domingo, 25 de setembro de 2011

Kira x Zero ou Lelouch x Light?


Mil perdões pelo sumiço, mas minha vida tem andando tão atribulada, muitas mudanças e correria que o blog ficou meio jogado do lado. Ora por falta de tempo, ora por pura preguiça. Mas aqui estamos de novo. E para não deixar o costume, dessa vez o assunto é sobre mangás e animes.


É que terminei de acompanhar a saga do mangá Code Geass e fui reparando semelhanças com Death Note.

“Perai, Juliana, o que tem um a ver com outro?” Tem! E tem muito mais do que você pode imaginar...

Mas antes de começar a apontar as semelhanças, vou dar uma sinopse para o pessoal que ainda não os conhece (será que existem?).

Sinopses:

Code Geass: Lelouch of the Rebellion

Em agosto de 2010, em uma guerra sem precedentes que envolveram armamentos altamente tecnológicos, os Knightmare Frames, o Sagrado Império da Britannia arrasa o Japão. Com isso, o país e os cidadãos perdem sua autonomia, liberdade e direitos. O Japão passa a ser designado como Área 11.

Enquanto isso, Lelouch Lamperouge vive um drama pessoal. Em meio ao ataque terrorista, ele perde sua mãe e sua irmã, Nunnally se privada da visão e a capacidade de se locomover. Sete anos mais tarde, vivendo às sombras em um colégio no Japão, devido ao fato que os irmãos são filhos do Imperador da Britannia, Carlos , Lelouch recebe de uma estranha garota de cabelos verdes, C.C., o poder de comandar tudo e todos, Geass. Começa aí, a saga de Lelouch, vingar-se contra seu pai e contra a Britannia, além de tornar um mundo melhor para que sua irmã Nunnally.

Death Note

Light Yagami é um aluno exemplar: inteligente, perspicaz e faz muito sucesso com as garotas. Até que... encontra um caderno sobrenatural, Death Note, que aquele que tiver seu nome escrito, morre. A partir daí, Light começa a exterminar todos os criminosos no Japão. Até que desperta a atenção da polícia japonesa. Para piorar, Light é filho do chefe da investigação do caso Kira, Soichiro Yagami

A comparação:

Para começar, temos aqui dois anti-heróis: Lelouch e Light.

Quando Lelouch recebe de C.C. o poder do Geass, começa a dar andamento em um plano para vingar-se de seu pai. Primeiro, ele mata seu irmão, Clóvis e assume a personalidade de Zero. Um líder que surge como um sopro de esperança para os elevens (é a forma que os cidadãos japoneses são chamados sobre a influência da Britannia) e. sobretudo, é O cara que irá fundar A Ordem dos Cavaleiros Negros. Que nada é mais que um exército de rebeldes que pretendem libertar o Japão da domínio britânico. No começo, Lelouch “pisa devagar”, achando que o chão é como areia movediça. Mas, no decorrer da história, Lelouch vai ganhando mais e mais confiança com o Geass. Muitas vezes, ele trai os melhores amigos, manipula e até mata pessoas amadas. Mas o bacana de Lelouch é que...no fundo, ele é tremendamente idealista e um grande sentimental. O interessante dessa figura, que ele tem lapsos de mea culpa, arrependimento e até (pasmem!) peso na consciência. Rápido no raciocínio, nas palavras, é um tremendo estrategista.

Light Yagami também é rápido no raciocínio, idealista, e estrategista excelente. Mas temos aí, um dos caras mais “sangue-frio” e complexos que surgiu no imaginário japonês. A princípio, ele realmente só estava focado em matar os maiores criminosos do Japão através do Death Note. Mas, no decorrer da história, ele manipula, mente, mata e chega a ter raios de uma personalidade psicopata e torna-se até megalomaníaco, a ponto de autodenominar-se “o Deus do Novo Mundo”. Mas, cara, como ele é sensacional! Tem momentos que (seja no mangá ou anime) você se pergunta: “Ah! Como será que ele vai se sair dessa??”. E não é o filho da mãe consegue sair de fino, à francesa e ainda por cima? Pois é, esse é o Light Yagami.

Ah, sim e o mais importante... Light também assume uma persona: Kira. Kira é uma corruptela de “Assassino”. Porém, com a eficiente cobertura jornalística, a população japonesa o eleva a status de pop star, ou melhor, ainda o grande salvador. Algo meio como Jesus Cristo, saca? É sério! Até na rede, Kira vira algo como um Messias.

Além desses pontos em comum, os dois são verdadeiros gatos, né, meninas? Olha (ou melhor, leia) o físico de cada um:

Lelouch é alto, magro, com porte elegante, olhos violeta e de cabelos negros. Light chega a ser ruivo (japonês ruivo? É... em mangá e anime pode, tá!?), alto, porte atlético, super impecável na roupa e ele passa a sensação que é um cara bem-cheiroso e "classudo".

Os oponentes:

O imaginário japonês adora colocar frente a frente, amigos que se tornam rivais, mas que ainda se admiram e se amam. Também podem ser irmãos, primos, pai e filho e por aí vai. E tanto em Geass e Note, não é diferente.
Em Code Geass, Lelouch tem um oponente aplicado - Suzaku Kururugi. No começo, a relação entre os dois vai muito bem, obrigada. Porém, quando Lelouch assume-se como Zero e convida Suzaku para ajudá-lo, o rapaz vira um inimigo ferrenho, por acredita que os métodos de Zero são extremamente violentos... É, estranho sair esses dizeres da boca de alguém que matou o próprio pai... Suzaku é meigo, mais dúbio e cheio de dúvidas. Vive em uma eterna crise existencial, mas no fundo é um cara romântico (o que o diga, Euphemia...).


