém, ele interrompeu o seu
sorriso e calmamente abaixou os olhos em uma expressão desanimada.
― Não devo me restringir por
um tempo?
Raven ficou em silêncio com
sua expressão habitual, mas se olhássemos de perto, havia uma mistura complexa
de confusão e tristeza em seus olhos. Edgar colocou a mão no ombro dele.
― Vamos pegar algumas flores
para prestar uma homenagem a ela.
*****
― Oh, meu Deus! Qual é o
significado disso?
Duas semanas se passaram
desde que Lydia e o seu pai voltaram para a residência dos Carlton em Londres
e passaram a Páscoa juntos. Quando Lydia agarrou o jornal soltou um enorme
grito.
Um artigo de jornal
noticiava que o herdeiro da família Ashenbert tinha retornado depois de uma
ausência de 300 anos e foi permitido um encontro real com a Rainha. Ele foi
formalmente reconhecido por Sua Alteza em seu cargo no tribunal. Mas esse era o menor problema.
O maior problema era a parte em que dizia sobre o lendário descendente da família, que se autointitulava senhor
no mundo das fadas, tinha contrado uma fairy
doctor particular.
O nome impresso era [Lydia
Carlton].
― Você deve estar
brincando comigo!
Lydia correu para seu pai e
assim reclamar com ele. Mas, congelou quando viu Nico de pé, fazendo poses
diante de um espelho de corpo inteiro. O gato estava vestindo um sobretudo fino
e feito sob medida, tempo suficiente para esconder a sua cauda. Orgulhosamente,
olhava-se no espelho enquanto limpava seus pelos.
― Nico, isso...
― Ah, sim acabou de chegar.
Fiquei surpreso por ele ter lembrado da promessa. Ele pode ser um ordinário,
mas você não acha que tem bom gosto?
Ela tinha um mau
pressentimento.
― Lydia, uma carta acabou de
chegar para você.
O pai caminhou até a ela. A
mente de Lydia ainda estava distraída com Nico. Ela tomou a carta sem pensar
muito, porém no momento em que viu a grande crista de cera vedando-a, suas
sobrancelhas se juntaram e seu mau pressentimento cresceu ainda mais.
Tentou se acalmar por um
tempo, enquanto cortou nervosamente o selo.
“Prezada Ms. Carlton.
Gostaríamos de informá-la
sobre esta feliz ocasião de sua contratação como fairy doctor particular do Conde Ashenbert. Além disso, Sua Alteza
está bem ciente de seu envolvimento com o governo das propriedades dos merrows
da Inglaterra no mundo das fadas como fairy
doctor particular da família do Conde.
Gostaríamos de informá-la
para considerar cuidadosamente a aceitação desta oferta em tempo hábil, pois
será melhor para seu próprio propósito.
Atenciosamente,
Conde Edgar J.C. Ashenbert”.
O que significava que ela
não podia recusar. Lydia tremia de raiva quando fechou as mãos com os punhos
apertados.
― AQUELE PATIFE ORDINÁRIO!!!
Nota da tradutora: Eu amo demais esse
capítulo. Você reparou na parte em que a Lydia vai buscar o Edgar na terra dos
merrows? Aqui dá para reparar bem que o Edgar é bem jovem, porque por mais que
ele disfarce ser mais velho e experiente, aqui, mostrou o seu lado de certo
modo inocente. Não, o bonitão não tem taaanta experiência como diz. E a Lydia,
hein? Ela aparenta ser frágil, mas é forte, decidida e independente! Outro
ponto é a interação a caminho dos merrows que rola entre Lydia, o Nico e o
Edgar. A minha parte preferida é:
“― Ei, você! Seu
cruel! Mesmo que você saía disso vivo, não pense que estará salvo. Não ficarei
satisfeito até que os brownies puxem cada fio de sua cabeleira loura.
― Nico, isto é inútil! Eu
que pediu a Edgar a fazer um caminho para eles. Eles não fariam algo contra
alguém que os ajudou.
― O QUÊ? Você está me
dizendo que ele lhe deu uma mão nisso? Que inferno! Então, este é o ponto, vir
até para salvá-lo? Não há uma razão para estar aqui!”
Muito bom!!
O próximo volume é
“Cuidado com a doce armadilha”, que chega por aqui em meados de setembro. Quer
saber mais das postagens? Então acesse: https://www.facebook.com/HakushakutoyouseifanficsBrasil/
Um grande beijo e a gente
se vê! Divulgue e nos dê suporte!
2 comentários:
Tá difícil escolher um capítulo preferido, todos são ótimos!
Muito obrigada por traduzir e postar essa maravilha!
O patife ordinário que a gente adora! <3 E o Raven, hein? Menina, deixa chegar no livro 3 e 4... Raven marca a presença constantemente!!! Aeeeeeeeeee
Bjs e obrigada!
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