Nota de abertura: Com um pouco de atraso, chegamos ao 5º
capítulo do livro I do light novel de Hakushaku to Yousei!!
Mannor Island era uma ilha que tinha proeminentes penhascos ao longo das margens do oceano. As aves marinhas voavam acima da silhueta verde-clara da ilha, o que fez parecê-la mágica, assim como o mundo das fadas, Ibrazel (Ilha da Felicidade) do Conde Cavaleiro Azul, mas por causa das ondas turbulentas que a rodeavam, Lydia ficou completamente enjoada.
Mannor Island era uma ilha que tinha proeminentes penhascos ao longo das margens do oceano. As aves marinhas voavam acima da silhueta verde-clara da ilha, o que fez parecê-la mágica, assim como o mundo das fadas, Ibrazel (Ilha da Felicidade) do Conde Cavaleiro Azul, mas por causa das ondas turbulentas que a rodeavam, Lydia ficou completamente enjoada.
O único navio que navegava
para Mannor Island era um pequeno barco de pescador, que balançava tremendamente.
As ondas em torno da ilha eram muito violentas na maior parte do ano. E eles
foram informados que era perigoso atravessar as águas, a menos que fosse um
marinheiro experiente. Finalmente, chegaram à ilha isolada, que só pescadores
navegavam e por recomendação de capitão, se dirigiram para única pousada da
ilha.
― Este é um remédio de
decocção, vai aliviar seu enjoo do mar. – disse Tompkins, um homem que acabara
de chegar à meia-idade, dono da pousada e que os acolheu calorosamente.
― Obrigada. – agradeceu
Lydia, meio inclinada contra o encosto de um sofá, enquanto aceitava o cálice
do remédio.
― Estou surpreso ao ver que
só esta jovem está enjoada. É raro alguém que esteja primeira vez na ilha com uma saúde para este
tipo de viagem. – disse o dono da pousada com um sorriso para Edgar e seu
grupo.
Lydia também se perguntou o
porquê dos três estarem bem. Ela podia entender que Nico estava são por ser um
gato-fada, mas Edgar, Raven e Ermine mostravam-se calmos e compostos quando
atravessaram as ondas que quase fizeram que o navio rodasse.
― Bem, isso se deve porque
eles passaram por experiências mais próximas da morte que nem se comparam a um
passeio de barco. – sussurrou Nico, enquanto se sentava ao lado de Lydia.
― Nico, isso não é engraçado.
― Oh, você já está melhor.
Ela conseguiu engolir o
remédio azedo com certo esforço.
― A propósito, senhor
estalajadeiro, não há um castelo nesta ilha? – indagou Edgar.
― Sim. Se o senhor acha que
esta pousada não é adequada, gostaria de se mudar para lá?
Edgar o olhou
cautelosamente. Se ele afirmou que havia um castelo, só poderia do Conde
Cavaleiro Azul. E é claro que seu objetivo era procurar pelo castelo, no
entanto, Edgar desconfiou do estalajadeiro que de repente lhes permitiu que o
usasse.
― Alguém pode utilizá-lo
livremente?
― Claro que não. Ele pertence
ao mestre do castelo desta ilha. No entanto, se o senhor chegou a uma ilha tão
remota como esta, deve significar que é descendente da família do Conde, estou
certo?
Dito isso, todos permaneceram
em silêncio, mas Edgar lhe presenteou com um sorriso.
― Entendo. O senhor deve ter
recebido intermináveis visitantes impostores alegando ser o Conde Cavaleiro
Azul. Não me admira que o senhor esteja acostumado a esse tipo de
hospitalidade.
― A propósito, minha família
serviu por gerações o Conde como chefe de serviçais. Então, se o senhor provar
ser o nosso verdadeiro lord, então,
estarei à sua disposição como servo de agora em diante. Prazer em conhecê-lo. –
disse o chefe da hospedaria.
Então, ele tomou uma chave
do bolso do casaco.
― Aqui está a chave para
entrar no castelo. Por favor, sinta-se à vontade para usá-lo. Temos um número
interminável de pessoas que quebraram portas e janelas, na tentativa de achar o
lendário tesouro. E assim, a administração do local fugiu do controle. Comecei
a entregar isso para aqueles que pretendem ser o nosso senhor. Desculpe a
grosseria, mas gostaria de avisá-lo que o número e o tipo de todos os móveis e
objetos dentro desta casa estão contabilizados, por isso, nem tente levá-los
com você. É bom ressaltar também que
mesmo que queiram, será impossível levá-los desta ilha.
― É um ótimo trabalho. Se
fosse meu mordomo, estaria em boas mãos. – disse Edgar de modo insolente.
― Além disso, se pretende
sair desta ilha, por favor, não hesite em me avisar. Ficarei feliz em lhe
fornecer um navio.
― E é assim que senhor faz
para que alguns desistam?
― Infelizmente. Tanto que
sei, que os encontrei nas encostas sem vida em três dias. Para que isso não
aconteça, senhor, vou esperar que esta não seja nossa última reunião.
― Hummm. Então, isso significa que todas as pessoas que foram ao
castelo acabaram sendo mortas? – indagou Lydia.
― Sim, isso mesmo, minha
jovem. Provavelmente, eles foram arrastados para o mar pelos merrows.
Lydia lembrou-se de que o
senhorio disse ontem que quem ouve os cantos dos merrows no castelo, seus
corpos são encontrados nas margens no dia seguinte.
― Você já viu um merrow? –
ela questionou.
― Não conheço nenhum que
seja de sangue puro. Mas, todos os habitantes da ilha compartilham seu sangue.
É por isso que esta ilha, desde os tempos imemoriais, não poderia ser tratada
pelo proprietário na época. Ela foi cedida ao Conde Cavaleiro Azul. Contam que
os residentes da ilha, juntamente com os merrows, felizmente acolheram o novo
mestre.
― Todo mundo tem sangue de
merrow? Isso significa que, estalajadeiro, você tem pés palmados e escamas?
― Não. Apenas uma barbatana
nas minhas costas.
― Impressionante. Ora, ora,
este é o mordomo do Conde Cavaleiro Azul.
Lydia se perguntou se Edgar
acreditava que o homem estava brincando. Ele só parecia estar brincando.
― Não é de admirar que ele
tenha cheiro de peixe. – sussurrou Nico, calmamente.
*****
O
Jack verde virá do berço Spankie.
A
dança dos duendes em uma noite enluarada.
Vá
além da cruz dos Silkies.
Tenha
cuidado no labirinto de Pookah.
Siga
as marcas dos pés do Wyverm.
Vire
à direita no Fear Dearg.
Procure
o tesouro do Leprechaun.
Localize
a cama de dormir de Clurichaun.
Siga
a Banshee.
Troque
uma estrela pela estrela do merrow.
Caso
contrário, os merrows cantarão seu cântico de lamento.
O castelo se sustentava no
alto de um penhasco da ilha. O castelo azul apresentava uma arquitetura gótica
com um campanário. E se olharmos para baixo, sobre a ilha de um verde pálido,
fazia-o casar perfeitamente com a paisagem. Era um belo edifício, uma perfeita
casa senhorial em uma cidade ideal.