Mas, em Death Note, os oponentes chegam à categoria máxima! Pois é, já pensou se o Light Yagami ia ter um oponente "sussa" como Suzaku? Pois é... e se ele tivesse, muito provavelmente, o final de Death Note seria bem diferente... O contraponto do Light é o maravilhoso L. Detetive de primeira categoria, misterioso, nunca mostra o rosto e ninguém o conhece. Ele só “aparece” quando torna-se uma das peças principais do caso de Kira. Lembrando que, para que o Death Note funcione de forma impecável, a pessoa que usá-lo deve saber o nome e o rosto da vítima. L, sabendo disso, usa métodos nada ortodoxos para descobrir e capturar Kira.
L é oposto de Suzaku. Magro, com cabelos degringolados (mas muito cool), com profundas olheiras, mas com um olhar (e que olhar...) penetrante. A sua alimentação é a base de café, chá e muito, muito doce. E o seu jeito de sentar, bem, só ele consegue aquilo.
Inteligentíssimo, ele é um oponente fortíssimo, e se bobear, você acaba torcendo mais para ele do que Light. Afinal, ele é O cara (deu para perceber que eu o adoro, né? )
Voltando ao Suzaku, fique de olho nele nos últimos três (ou seria quatro?) episódios do anime. O final de um desses episódios é triunfal... Impossível não soltar um bom e alto PQP! Ou fazer Uhu!!!

As garotas:

Em Code Geass temos várias:

• C.C. (sensacional) – a misteriosa garota de cabelos verdes que dá o poder do Geass a Lelouch. E muitos a chamam de bruxa imortal (leia o mangá e o anime que você irá entender). De longe, é a personagem feminina mais interessante da história;
• Kallen é uma das personagens mais idealista que já vi;
• Nunnally, a irmã de Lelouch, é a que dá realmente as cartas no final da série. Fique ligado(a);
• Euphemia é o grande amor de Suzaku. Ficou conhecida por ser responsável por um dos incidentes mais sangrentos da história japonesa-britânica, injustamente;
• Cornelia, irmã de Euphemia, tremenda mulher, forte, combatente, e uma das mais surpreendentes.

Em Death Note temos uma das personagens mais fofas no meio de um verdadeiro caos, a Misa Amane. Apesar da voz irritante que deram para ela no anime, vale a pena vê-la em ação. Apesar, que às vezes, o amor que ela sente por Light é tão grande que a faz tomar atitudes desesperadas. No fundo, não tem como sentir compaixão.

Mangás e animes:

As duas histórias são apresentadas tanto em anime como mangá.

Code Geass – prefira ( infinitamente) o anime. Principalmente pelas lutas entres os robôs (sim, é mecha!! ^^), e reviravoltas com mais ação e mais intriga. O mangá também é muito bacana, mas deixa a desejar porque corta detalhes que no anime faz toda a diferença.

Death Note – Aqui você pode acompanhar tanto no mangá e anime. Os dois têm o mesmo esquema. Recomendo assistir primeiro o anime e depois ir para o mangá. Há detalhes no mangá, que você se pega falando alto: “O que???”.

E para facilitar sua vida, seguem os links para assistir online os episódios dessas duas histórias:


Em mangá:

Death Note – Editora JBC – Preço estimado – R$ 10,90 – 12 volumes (ah, se tiver uma grana extra compre também o 13º - How to read. Você não irá se arrepender).
Code Geass – Editora JBC – Preço estimado – R$ 10,90.

Boa diversão e tire suas próprias conclusões!

Kira x Zero ou Lelouch x Light?


Mil perdões pelo sumiço, mas minha vida tem andando tão atribulada, muitas mudanças e correria que o blog ficou meio jogado do lado. Ora por falta de tempo, ora por pura preguiça. Mas aqui estamos de novo. E para não deixar o costume, dessa vez o assunto é sobre mangás e animes.


É que terminei de acompanhar a saga do mangá Code Geass e fui reparando semelhanças com Death Note.

“Perai, Juliana, o que tem um a ver com outro?” Tem! E tem muito mais do que você pode imaginar...

Mas antes de começar a apontar as semelhanças, vou dar uma sinopse para o pessoal que ainda não os conhece (será que existem?).

Sinopses:

Code Geass: Lelouch of the Rebellion

Em agosto de 2010, em uma guerra sem precedentes que envolveram armamentos altamente tecnológicos, os Knightmare Frames, o Sagrado Império da Britannia arrasa o Japão. Com isso, o país e os cidadãos perdem sua autonomia, liberdade e direitos. O Japão passa a ser designado como Área 11.

Enquanto isso, Lelouch Lamperouge vive um drama pessoal. Em meio ao ataque terrorista, ele perde sua mãe e sua irmã, Nunnally se privada da visão e a capacidade de se locomover. Sete anos mais tarde, vivendo às sombras em um colégio no Japão, devido ao fato que os irmãos são filhos do Imperador da Britannia, Carlos , Lelouch recebe de uma estranha garota de cabelos verdes, C.C., o poder de comandar tudo e todos, Geass. Começa aí, a saga de Lelouch, vingar-se contra seu pai e contra a Britannia, além de tornar um mundo melhor para que sua irmã Nunnally.

Death Note

Light Yagami é um aluno exemplar: inteligente, perspicaz e faz muito sucesso com as garotas. Até que... encontra um caderno sobrenatural, Death Note, que aquele que tiver seu nome escrito, morre. A partir daí, Light começa a exterminar todos os criminosos no Japão. Até que desperta a atenção da polícia japonesa. Para piorar, Light é filho do chefe da investigação do caso Kira, Soichiro Yagami

A comparação:

Para começar, temos aqui dois anti-heróis: Lelouch e Light.

Quando Lelouch recebe de C.C. o poder do Geass, começa a dar andamento em um plano para vingar-se de seu pai. Primeiro, ele mata seu irmão, Clóvis e assume a personalidade de Zero. Um líder que surge como um sopro de esperança para os elevens (é a forma que os cidadãos japoneses são chamados sobre a influência da Britannia) e. sobretudo, é O cara que irá fundar A Ordem dos Cavaleiros Negros. Que nada é mais que um exército de rebeldes que pretendem libertar o Japão da domínio britânico. No começo, Lelouch “pisa devagar”, achando que o chão é como areia movediça. Mas, no decorrer da história, Lelouch vai ganhando mais e mais confiança com o Geass. Muitas vezes, ele trai os melhores amigos, manipula e até mata pessoas amadas. Mas o bacana de Lelouch é que...no fundo, ele é tremendamente idealista e um grande sentimental. O interessante dessa figura, que ele tem lapsos de mea culpa, arrependimento e até (pasmem!) peso na consciência. Rápido no raciocínio, nas palavras, é um tremendo estrategista.

