sábado, 9 de novembro de 2013

Até as últimas consequências–Capítulo V

(fanfic para Hakushaku to Yousei)
Opening(Abertura):
Um Pacto com a Morte em troca da Vida
Sugestão de trilha: Pugna Infinita (Puella Magi Madoka Magica – OST)
Enquanto Lugh, Sereia e Raven comunicavam à Tytânia a decisão de Lydia, a fairy doctor saiu escondida da mansão. Pediu uma carruagem em segredo e rumou em direção ao leste. Antes de embarcar na viagem tão perigosa, como dizia Lugh, ela pretendia dar a última cartada. Talvez um blefe para que isso fosse mais suave ou não tivesse tanto impacto.
Perdida em seus pensamentos, mal percebeu que tinha chegado ao seu destino: a mansão dos Phantomhive. A primeira pessoa que a avistou foi Meirin, a empregada atrapalhada que usava óculos pesados. Ela veio ao seu encontro e logo a cumprimentou:
- Bom-dia, Lady Ashenbert! Que honra recepcioná-la! Quer que eu anuncie a sua presença ao conde? – e disse baixinho, como estivesse falando para isso mesma: – hum, hum, isso não é nada bom… sir Sebastian não vai gostar.
Lydia que era uma pessoa avessa aos protocolos, segurou no ombro da criada e falou quase como um sussurro:
- Na verdade, não vim ver o conde…
- Ooooohhhh, não? – indagou curiosa a criada.
- Não! Na verdade preciso conversar com sir Sebastian Michaelis.
E então, Meirin lhe revelou quase num tom de fofoca:
- Sir Sebastian está lá atrás. No jardim das roseiras… Não sei o que ele faz lá! Afinal, esse é o trabalho de Finny.
- Você poderia ensinar-me o caminho? – perguntou a condessa.
A empregada coçou a cabeça e disse meio em dúvida:
- Hum… Si-si-sim!
Lydia muito delicadamente a agradeceu e seguiu em direção ao jardim das roseiras, conforme as instruções de Meirin. E ia de forma quase furtiva, receosa de encontrar o conde Ciel Phantomhive. Mas parecia que a sorte estava com ela e logo chegou lá, sem ser vista.
Como Meirin tinha comentado, realmente, o cuidado com as roseiras, tão amadas pelo conde, era de responsabilidade de Finny, o jardineiro. Porém, essa era a desculpa para que o mordomo dos Phantomhive encontrava para alimentar os gatos que perambulavam pela mansão. E parecia que a grande maioria o amava. Mas, ele tinha uma eleita… Amber, uma gatinha negra de olhos cor de âmbar que aparecia religiosamente no mesmo horário para receber a primeira refeição das mãos do mordomo.
Sugestão de trilha: Umbra Nirga (Puella Magi Madoka Magica – OST)
Quando ela chegou à entrada do jardim, ela não precisou pronunciar nenhuma palavra. Ele que estava de costas para ela, com Amber no colo, disse:
- Lady Ashenbert, condessa Cavaleiro Azul. Estava à sua espera!
E então, ele virou-se e a encarou. Mesmo amando profundamente Edgar, Lydia sempre ficava desconcertada diante de Sebastian. O mordomo alto, de cabelos nigérrimos e olhos cor magenta a intrigava. Mas ela sabia quem era ele… Lydia continou ainda em silêncio e ele a indagou:
- O conde faleceu?
Os seus olhos começaram a ficar úmidos de novo, o coração apertado e com a voz contida ela respondeu:
- Sim! Ontem à noite…
Ainda com Amber no colo, que o encarava de forma apaixonada, Sebastian chegou mais perto da condessa e perguntou:
- Ele foi assassinado?
- Como você sabe?
- Sei de coisas que a senhora nem imagina!! – o mordomo respondeu com um sorriso sarcástico.
Ela caminhou firme em direção a ele e revelou a razão de sua visita:
- Quero fazer um pacto com você! Minha alma é sua, mas para isso, você deverá trazer a alma de Edgar de volta!
Por um momento, parecia que o rosto de Sebastian ficou perplexo. Mas só foi por um instante, talvez fosse ilusão de sua cabeça e aí Lydia viu que o mordomo expressava um sorriso de canto de boca.
- Ora! Ora! E não é que uma humana sabe do meu segredo? Como soube disso?
- Sei de coisas que senhor nem imagina!! – replicou ela com um sorriso triste.
- Pois bem, deixe-me explicar. O meu pacto é com bocchan e não tenho nenhum interesse em desfazê-lo. Sem contar, que sua alma não me desperta nenhum apetite…
Sugestão de trilha: Terror Adhaerens (Puella Magi Madoka Magica – OST)
Lydia ficou atônita, mas não disse nada e Sebastian continuou:
- Apesar de sir Ciel ser muito jovem, já passou por muita coisa. Assim como seu falecido marido… – e ele deu ênfase à última frase.
- Como por exemplo?
- Ambos perderam os pais muito cedo e de forma trágica. Os dois foram torturados, subjugados e escravizados. Porém, bocchan suplicou por minha ajuda, enquanto sir Edgar seguiu métodos mais ligados à clandestinidade, trabalhou com estelionato, estorquiu dinheiro de ricos, entre outras coisas, tudo para voltar a reerguer o seu nome.
