domingo, 8 de abril de 2012

A tatuagem como rito de passagem

O que seria ritual de passagem para você? Comprar sua casa própria? Conseguir o carro dos seus sonhos? Casar com uma pessoa especial?
Bem, há muitas formas de ritos de passagem. E você pode encontrá-los nos mais diferentes povos e civilizações. E se te dissesse que a tatuagem (ou tattoo para os íntimos) também é um ritual de passagem? Acreditaria?
Pois bem, é disso que falaremos neste post.
Como surgiu a tatuagem?
Existe vááááárias provas que a tatuagem vem desde os tempos antigos, mais precisamente há 4 mil anos a.C. Seu surgimento foi principalmente no Egito, mas também a tatuagem foi praticada pelos nativos da Polinésia, Filipinas, celtas (Irlanda), entre outros povos. Até mesmo os romanos as usavam como forma de distinguir os nobres dos escravos e prisioneiros, sendo estes últimos que recebiam a marca.
A Igreja Católica na Idade Média a proibiu, sendo considerada “uma porta de entrada para demônio”... Vai ver que o Papa era um amargurado e não podia tatuar-se...
Também na Idade Média, final da era feudal japonesa, ela surgiu como forma de identificação dos integrantes da Yakuza, a máfia nipônica.
Mais tarde, em 1800 e bolinha, começou a se popularizar por conta dos marinheiros ingleses. Por outro lado, no ano de 1879, o mesmo Governo inglês adotou a tatuagem como forma de identificação de criminosos, daí a conotação de quem a usava era um fora da lei.
Aqui no Brasil, veio com força juntamente com dinamarquês doidinho, Knud Harld Likke Gregersen, vulgo Lucky Tattoo. Como sua loja era localizada na zona de prostituição da cidade de Santos, São Paulo, a tatuagem ainda era vista com maus olhos.
Mas pouco a pouco, ela foi aparecendo... uma ali, outra aqui... e vem se popularizando. Graças ao acesso à informação através da TVs, internet, reportagens em revistas e jornais e o aumento da assepsia, a fim de evitar doenças perigosas e, por que não, silenciosas como Hepatite C e a transmissão do vírus HIV.
 
Mas, tatuagem dói?
Dói! Mas isso vai depender da sensibilidade da pessoa e do local onde você irá fazer. Geralmente, nos pés, na cabeça e nas costelas são locais que rendem mais dor.
Antes de fazer a minha, pesquisei bastante e perguntei para todas as pessoas que tinham tatuagem. Geralmente sempre relatavam que dói, mas é uma dor suportável, parecida como alguém raspasse um compasso na sua pele. Engraçado, para mim a dor lembrava, algo como... sabe quando você cai e dá aquele raspão no joelho, por exemplo? É dolorido e ardido. Pronto, foi assim para mim.
Mas conforme a sessão passava, acostumei-me com a dor.
A prova dos nove é a cicatrização. E aí que são elas: três dias com pomadas, sabonetes antissépticos, papel filme enrolado no braço. Nada de carne de porco, chocolate, pimenta, frutos do mar durante 15 dias. Sem contar que jamais, jamais deve coçar a tatuagem durante o período de cicatrização. É, é a vida, né? Se você quer algo, sempre há um preço. E o preço é esse.
 
Preconceito
Existe? Claro que existe e se existe!Quer alguns exemplos? Houve uma reportagem no jornal Folha de São Paulo sobre um evento de tatuagem. Na mesma reportagem, existia uma sessão para comentários. O que tinha de comentários retrógrados e reacionários não estava escrito!Muitos chamaram os tatuados (e tatuadores) da pior espécie. Como fosse a escória da sociedade.
Também tem a clássica que muitas empresas não aceitam empregados tatuados. Porém, tenho visto muitas pessoas trabalhando com tatuagens belíssimas e visíveis. Ainda bem que a mentalidade do mercado de trabalho, aos poucos, tem se modificado.
Não preciso ir mais longe. Dentro da minha casa é outro exemplo. Preciso esconder do meu pai, a tatuagem que está no braço esquerdo. Antes de fazê-la, apenas informei que ia fazer. Escutei do velhinho: Se você aparecer aqui com uma tatuagem, a sua mala estará na porta de casa. Hahahaha. O mais irônico é que, boa parte da minha família é tatuada (salvo três a quatro pessoas).
Bem, ele descobriu e quando fui assumir que era uma de verdade, minha mãe jogou-se na frente dizendo que era de henna e depois, que era calcomonia (hoje chamamos de stiker). E não é que o velhinho caiu? Ou se não caiu, está engolindo a seco. Esperamos os próximos capítulos...
 