Light Yagami também é rápido no raciocínio, idealista, e estrategista excelente. Mas temos aí, um dos caras mais “sangue-frio” e complexos que surgiu no imaginário japonês. A princípio, ele realmente só estava focado em matar os maiores criminosos do Japão através do Death Note. Mas, no decorrer da história, ele manipula, mente, mata e chega a ter raios de uma personalidade psicopata e torna-se até megalomaníaco, a ponto de autodenominar-se “o Deus do Novo Mundo”. Mas, cara, como ele é sensacional! Tem momentos que (seja no mangá ou anime) você se pergunta: “Ah! Como será que ele vai se sair dessa??”. E não é o filho da mãe consegue sair de fino, à francesa e ainda por cima? Pois é, esse é o Light Yagami.

Ah, sim e o mais importante... Light também assume uma persona: Kira. Kira é uma corruptela de “Assassino”. Porém, com a eficiente cobertura jornalística, a população japonesa o eleva a status de pop star, ou melhor, ainda o grande salvador. Algo meio como Jesus Cristo, saca? É sério! Até na rede, Kira vira algo como um Messias.

Além desses pontos em comum, os dois são verdadeiros gatos, né, meninas? Olha (ou melhor, leia) o físico de cada um:

Lelouch é alto, magro, com porte elegante, olhos violeta e de cabelos negros. Light chega a ser ruivo (japonês ruivo? É... em mangá e anime pode, tá!?), alto, porte atlético, super impecável na roupa e ele passa a sensação que é um cara bem-cheiroso e "classudo".

Os oponentes:

O imaginário japonês adora colocar frente a frente, amigos que se tornam rivais, mas que ainda se admiram e se amam. Também podem ser irmãos, primos, pai e filho e por aí vai. E tanto em Geass e Note, não é diferente.
Em Code Geass, Lelouch tem um oponente aplicado - Suzaku Kururugi. No começo, a relação entre os dois vai muito bem, obrigada. Porém, quando Lelouch assume-se como Zero e convida Suzaku para ajudá-lo, o rapaz vira um inimigo ferrenho, por acredita que os métodos de Zero são extremamente violentos... É, estranho sair esses dizeres da boca de alguém que matou o próprio pai... Suzaku é meigo, mais dúbio e cheio de dúvidas. Vive em uma eterna crise existencial, mas no fundo é um cara romântico (o que o diga, Euphemia...).


Mas, em Death Note, os oponentes chegam à categoria máxima! Pois é, já pensou se o Light Yagami ia ter um oponente "sussa" como Suzaku? Pois é... e se ele tivesse, muito provavelmente, o final de Death Note seria bem diferente... O contraponto do Light é o maravilhoso L. Detetive de primeira categoria, misterioso, nunca mostra o rosto e ninguém o conhece. Ele só “aparece” quando torna-se uma das peças principais do caso de Kira. Lembrando que, para que o Death Note funcione de forma impecável, a pessoa que usá-lo deve saber o nome e o rosto da vítima. L, sabendo disso, usa métodos nada ortodoxos para descobrir e capturar Kira.
L é oposto de Suzaku. Magro, com cabelos degringolados (mas muito cool), com profundas olheiras, mas com um olhar (e que olhar...) penetrante. A sua alimentação é a base de café, chá e muito, muito doce. E o seu jeito de sentar, bem, só ele consegue aquilo.
Inteligentíssimo, ele é um oponente fortíssimo, e se bobear, você acaba torcendo mais para ele do que Light. Afinal, ele é O cara (deu para perceber que eu o adoro, né? )
Voltando ao Suzaku, fique de olho nele nos últimos três (ou seria quatro?) episódios do anime. O final de um desses episódios é triunfal... Impossível não soltar um bom e alto PQP! Ou fazer Uhu!!!

As garotas:

Em Code Geass temos várias:

• C.C. (sensacional) – a misteriosa garota de cabelos verdes que dá o poder do Geass a Lelouch. E muitos a chamam de bruxa imortal (leia o mangá e o anime que você irá entender). De longe, é a personagem feminina mais interessante da história;
• Kallen é uma das personagens mais idealista que já vi;
• Nunnally, a irmã de Lelouch, é a que dá realmente as cartas no final da série. Fique ligado(a);
• Euphemia é o grande amor de Suzaku. Ficou conhecida por ser responsável por um dos incidentes mais sangrentos da história japonesa-britânica, injustamente;
• Cornelia, irmã de Euphemia, tremenda mulher, forte, combatente, e uma das mais surpreendentes.

Em Death Note temos uma das personagens mais fofas no meio de um verdadeiro caos, a Misa Amane. Apesar da voz irritante que deram para ela no anime, vale a pena vê-la em ação. Apesar, que às vezes, o amor que ela sente por Light é tão grande que a faz tomar atitudes desesperadas. No fundo, não tem como sentir compaixão.

Mangás e animes:

As duas histórias são apresentadas tanto em anime como mangá.

Code Geass – prefira ( infinitamente) o anime. Principalmente pelas lutas entres os robôs (sim, é mecha!! ^^), e reviravoltas com mais ação e mais intriga. O mangá também é muito bacana, mas deixa a desejar porque corta detalhes que no anime faz toda a diferença.

Death Note – Aqui você pode acompanhar tanto no mangá e anime. Os dois têm o mesmo esquema. Recomendo assistir primeiro o anime e depois ir para o mangá. Há detalhes no mangá, que você se pega falando alto: “O que???”.

E para facilitar sua vida, seguem os links para assistir online os episódios dessas duas histórias:


Em mangá:

Death Note – Editora JBC – Preço estimado – R$ 10,90 – 12 volumes (ah, se tiver uma grana extra compre também o 13º - How to read. Você não irá se arrepender).
Code Geass – Editora JBC – Preço estimado – R$ 10,90.