Lydia tinha finalmente
recuperado do enjoo e chegou ao castelo com os outros.
― Então, esta é a ilha dos
merrows. Lydia estava certa ao decidir o local. Não havia dúvida de que a
espada estava no castelo.
Edgar olhou para Lydia com
um sorriso satisfeito. No entanto, para ela, a verdadeira dificuldade começa
aqui.
― Sim, esta é a ilha “ Green
Jack”. É um espírito verde coberto de folhas de árvores. Olhando para ilha do
navio, você pode reparar, ela parece um homem agachado cheio de folhas.
― Entendo. Então, isso cobre
a primeira parte do enigma da moeda. E o seguinte, o que é um Spankie?
― Isso significa algo como
espírito tênue.
― Então, precisamos procurar
um cemitério?
― Não. Acho que Spankie
representa os espíritos de crianças que morreram antes de seu batismo.
― Então, eles não estariam
em um cemitério, mas enterrados em outro lugar. – disse Ermine enquanto
caminhava até um portão aberto.
A estrada continuava do
portão, e até mesmo o jardim que se espalhava do outro lado, era linda. Era
inimaginável que o castelo estivesse vazio há trezentos anos. Os povos desta
ilha devem ter tomado conta dele, pois acreditavam que seu mestre retornaria.
― Mas, este castelo é uma
casa de campo. Mesmo que houvesse uma sepultura de criança, de quem seria?
― Não sei, no entanto, essas
sepulturas, provavelmente, poderiam ter existido antes da construção do
castelo.
― Ou poderia ser apenas uma
pedra memorial.
Edgar e Ermine caminhavam
lado a lado. Ermine estava vestida com roupas masculinas, contudo, mesmo com
sua roupa simples e cabelo cortado nos ombros não ocultava sua radiante beleza.
Olhando para os dois,
caminhando tão perto a ponto dos ombros se tocarem, Lydia se lembrou que os viu ontem à noite. E isso fez com que
fosse a única a ficar corada. Ela se perguntou o que aconteceu entre eles depois
disso. Eles ficaram juntos até de manhã?
― Em primeiro lugar, vamos
nos separar e procurar o chamado “berço Spankie”. Lydia, você vem comigo.
― Eh?
Ela pulou porque, de
repente, foi chamada pelo seu nome. Era como se ele soubesse o que ela estava
pensando. E isso a fez sentir-se envergonhada.
― Por quê? Por que tenho que
ir com você?
― Porque você pode se
perder.
Raven e Ermine seguiram
caminhos separados, em diferentes direções do jardim. Talvez a razão pela qual
Edgar não deixar Lydia sair de vista, poderia ser porque Nico o espionava. Na
estalagem, Nico disse que estava indo para outro lugar e deixou o grupo.
Foi ideia de Nico trazer a
turma de brownies da cidade para o navio e encaminhá-los para esta ilha. Tudo
leva a crer que ele queria se certificar de eles fossem capazes de ser
reconhecer seus parentes.
Enquanto ele estava nisso,
disse que iria coletar informações sobre os merrows desta ilha e de que tipo de
papel tiveram em proteger a espada do conde. Os brownies eram fadas que viviam
na mesma ilha. Eles podiam saber algo sobre os merrows que os moradores humanos
não tinham conhecimento.
Se os pequenos clãs de fadas
fossem também moradores desta ilha, então, deveriam ter vivido como o feudo do
Conde Cavaleiro Azul, assim como os merrows. Ela estava contente se o seu ato
ajudasse as fadas da casa do senhorio e trouxesse alguma solução.
No entanto, Nico não era tão
afiado como Lydia na hora de fazer o trabalho. Sem contar que ele sentia uma
extrema animosidade em relação a Edgar. Não era somente por ele tê-lo quase
atirado à lareira, mas pela única razão da queimadura na ponta de sua cauda. As
fadas eram seres que realmente se dedicavam a pequenas coisas triviais e não se
esqueciam de seus ressentimentos. Portanto, desejava que Edgar se metesse em
encrencas e sofresse muito. Deve ser por isso que ele queria reunir as
informações.
Perguntou-se se Edgar
percebera que Nico não era um felino comum. Mesmo que ele não acreditasse que o
gato poderia falar, ele ainda tomou cautela e até ficou zangado os espionou. E,
por este motivo, ainda estava tomando precauções com Lydia também.
Em todo caso, ela decidiu
estar ao seu lado como ele queria, e descobrir o que estava escondendo. Tomou
fôlego para criar coragem e decidiu segui-lo.
― Ei, você não está com
medo?
― Do quê?
― Os falsos condes que
tentaram roubar a espada foram todos afogados e atirados para mar pelos
merrows. Você não ouviu mister
Tompkins dizer que foram todos mortos?
― Se você me perguntou, bem,
eu os acho que todos eram tolos. Devem ter caído em armadilhas dispostas para
proteger e capturar aqueles que vieram roubar a espada.
― Então, você diz que não
foi culpa de um merrow, e está confiante de que você não será pego em
armadilhas?
Ele olhou para ela com um
sorriso vitorioso.
― Se algo acontecesse
comigo, você ficaria triste?
― Por que não pergunta à
Ermine?
― Por quê?
― Porque ela é sua amante.
Por alguma razão, sentiu
como que sua voz estivesse o culpando, o que fez Lydia abaixar a cabeça
envergonhada.
― Ela não é. Então, você
pode se sentir aliviada.
― Por que estaria aliviada
sobre isso?!
― Era meu desejo...
O
que ele está pensando? Lydia refletiu e franziu as
sobrancelhas, frustrada.
― Agora ouça! Você deve
parar de dizer coisas desse tipo para provocar as pessoas!
― Eu não tinha a intenção de
provocar. Portanto, vamos mudar de assunto. Qual é o seu tipo ideal de
cavalheiro?
No fim, ele não mudou de
assunto. Ela se sentiu frustrada porque sabia que Edgar brincava de estar
interessado nela. Mesmo assim, ela se comoveu com as palavras. Talvez fosse
porque Lydia não estava acostumada a ser bajulada.
― Uma pessoa séria e
honesta. É impróprio abraçar ou beijar alguém quando esta pessoa não é seu
namorado.
― Hmmm... Então, isso significa que você estava assistindo.
Ela queria se enforcar
quando disse isso, e ficou mais vermelha ainda. Ele a observou como estivesse
se divertindo. Porém, não a provocou mais. Eles caminharam lentamente pelo
jardim.
― Ermine é uma valiosa
amiga. Quero fazer de tudo para deixá-la feliz.
O seu rosto se demonstra
extraordinariamente sério. Ele afirmou que não eram amantes, mesmo assim, Lydia
podia dizer que ela era especial para ele.
Ela não era alguém com ele
brincaria, provocaria, e abraçá-la não tinha nenhum significado lascivo por
detrás disso. Com limitada experiência e imaginação de Lydia, ela não era uma
rival contra essas pessoas. No entanto, isso poderia ser normal para alguém
como ela, que podia ver fadas, mas não sabia travar amizade com as pessoas.
― Entendo. Então, ela é
alguém importante para você. Hum, não
que estivesse espreitando vocês dois. Aconteceu de passar na frente do
quarto... Me desculpe. Não entendo você, mas acredito que as pessoas ao seu
lado devem ser felizes.