- Sei que ele não foi nenhum santo, mas concorda comigo que ele não teve outra alternativa? – provocou Lydia.
- E os julguei por algum momento? E quem sou eu para julgar alguém? Não é do feitio dos demônios…
E ela avançou mais alguns passos, o mais que o permitido pela etiqueta, e ajoelhou-se perante ao mordomo, implorando entre lágrimas e com as mãos entrelaçadas como estivesse em oração:
- Por favor, diga-me qual o demônio devo procurar para efetuar o pacto?? Por favor, eu rogo…
Ele não a deixou terminar a frase e estendeu a mão para que ela levantasse:
- E também, digo, por favor, não me encare como santo! Aliás, – prosseguiu – acredito que pelo meu conhecimento, sua alma não despertaria o apetite de nenhum demônio…
Ela arregalou os olhos verdes-dourados marcados pela dor, mas não disse nada. Ele beijou Amber entre as orelhas, a colocou no chão e encarou novamente a condessa de forma mais atrevida.
- Isso porque sua alma não foi corrompida…
- Mas…
- Sim, Lady Ashenbert sua bondade, sua compaixão e humildade não são iguarias apreciadas por nós.
Lydia engoliu a seco e manteve o olhar.
- Acredito até que sir Edgar seria um forte candidato há alguns anos… Mas, depois que ele percebeu que a Espada Merrow não era para ser encarada como instrumento da sua vingança, e sim como sinal de coragem, ele perdeu o posto de candidato a qualquer pacto seja com quem fosse… – confessou o mordomo.
E como tivesse necessidade de se confidenciar, contou a Sebastian sobre o que tinha acabado de saber:
- Lugh, o Senhor dos Leprechauns, revelou-me que Edgar pode estar preso em um dos infernos. Então, todos vão para os infernos? Ou o inferno?
Ele sorriu e respondeu:
- A senhora diz coisas engraçadas. – mudou de feição e prosseguiu: – na verdade, o que vocês, humanos, encaram como o inferno, nada mais que é um conjunto de submundos. E são vários tipos e diversos destinos. E submundos não são apenas locais para onde vão os mortos… eles também agem nos caminhos para autoconhecimento, seja para humanos, seja para outros tipos de seres…
O silêncio que dominou por alguns minutos o ambiente, foi quebrado, novamente, por Sebastian:
- A alma de lord Edgar talvez esteja entre os mundos dos mortos, mas são muitas categorias. E posso te garantir que cada categoria serve para um determinado tipo de ser. – por um momento estranhou-se por revelar tantos segredos para uma humana. O que teria feito sucumbir e confessar tantos mistérios para aquela mulher? Questionou-se se chegou a sentir alguma coisa por ela… Será?
Ela por sua vez, continuava  encarando-o, esperando por mais respostas… E aí, ele retornou a falar:
- Pois posso lhe dar um palpite?
- Por favor… – disse Lydia debilmente.
- Comece pelo castelo de Hades e Perséfone. É para lá que a maioria dos mortos chegam para a triagem do caminho.
Nesse momento, uma outra voz masculina se fez presente no jardim:
- Milady, acredito que devemos partir o quanto antes. – disse Raven.
Ambos viraram para Raven. Ela, supresa e Sebastian… bem, Sebastian continuava impassível.
- Então, não irei mais incomodá-lo. Vou seguir seu conselho. – falou Lydia com algumas lágrimas nos olhos e completou num sussurro: – Muito obrigada!
Ele não sabia por qual razão, mas sentiu-se abalado com a franqueza e meiguice de Lydia. E logo ele, Sebastian Michaelis, que como já foi lhe dito, um ser que não amava nada e ninguém.
Ela fez uma leve reverência para ele que retribuiu de certo modo caloroso. E, então, retirou-se acompanhada de Raven. A única coisa que Sebastian fez naquele momento foi acompanhá-los com os olhos e somente isso…
Ending(Fechamento):
Nota da autora: Bem, eu já tinha avisado… Sebastian Michaelis, o mordomo mais amado de Kuroshitsuji, iria fazer uma participação especial. Aliás, ele será mencionado mais algumas vezes durante a fic (olha um spoiler leve…). Pois é, deu para perceber que o adoro, não? Particularmente, amo esse capítulo porque ele é, de certa forma, contraditório. Explico! Afinal, não poderia o Lugh ter contado tudo isso para a Lydia? Poderia… Mas achei mais bacana se o Sebastian contasse… Afinal, ele é um mordomo (demônio) em tanto! E quem curtiu um shipper leve entre ele e a Lydia, levanta a mão aí! Sabia que o povo iria gostar! É interessante a possibilidade de uma mulher meiga e fofa como a Lydia pudesse dar uma bela mexida no coração de um demônio como Sebastian. Bem, na próxima semana, começa a viagem de Lydia em busca da alma de Edgar. E ela terá como parceiro o Raven! Até a semana que vem! Beijos e obrigada por ler a fic!

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