Boa diversão e tire suas próprias conclusões!

terça-feira, 8 de março de 2011

O lado dark do Cisne


A certa altura do filme, a mãe Erica pergunta à filha, Nina:

- O que aconteceu com a minha doce filha?
 
Ela replica:
-Ela se foi!

Essa é só uma premissa que Cisne Negro pode nos proporcionar: terror, admiração, agonia e por que não? Êxtase.
Filme dirigido pelo aclamado Darren Aronosfsky (o mesmo de PI, Réquiem para um sonho e O Lutador) conta a história de Nina Sayers (Natalie Portman), uma bailarina de uma companhia de balé da cidade de Nova Iorque, cuja vida é totalmente dedicada à sua profissão. Ela vive com a mãe controladora, ex-bailarina, Erica (Barbara Hershey, assustadora) que a trata como um bebê: muitas vezes é a própria mãe que lhe tira os brincos da orelha quando vai dormir, não deixa que ela tranque a porta do quarto, ou melhor, não dá um pingo de privacidade à filha.

O diretor Thomas Leroy (Vincent Cassel, cafa como sempre) decide substituir a 1ª bailarina da companhia, Beth Macintyre (competente atuação, mesmo que seja curta de Winona Ryder) para produção da abertura da nova temporada, O Lago dos Cisnes. A história do famoso balé conta sobre a Princesa Odette foi transformada em um cisne e só terá seu feitiço quebrado por um amor puro. A esperança aparece em forma de um príncipe, mas sua irmã gêmea, Odile o seduz e trai. Odette, em desespero, se mata.
Leroy escolhe Nina, que é perfeita para o papel de Odette: meiga, virginal, doce. Mas, a bailarina tem sérias dificuldades para encarnar Odile, o famoso Cisne Negro.
A partir daí, Nina terá que enfrentar a forte concorrência de Lily (a ótima Mila Kunis), que parece ter nascido para o papel de Odile, a pressão da companhia na sua performance, a tirânica direção de Leroy e principalmente, trazer seu lado mais sombrio para fora.

Bobagem quem for assistir esperando o filme sobre balé, até porque muitas bailarinas profissionais disseram que quem entende realmente de dança há erros crassos no filme (mesmo com intenso treinamento de Natalie e Mila). O filme é um trilher psicológico. E coloque isso em ponto de sustenido maior!!

Confesso que os primeiros 40 minutos do filme são lentos e mórbidos, mas para a metade que o filme pega fogo, e aí a sanidade de Nina já está comprometida. Para mim, o filme fala: “você sabe quem é você? E o que você realmente quer?”. Nina não sabia: a vida dela era técnica e procurar atender tudo que lhe pediam. Quando ela começa a encarar o seu lado “dark”, nada mais é que encontrar o próprio Eu. Confuso? Talvez seja, mas filme é cheio de mensagens subliminares e contrastes.
Confesso que demorei para assisti-lo, e me aventurei em filmes mais leves como “O Discurso do Rei” e “Bravura Indômita” (que fico ainda devendo as críticas dos dois aqui). Mas valeu a pena a espera. “Cisne Negro” é típico filme que te joga contra a parede e te pergunta: Até que ponto você é Nina? Ou até que ponto você é Lily?
Vamos às interpretações...
Cassel sempre fica bem de cafa, não me lembro de um filme que ele aparece amoroso ou sincero. Ardiloso e maldito, seu Thomas é praxe para qualquer sádico.

Barbara Hershey é Erica, já disse lá em cima que ela é assustadora? E se é! Tem uma cena que ela compra um bolo para Nina, baunilha com recheio de morango, como diria a própria: “o seu preferido”. Ela corta um pedaço grande, o qual a filha rejeita porque está com estômago embrulhado. Ela, imediatamente, ameaça jogá-lo no lixo, num rompante de pura chantagem emocional. Ou melhor, ela sempre criou a filha assim. No fundo, nenhuma delas são amigas. Mas isso já é outra história...

A sumida Winona dá as graças (depois de atacar de larapia em lojas famosas de New York) no filme e ainda por cima, nos brinda com uma interpretação típica do que ela está vivendo: uma bailarina decadente e desesperada.

Mila Kunis, para mim, é uma das melhores coisas do filme. A garota está bárbara! Cheia de vitalidade e força, e um lado divertido e malicioso, bem longe do seu personagem mais famoso, a Jackie do seriado “That´ 70´s Show” .

O que falar de Natalie Portman? Corajosa a moça, hein? Não é qualquer uma que encararia numa boa a personagem Nina. Apesar que...ainda não é o melhor papel dela, hein? Apesar disso, ela se envolveu tanto com trabalho que acabou ficando grávida e noiva do coreógrafo que a treinou, Benjamin Millepied (aliás, ele aparece no filme, fique de olho!).

Durante um ano ela dedicou-se horas de treinamento. Na primeira fase foram 5 horas e mais próximo das filmagens, 10 horas. Emagreceu exageradamente (como vocês poderão conferir no filme) e ainda por cima se jogou de cabeça em cada detalhe do seu personagem. Só espero que ela continue sã, depois de um filme desses (e ainda por cima ficando grávida, bem... não recomendaria). Afinal, muitos atores ficaram depressivos ou meio eremitas por um tempo depois de papéis tão intensos. Sem contar, ela acabou de ganhar o Oscar, que muitos falam que tem a tal da maldição...

Por tudo isso, Cisne Negro é um ritual macabro à procura do lado mais obscuro do ser humano. A cena mais emocionante do filme é também, uma das mais bonitas produzidas no cinema: quando Nina finalmente se apresenta como Odile e é tomada por asas negras enormes.
Mas esteja preparado (a), é uma viagem em tanto!

O lado dark do Cisne


A certa altura do filme, a mãe Erica pergunta à filha, Nina:

- O que aconteceu com a minha doce filha?
 
Ela replica:
-Ela se foi!