Olhando para longe, ele
parecia estar profundamente pensativo. Sem alterar sua expressão, ele se voltou
lentamente para Lydia.
― Você tem asas?
― Hã?
Era uma pergunta tão súbita
e estranha.
― Pensei que você poderia
estar escondendo asas lindamente coloridas, tais como as de uma borboleta, em
suas costas.
Naquele momento, ela sentiu
uma sensação completamente diferente de quando era chamada de chageling de uma fada. Provavelmente,
ele deve ter aceitado Lydia como alguém de um mundo diferente, pela forma como
ela tomava as palavras das pessoas, sem duvidar de seu significado, por não
saber como manter as aparências diante de outros, e o jeito que ela diz as
coisas diretamente do seu coração.
Embora sua descrição fosse
extravagante e embaraçosa, ela não se sentiu ofendida por ser comparada a uma
fada. O que a fez aceitar a ideia de aparentar aos olhos de Edgar como sendo um
ser místico.
Quando ela estava ao lado de
Edgar, sentia que de tempos em tempos, poderia renascer como uma pessoa
diferente. Mesmo que ela tentasse encará-lo como alguém mau, havia sentimentos
mistos dentro de Lydia que cada vez tentava convencê-la.
No momento em que ele parou
em um local aleatório, Lydia fez o mesmo. No canto do jardim parecia que havia
algo como um pequeno santuário. Havia uma pequena estátua de anjo sobre ele.
Não havia dúvida, era o túmulo de crianças.
― Diz [Isto é para a criança
sereia descanse em paz]. Parece ser uma pedra memorial. Mas, me pergunto o que
significa criança sereia.
― Você se lembra de como nos
disseram que há sangue de sereias correndo em muitas pessoas desta ilha? Estas
devem ser as crianças que não sobreviveram porque o sangue de merrow não era
demasiadamente forte. E antigamente, eles sequer não poderiam ser batizados.
― Compreendo. Então, como
essa ilha é remota, todos seus habitantes se relacionavam. Pode ser que os
casamentos consanguíneos se mantiveram por um bom tempo, o que entendo é que
certas doenças e deformidades começaram a aparecer.
― Você está me dizendo que
não foi por causa dos merrows? Bem, eu não conheço toda a verdade, mas os
residentes da ilha acreditam em sereias. Você não pretende se tornar o senhor
feudal dessas terras?
― Será que para ser
qualificado é necessário acreditar em fadas? Não acredito que esta seja a
questão. Quer que se trate de sereias, ou doenças, se há escalas ou barbatanas,
o assunto são as pessoas desta ilha que aqui vivem.
É justamente isso, ele podia
não acreditar em suas histórias, mas as aceitava de modo natural. Ela sentiu
como se tivesse ouvido algo inimaginável. Ele não acredita, não pode ver, e mesmo que pareça
como escalas e barbatanas, ele diz que não há problemas em aceitá-los como
realidade. Lydia olhou para Edgar, maravilhada.
Os seres humanos que não
acreditam em fadas, não as reconhecem, pois não podem vê-las. No entanto, em
vez disso, optam por acreditar que elas não existem. E é por isso que, eles
rejeitam quem pode vê-las. Por outro lado, de acordo com Edgar, ele próprio não
acredita na existência das fadas, mas não se importa se elas existem. E por
esse fato que ele não ridiculariza Lydia.
― ...Possivelmente. É assim
que você pensa do espírito dentro de Raven?
― Raven? Ah, ele contou a
você sobre isso?
― Sim. Ele disse que era um
espírito terrível e nasceu sob seu controle.
― Hmmm... Isso é raro. Parece que Raven se interessou por você. Deve
ser porque você também tem uma profunda conexão com as fadas.
“Não há como ele gostar de mim.”, pensou Lydia. Mas, ela se manteve
calada. Só lhe dera um aviso para não fazer nada que causasse problemas a
Edgar.
― Eu não sei exatamente se
existe um Sprite dentro de Raven. O que preciso saber que tipo de pessoa ele é,
o que ele necessita, e o que posso fazer.
“Por esse motivo que ele assumiu a responsabilidade do Sprite também”,
refletiu Lydia. Ele era realmente destemido. Mas, isso também poderia
significar que ele tinha um coração forte. Não se importava como mundo ainda
era desconhecido para ele, ainda mantinha seu imperturbável autocontrole. Sua
atitude clara era justamente o que ele sabia fazer.
Para alguém ter uma clara e
forte compreensão da realidade pode parecer fácil, mas na prática era realmente
difícil. Porque os corações das pessoas eram facilmente assustados e
corrompidos, e existiam chances dos espíritos malignos se aproveitarem de gente
assim. Mas, se fosse alguém como ele, portanto, os espíritos malignos não
seriam capazes de influenciá-lo.
Mesmo que ele não pudesse
ver as fadas, subitamente, Lydia esperava que ele pudesse ser o verdadeiro
descendente do Conde Cavaleiro Azul. Se fosse, então, estaria ansiosa para
ajudá-lo.
― De qualquer forma, não há
dúvidas de que este é o berço Spankie. Agora, o que significa a próxima rima “A dança dos duendes em uma noite enluarada”?
― Hum. Eu acho que isso quer dizer o anel de fadas feito pelos
duendes. Em uma noite clara, há marcas deixadas na grama quando as fadas
dançam.
― Um anel, algo assim?
Edgar apontou para um ponto
onde havia pedras alinhadas em um círculo na grama a determinada distância
deles.
― Sim, sim. Eu acho que sim.
Quando se aproximaram, Edgar
não tomou nenhuma precaução e corajosamente deu um passo dentro do anel. Lydia
deu um grito assustado, ao que ele se virou.
― O que foi?
―...Nada. Não era um
verdadeiro círculo de fadas.
― O que teria acontecido se
fosse?
― As pessoas são levadas
pelas fadas, às vezes.
― Hmmm. Isso é interessante. Mas, o mais importante, Lydia, olhe para
lá. A paisagem muda completamente se você ficar aqui.
Lydia entrou cautelosamente
no círculo. Então, as árvores que ela pensou serem plantadas aleatoriamente no
jardim, se tornaram alinhadas formando uma clareira reta. Além da clareira
aberta, podiam ver um edifício que ficava escondido pelos galhos das árvores. No
castelo, havia uma entrada que estava posicionada de um jeito como fosse
recepcioná-los. Mas, quando se aproximaram, era apenas uma pintura de uma
porta. Não havia apenas uma janela construída na parede a fim de passar luz
através dela.
― Não há como entrar.
― Em todo o caso, a chave
que temos só abre a porta da frente. Então, vamos contornar a parede e encontrá-la.
Os dois estavam prestes a
fazer aquele caminho quando os arbustos em volta se moveram de forma nada
natural. Atrás deles apareceram homens vestidos em ternos pretos. Primeiro saiu
o grupo de Gossam, sendo que Huxley estava entre eles, ficando em frente à
Lydia e Edgar, bloqueando o caminho. Ele virou a cabeça para pesquisar a área
entre eles. E depois de ter certeza de que Raven e Ermine não estavam no local,
sorriu vitoriosamente.