O processo interno
Tirando o aspecto físico, estético e de saúde da tatuagem, a encarei como um processo de transição na minha vida. Explico melhor.
Antigamente, em muitas tribos, a tatuagem era encarada como um rito de passagem de uma fase à outra na vida. E foi exatamente que senti.
Queria fazer uma homenagem a uma das minhas Deusas preferidas (e uma das minhas “mães”), a Bast. Deusa egípcia da alegria, da felicidade, da brincadeira. Não queria um desenho qualquer, mas alguma figura que a representasse. Até chegar a Chi. A gatinha Chi é a personagem principal do anime “Chi´s Sweet Home”. Levada, curiosa, engraçada e muito fofa. Ela mora no centro de Tóquio com uma família em um condomínio que não aceita animais, principalmente gatos. Imagina a correria que a pequena família passa para escondê-la. XD
Bonitinho é o jeito que a própria Chi escolhe seu nome. O pequenino do casal toda vez que falava que ia fazer xixi, Chi se aproximava. Ela achava que ele a estava chamando! Hahahaha. Então Chi, em japonês, é xixi!
 
Voltando à questão da tatuagem, é estranho falar, mas a dor que passei foi meio que em agradecimento à Bast e à todas as coisas boas que ela me proporcionou e proporciona todos os dias da minha vida. E quando você encara um processo desses, querendo ou não, está passando por um processo de transformação, de amadurecimento, lealdade e fidelidade com o que acredita.
 
Antes de terminar passo algumas dicas:
Escolha bem o desenho que irá fazer. Afinal, é algo para toda vida. Claro que hoje pode remover a tatuagem. Mas o processo revesso é muuuuuuuuuito mais caro do que a tatuagem em si. Sem contar que é bem mais dolorido.
Opte por locais e tatuadores indicados. Assim você fica à vontade e sente-se mais seguro(a). Escolhi o mesmo estúdio em que o meu cunhado tatuou e não me arrependo!
Veja e pergunte se todos os instrumentos e procedimentos são acompanhados por assepsia e esterilização.
Prefira fazer a tatuagem no outono ou no inverno, pois um dos seus inimigos é o Sol, infelizmente.
No mais, faça se quiser ou quando sentir-se preparado(a). Porque tatuagem tem milhões de significados e cabe a cada um, um jeito de encará-la.
Fontes: Wikipédia, www.tatuagem.com.br, Revista Galileu
Imagens: Look Belle, Arte no Corpo, arquivo pessoal
Estúdio de tatuagem(onde fiz a minha): True Love
Tatuador: André de Camargo




domingo, 12 de fevereiro de 2012

Melissas: Quando você transforma-se em Cinderela!


Tava aqui pensando: qual seria o primeiro post de 2012, aqui no blog. Putz, o Wando morreu (Oh, dó e a coleção de calcinhas dele? Com quem ficou?) e Whitney também! (mas confesso que fiquei mais triste quando a Amy se foi...). PMs em greve em Salvador... Hum, melhor, não... Muito pesado...
1, 2, 3... Peguei-me contando o número de caixas de Melissa que tenho... 4, 5, 6...
Como que é? Cheguei na 10ª caixa!!! Pois é, são 10 caixas com estilo, charme e cheirinho irresistível de chiclete... Taí! Um bom motivo para começar o ano! Melissas!
Engano seu que a Melissa é algo recente. Bem, moderna, ela é, mas já está no mercado há mais de 30 anos.
A história da Melissa
1979, a Grendene lança o primeiro modelo da Melissa com nome de Aranha. A inspiração veio das sandálias usadas pelos pescadores da Riviera Francesa. Nesse mesmo ano foi exibida a novela Dancin´Days, protagonizada por Sônia Braga. Boa parte do elenco da novela usava Melissa. E isso foi um empurrãozinho para que todo mundo caísse de amores por ela.
Não eram cores tão vibrantes como as de hoje, mas lembro que o calçado tinha furinhos e quando era calor... Bem, você pode imaginar como ficava o pé. Isso porque essa maleabilidade que ela apresenta hoje nos calçados ainda não existia. Mas o cheirinho, sim.
A Melissa foi direcionada ao público adulto feminino, mas como tinha uma numeração intermediária conseguia abranger o público infantojuvenil.
Em 1986, a Grendene começa efetivamente a fabricar Melissas para o público infantil. E era febre: além das sandalinhas que vinha com uma minipochet e um reloginho. Imagina se as meninas enlouqueceram!
No final da década de 80 e começo da 90, ela deu um chá de sumiço... Pensei: Foi o fim das Melissinhas... Bobagem! 1994 chegou e com ele os primeiros modelos mais “modernos”. Mas eles eram feios e desconfortáveis... pelo menos para mim. Não tinha aquele estalo quando hoje, você passa em frente a uma loja e vê os novos modelos.
Mas nos anos 2000, que a Melissa ganhou status de calçados estilosos, criada especialmente para garotas e mulheres descoladas!
E aí ela voltou com força total!! O cheirinho estava mais gostoso do que nunca, o conforto tinha melhorado e muito. E os modelos? Bem... Até que enfim que a criatividade e o bom gosto caminharam juntos.
E vieram grandes estilistas como Jean Paul Gaultier, Patrick Cox, a maravilhosa Vivienne Westwood, meu querido Jason Wu (aliás, na minha humilde opinião, os modelos mais bacanas são dele e da Vivienne) e até o brazuca Alexandre Herchovitch (cá para nós... cada modelinho feio, né?) que trouxeram um toque fashion aos novos modelos. Melissa virou vanguarda, mas os preços estratosféricos! Ok, ok... Para quem fama de Becky Bloom até parece que estou fazendo demagogia, mas a Melissa que tem modelos caríssimos, tem!
Pode reparar, a cada ano a Melissa escolhe um tema. E dentro desse tema, ela aborda desde temas como amor, tempo, brilho até personagens de contos de fadas e desenhos clássicos como os da Disney.
A Grendene garante que utiliza Melflex em sua fabricação. Um material termomoldável (molda pelo calor) e mais flexível que existe. Além de ser muito resistente. Ela pode ser cara, porém é realmente bastante resistente. Resiste há intempéries tanto do tempo como da própria proprietária (experiência própria! Hahaha).
 