Essa é só uma premissa que Cisne Negro pode nos proporcionar: terror, admiração, agonia e por que não? Êxtase.
Filme dirigido pelo aclamado Darren Aronosfsky (o mesmo de PI, Réquiem para um sonho e O Lutador) conta a história de Nina Sayers (Natalie Portman), uma bailarina de uma companhia de balé da cidade de Nova Iorque, cuja vida é totalmente dedicada à sua profissão. Ela vive com a mãe controladora, ex-bailarina, Erica (Barbara Hershey, assustadora) que a trata como um bebê: muitas vezes é a própria mãe que lhe tira os brincos da orelha quando vai dormir, não deixa que ela tranque a porta do quarto, ou melhor, não dá um pingo de privacidade à filha.

O diretor Thomas Leroy (Vincent Cassel, cafa como sempre) decide substituir a 1ª bailarina da companhia, Beth Macintyre (competente atuação, mesmo que seja curta de Winona Ryder) para produção da abertura da nova temporada, O Lago dos Cisnes. A história do famoso balé conta sobre a Princesa Odette foi transformada em um cisne e só terá seu feitiço quebrado por um amor puro. A esperança aparece em forma de um príncipe, mas sua irmã gêmea, Odile o seduz e trai. Odette, em desespero, se mata.
Leroy escolhe Nina, que é perfeita para o papel de Odette: meiga, virginal, doce. Mas, a bailarina tem sérias dificuldades para encarnar Odile, o famoso Cisne Negro.
A partir daí, Nina terá que enfrentar a forte concorrência de Lily (a ótima Mila Kunis), que parece ter nascido para o papel de Odile, a pressão da companhia na sua performance, a tirânica direção de Leroy e principalmente, trazer seu lado mais sombrio para fora.

Bobagem quem for assistir esperando o filme sobre balé, até porque muitas bailarinas profissionais disseram que quem entende realmente de dança há erros crassos no filme (mesmo com intenso treinamento de Natalie e Mila). O filme é um trilher psicológico. E coloque isso em ponto de sustenido maior!!

Confesso que os primeiros 40 minutos do filme são lentos e mórbidos, mas para a metade que o filme pega fogo, e aí a sanidade de Nina já está comprometida. Para mim, o filme fala: “você sabe quem é você? E o que você realmente quer?”. Nina não sabia: a vida dela era técnica e procurar atender tudo que lhe pediam. Quando ela começa a encarar o seu lado “dark”, nada mais é que encontrar o próprio Eu. Confuso? Talvez seja, mas filme é cheio de mensagens subliminares e contrastes.
Confesso que demorei para assisti-lo, e me aventurei em filmes mais leves como “O Discurso do Rei” e “Bravura Indômita” (que fico ainda devendo as críticas dos dois aqui). Mas valeu a pena a espera. “Cisne Negro” é típico filme que te joga contra a parede e te pergunta: Até que ponto você é Nina? Ou até que ponto você é Lily?
Vamos às interpretações...
Cassel sempre fica bem de cafa, não me lembro de um filme que ele aparece amoroso ou sincero. Ardiloso e maldito, seu Thomas é praxe para qualquer sádico.

Barbara Hershey é Erica, já disse lá em cima que ela é assustadora? E se é! Tem uma cena que ela compra um bolo para Nina, baunilha com recheio de morango, como diria a própria: “o seu preferido”. Ela corta um pedaço grande, o qual a filha rejeita porque está com estômago embrulhado. Ela, imediatamente, ameaça jogá-lo no lixo, num rompante de pura chantagem emocional. Ou melhor, ela sempre criou a filha assim. No fundo, nenhuma delas são amigas. Mas isso já é outra história...

A sumida Winona dá as graças (depois de atacar de larapia em lojas famosas de New York) no filme e ainda por cima, nos brinda com uma interpretação típica do que ela está vivendo: uma bailarina decadente e desesperada.

Mila Kunis, para mim, é uma das melhores coisas do filme. A garota está bárbara! Cheia de vitalidade e força, e um lado divertido e malicioso, bem longe do seu personagem mais famoso, a Jackie do seriado “That´ 70´s Show” .

O que falar de Natalie Portman? Corajosa a moça, hein? Não é qualquer uma que encararia numa boa a personagem Nina. Apesar que...ainda não é o melhor papel dela, hein? Apesar disso, ela se envolveu tanto com trabalho que acabou ficando grávida e noiva do coreógrafo que a treinou, Benjamin Millepied (aliás, ele aparece no filme, fique de olho!).

Durante um ano ela dedicou-se horas de treinamento. Na primeira fase foram 5 horas e mais próximo das filmagens, 10 horas. Emagreceu exageradamente (como vocês poderão conferir no filme) e ainda por cima se jogou de cabeça em cada detalhe do seu personagem. Só espero que ela continue sã, depois de um filme desses (e ainda por cima ficando grávida, bem... não recomendaria). Afinal, muitos atores ficaram depressivos ou meio eremitas por um tempo depois de papéis tão intensos. Sem contar, ela acabou de ganhar o Oscar, que muitos falam que tem a tal da maldição...

Por tudo isso, Cisne Negro é um ritual macabro à procura do lado mais obscuro do ser humano. A cena mais emocionante do filme é também, uma das mais bonitas produzidas no cinema: quando Nina finalmente se apresenta como Odile e é tomada por asas negras enormes.
Mas esteja preparado (a), é uma viagem em tanto!

sábado, 25 de dezembro de 2010

A Tríade Sagrada da ZL: Toco, Overnight & Contramão

Quando se fala sobre a Zona Leste, o que te lembra? Metrô lotado? Praxe! Parque São Jorge, Corinthians? Hum...novidade... Um amontoado de gente por todos os lados?
Bem, enfim...sem contar que os primeiros indícios de greve, enchente, problemas nas linhas da CPTM ou Metrô é quase uma rotina. Mas apesar de tudo isso, nada e ninguém consegue tirar o ar de festeiros que os moradores da famosa ZL têm.
Digo isso, porque aqui, estabeleceram-se três casas... três lugares que deixariam qualquer casa noturna da Vila Olímpia ou do Jardins com inveja. Não só pelo público, mas pelo clima, agitação e alegria. Três casas que quando são ditas, ainda hoje, despertam nostalgia, saudades e com certeza, respeito. São elas: Toco, Overnight e Contramão.
Agora, você vai conhecer a vida dessas três casa que fizeram a história e, sem dúvida, influenciaram gerações na região da Zona Leste.