― Olá, John! Nos encontramos
novamente.
― Você é realmente
persistente. – disse Edgar, levantando uma das sobrancelhas mostrando
claramente sua irritação.
― Parece que a Estrela
Merrow está em algum lugar neste castelo. Vamos pegá-la e encontrá-la.
Portanto, é melhor você não resistir e soltá-la!
― Soltá-la? É estranho logo
alguém como você dizer isso!
― Você sequestrou a
senhorita Carlton. Agora, você está a forçando te acompanhar. Um ladrão que
sequestrou a filha de um professor universitário, assim que a sociedade vê
você!
― Mas, você sabe, Lydia, se
você fosse capturada por ele, quem sabe o que ele teria feito a você. Não acha
que é melhor vir comigo?
― Um ladrão não tem o
direito de dizer tais coisas! Senhorita Carlton, não deve acreditar o que este
homem fala!
“Não acredito em nenhum de vocês!”. Lydia ficou espantada com o
duelo entre os dois homens como quem fosse capaz de passar por inocente.
― Raven, aqui! – gritou
Edgar, de repente. Huxley e seus homens entraram em alerta, investigando em
volta.
Não havia vento naquela
hora, contudo, as árvores em torno deles tinham seus galhos ricocheteados.
Assim como todos procuravam qual era o motivo daquilo, um dos homens que se
encontrava no canto do grupo deu um grito e caiu no chão.
― Maldito! Não se assustem!
É apenas um homem!
― Lord Edgar, por aqui.
Ela não notou que Ermine
estava bem atrás deles. Ela levou Edgar e Lydia até uma pequena estrada de
terra. Eles estavam apenas a poucos metros de distância de Huxley e seus
homens, quando...
― Lydia!
A voz que a chamava era
muito familiar a ela. Quem estava correndo em sua direção era seu pai.
― Pai, por que você está...
― Fui informado de que você
foi sequestrada!
Lydia deu um passo em
direção a seu pai, mas Edgar a deteve agarrando um de seus braços.
― Você é o sequestrador?
Solte a minha filha!
― É um prazer conhecê-lo, Mister Carlton! Eu estive bem cuidado
graças à sua filha.
Edgar disse tão calmamente
cumprimentando-o como fosse um dia ensolarado em um parque.
― O que você quer? Farei
qualquer coisa, mas não machuque a minha filha!
― Sinto muito por deixá-lo
preocupado, mas estou falando sério. Por favor, senhor, permita-me ter a mão de
sua filha.
― O que você está falando?
Ele agarrou o ombro de
Lydia, empurrando-a de modo ficasse do lado dele, e continuou.
― Entendo que eu deveria ter
pedido devidamente ao senhor primeiro sua aprovação sobre nós. Mas, eu fiquei
tão louco por ela, e perdi o juízo.
― Hã?
― Se ela não estivesse ao
meu lado e acalmasse o calor do meu amor, morreria em um piscar de olhos.
Poderia haver alguém para
dizer algo realmente tão embaraçoso para escapar de uma situação?
― Espere! Espere um minuto!
– interrompeu Carlton.
O pai de Lydia, que parecia
estar em um estado desordenado que nem mesmo a sua filha percebeu, continuou
abrindo e fechando a boca.
― Você realmente quer uma
garota levada como ela?
― Pai!
― Ela é a mulher mais
preciosa para mim. É a única que pode me salvar com seu amor profundo.
― Espere aí, Edgar. O que
você está fazendo soa completamente diferente!
O que iria salvá-lo, claro,
não era o amor de Lydia, mas a sua habilidade em encontrar a espada.
― Bem, vou não discordar que
Lydia seja a filha perfeita. No entanto, jovem, não acha ser irresponsável que
um homem arraste uma jovem, solteira porque não consegue se controlar?
Parecia que Carlton estava
prestes à beira de um colapso, pois ao invés de confrontar um sequestrador,
encontrou um pretendente que estava no pé de sua filha.
―Sim, eu concordo. Lamento o
meu descuido.
― Isto está tudo errado! –
exclamou Lydia.
― John! Deixe-a ir! – gritou
Huxley.
Huxley apareceu de novo, na
sua frente, e para Lydia, na verdade, ele surgiu como um salvador dessa
situação caótica. Claro que isso era uma mera imaginação, pois Huxley estava
apontando uma pistola para ela.
― Espere! Você está
apontando próximo de Lydia.
― Entendo perfeitamente,
professor. Mas, esse homem também não pode permitir que sua filha morra, porque
é um ladrão teimoso e ganancioso. E ele ainda não encontrou a joia.
― Gossam, eu posso imaginar
o que você disse para convencer o senhor Carlton. Mas, você não faria qualquer
coisa implacável para colocar as mãos na joia, faria?
Quando Edgar olhou para
Huxley sorriu cheio de sutileza e graciosidade que o tornaram ainda mais
evidente. Naquele momento, ele fez parecer que era óbvio ser o vencedor em um
duelo.
― Vamos! Solte-a! – Huxley
gritou irritado.
Carlton olhou para os dois
com preocupação. Talvez, para tentar
intimidar Edgar, Huxely colocou o dedo no gatilho da pistola.
― Ei, você, não! – gritou
Carlton.
A pistola apontada para
Edgar, que também estava na mira de Lydia, se encontrava bem ao seu lado.
Tentando parar com isso, Carlton agarrou o braço de Huxley.
― Ermine, mantenha a Lydia
salva. – sussurrou Edgar.
― Sim, milord.
Com esta simples resposta,
Ermine puxou o braço de Lydia. A última coisa que Lydia viu foi Edgar tirando o
espadim da bengala. E ao mesmo tempo, ela ouviu um tiro. Ela queria olhar para
trás, mas Ermine a puxou nos arbustos para que ela não soubesse o que aconteceu
além disso. No entanto, assim que puderam saíram para uma estrada suja. Ermine
então parou a sua caminhada. Ela ficou na frente de Lydia, protegeando-a, e
começou a dar passos para trás. Mas, elas foram completamente cercadas pelos
irmãos de Huxley.
*****
Lydia, junto com seu pai, estava trancada em uma sala do castelo. Os homens de Huxley, em uma medida extrema, quebraram uma das janelas do prédio e entraram, ocupando uma posição no castelo. Parecia que eles tentavam encurralar Edgar e Raven, que conseguiram escapar.
Carlton fora enganado por
Huxley, e então, quando realmente os irmãos Gossam o trouxeram para aquele
local e com essa descoberta, ele deu um suspiro desanimado.
― Portanto, isso significa
que Gossam estava me usando.
― Pai, desculpe envolvê-lo
nisso.
― Não, você foi arrasta para
isso também. Eu que deveria pedir desculpas. Me perdoe, eu não sabia que minha
pesquisa de gemologia poderia provocar algo do tipo.
Quem saberia a causa disto.
Poderia ter começado quando Gossam tentou usar Edgar como seu experimento de
pesquisa ou quando Edgar decidiu usar Gossam. No entanto, não era o problema
naquele momento. Lydia caminhou até Ermine que estava deitada em um sofá. Lydia
e seu pai não ficaram feridos, pois os irmãos devem ter pensado duas vezes
quando perceberam que nenhum dos dois era uma ameaça. Mas, Ermine foi esmurrada
e chutada, sendo que suas mãos estavam amarradas, mesmo estando inconsciente.