Conforto? Bem, confesso que os modelos das últimas coleções estão bem mais confortáveis. Mas, na maioria das vezes, é raro que seu querido sapatinho não lhe cause algumas bolhas de recordação... É quase como ritual de melisseira! Ops, mas o que é uma melisseira? Aliás, ser melisseira é mais do que um rótulo “uma mulher que ama Melissas”, é uma questão de atitude.
Você já começa especular quais serão os lançamentos de inverno no meio do mês de janeiro. Além de economizar seu rico dinheirinho ou mesmo já pensar como equilibrar suas contas para comprar seu tão sonhado sapato da nova coleção.
E como se sente alguém que usa Melissa? Bem, quando você coloca nos pés uma Melissa, é como você abrisse uma porta para mostrar ao mundo seu lado descolado, charmoso, estiloso e à frente do seu tempo. Pode perguntar para quem é viciada (e as iniciantes também, que muitas vezes são influenciadas pelas melisseiras mais pioneiras) como elas se sentem quando calçam um par de Melissas...
Bem, a Grendene sente-se toda honrada, pois é a única empresa que inclui aroma em seus calçados... E nós também. Afinal, um dos detalhes que fazem toda a diferença (além da autenticidade) de uma Melissa original de uma similar é esse aroma agradável. Pode reparar, melisseira que é melisseira repara logo que tem alguma companheira de marca por perto, assim que sente esse aroma no ar... E não adianta nos ludibriar! Porque melisseira sabe quando é uma Melissa similar... Mesmo que seja uma cópia perfeita. Mas como Juliana? Pelo aroma, né? Sem contar o designer e os detalhes.
Curiosas para saber quais são os meus modelos? Lá vamos nós:
Campana Zig Zag IV – dourada
Ultragirl VI – preta flocada
Ultragirl vazada – Lilás metalizada
Flower + Isabela Capeto – Vidro transparente
(minha amada) Mermaid V – Preto opaco
(minha adorável) Hello II – Preto opaco
Seduce + 284 – Preto com a flor branca
Hoop II – Bege (infelizmente o lacinho... hum... Quebrou duas vezes!! Haja superbond!)
Marine – Rosa bebê
A mais recente da coleção Ultragirl + Jason Wu – Preta, vermelha e cinza – com lindíssimos detalhes de renda
Mas o meu objeto de desejo (aliás, de 10 entre 10 melisseiras) é Ultragirl + J.Maskrey! Ela é vendida pela “bagatela” de R$ 600,00 !!! Um luxo só que até a Cinderela morreria de inveja, fala a verdade?
Bem, meninas, mas como e onde vocês podem comprar essas belezuras? No próprio site da Melissa Ou em lojas autorizadas. Nem sempre o próprio site da empresa informa, então entre no Google e coloque Melissas + lojas + estado ou cidade que você está.
Também há bazares para venda, troca e compra de Melissas como esse: Bazar Melisseiras
Dicas:
Antes de sair de casa, ligue para as lojas com o nome do modelo anotado na mão e pergunte se eles o têm disponível no estoque. Ah, e não se esqueça de falar a numeração. Isso porque nem todos os modelos vão para todas as lojas. E certos modelos que eles já preveem que serão frisson, só se encontram disponíveis com dois pares por numeração. Experiência própria!!
Outra, fique de olho quando acontece aquele entressafra entre as estações... Geralmente, a Melissa oferece descontos para queimar o estoque.
E claro, prefira sempre as originais. É preferível ter poucas Melissas originais (que irão durar mais e vale cada centavo!) do que as similares.
Bem, então coloque a sua e vamos sair andando por aí! Bjs