Toco

Vila Matilde, 1972. Nascia uma Mega Danceteria, um sonho realizado de empresários que animavam bailes de formatura. O salão abrigava uma pista gigantesca, mezanino e lógico uma pirotecnia de luzes e sons que nunca se tinha visto na região da Zona Leste.
Localizada na frente de uma pracinha, era muito comum, a agitação começar já do lado de fora. Eram carros passando para lá e pra cá, pessoal comendo cachorro quente ou “esquentando os motores” com algumas doses de cuba-libre servidas em barraquinhas improvisadas.
Mesmo tendo capacidade para 4 mil pessoas, era comum a Toco ainda deixar gente de fora. Mas quem se importava? Afinal, a casa tinha um poder tão contagiante que mesmo assim a festa se estendia até na rua.
A casa presenciou o surgimento da Disco Music, nos anos 70 acolheu shows como Queen e KC & The Sunshine Band. Mais tarde, no final dos anos 80, recepcionou com honras o nascimento da House Music, e aí vieram apresentações de Information Society e Technotronic.
Eu mesma fui uma de suas assíduas frequentadoras, nas famosas matinês de domingo... Lá dancei ao som de Noel, S-Express e tantos outros... Como minha mãe não gostava muito que fosse nesses lugares, inventava a desculpa que iria estudar...sei, e que estudo de dança, hein?
Nos anos 90, a Toco foi pioneira em acolher um novo tipo de som, o Jungle. Pois é, o Jungle é percussor da tão famosa Drum´n´Bass. Foi lá que Dj Marky apareceu pela primeira vez e aí surgiu os primórdios da música eletrônica brasileira.
A casa fechou em 1997, deixando milhares de órfãos na região e uma saudade infinita.

Overnight

1988, Mooca, Rua Juvenal Parada. O empresário Carmo Crunfli e alguns sócios fundaram a casa que seria por excelência, berço de vários DJs do cenário da música eletrônica brasileira, a Overnight.
O forte da Over (para os íntimos) foi a House Music, apesar de tocar todos os estilos. Sua decoração era pra lá de requintada: chão carpetado (menos a pista), paredes espelhadas, jogo de luzes e um bar que deixava qualquer um de boca aberta. A tecnologia de som e iluminação da casa sempre foi de última geração.
Na casa passaram os DJs: Mau-Mau, o mestre Patife, Renato Lopes, Sasha, sem contar o maravilhoso Grace Kelly Dum e o mágico Andy.
O encerramento das atividades aconteceu em 2004, com uma festa pra lá de animada e comandada pelo DJ Andy. Apesar de ter sido alto astral, a tristeza pairava no ar e a Mooca ficou de luto.

Contramão

Tatuapé, Rua Coelho Lisboa, 1980. Nascia uma casa com conceito onde dançar era além de mexer o esqueleto. Estamos falando da Contramão.
Ela não era tão grande como a Toco, mas a energia, a vibração e o agito eram no mesmo nível.
O ponto de encontro era a Praça Silvio Romero, depois, o pessoal ia seguindo pela Coelho Lisboa rumo a uma das matinês mais animadas de São Paulo. Lá, o bicho pegava! Quem não se lembra dos passos “chicotinho”, “pula-vira” tão famosos no final dos anos 80? Foi na Contramão que eles foram criados.
O bacana da casa é que os DJs ficavam numa cabine como fosse um globo todo recortado bem no centro da pista. E que loucura eram aqueles luzes. E quando o DJ dava os primeiros acordes de “Silent Morning” do Noel durante “Blue Monday” do New Order? A casa quase vinha abaixo!
Mas infelizmente, em 1992, a Contramão diz adeus e fecha as suas portas.

A saudade era tanta que no meio dos anos 2000, uma turma de malucos reúnem-se para promover revivals recordando justamente o clima dessas três casas.
Uma vez por mês, os órfãos dessas três casas encontram-se para matar a saudades dos velhos tempos. Geralmente, o ponto de encontro é no Cabral, uma casa que fica entre a região do Tatuapé e Belenzinho.
Mas também já aconteceram festas nas próprias casas como na Toco e na Contramão. Aliás, a Toco reabriu com outro nome e para um público totalmente diferente. A Contramão, hoje é Aldeia do Taco. No revival que aconteceu lá, era gritante a comparação do público que veio ao revival do que atual pessoal que frequenta a casa: acostumados com o irritante Psy, que não faz dançar e pior, dá uma dor de cabeça horrível!
No Cabral, cada pista é dedicada a um tipo de música: anos 70 e 80, flash house e undergound. Aliás, a minha preferida é a Underground. Quando Grace Kelly Dum, Andy, Barney e Marky estão no comando, parece que você é transportado ao bom e velho tempo dos clubbers, cybermanos, Mercado Mundo Mix e todo movimento do paz, união e respeito.
Mas o revival mais inesquecível foi o que aconteceu no dia 15 de maio de 2010 na antiga Toco. Apesar de ter recebido uma pintura mais escura, o espaço ter diminuído, a Toco continua a mesma...Linda, leve, brincalhona e acolhedora. O mesmo clima de festa, paz e união estava lá!
Lembro-me que quando entrei na casa, estava tocando “Never Gonna Give You Up”, do Rick Astley. O pessoal fazendo passinho, o jogo de luzes, a energia, a vibração. Pensei: “É, Toco, você não morreu, vai viver para sempre em nossas memórias e corações”.
Sem contar, que no finalzinho da festa (para quem pôde ficar), quem discotecou foi o monstro DJ Ricardo Guedes, que nos deixou um mês depois...E ainda me lembro que ajoelhei e o reverenciei.
Pois é... quem as frequentou sabe que em nenhum região da capital paulistana acolhe (ou acolheu) três casas mágicas como essas. Por isso mesmo, chamo-as de tríade sagrada da ZL.
Para dar um gostinho aí vai um trecho do vídeo comemorativo das casas. E que a festa continue!