Ela queria desatar as
cordas, mas Huxely disse que se fizesse isso, então ele ira espancar Ermine
ainda mais. Lydia apanhou o seu lenço e limpou o sangue no lábio machucado de
Ermine.
― Então, sobre esse jovem de
antes...
― Não, não é o que você
pensa, pai. Ele estava apenas brincando. Acabei de aceitar uma oferta de
emprego como fairy doctor para
ajudá-lo.
― Oh, graças a Deus! Você
tem certeza que ele não é um namorador?
― Claro que não é! E eu não
sou esse tipo de filha!
Aliviado, o professor deu um
sorriso extenuado e empurrou seus óculos redondinhos que estavam caindo do
nariz.
― Mesmo que ele seja um
ladrão, ser chamado de “Pai” por um sequestrador é demais para meu coração fraco.
Se fosse verdade, e você estivesse falando sério, ficaria preocupado se iria
desaprovar.
― Oh, meu Deus, pai! Você
está dizendo que não se importaria se fosse cortejada por um ladrão e eu o
escolhesse?
― Percebi que há uma
qualidade muito boa nele. Naturalmente, seria problemático se a única parte boa
fosse sua aparência.
― Eu nunca escolheria meu
marido apenas por sua aparência.
― Há uma coisa que me
incomodou, embora... Ele não é aristocrata?
― Sim, é o que ele afirma. E
olhando a maneira como ele fala, age, tudo sobre ele faz o parecer como um.
Mas, pai, você está me dizendo que o problema dele é ser um nobre do que um
ladrão?
― Às vezes, eles podem ser
mais sinistros e tortos do que os meros assaltantes. Embora, isso possa ser
apenas meu preconceito. Mas, bem, não importa se ele estava brincando.
― Ele é sério.
Eles não perceberam quando
ela acordou, no entanto, Ermine ficou com os olhos semicerrados e os
interrompeu com um sussurro fraco.
― Lord Edgar é sério quando diz que precisa de você, senhorita
Carlton. Ele está disposto a amá-la se for preciso para que você faça o que ele
quer.
Se ela não conhecesse seu
passado, então, talvez, Lydia rendesse ao doce sonho que Edgar a acenava, e
acreditaria por completo, aceitando de bom grado estar sob seu controle.
― Ermine, eu já sei que sou
uma mera ferramenta para encontrar a espada.
― Não, senhorita Carlton. Há
ainda coisas que estamos escondendo de você. Talvez tenha tido sorte ser
capturada por nossos inimigos.
Ela baixou os olhos como ar
de profunda tristeza.
― Não quero que Lord Edgar se torne uma pessoa fria e
cruel. Ele é realmente gentil e benigno. Mas, ele jogou seu coração por nossa causa.
E não posso suportar vê-lo enganar e machucar as pessoas.
Nico havia dito que Edgar
ainda escondia algo de Lydia. Talvez seja isso o que ele queria falar.
― O que Edgar planeja fazer
comigo, Ermine?
Ermine franziu a testa como
estivesse com dor de cabeça. Então, ela se sentou e sob os olhares
pressionados, ela finalmente abriu a boca.
― Há duas versões de
informação sobre a espada do Conde Cavaleiro Azul. Aparentemente, foram feitas
muitas réplicas dessa moeda de ouro, a que você viu com o enigma das fadas.
Provavelmente, foi esta a razão pela qual houve muitos visitantes na ilha, todos
atrás da pedra preciosa. Mas, a outra é uma chave feita de prata, que com
certeza, não há outras cópias, só há uma. Para ser qualificado como descendente
do Conde, é necessário ter tanto a de ouro como a de prata. Também nos
indicaram que para obter a espada, precisávamos de um item final... Sangue.
― Sangue?
― O sacrifício para as
sereias, ou como diz Lord Edgar, precisamos sacrificar alguém ou não poderemos
receber a espada.
É dito que os merrows
colecionam almas dos humanos, assim como os seres humanos coletam joias. A
interpretação possível foi que eles solicitam uma alma humana do descendente do
Conde Cavaleiro Azul como recompensa por proteger a espada.
― Então, você está me
dizendo que ele planejou me usar como esse sacrifício?
Lydia juntou as mãos
trêmulas e apertou os punhos.
― Esse grande mentiroso!
Qual é o significado disso?
A raiva lhe fez subir o
sangue.
― Bem, não era que eu
confiava nele, mas... ele planejar esse tipo de coisa desde o início...Isso é
terrível!!
Isso significava que não havia
nem um pouco de verdade em suas palavras. Perdendo a força depois dessa notícia
deprimente, Lydia se deixou cair sobre a cadeira.
― Não há nenhum artifício ou
truque por trás disso. Merrows existem. É errado pensar que você ganharia a
espada, desde que conhecesse as condições. Se você não é o verdadeiro Conde
Cavaleiro Azul, então tudo o que te espera é a morte.
― Então, isso significa que
é perigoso até para Lord Edgar
continuar a procura pela espada. É por isso que eu...
― Sim, Ermine. É por isso que
você me contou a verdade.
Você
deve realmente amar Edgar. Lydia confirmou os sentimentos de
Ermine enquanto olhava para o rosto da mulher que estava cheio de determinação.
― De qualquer forma, se
escapávamos daqui, então, não teríamos a oportunidade de conhecer as sereias. –
afirmou Carlton aliviado.
Ela não sabia o quanto o seu
pai entendeu enquanto conversava com Ermine. No entanto, ele deve ter quisto
desvendar a atmosfera tensa entre eles fingindo ignorância.
― Mas, Gossam está mais
atrás da estrela safira do que a espada. Portanto, esse homem também precisa da
ajuda da senhorita Carlton. Lord
Edgar não teria intenção de retroceder. E por essa causa que pensei que essa
fosse a chance de lhe contar tudo. Mesmo que você dissesse que estivesse
traindo Lord Edgar. Mas, desde que
ele desistisse da espada...
A porta se abriu. O filho
mais velho Gossam, Huxley, entrou e parou na frente de Lydia.
― Senhorita Carlton,
perdoe-me, mas estamos com pressa. Preciso que venha comigo.
Parecia que Ermine estava
certa sobre sua esperança.
― Não quero. Eu não ajudá-lo
a roubar a espada lendária!
― Ah, não! Vou fazer você me
ajudar querendo ou não! Não posso garantir a segurança do seu pai se esse homem
consiga a espada antes que nós!
― Ei, você está me dizendo
que vai segurar meu pai como um refém?
― Não haverá problemas se
você colaborar conosco.
Não havia mais nada que
Lydia pudesse fazer.
― Se conseguir a espada,
você vai nos libertar?
― Eu prometo.
― Lydia, você não precisa se
preocupar comigo.
― Está tudo bem, pai.
Prometo que vou voltar.
Não foi permitido que pai e
filha se despedissem. Lydia foi imediatamente empurrada fora da cela por
Huxley.
Lydia foi acompanhada por
Huxley e três dos seus irmãos mais novos. Seus outros integrantes ficaram para
trás de olho no seu pai e Ermine. Ou, eles poderiam estar à procura de Edgar e
Raven.