A Tríade Sagrada da ZL: Toco, Overnight & Contramão

Quando se fala sobre a Zona Leste, o que te lembra? Metrô lotado? Praxe! Parque São Jorge, Corinthians? Hum...novidade... Um amontoado de gente por todos os lados?
Bem, enfim...sem contar que os primeiros indícios de greve, enchente, problemas nas linhas da CPTM ou Metrô é quase uma rotina. Mas apesar de tudo isso, nada e ninguém consegue tirar o ar de festeiros que os moradores da famosa ZL têm.
Digo isso, porque aqui, estabeleceram-se três casas... três lugares que deixariam qualquer casa noturna da Vila Olímpia ou do Jardins com inveja. Não só pelo público, mas pelo clima, agitação e alegria. Três casas que quando são ditas, ainda hoje, despertam nostalgia, saudades e com certeza, respeito. São elas: Toco, Overnight e Contramão.
Agora, você vai conhecer a vida dessas três casa que fizeram a história e, sem dúvida, influenciaram gerações na região da Zona Leste.

Toco

Vila Matilde, 1972. Nascia uma Mega Danceteria, um sonho realizado de empresários que animavam bailes de formatura. O salão abrigava uma pista gigantesca, mezanino e lógico uma pirotecnia de luzes e sons que nunca se tinha visto na região da Zona Leste.
Localizada na frente de uma pracinha, era muito comum, a agitação começar já do lado de fora. Eram carros passando para lá e pra cá, pessoal comendo cachorro quente ou “esquentando os motores” com algumas doses de cuba-libre servidas em barraquinhas improvisadas.
Mesmo tendo capacidade para 4 mil pessoas, era comum a Toco ainda deixar gente de fora. Mas quem se importava? Afinal, a casa tinha um poder tão contagiante que mesmo assim a festa se estendia até na rua.
A casa presenciou o surgimento da Disco Music, nos anos 70 acolheu shows como Queen e KC & The Sunshine Band. Mais tarde, no final dos anos 80, recepcionou com honras o nascimento da House Music, e aí vieram apresentações de Information Society e Technotronic.
Eu mesma fui uma de suas assíduas frequentadoras, nas famosas matinês de domingo... Lá dancei ao som de Noel, S-Express e tantos outros... Como minha mãe não gostava muito que fosse nesses lugares, inventava a desculpa que iria estudar...sei, e que estudo de dança, hein?
Nos anos 90, a Toco foi pioneira em acolher um novo tipo de som, o Jungle. Pois é, o Jungle é percussor da tão famosa Drum´n´Bass. Foi lá que Dj Marky apareceu pela primeira vez e aí surgiu os primórdios da música eletrônica brasileira.
A casa fechou em 1997, deixando milhares de órfãos na região e uma saudade infinita.

Overnight

1988, Mooca, Rua Juvenal Parada. O empresário Carmo Crunfli e alguns sócios fundaram a casa que seria por excelência, berço de vários DJs do cenário da música eletrônica brasileira, a Overnight.
O forte da Over (para os íntimos) foi a House Music, apesar de tocar todos os estilos. Sua decoração era pra lá de requintada: chão carpetado (menos a pista), paredes espelhadas, jogo de luzes e um bar que deixava qualquer um de boca aberta. A tecnologia de som e iluminação da casa sempre foi de última geração.
Na casa passaram os DJs: Mau-Mau, o mestre Patife, Renato Lopes, Sasha, sem contar o maravilhoso Grace Kelly Dum e o mágico Andy.
O encerramento das atividades aconteceu em 2004, com uma festa pra lá de animada e comandada pelo DJ Andy. Apesar de ter sido alto astral, a tristeza pairava no ar e a Mooca ficou de luto.

Contramão

Tatuapé, Rua Coelho Lisboa, 1980. Nascia uma casa com conceito onde dançar era além de mexer o esqueleto. Estamos falando da Contramão.
Ela não era tão grande como a Toco, mas a energia, a vibração e o agito eram no mesmo nível.
O ponto de encontro era a Praça Silvio Romero, depois, o pessoal ia seguindo pela Coelho Lisboa rumo a uma das matinês mais animadas de São Paulo. Lá, o bicho pegava! Quem não se lembra dos passos “chicotinho”, “pula-vira” tão famosos no final dos anos 80? Foi na Contramão que eles foram criados.
O bacana da casa é que os DJs ficavam numa cabine como fosse um globo todo recortado bem no centro da pista. E que loucura eram aqueles luzes. E quando o DJ dava os primeiros acordes de “Silent Morning” do Noel durante “Blue Monday” do New Order? A casa quase vinha abaixo!
Mas infelizmente, em 1992, a Contramão diz adeus e fecha as suas portas.

A saudade era tanta que no meio dos anos 2000, uma turma de malucos reúnem-se para promover revivals recordando justamente o clima dessas três casas.
Uma vez por mês, os órfãos dessas três casas encontram-se para matar a saudades dos velhos tempos. Geralmente, o ponto de encontro é no Cabral, uma casa que fica entre a região do Tatuapé e Belenzinho.
Mas também já aconteceram festas nas próprias casas como na Toco e na Contramão. Aliás, a Toco reabriu com outro nome e para um público totalmente diferente. A Contramão, hoje é Aldeia do Taco. No revival que aconteceu lá, era gritante a comparação do público que veio ao revival do que atual pessoal que frequenta a casa: acostumados com o irritante Psy, que não faz dançar e pior, dá uma dor de cabeça horrível!
No Cabral, cada pista é dedicada a um tipo de música: anos 70 e 80, flash house e undergound. Aliás, a minha preferida é a Underground. Quando Grace Kelly Dum, Andy, Barney e Marky estão no comando, parece que você é transportado ao bom e velho tempo dos clubbers, cybermanos, Mercado Mundo Mix e todo movimento do paz, união e respeito.
Mas o revival mais inesquecível foi o que aconteceu no dia 15 de maio de 2010 na antiga Toco. Apesar de ter recebido uma pintura mais escura, o espaço ter diminuído, a Toco continua a mesma...Linda, leve, brincalhona e acolhedora. O mesmo clima de festa, paz e união estava lá!
Lembro-me que quando entrei na casa, estava tocando “Never Gonna Give You Up”, do Rick Astley. O pessoal fazendo passinho, o jogo de luzes, a energia, a vibração. Pensei: “É, Toco, você não morreu, vai viver para sempre em nossas memórias e corações”.
Sem contar, que no finalzinho da festa (para quem pôde ficar), quem discotecou foi o monstro DJ Ricardo Guedes, que nos deixou um mês depois...E ainda me lembro que ajoelhei e o reverenciei.
Pois é... quem as frequentou sabe que em nenhum região da capital paulistana acolhe (ou acolheu) três casas mágicas como essas. Por isso mesmo, chamo-as de tríade sagrada da ZL.
Para dar um gostinho aí vai um trecho do vídeo comemorativo das casas. E que a festa continue!