No entanto, Lydia pensou que
não havia motivo para que Huxley e seus irmãos procurassem por Edgar. Porque ela
sabia onde ele apareceria.
Ela caminhou, indo para o
sul do prédio, em direção a Edgar, no início do jardim. O local tinha uma
janela. De lá, eles poderiam ver o anel de fadas que ficava por cima da grama,
que encontrou com Edgar.
― Ei, você tem certeza de que
este é o caminho?
Com uma mão, Huxley agarrou
o braço da Lydia para que não pudesse escapar, com a outra, segurava uma
pistola. Ele deve ter tomado precauções para ataques repentinos de Edgar ou
Raven.
― Por que você não fica
quieto? De qualquer maneira, você não seria capaz de perceber.
― Que garota petulante! Caso
você se atreva a nos enganar, irá pagar por isso.
― Eu sei disso!
Ela pensou que este homem
era como um livro aberto e muito mais honesto do que Edgar. Ele não a adulou e
nem a deixou de bom humor para, então, matá-la. Embora, ele apenas a usou desde
o começo. Ele deveria ter jogado apenas de vilão desde o princípio, forçando-a
a ouvi-lo ou a chantageando.
Então,
eu não ficaria machucada, pensou Lydia.
Estou
ferida?
Mesmo que ela dissesse que
não confiava nele, apesar de não querer ser cúmplice no roubo, estava tão feliz
quando sentiu que ele tinha entendido o seu propósito de ser uma fairy doctor.
Por esse motivo que ela
constatou que podia convencê-lo de que era impossível para ele obter a Espada
Merrow. Seus objetivos eram diferentes, e não havia maneira de se tornarem
aliados, mas esperava que ele sentisse o mesmo que ela por não consegui-lo
odiá-lo completamente. Mas, essa era apenas a imaginação de Lydia.
Ela abriu uma porta no final
do corredor, que deu para um corredor construído em forma de poço. Foi
estranhamente edificado, com as escadas passando sobrepostas. Do canto, ela
podia ver a luz do dia atravessando a fresta da janela. Era o local onde a
porta estava pintada na parede exterior. Huxley tornou-se ainda mais cauteloso
e puxou Lydia para perto dele. O corredor escuro tinha apenas uma janela, e
parecia que havia algo por trás das escadas ou atrás dos pilares.
― Irmãos, façam uma busca ao
redor. – ele ordenou a seus irmãos mais novos.
Mas, não havia nada ou
nenhum ruído em volta deles. O rosto de Huxley se congelou e ele virou a cabeça
para ver que os três estavam caídos no
chão. Quando seus olhos se voltaram ao chão, Lydia sentiu o ar se movimentando
ao seu lado. Naquele momento, Huxley foi afastado de Lydia e se corpo foi
jogado ao chão. Ainda deitado, levantou o braço segurando a pistola, mas o
braço foi preso ao solo pelo pé de Raven.
Ele tirou a pistola de
Huxley e apontou-a de volta para ele.
― Espere! Ele tem meu pai
como refém! Se você o matar, eles matarão meu pai e Ermine.
Porém, a voz de Lydia não
atingiu seus ouvidos, enquanto encarava, com seus olhos frios e inexpressivos,
e mirava o meio da testa de Huxley, com o dedo no gatilho. Aqueles eram os
olhos da morte. Eles mostraram que era inútil implorar misericórdia.
― Raven, já é o suficiente!
A voz de Edgar veio por trás
das escadas enquanto caminhava lentamente em direção a eles.
Dada ordem pelo seu mestre,
Raven abaixou o braço. Mas, ao mesmo tempo, ele deu um poderoso golpe na ponta
do estômago de Huxley o deixando inconsciente.
― Lydia, estou tão feliz que
você esteja bem. Sabia que voltaria para cá novamente. Claro, esperava que viesse
acompanhada.
Seu cabelo dourado sugava a
luz e irradiava. Sua beleza era perfeita e seu sorriso destemido.
Nunca
mais me deixarei enganar!, refletiu Lydia.
― Mas, a situação piorou
para você. Se não encontrar a Estrela Merrow e entregá-la, meu pai será morto.
― Então, você está dizendo
que iremos competir pela espada?
Para encontrar a espada,
Lydia precisa resolver o enigma e obter a chave de prata que Edgar a guardava.
Edgar não devia saber que Lydia tinha conhecimento da chave. Parece que ela
deveria fingir que estava cooperando e depois roubar a chave no último momento.
― Mas, Lydia, Ermine também
foi capturada. Isso não significa que ambos encaram-no como inimigo e podemos
trabalhar do mesmo lado? Não é necessário que você entregue a Estrela Merrow a
eles. Acredito que posso ajudar com seu pai.
Ela não podia acreditar que
Edgar estivesse preocupado com a vida de um estranho como o seu pai. No momento
em que ele conseguisse a espada, abandonaria seu pai. Desde então ele era o
tipo de pessoa iria sacrificá-la. Mas, por ora, Lydia assentiu.
― O problema, agora, é que
se podemos realmente encontrar a espada. – informou Lydia.
― Vamos para o próximo
trecho. O que significa Cruz de Silkie?
Subindo as escadas, Lydia
caminhou ao lado de Edgar, mas um pouco mais à frente. Depois de passar por
várias portas, ela finalmente parou diante de uma porta que apresentava a marca
que estavam procurando.
― Não vejo nenhuma cruz
sobre isso. – disse Edgar, intrigado.
― Esta marca são cinzas de cavernas.
A porta também é feita disso. Silkies são fadas semelhantes a fantasmas, e eles
odeiam cruzes feitas de cinzas de cavernas.
Quando ela abriu a porta,
havia uma longa passagem estreita. Os três se apressaram. Não era difícil para
Lydia seguir o caminho de acordo com o enigma das fadas.
Se alguém fosse um fairy doctor e tivesse o conhecimento
da rotina, então não era tão difícil de resolvê-lo. Porém, a espada deveria ser
herdada pelo descendente do Conde Cavaleiro Azul. Por isso, seria um problema
se qualquer pessoa a encontrasse e soubessem das fadas. Parece que a maior
preocupação estava por vir, onde os merrows se encontram.
― Como está Ermine? –
perguntou Edgar, enquanto continuavam a caminhar.
― Ela está viva. Mas, você
sabe quanto ela é boa com armas, por isso que eles a amarraram.
― Entendo.
Ele aparentava preocupação pela
feição do seu rosto. Ela o viu olhar para Raven para verificar como ele estava,
mas não podia dizer o quanto estava preocupado com a sua irmã.
― ...Ela estava preocupada
com você, Edgar. Se você tentar roubar a espada, quem sabe que tipo de
armadilhas perigosas haverá...
― Mas, se eu puder herdar o
título de Conde Cavaleiro Azul, então, Ermine e Raven não terão que viver às
voltas com perigo. Especialmente, Ermine. Logo, ela poderia vestir-se como uma
dama, deixar o cabelo crescer e ganhar os corações de muitos homens. Assim, ela
poderia encontrar um homem em que pudesse confiar completamente.
Mas, ela só tem olhos para
Edgar.
― Não há outra maneira? Não
seria mais simples se você desistisse dessa pessoa que está atrás de você? Uma
vez, que ao contrário da América, é ilegal possuir escravos na Inglaterra.
― Nestes dias, o único que
pode desafiar o poder é o poder. Não é
um homem fácil de ser derrotado.
Não havia como Lydia
imaginar que tipo de homem abominável Edgar falava. Só que mais do que apenas
tentar escapar dele, Ermine estava aterrorizado com Edgar sacrificar alguém.
Lydia podia se compadecer com aqueles sentimentos.
Eles definitivamente estavam
se aproximando do local onde a espada estava escondida. No entanto, Lydia ainda
não tinha uma ideia de como contrariar Edgar.
Será que ela realmente
poderia superá-lo e tirar a espada? Se ela não pudesse, então, como ele tinha
previsto, se tornaria o sacrifício para a arma e sua alma fosse levada? Ou,
para Lydia ganhar de Edgar, isso significaria que ele seria o único a morrer?
Isso seria o mesmo que Lydia
fosse quem o matou.
Tenha
cuidado com o labirinto de Pookah
Siga
as marcas dos pés de Wyrm
Vire
à direita no Fear Dearg
Um a um, resolvendo o
enigma, eles caminharam.
― Lord Edgar, por favor,
espere. – pediu Raven de repente.
Ele deu alguns passos à
frente deles e concentrou seus ouvidos para pegar qualquer coisa ao seu redor.
― Há alguém que se aproxima.
Eventualmente, Lydia
conseguiu ouvir o som de passos que se tornavam cada vez mais altos.
Devia ter alguma rota
diferente. O ruído era de pés descendo as escadas. Pouco antes, a presença
desses passos se aproximou de uma porta que estava atrás deles. Raven se moveu
sem fazer um único som, e ficou de prontidão na porta. Edgar encostou Lydia na
parede. Quando a porta se abriu, Raven bateu a porta com o pé. Ele entrou no cômodo e agarrou o pescoço da
pessoa.
― Raven, sou eu.
Ele foi parado por um
milímetro antes de perfurar a pessoa com a faca. Ao ver que era Ermine, ele
lentamente desarmou o braço. Aliviado, Edgar abaixou os ombros que estavam
cheios de tensão.
― Ermine, você conseguiu
escapar.
― Lord Edgar, sinto muito.
―Não, está tudo bem se você
está salva.
― Como está meu pai?
― Levaram-me sozinha para
outra sala e usei essa oportunidade para escapar. Então, acredito que seu pai
esteja lá como refém. – respondeu, pediu desculpas e foi até Edgar.
― Os irmãos Gossam virão
depois de nós, no final das contas. Se eles nos encontrarem nesta passagem
estreita, não poderemos nos mover. Acho melhor caminharmos para um local mais
aberto.
― Mas, este é o caminho para
a localização da espada. Continuaremos esta rota...
Parecia que Edgar não tinha
intenção de desviar-se. Ele pediu a Lydia para continuar a caminhar.
― Nós nos guiaremos apenas à
localização da espada.
― Precisamos encontrá-la
antes que isso aconteça.
Aparentemente, Ermine
demonstrava desânimo por não querer que Edgar se aproximasse do ponto onde se
encontrava a espada. No entanto, ela não se opôs mais a Edgar.
― Isso não é com você, irmã.
– murmurou Raven para ela, e Lydia conseguiu ouvir.
― Sim, eu sei. Ainda mais,
obtê-la deste modo. – disse Ermine.
― Não foi isso que eu quis
dizer. – respondeu Raven e não abriu mais a boca depois disso.
Ermine revelou informações
importantes para Lydia. Poderia ser que seu irmão sentiu a agitação nela por
ter feito isso?
*****
Havia uma estranha pintura
de alguém sem cabeça. Lydia agachou-se e inspecionou a parede por baixo.
― Isto é uma pintura de
Dullahan?
― Sim, é uma fada sem
cabeça. E se buscarmos as bases... Veja, a parede se abre.
Lydia percorreu a abertura.
Havia escada que levavam para andares inferiores. Assim que desceram as
escadas, deram de cara com um beco sem saída, que se abriu ao ar livre. Eles se
encontravam em um terraço que se inclinava sobre as ondas do mar. A ilha estava
originalmente situada em um penhasco ao longo do mar. Parecia que este era o
lugar mais íngreme da ilha contra o mar.
Para além de uma trilha
simples, havia apenas a visão vertiginosa das ondas do oceano contra o penhasco
logo abaixo. Os ventos fortes costeiros rugiam sem piedade.
― É um beco sem saída?
Assim que Edgar reclamou,
não havia como ir além dali. Mas, por outro lado, não havia outros caminhos que
se ramificavam do lugar onde estavam.
A próxima frase era “O tesouro do Leprechaun”.
― Leprechauns são fadas que
semeiam o subsolo. Dizem que eles escondem seus tesouros em um porão.
― Porão? Espero que não
signifique que devemos saltar deste penhasco.
― Se fizéssemos tal coisa,
não haveria nenhuma dúvida que iríamos morrer.
Uma vez que diretamente
abaixo deles, havia correntes oceânicas bravas que se esmagavam contra as
paredes do penhasco rochoso. Lydia se concentrou e pensou no significado por trás
do enigma. Mas, depois que chegaram até ali, de repente, ela se abalou e teve
que confessar que estava perplexa.
― Aguardem apenas um pouco.
Preciso pensar sobre isso...
― Se eles chegarem até aqui,
seremos encurralados. – disse Ermine, com uma expressão perturbada, enquanto
olhava para trás.
― Vamos esperar mais um
pouco.
Todos ficaram em silêncio.
Lydia ainda pensava com afinco. Ela recorreu à memória, tentando lembrar todos
os contos populares sobre Leprechauns.
Depois de algum tempo,
Ermine falou novamente:
― Lord Edgar, era impossível imaginar que poderíamos obter a espada.
Não me importo fugir com medo de ser capturada pelo Príncipe pelo resto da
vida. Se você diz que quer fazer isso por Raven e meu bem, por favor, vamos
parar por aqui.
― Ermine, não seja estúpida.
Você conhece muito bem o horror do Príncipe. Não prometi que te livraria de
suas garras?
Ermine abaixou os olhos como
se estivesse divagando longe, mas em um determinado momento, ela levantou a
cabeça.
― Lord Edgar, acredito que isso será impossível. – ela disse e olhou
para Lydia.
― O Príncipe conhece meu
desejo e fraqueza. Ele sabe que achei a felicidade de poder fugir com Lord Edgar... Para poder compartilhar o
mesmo objetivo, poder ajudar uns aos outros e ter uma amizade insular que não
permita que ninguém mais participe. Ele sabia que eu sou a mulher mais feliz em
ser a única deste círculo e manter Lord
Edgar para mim. Se fôssemos libertados do Príncipe, isso denotaria que eu e
você teríamos um relacionamento comum entre mestres e servos. Ele descobriu que
era isso que mais temia.
― Ermine, o que você...
― Sinto muito, Lord Edgar. Foi-me dito que se eu
continuasse a manter meus olhos em você, então, ele não faria nada para nós por
enquanto.