domingo, 24 de outubro de 2010

Onde ir em São Paulo – Restaurante Japoneses


Adoro comida japonesa. O tempero, a apresentação e o aroma da gastronomia do Sol Nascente é de tirar o fôlego. Ao menos para mim, uma descendente de italianos que vive uma onda otaku desde o começo do ano. E por se tão apaixonada por esses sabores exóticos, aproveito para indicar restaurantes que fui e aprovei. É lógico que comi em vários, mas por um ponto ou outro, foram esses que me marcaram.

Anota aí na sua agenda para você visitar:

Kotobiya

Quem o vê de fora em pleno bairro de Moema, acredita que não é um lugar de grandes surpresas. Ledo engano... Logo na entrada, geralmente alguém da casa, inclusive o sushiman, o cumprimenta em japonês. Acredito que a maioria não sabe falar a língua, mas aproveite para acenar a cabeça e sorrir porque é o princípio de uma estadia divertida e apetitosa. Digo divertida porque há a televisão sempre está ligada no canal NHK, o mais famoso do Japão. Tem também uma geladeira com água com vários sabores e em embalagens meio futuristas.

A comida é farta, apetitosa e ainda por cima com preço bacana. Aproveite para saborear teishoku kotobiya que vem tempura de legumes, um camarão e outro de peixe, cinco sushis e dez fatias de sashimi. E duvido que você não irá levar alguma lembrancinha de lá... não vou falar mais, porque é ver pra crer.

Avenida Cotovia, 287 – Moema – Tel. (11) 5536-9279
Horário de funcionamento: Terça a Domingo – 19 às 23 hs. Aos sábados e domingos abre para o almoço das 12 às 16 hs.

Banri

Aqui já é um local que traz mais opções chinesas (o que não deixa de ser uma delícia). Aliás, esse restaurante está no fundo de um pequeno café e do lado uma mercearia. Fica no bairro com coração oriental de São Paulo: a Liberdade. E ainda por cima tem pratos que dá para serem divididos em duas pessoas. Caso você queira pode pedir meia porção.

É engraçado, mas toda vez que vou lá, parece que a qualquer momento entrará o bando dos 88 loucos do Kill Bill! Um ar meio Yakuza, mas também parece que a família do Ranma Saotome (Ranma 1/2) irá chegar para almoçar ou jantar. O atendimento é um pouco demorado e atrapalhado. Mas vale a pena experimentar.

E se você gosta de yakissoba, experimente o de frutos do mar e aproveite para pedir um pão chinês de entrada. E fique tranquilo, o preço é camarada.

Rua Galvão Bueno, 160 – Liberdade – Tel. (11) 3208-7232
Horário de funcionamento: Terça à sábado das 11 às 22:30 hs e os domingos e segunda das 11 às 20 hs.


Semi Yakitori

Toda vez que volto do cabeleireiro, aproveito para passar nesse pequeno e charmoso restaurante no Tatuapé. Fico horas conversando com uma das donas, que é uma graça, sobre mangás, animes e tudo sobre cultura oriental.

O restaurante oferece os famosos yakitori que são espetinhos orientais. Hum... o cheirinho da grelha enquanto eles estão assando é uma maravilha.
Lá, você pode pedir o rodízio de temaki, que vem como entrada um guioza, uma porção de yakissoba, sopa de abóbora e shimeji. Depois você anota em papel quais sabores de temaki e yakitori que quer comer. E você pode repetir!

Um dos muitos pontos que me atrai nesse lugar é o yakissoba. A origem da palavra significa macarrão frito. E o pessoal leva realmente a sério a definição: ele é crocante e cremoso. Outra dica legal é o chá gelado. Para adoçá-lo vem um melado que deve ser colocado aos pouquinhos.
E posso te garantir, você sai satisfeito.

Rua Itapura, 1434 – Tatuapé – Tel. (11) 2361-7000

Restaurante Makoto
Quem diria que o Hotel Nikkey na Liberdade “guardaria” a sete chaves um restaurante tão gostoso? No dia que fui fiquei apaixonada porque dependendo do lugar do restaurante, você precisa tirar os sapatos. O atendimento é delicado, eficiente e bem simpático. O que peca um pouco é o cheiro do local. Talvez por causa do aquário cheio de carpas.

O clima é como se fosse realmente estivesse no Japão: roda de senhores conversando em japonês, comida muito bem decorada e farta. O preço é salgadinho, mas compensa.
Lá, finalmente consegui experimentar uma das comidas que aparece no mangá Ranma ½, o okonomiyaki, um misto de pizza com omelete recheado de legumes, frutos do mar e carnes. Uma delícia!

Rua Galvão Bueno, 425 – Liberdade – Tel. (11) 3207-8511

Cia Oriental

Sem brincadeira, aqui experimentei um dos melhores teppan yaki de frutos do mar da minha vida. O prato vem com misoshiro, gohan, uma saladinha de frutos do mar e muito, muito camarão, lula e legumes.
O restaurante está localizado no Shopping Sogo, em pleno bairro da Liberdade. E você tem duas opções: self service ou la carte. Sugiro a la carte não só pela acomodação, mas os pratos são mais caprichados.
Vale lembrar que o atendimento é demoradinho e nem sempre atencioso, mas os outros quesitos compensam uma passada.

Rua Galvão Bueno, 40/44 – Liberdade -Tel. (11) 3277- 6971
3º andar: Self service
4º andar: La carte

Hum... vou parar por aqui porque a fome está apertando e Itadakimasu!