― Não... Então, o Príncipe
sabe? – perguntou Edgar com uma voz desgostosa.
Quando ele disse o nome do
Príncipe, mesmo Lydia pôde sentir o ódio e o ressentimento claros que lhe
escapavam.
Ela podia perceber que Edgar
e Ermine falavam sobre o homem que os fez escravos, mas não era apenas isso.
Parecia que esse homem era alguém trazia emoções negativas e misturadas com
ódio e medo neles.
― Você está me contando que
todos os nossos movimentos foram diretamente transmitidos para ele?
― Quando você estava prestes
a ser executado na América, foi a ideia dele usar Gossam que procuravam algum
humano para sua experiência. No entanto, foi o Príncipe quem me falou sobre
Gossam. E assim, esse homem sempre governará sobre nós. Posso ver como ele
gosta de nos observar lutando para nos tornar livres.
― ...Então, ele deve ter
conhecimento sobre a espada também? Mesmo assim, ele nos vislumbra de cima.
― Sim, ele sabe. Ele
acredita que a espada não exista realmente. Contudo, com a ajuda da senhorita
Carlton, você, sem dúvida, está se aproximando da espada. E se você conseguir, poderá
cortar seus laços com o Príncipe. Mas, isso significaria que iria descobrir a
minha traição. Por esse motivo não sabia o que fazer. Caso, você desistisse da
espada, estaria ao seu lado por um tempo a mais. Mas, mais do que isso, não
quero colocá-lo em perigo. Lord
Edgar, pressionar mais do que isso, e aos que não estão relacionados com Conde
Cavaleiro Azul é algo imprudente. Tomarei qualquer castigo como uma traidora. A
única opção que nos resta é...
De repente, Lydia foi levada
pelos braços de Ermine.
― Senhorita Carlton, por
favor, apenas me odeie por isso.
― Pare, Ermine!!
No momento em que Edgar
gritou com ela, o corpo de Lydia foi empurrado para além da grade e puxado para
baixo rumo às falésias rochosas. Suas mãos procuravam algo para se apegar
desesperadamente, mas só havia o corpo de Ermine, que tentava cair com Lydia.
A visão do cenário virou de ponta-cabeça. O céu avançou por um milímetro, como sentisse a uma polegada do mar sobre ela. E apenas, se sentiu doente, por aquele longo, longo segundo. Seu corpo foi puxado de repente. Raven mal conseguiu agarrar sua manga. Ao mesmo tempo, ele apanhou a roupa de Ermine, que demonstrava dificuldade para deixar que as duas caíssem. Além disso, sua manga parecia que estava prestes a rasgar. Lydia tentou desesperadamente alcançar a outra mão para pegar o corrimão. Aquele que a puxou pela mão era Edgar.
A visão do cenário virou de ponta-cabeça. O céu avançou por um milímetro, como sentisse a uma polegada do mar sobre ela. E apenas, se sentiu doente, por aquele longo, longo segundo. Seu corpo foi puxado de repente. Raven mal conseguiu agarrar sua manga. Ao mesmo tempo, ele apanhou a roupa de Ermine, que demonstrava dificuldade para deixar que as duas caíssem. Além disso, sua manga parecia que estava prestes a rasgar. Lydia tentou desesperadamente alcançar a outra mão para pegar o corrimão. Aquele que a puxou pela mão era Edgar.
― Raven, eu vou apanhá-la.
Ele segurou fortemente o
braço de Lydia e cuidadosamente a puxou para cima. Quando ela foi puxada por
seus braços, os dois caíram de volta ao terraço. Lydia abraçou
inconscientemente Edgar e sentiu um caloroso alívio, enquanto ele acariciava
seus cabelos para tranquilizá-la.
― Raven, o que você está
fazendo?
Ela voltou aos sentidos com
a voz alta de Edgar.
Raven mal conseguia segurar
o braço de Ermine, mas também não estava tentando puxá-la. Isso porque Ermine
tentava se desvencilhar e sacudia a mão do irmão.
― Por favor, Raven, me
liberte.
Mesmo que ela fosse salva,
não poderia estar ao lado de Edgar. Somente a maldição do Príncipe a seguiria.
― Não permita que ela vá!
Não ouse deixá-la morrer!
Edgar deu um passo em
direção a eles. Naquele momento, o braço dela escorregou da mão do irmão. Seu
corpo caiu no fundo das falésias em um piscar de olhos. Lydia fechou os olhos.
Não houve um gemido
doloroso, apenas os sons fortes das ondas do oceano, e quando ela abriu os
olhos novamente, havia apenas a crista alta e branca das ondas que batiam
contra as paredes rochosas como se nada tivesse acontecido.
Edgar caiu no chão do
terraço.
Nota da tradutora: Gosto muito deste capítulo, talvez
porque conhecemos mais a Ermine (que é tão odiada pelo povo que adora o pairing
Lydia & Edgar). Ela não é tão “bitch” como pintam^^ No light novel, você
tem uma dimensão melhor não só dela, como cada um dos personagens. O final é
chocante e surpreendente. E quem é fã do anime, assim como eu, repara que a
diferença gritante de profundidade em cada detalhe da narrativa, principalmente
na relação entre ela e o Edgar.
No fundo, fico um tremendamente condoída em relação à
Lydia. Afinal, ele é ou não é um vilão?
Refinado, mas ainda um canalha! Pronto, parei!!^^
O próximo e penúltimo capítulo chega por volta da
primeira quinzena de julho! Para ficar por dentro desta tradução, assim como as
fanfics é fácil. Basta acessar a página: Hakushaku to Yousei – fanfics –
Brasil ( https://www.facebook.com/HakushakutoyouseifanficsBrasil)
Lembrando que sexta-feira chega no Nyah e no Social Spirit, o último capítulo de Até As Últimas Consequências - Rota Reversa! (No Nyah:
No Social Spirit:
Beijos e nos dê suporte^^
.
4 comentários:
Sou uma grande fã dessa história, tô acompanhando em inglês. É uma pena que a light novel não seja conhecida. Mas que bom que você tá postando ela aqui, a tradução tá muito boa, parabéns!!
Olá, Vanessa!!! Tudo bem com você? Pois é, menina, também acompanho em inglês. Para piorar, a obra não chegou nem ser publicada na língua inglesa oficialmente. Imagine se havia a possibilidade de ser publicada em português. Por isso, que me aventurei a traduzi-la. Bem, sou uma fanática pela obra e a cada volume, ela só melhora.
Muito obrigada em prestigiar e pelo seu comentário! Beijos! :*
Confesso que fiquei pra lá de decepcionada quando soube que o Edgar estava disposto a sacrificar a Lydia, mas é compreensível que ele tenha chegado longe demais para voltar atrás T-T
Por incrível que pareça, não odeio a Ermine, tenho pena dela, na verdade, mas obviamente prefiro a Lydia!
Muito obrigada pela excelente tradução!
A princípio não ia com a cara da Ermine, mas depois que li o light novel, no fundo, é uma mulher corajosa com ótimo coração. Também, no fundo, ela só quis proteger a Lydia. E acho muito bonitinho que dói para ela saber que a Lydia é ingênua e pura para não perceber o que Edgar está tramando!
Bjs e obrigada!
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